Acre
Após ser acusada de envolvimento em morte de flanelinha por herança, família deve registrar boletim contra advogado
Advogado de defesa, Romano Gouveia, afirma que falou sobre o caso da herança à polícia para que fosse investigado. Família afirma que vítima não é membro da família e não possui direitos. Rosiel Silva foi morto com um tiro nas costas.
A vítima trabalhava como flanelinha no Parque da Maternidade, próximo à Concha Acústica, região central de Rio Branco.

Flanelinha foi morto com tiro nas costas. Ele lutava na justiça para receber uma herança e morreu 20 dias antes de audiência judicial (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Com Quésia Melo, G1 AC, Rio Branco
Após ser acusada de envolvimento na morte de flanelinha Rosiel do Nascimento da Silva, de 35 anos, devido à uma briga por herança, a família investigada deve registrar um boletim contra o advogado que representava Silva no processo. A família afirma que tomou um susto com a acusação. Silva foi morto com um tiro nas costas na noite de terça-feira (3), no Parque da Maternidade, no Centro de Rio Branco.
O advogado Maurício Hohengerger, que representa a família investigada, disse deve ser registrado um boletim de ocorrência contra o advogado Romano Gouveia, que representava o flanelinha na briga pela herança do pai dele. Hohengerger falou ainda que quer que o colega de profissão comprove as acusações feitas contra a família.
A família destaca ainda que além do período em que cuidou de Silva não possui nenhuma outra relação e que ele não era considerado membro da família. A ajuda dada à vítima era feita de forma humanitária devido aos problemas que ele enfrentava.
O advogado Romano Gouveia afirma que falou sobre o caso da herança à polícia para que fosse investigado. Ele disse que achou estranho Silva ter morrido 20 dias antes da audiência sobre a herança, que estava marcada para o dia 24 de julho.
O advogado Maurício Hohengerger, que representa a família investigada, disse deve ser registrado um boletim de ocorrência contra o advogado Romano Gouveia, que representava o flanelinha na briga pela herança do pai dele. Hohengerger falou ainda que quer que o colega de profissão comprove as acusações feitas contra a família.
Silva foi assassinado na noite de terça-feira (3) com um tiro nas costas. A vítima trabalhava como flanelinha no Parque da Maternidade, próximo à Concha Acústica, região central de Rio Branco. Segundo a polícia, Silva brigava na Justiça por uma herança e essa é uma das linhas de investigação.
“A família ficou surpresa com a acusação, pois, embora tenha uma ação em andamento, não era com a morte dele que essa ação iria terminar. Então, isso não seria motivo para fazer alguma coisa contra ele [Silva]. Além disso, meus clientes não são pessoas dessa natureza”, afirma o representante da família.
Silva, conforme Hohenberger, trabalhava na fazenda da família quando era criança. O flanelinha ficou doente e não possuía registro de nascimento, por isso o pai biológico pediu ao chefe dele que cuidasse do menino até que ficasse bom.
O menino ficou sob a guarda da família pelo período de ao menos cinco anos. Após isso, segundo o advogado, foi devolvido aos pais biológicos e a devolução consta na ação judicial. A família destacou ainda que o processo não é de herança, mas de reconhecimento de paternidade socioafetiva. Caso isso acontecesse haveria uma nova partilha da herança. Porém, afirma que Silva não possui direitos nas propriedades.
Após isso, o patriarca faleceu e a herança foi dividade entre dois irmãos, pois Silva não chegou a ser adotado pela família. Ao G1, nesta quarta (4), o delegado Sérgio Lopes falou, na Divisão de Investigação Criminal (DIC), que Silva era registrado apenas com o nome da mãe e entrou na Justiça para ser reconhecido e ter direito a herança.
“Quando houve o ingresso da ação, ele já havia sido devolvido. Não tínhamos como perder essa ação. Infelizmente, esse advogado foi leviano e jogou a responsabilidade de um assassinato para cima da família em que a mãe já tem mais de 80 anos, além dos filhos”, lamenta Hohenberger.
Apesar da ação judicial, Hohenberger diz que a família tentava ajudar Silva sempre que possível, mas de forma humanitária e não como membro da família. Ele relata que a vítima tinha problemas com uso de drogas e já tinha cometido pequenos furtos. Gouveia afirma, no entanto, que Silva foi criado como filho e depois abandonado pela família.
“Deixei claro até para o delegado é que na realidade ele deve investigar por esse ângulo (da herança). Pela forma como foi morto não houve briga antes. O Rosiel não fazia parte de facção. Não falei que foram eles, não citei nomes, mas disse que pode sim ter relação com isso [herança]”, complementa.
Outra linha de investigação da polícia é que a morte do flanelinha tenha envolvimento com facções criminosas. No local do crime, segundo a polícia, foi encontrada uma cápsula de pistola 9 milímetros, de uso restrito da polícia. Por isso, a família afirma ter medo de retaliações após a acusação.
“Esse advogado que representava Silva na ação vai ter que responder pelo risco ao qual ele expôs a família. Ele [Silva] já foi preso várias vezes, tentou esfaquear o filho do patriarca da família. Então, é uma situação muito complicada e a família está preocupada e assustada”, afirma.
A herança consiste em dois prédios que ficam no Centro de Rio Branco. A reportagem Gouveia disse que a herança consistia em ao menos R$ 3 milhões. Os três filhos de Silva, dois deles menores, já ingressaram na ação judicial para ter direito à herança e o processo continua em andamento.
“Os herdeiros já vieram ao escritório para ingressar no processo. O Ministério Público também deve entrar na ação, devido aos filhos menores de idade”, finaliza.
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Associação Família Azul deve suspender atendimentos e cobra apoio do poder público ao autismo; mais de 100 crianças ficarão sem acompanhamento
Dell Pinheiro
A falta de recursos financeiros levou a Associação Família Azul do Acre a suspender integralmente seus atendimentos a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O anúncio foi feito pela presidente da entidade, Heloneida da Gama, em um vídeo divulgado nas redes sociais, no qual ela faz um apelo direto às autoridades e denuncia a ausência de apoio do poder público à causa do autismo no Estado.
Segundo Heloneida, o encerramento das atividades deixou mais de 100 crianças sem acompanhamento especializado, sem qualquer previsão de retomada. A dirigente afirma que, apesar da relevância social do trabalho desenvolvido pela associação, não houve até o momento articulação concreta para garantir a continuidade dos serviços.
Durante o desabafo, a presidente questionou a destinação das emendas parlamentares dos deputados estaduais. De acordo com ela, cada parlamentar dispõe de aproximadamente R$ 4,5 milhões, sendo cerca de R$ 2,5 milhões obrigatoriamente direcionados à saúde e à Educação, enquanto o restante pode ser aplicado conforme a escolha de cada deputado.
Para Heloneida, pequenas parcelas desses recursos seriam suficientes para manter o atendimento de entidades que atuam diretamente com famílias atípicas. “O que custa combinar com outro deputado e dizer: cada um contribui com R$ 50 mil ou R$ 80 mil?”, questiona, ao destacar que valores considerados modestos dentro do orçamento parlamentar poderiam assegurar a continuidade de serviços essenciais.
A presidente também fez um apelo às famílias e aos eleitores, lembrando que 2026 será ano eleitoral. Ela orienta que a população cobre dos candidatos, durante a campanha, quais ações efetivas foram realizadas em favor do autismo e se houve destinação concreta de recursos para associações como a Família Azul.
Outro ponto levantado foi a fragilidade da rede pública de atendimento no Acre. Segundo Heloneida, atualmente há mais de 5 mil crianças e adolescentes aguardando a primeira consulta, além de outras 4 mil na fila da segunda avaliação. Ela também denuncia a escassez de psiquiatras, especialmente para o acompanhamento de adolescentes acima dos 17 anos, e a demora excessiva no diagnóstico, fatores que comprometem o tratamento precoce.
A dirigente destacou ainda o peso financeiro enfrentado pelas famílias e pela própria associação. Somente a folha de pagamento mensal da entidade gira em torno de R$ 20 mil, valor inviável de manter sem apoio institucional. Mesmo diante do fechamento dos atendimentos, segundo ela, nenhum deputado estadual se manifestou publicamente em defesa da associação.
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Ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morre aos 63 anos
O ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, morreu no final da tarde deste domingo (14), aos 63 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Ele estava internado no Hospital João Câncio Fernandes, onde realizava tratamento contra um câncer de pulmão. O óbito foi confirmado por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atenderam a ocorrência na unidade hospitalar.
Nilson Areal teve trajetória marcante na política acreana. Foi prefeito de Sena Madureira por dois mandatos consecutivos, entre 2005 e 2012, período em que conduziu importantes ações administrativas no município. Além da atuação no Executivo municipal, também exerceu o cargo de deputado estadual.
O ex-prefeito deixa esposa, dois filhos e três netos. A morte causou grande comoção em Sena Madureira e entre lideranças políticas do Acre.
O governador Gladson Cameli divulgou uma nota de pesar, na qual lamentou a morte do amigo de longa data e destacou a contribuição de Nilson Areal para a vida pública e o desenvolvimento do município.
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Mailza arrecada mais de 2 mil brinquedos para crianças com Corrida Solidária
A Corrida Solidária com Mailza, realizada neste sábado, 13, reuniu milhares de corredores em um grande ato de solidariedade, esporte e celebração da vida. Promovida pela vice-governadora Mailza Assis, em comemoração ao seu aniversário, a iniciativa arrecadou mais de 2 mil brinquedos, que serão destinados a crianças em situação de vulnerabilidade neste Natal.
Com clima favorável, sol aparecendo ao longo do percurso e muita animação, a corrida transformou-se em uma verdadeira festa popular. Antes da largada, os participantes cantaram parabéns para a vice-governadora. Ao final, além da entrega das medalhas, teve bolo de aniversário e um animado banho de mangueira garantido pelo Corpo de Bombeiros, fechando o evento em clima de alegria e confraternização.
Mailza agradeceu a participação do público e destacou o significado da ação. “Quero agradecer a cada pessoa que colaborou, que sonhou comigo esse momento, que trouxe um brinquedo e participou dessa corrida. É um gesto que simboliza compartilhar, solidarizar com as famílias que mais precisam, especialmente as nossas crianças. Também é cuidar da saúde, rever amigos e viver um momento de descontração. Esse evento foi preparado com muito amor e carinho, e juntos vamos fazer um Natal diferente para muitas crianças”, afirmou ela que também é secretária de Assistência Social e Direitos Humanos.
Entre os participantes, histórias de inclusão e afeto marcaram o evento. Regimar Souza do Nascimento e Leide Fernandes prestigiaram a corrida acompanhados da filha Jayane, de 24 anos, que tem paralisia cerebral.
“Ela quis vir, disse: ‘mãe, eu quero ir’. Trouxemos ela para participar e também homenagear o aniversário da vice-governadora”, contou Leide.
Regimar também parabenizou a iniciativa. “É uma ação linda. Ela transforma o próprio aniversário em um presente para quem mais precisa, para as crianças. Isso é algo que Deus abençoa, e que inspira outras pessoas a fazerem o bem”, afirmou.
Entre os grupos que mais chamaram atenção pelo entusiasmo esteve o Funcional da Polícia Militar do Acre, formado exclusivamente por mulheres, que chegaram animadas e abrilhantaram ainda mais a festa.
“Foram mais de 100 mulheres aqui. As meninas estavam muito ansiosas para participar, porque é um evento solidário. Nós trabalhamos em bairros periféricos, como Cidade do Povo, Taquari e também na Arena da Floresta. Ao todo, são 106 mulheres, todas muito alegres e felizes por estarem aqui hoje”, relatou a instrutora Halida Prado.
Resultados da corrida
Na categoria masculina, o grande vencedor foi Kauan Vitor, seguido por Jefferson Ramos em segundo lugar e Manoel Cunha em terceiro.
Kauan parabenizou a vice-governadora e ressaltou a importância do esporte aliado à solidariedade.
“Sou da corrida amadora há dois anos. Além de promover o esporte, essa ação ajuda as crianças do nosso Acre. Nem todo mundo consegue dar um presente no Natal, então é maravilhoso poder ajudar fazendo o que a gente ama”, disse.
Jefferson Ramos, corredor amador há dez anos, destacou os benefícios da prática esportiva.
“Qualquer esporte é importante para a nossa saúde. Depois da pandemia, as pessoas passaram a se cuidar mais. E hoje, além disso, estamos fazendo o bem”, ressaltou.
Na categoria feminina, Dalvanir Alves conquistou o primeiro lugar, seguida por Fran Melo em segundo e Juliane Souza em terceiro. Dalvanir celebrou a iniciativa.
“Uma oportunidade maravilhosa de incentivar o exercício físico e, ao mesmo tempo, proporcionar um Natal mais feliz para as crianças. A vice-governadora festejou seu aniversário da melhor forma, junto à população”, destacou.
Fran Melo, corredora profissional há oito anos, também elogiou o evento. “Foi uma ação linda. Quem ganha de verdade são as crianças, porque as doações foram brinquedos. Parabéns à vice-governadora por essa iniciativa”, afirmou.

















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