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Após fuga em massa, mais de 400 detentos fazem greve de fome em presídio no AC
Presos dos pavilhões O e P iniciaram greve de fome nesta segunda-feira (27). Iapen diz que comida dispensada por detentos deve ser doada a pessoas carentes.

Mais de 400 presos fazem greve de fome, nesta segunda-feira (27), no Complexo Prisional de Rio Branco — Foto: Aline Vieira/Rede Amazônica Acre
Por Iryá Rodrigues, G1 AC
Após a fuga em massa registrada no último dia 20, mais de 400 presos dos pavilhões O e P do Complexo Penitenciário de Rio Branco, iniciaram uma greve de fome, nesta segunda-feira (27). A informação foi confirmada pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).
O presidente do Iapen-AC, Lucas Gomes, informou que o motivo seria uma série de reclamações após a proibição de televisores, rádios e redução do tempo de visitas determinado pelo órgão no ano passado.
“Pelo menos dois prédios já recusaram alimentação agora de manhã, coincidentemente após o dia de visita, que é quando eles recebem também alimentação. Mas, a gente aguarda para ver o desenrolar disso tudo. De acordo com as informações preliminares, esses presos afirmam que perderam uma série de direitos no ano passado. Na nossa visão, foram regalias que foram retiradas, no sentido de diminuir o poderio das organizações criminosas”, afirmou Gomes.

Os presos fazem o ato em protesto contra a decisão da direção do órgão em suspender as visitas íntimas na Capital por tempo indeterminado após a fuga de 26 detentos da unidade. “Não há possibilidade de haver reversão da suspensão das visitas”, declarou.
Vídeos com supostos presos encapuzados de dentro do presídio denunciando irregularidades nas unidades prisionais do estado circulam nas redes sociais. “Estamos esquecidos, isolados e tratados como bicho”, diz preso em um dos vídeos.
Ainda segundo o presidente, a greve de fome, geralmente, é promovida por organizações criminosas que estão nos presídios. Ele disse que os que estão à frente das facções acabam obrigando os demais a aderirem ao movimento.
“A gente sabe que nos últimos dias de visita, sábado e domingo, a gente teve entrada além do normal de comida. Temos informação, inclusive, que pediram para ser mais farofa, porque estariam promovendo essa pseudogreve de fome. Justamente para pressionar o poder público em torno de regalias dentro do sistema penitenciário, algo que a gente, claro, não tem a intenção de recuar”, disse.

Mais de 400 presos dos pavilhões O e P do Complexo Penitenciário de Rio Branco, iniciaram uma greve de fome, nesta segunda-feira (27)
A comida recusada pelos presos deve ser doada a pessoas carentes. “O estado não pode deixar de produzir essa alimentação. Então, a gente estará produzindo, oferecendo aos presos e, caso eles não aceitem, a gente pretende fazer a doação e dar a quem realmente necessita”, concluiu.
Fuga
Vinte e seis presos fugiram do Complexo Penitenciário de Rio Branco, no último dia 20. Destes, nove foram recapturados e os outros 17 seguem foragidos.
Para escapar do presídio no último dia 20, os detentos fizeram um buraco na parede da cela e improvisaram cordas com lençóis. Os presos são da facção criminosa denominada Bonde dos 13, aliada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua em vários estados brasileiros.
Em coletiva, o secretário de Segurança Pública em exercício, Ricardo dos Santos, não descartou uma possível ligação entre a fuga em massa no FOC e o caso dos 76 detentos que fugiram de um presídio no Paraguai, no último dia 19.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou um procedimento administrativo para investigar as fugas no FOC. O promotor Tales Tranin acompanha as investigações das polícias Civil, Militar e do Iapen-AC para saber se houve facilitação de algum servidor público nas fugas.
Atualização de nomes
No sábado (25), o Iapen-AC divulgou uma nota atualizando a lista de foragidos. Leia a nota:
No dia da fuga, uma lista foi divulgada por meio de aplicativo de rede social, onde constava o nome dos detentos foragidos bem como o primeiro preso encontrado, tendo em vista que este foi recapturado ainda durante o momento da fuga.
Ocorre que na lista constava o nome do reeducando Anderson de Souza Alves, que havia sido transferido do pavilhão L para o pavilhão A e que por isso não foi encontrado no momento da contagem. Verificada a situação, a lista foi atualizada pela equipe de segurança e o nome do reeducando Ezimar Menezes Teixeira foi inserido à lista no lugar de Anderson de Souza Alves.

Dezessete presos que fugiram no último dia 20 seguem foragidos — Foto: Reprodução
Confira os nomes dos presos que seguem foragidos:
- Francisco Santos Braga
- Rogério Furtado dos Santos
- Ariclene Firmiano da Silva
- Dheyci de Angelo Lima e Lima
- Aloísio Lucas Mesquita
- Mirleson Nascimento da Silva
- Saymon Wallace Fonseca do Nascimento
- Valber de Aguiar Morais
- Ezimar Menezes Teixeira
- Raimundo Nonato dos Santos Fonseca
- Jaciel Batista do Nascimento
- Wellington de Souza Lima
- Joel Menezes de Queiroz
- Ronicley Ribeiro da Silva
- José Valdenes Viana da Silva
- Gerilto Caetano da Silva
- Sebastião Weverton Lima de França.
NOTA DA REDAÇÃO: a lista de foragidos foi atualizada no sábado, 25/1.
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Cortes no orçamento das universidades federais ameaçam funcionamento da UFAC em 2026; redução será de quase R$ 400 milhões
Por Dell Pinheiro
As universidades federais brasileiras enfrentarão um novo cenário de restrição financeira em 2026, com a redução de quase R$ 400 milhões no orçamento discricionário aprovada pelo Congresso Nacional. Entre as instituições impactadas está a Universidade Federal do Acre (UFAC), que já lida com limitações orçamentárias e vê agravadas as dificuldades para manter atividades essenciais.
O orçamento discricionário é responsável por custear despesas básicas do funcionamento universitário, como pagamento de água, energia elétrica, segurança patrimonial, limpeza, manutenção de prédios e apoio a atividades acadêmicas. Com o corte, a UFAC poderá ter comprometida a rotina dos campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, afetando diretamente o ensino, a pesquisa e as ações de extensão desenvolvidas junto à comunidade acreana.
Uma das áreas mais sensíveis é a assistência estudantil. Programas de auxílio permanência, moradia, alimentação e transporte, fundamentais para estudantes em situação de vulnerabilidade social, correm risco de sofrer redução. Na UFAC, esses auxílios são considerados estratégicos para garantir o acesso e a permanência de alunos do interior do estado, de comunidades indígenas, ribeirinhas e de baixa renda.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou preocupação com o cenário e alertou que o orçamento previsto para 2026 será inferior ao de 2025. Segundo a entidade, a queda ocorre em um contexto de inflação acumulada e de reajustes contratuais, o que reduz ainda mais a capacidade das universidades de manter seus compromissos financeiros.
Para a UFAC, os cortes representam um desafio adicional em um Estado onde a universidade federal desempenha papel central na formação de profissionais, na produção científica e no desenvolvimento regional. Gestores e a comunidade acadêmica alertam que a manutenção do ensino público, gratuito e de qualidade depende de um financiamento compatível com as demandas reais das instituições.
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VÍDEO: Segundo envolvido no assassinato de Moisés Alencastro é preso pela DHPP em Rio Branco
Nataniel Oliveira teve prisão preventiva decretada pela Justiça; outro suspeito já havia sido preso e confessado o crime
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, no fim da tarde desta quinta-feira (25), Nataniel Oliveira de Lima, apontado como o segundo envolvido no assassinato do colunista Moisés Alencastro, ocorrido no último domingo (22), em Rio Branco.
A prisão aconteceu em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado, durante uma ação de investigadores da especializada. Contra Nataniel havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Estadual das Garantias, após representação feita pelo delegado Alcino Ferreira Júnior. No mesmo endereço, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão.
Ainda na madrugada desta quinta-feira, a DHPP já havia prendido Antônio de Souza Morães, de 22 anos, que confessou a autoria do crime. No entanto, os detalhes sobre a dinâmica e a motivação do homicídio não foram divulgados oficialmente.
Moisés Alencastro, que era servidor do Ministério Público do Acre e atuava como colunista, foi morto dentro do próprio apartamento, localizado no bairro Morada do Sol. O caso causou grande repercussão no meio jornalístico e institucional do estado.
Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação aponta para um crime de natureza passional. As investigações continuam para esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato e a participação de cada envolvido.
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PAA: Nova portaria libera R$ 4 milhões para compra direta de alimentos de produtores acreanos
Por Wanglézio Braga
O Governo Federal destinou até R$ 4 milhões para o Acre executar a modalidade Compra com Doação Simultânea (CDS) do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), voltada à compra de produtos da agricultura familiar para doação a povos indígenas em situação de insegurança alimentar. A medida foi oficializada por portaria do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 23, e terá vigência inicial de 12 meses, com possibilidade de prorrogação.
Pela regra, o Estado deverá priorizar a compra direta de alimentos produzidos pelos próprios povos indígenas. Caso a oferta não seja suficiente, a aquisição poderá ocorrer junto a outras comunidades tradicionais e, em último caso, a agricultores familiares em geral. Os alimentos, in natura ou industrializados, deverão respeitar os hábitos alimentares locais e serão distribuídos diretamente nas aldeias ou em equipamentos públicos instalados nos territórios indígenas.
O pagamento aos fornecedores será feito diretamente pelo Governo Federal, por meio do MDS, garantindo mais segurança ao produtor e evitando atrasos. Para ter acesso aos recursos, o Acre precisa confirmar o interesse no programa em até 30 dias após a publicação da portaria, aceitando as metas no sistema do PAA. Caso o prazo não seja cumprido, o recurso poderá ser remanejado para outros estados.
O Estado terá até 90 dias para cadastrar a proposta no sistema e iniciar as operações, após aprovação do plano operacional e emissão dos cartões dos beneficiários fornecedores.









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