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Após se formar, 1ª médica guarani-kaiowá vai combater covid em sua aldeia
Campeã estadual pelo futebol feminino do Atlético Mineiro, Dara Ramires Lemes deu a volta por cima depois de precisar largar o esporte em Belo Horizonte. A jovem enfrentou muitas barreiras até conseguir entrar na faculdade de Medicina, no ano de 2015. Agora, aos 25 anos, ela acaba de se tornar a primeira médica guarani-kaiowá.
De volta à comunidade onde nasceu, em Caarapó (MS), Dara já está na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus. Ela atua em sua aldeia, a Te’yí kue, de quatro mil habitantes, que fica a quase 300 quilômetros da capital Campo Grande.
“Quando os pacientes da minha terra olham para mim, sentem empatia, e me bate uma grande responsabilidade e um orgulho imenso de fazer o melhor. E é aí que vejo que valeu a pena todo esforço que eu fiz para conseguir chegar até aqui”, afirmou hoje ao UOL. A médica também contou que foi depois da temporada 2012-2013, mesmo com o título, que percebeu que era hora de largar os gramados e deixar para trás o sonho de jogar na Seleção Brasileira. À época, o Atlético Mineiro estava redirecionando seus investimentos na modalidade. Era muito complicado estudar e treinar ao mesmo tempo. “Amo futebol. Joguei no Galo aos 16 anos. Jogava de meia-atacante, meia-direita e às vezes de volante.
Sonho da mãe realizado
Foi então que Dara decidiu entrar na faculdade de Medicina, que era o sonho da mãe, a professora Zeni Lemes Ramires. Aos 17 anos, ela foi aprovada em uma universidade no Rio Grande do Sul, distante mais de mil quilômetros da terra natal.
“Como já tinha morado longe antes também por conta do futebol, em Belo Horizonte, eu me adaptei à nova vida no Sul. Não me lembro de reclamar. Até mesmo na época que jogava bola, sabia que tinha que seguir estudando”, disse.
Dara não era qualquer jogadora. O UOL conversou hoje com o técnico dela na época do Atlético, Wellison Bitencourt. Ele contou que em um teste com 350 atletas em uma peneira no clube, apenas ela passou.
“Era muito aplicada nos treinos e tinha uma qualidade absurda, explosão ímpar, boa condução de bola em diagonal e marcava muitos gols, além de bater muito bem com os dois pés. Cheguei a indicar ela para a seleção sub-17, mas não quiseram e perderam uma grande atleta”, lembrou.
Regresso à aldeia
A formatura em medicina ocorreu no final de 2020. A partir daí, Dara regressou para a aldeia e passou a morar com os pais novamente. Sem tempo para descanso, por conta da pandemia, a médica já começou a atender diariamente as cerca de 400 famílias da comunidade.
Além disso, faz plantão em um hospital local aos finais de semana.
A médica explicou que uma de suas funções por lá é o atendimento primário para a prevenção dos casos de covid-19, mas que também faz questão de prestar um serviço de conscientização para mostrar a importância da vacina nos dias atuais.
Por ser profissional da Saúde e também indígena, ela já recebeu as duas doses do imunizante contra a doença provocada pelo coronavírus.
Rogério Vilhalva Mota, um dos líderes da aldeia e diretor da escola local, foi professor de matemática de Dara quando era criança e chegou a ser atendido por ela recentemente, como médica.
“Menina de ouro, muito orgulho e fico emocionado. Quando ela começou a me atender me passou um filme na cabeça. Me Lembro dela, quando era pequenininha, brincando. Mas ela sempre foi diferenciada. E, agora, falando como uma doutora, é muita felicidade”, completou.
Vale lembrar que especialistas de saúde alertam que os povos indígenas são mais vulneráveis à covid-19 do que a população brasileira em geral devido a fatores que vão da falta de cuidados de saúde à cultura de divisão de moradias e alimentos.
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.


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