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Após matança na fronteira, força-tarefa da segurança deve permanecer 15 dias na região

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Entrevista com o Comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar em Brasileia-Tenente Tales e o diretor operacional da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp), coronel Ulysses Araújo. Foto: Alexandre Lima

Por Raimari Cardoso

A força-tarefa do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP) enviado aos municípios de Brasiléia e Epitaciolândia nesta terça-feira (5) após as duas cidades registrarem 10 assassinatos com características de execução em menos de um mês deve permanecer na região por cerca de 15 dias, inicialmente.

A informação é do diretor operacional da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp), coronel Ulysses Araújo. Segundo ele, o trabalho integrado pode ter esse prazo prorrogado por mais 15 dias caso seja necessário até que a população dos dois municípios tenha de volta o clima de tranquilidade.

“Nós vamos fazer uma nova avaliação para saber da necessidade de mais 15 dias até que a gente tenha a normalidade aqui na região do Alto Acre. Nós não podemos permitir de maneira alguma que a violência aumente e a população fique à mercê de criminosos, especialmente de organizações criminosas”, afirmou.

Ulysses também relatou que o mesmo trabalho está sendo feito em outras cidades estratégicas no que diz respeito à segurança no estado, além de Rio Branco, como Cruzeiro do Sul, Sena Madureira e Senador Guiomard, onde inclusive, as forças de segurança fizeram prisões e apreensões de armas nesta terça-feira.

A reportagem conversou com o delegado Luis Tonini, que está à frente da Polícia Civil na regional do Alto Acre. Ele disse que todos os mortos nos ataques que ocorreram na madrugada de terça-feira na cidade possuíam envolvimento com o crime – uns mais e outros menos, mas todos inseridos no contexto da criminalidade.

“Todos esses que foram mortos têm envolvimento com o crime organizado. Eles são integrantes, inclusive, alguns com passagem por tentativa de homicídio. No entanto, dois deles são apenas ‘noiados’, o que a gente chama de ‘colados’, que se enveredaram pelo mundo do crime”, disse o delegado.

Para Tonini não resta qualquer dúvida de que a série de crimes que ocorreram na região nas últimas quatro semanas são decorrentes de confrontos entre grupos organizados que atuam na região. O delegado já disse em outra oportunidade que a situação de fronteira aberta nas duas cidades contribui com a criminalidade.

Desde março, já são 10 as ocorrências de crime de homicídio registradas na fronteira acreana com a Bolívia. Se for considerada uma execução ocorrida na semana passada em Cobija, capital do departamento de Pando, o total de assassinatos praticados com as mesmas características sobe para 11 na região.

De acordo com nota da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp), a operação nos dois municípios brasileiros foi deliberada durante reunião ocorrida nesta segunda-feira (4), envolvendo todas as forças policiais do Acre e conduzida pelo secretário Paulo Cézar Rocha dos Santos.

A força-tarefa compreende integrantes da Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PMAC), Grupo Especial de Fronteira (Gefron), Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), sob a coordenação do diretor operacional da Sejusp, coronel Ulysses Araújo.

A mobilização, que também conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Acre, ocorreu sob o impacto de mais quatro assassinatos e de uma tentativa de homicídio registrados na madrugada desta última terça-feira.

Madrugada de Terror

Apenas em um dos episódios, em uma casa, no bairro Leonardo Barbosa, em Brasiléia, que foi invadida por criminosos fortemente armados, três homens foram executados a tiros. Cerca de 10 indivíduos invadiram a residência e dispararam aproximadamente 30 vezes contra as vítimas.

Os mortos foram identificados como Lucas Bandeira Barbosa, de 23 anos, André Gustavo Sales de Oliveira, de 16 anos, e Wanderson Souza e Silva, sem idade informada.

Horas depois, mais um assassinato a tiros foi registrado no bairro Nazaré, por volta das 5h45 da madrugada, também em Brasiléia. A vítima morreu após ser atendida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Outro registro de tentativa de homicídio, deixando um ferido, aconteceu também no bairro Leonardo Barbosa, que se localiza em uma região de risco de Brasiléia no que diz respeito à atuação do crime organizado. A vítima foi resgatada com vida e levada ao Hospital Regional do Alto Acre.

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Rio Acre ultrapassa cota de transbordo e mantém Rio Branco em alerta máximo

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Defesa Civil registra 15,36 metros no nível do rio; aumento contínuo preocupa autoridades e moradores ribeirinhos

O Rio Acre segue em uma subida constante e preocupante em Rio Branco. Segundo medição da Defesa Civil Municipal realizada às 9h desta segunda-feira (29), o rio atingiu 15,36 metros, ultrapassando a cota de transbordo, que é de 14 metros, por mais de um metro e meio.

Nas últimas horas, o nível apresentou aumento de quatro centímetros em relação à medição anterior, realizada às 5h21, quando marcava 15,32 metros.

Apesar da ausência de chuvas na capital nas últimas 24 horas, o rio continua subindo devido ao grande volume de água acumulado nas cabeceiras, mantendo o alerta máximo para autoridades e população ribeirinha.

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Rio Tarauacá ultrapassa cota de transbordamento e mantém município em alerta

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Nível do rio atinge 10,05 metros e Defesa Civil intensifica monitoramento, apesar de não haver desabrigados

A cheia do Rio Tarauacá já ultrapassou a cota de transbordamento e mantém as autoridades em estado de atenção no município de Tarauacá, no interior do Acre. De acordo com o Informativo Hídrico divulgado pela Defesa Civil Municipal na manhã desta segunda-feira (29), o nível do rio atingiu 10,05 metros às 9h, registrando elevação em relação à medição das 6h, quando marcava 10,03 metros.

Os dados confirmam que o manancial permanece acima da cota de transbordamento, fixada em 9,50 metros, e bem acima da cota de alerta, estabelecida em 8,50 metros. Em apenas três horas, o aumento foi de dois centímetros, o que reforça a preocupação das equipes de monitoramento quanto à possibilidade de novos alagamentos em áreas ribeirinhas da cidade.

Apesar da elevação do nível do rio, a Defesa Civil Municipal informou que, até o momento, não há registro de pessoas desabrigadas em Tarauacá. As equipes seguem acompanhando a situação de forma contínua, realizando vistorias preventivas nas áreas mais vulneráveis, especialmente diante do histórico de grandes cheias no município.

O nível máximo já registrado no Rio Tarauacá foi de 11,15 metros, em 19 de fevereiro de 2021, referência que mantém as autoridades em vigilância permanente durante o atual período chuvoso.

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Homem é preso suspeito de matar a esposa e tentar simular suicídio em Porto Velho

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Pesquisas no celular e laudo do IML reforçam investigação por feminicídio ocorrido durante o Natal

Magno dos Santos Batista foi preso em Porto Velho suspeito de matar a esposa, Luciana, e tentar simular um suicídio durante o período de Natal. Segundo a Polícia Civil, além das contradições apresentadas em depoimento, análises realizadas no celular do investigado apontaram pesquisas na internet consideradas suspeitas, que reforçam a hipótese de feminicídio.

O crime ocorreu no dia 18 de dezembro, e a prisão preventiva foi cumprida no dia de Natal. Com autorização do próprio suspeito, os policiais acessaram o aparelho celular, onde encontraram buscas como “Como proceder após suicídio da esposa?”, “Se mexer no cadáver ele pode fazer barulho?” e “Quando a pessoa morre se vira o olho?”. Uma das pesquisas, realizada no dia anterior à morte, fazia referência ao que a Bíblia diz sobre pessoas que cometem suicídio.

Em depoimento, Magno afirmou que teve uma discussão com a esposa, que teria ficado “alterada”, e que foi dormir. Ao acordar, segundo ele, encontrou a companheira morta. No entanto, a investigação aponta que mensagens foram enviadas a partir do celular do suspeito no mesmo período em que ele alegou estar dormindo, o que levantou suspeitas sobre sua versão dos fatos.

Magno chegou a ser detido no dia do ocorrido, mas foi liberado inicialmente por falta de provas técnicas. A Polícia Civil, então, instaurou inquérito para apurar se a morte havia sido causada por suicídio ou homicídio.

Dias depois, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Luciana não morreu por enforcamento, mas por asfixia decorrente de estrangulamento. O exame também identificou outras lesões no corpo da vítima, reforçando a suspeita de violência.

Com base nas conclusões do laudo pericial, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) solicitou a prisão preventiva do suspeito, pedido que foi acatado pela Justiça. Após a decisão judicial, a Polícia Civil localizou Magno dos Santos Batista e cumpriu o mandado de prisão.

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