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Apaixonadas pela leitura, amigas criam grupo no acre para debater e incentivar literatura feminina
Projeto ‘Leia Mulheres’ está presente em vários estados do país e incentiva a leitura de obras escritas por mulheres. No Acre, projeto chegou no ano passado.

Apaixonadas pela leitura, amigas criam grupo para debater literatura feminina no Acre v — Foto: Arquivo pessoal
Por Tácita Muniz, G1 AC — Rio Branco
Um projeto voltado para a literatura feminina tem ganhado espaço no Acre desde o ano passado. Implantado em vários estados do Brasil e até em outros países, o projeto “Leia Mulheres” tem como objetivo fomentar a leitura de obras femininas.
Na semana em que se comemora o Dia da Mulher, um marco de lutas, avanços, mas, ainda há um espaço onde muito progresso é necessário. A reportagem conversou com as duas amigas que resolveram implantar o projeto em Rio Branco.
O amor pela leitura é genuíno entre as amigas Lia Araújo, de 31 anos, e Jamilla Figueiredo, de 32. As duas são formadas em filosofia e alimentam o amor pelos livros desde à infância. Ao saberem do grupo criado em 2015 em São Paulo (SP), as duas seguiram o movimento de tornar física uma mobilização virtual pela hashtag ‘readwomen2014’, criada pela escritora Joana Walsh.
Mas, só em 2019 elas fizeram a seleção para que o Acre também fizesse parte desse propósito.
“Me apaixonei pelos livros desde à infância. Adorava histórias e descobri nos livros uma fonte inesgotável delas. Eles determinaram minhas escolhas profissionais e a existência na vida adulta”, conta Lia, que é professora de filosofia e também formada em sociologia.
Já Jamila diz que o hábito da leitura sempre foi de maneira discreta e esporádica, mas é algo presente também desde à infância.
“A proposta do grupo é fomentar a leitura e a crítica de obras escritas por mulheres, dos mais variados gêneros literários”, diz Jamila.

Ideia do grupo é fomentar a leitura de obras escritas por mulheres — Foto: Reprodução/Instagram
Membros
O grupo tem um perfil no Instagram, onde 407 seguidores fazem parte. Já nos encontros presenciais, uma média de 35 pessoas debatem a obra escolhida. Para mediar a conversa, as amigas também escolhem mulheres para direcionar o debate e fazer apontamentos importantes na obra estudada.
“Todo mês conversamos sobre uma obra, seu contexto, suas influências, importância, sua relevância e incentivamos o compartilhamento da experiência estética de cada leitora ou leitor. Para proporcionar uma diversidade de gêneros literários, nós definimos um cronograma temático”, explicam as amigas.
Na roda de conversa, todos podem falar sobre suas impressões daquela obra avaliada.
“Os encontros possuem a dinâmica de roda de conversa, e, em cada encontro, são convidadas mulheres para mediar a discussão. Todos os presentes são convidados a compartilhar sua perspectiva e experiência com a obra escolhida. Não possui viés acadêmico, apesar de termos convidado sociólogas, psicólogas, filósofas, professoras de língua portuguesa, historiadoras, e outras, para mediar a roda dialógica, muito mais porque entendemos que essas pessoas podem ser mais qualificadas para mediar as discussões ao que por um caráter academicista”, ressaltam.

Na roda de conversa, todos podem falar sobre suas impressões daquela obra avaliada. — Foto: Reprodução/Instagram
Mulher na literatura
Lia destaca ainda que o projeto vem com o objetivo de quebrar a supremacia masculina no contexto de obras literárias.
“O mercado literário ainda tem uma ideia de que mulheres não escrevem boas histórias e que se limitam a poucos gêneros literários, o maior exemplo são escritoras como J.K Rowling, que no começo da carreira teve seus livros editados apenas com as iniciais pelo fato de o mercado editorial achar que a obra seria mais bem aceita se as pessoas não soubessem que se tratava de uma escritora que se propunha escrever fantasia”, explica.
Outro fator importante da representatividade feminina em obras literárias é que as mulheres se sentem representadas, com uma narrativa real e próxima de suas realidades.
“Elas [autoras] falam sobre suas realidades, concretas ou não, e podem ajudar outras mulheres a encontrarem suas próprias vozes. Sempre gosto de dizer que somos, porque outras foram antes de nós”, pontua.
Lia é apaixonada por Clarice Lispector e Simone de Beauvoir, já Jamilla tem preferência pelas obras da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Porém, as duas acreditam que a disseminação da literatura feminina ainda precisa ser fortalecida, principalmente nas redes de ensino.
“Quando falamos nos nossos livros favoritos é bem provável que eles tenham sido escritos por homens. Não porque as mulheres não escrevam bons livros, mas porque o meio educacional e cultural ainda tem pouco espaço para as mulheres. Somos formadas em filosofia. Quantas filósofas você consegue citar?”, questiona Lia.

Roda de conversas em Rio Branco debate obras femininas — Foto: Arquivo pessoal
Espaço acolhedor
As mulheres têm assumido espaços importantes dentro da sociedade, seja na literatura, mercado de trabalho ou em cenários, muitas vezes, estereotipados masculinos. Porém, as duas amigas acreditam que os avanços foram tímidos e que a questão feminista devem ser uma constância nos debates.
“Vejo como poucos avanços teóricos e poucos na prática. Lógico que temos muito espaço para discutir as nossas pautas e reivindicar espaços, mas, culturalmente, ainda existe muita resistência. Além da valorização das produções femininas, fomento à leitura e discussão crítica, também visamos a criação de um espaço acolhedor para que as mulheres se sintam à vontade para falar”, finaliza Lia.
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Cinco pessoas morrem em acidente de carro em Goiás; três eram PMs
Acidente aconteceu no município de Firminópolis (GO), na tarde desta quarta-feira (25)

Grave acidente envolveu dois veículos • Reprodução/Corpo de Bombeiros Militar de Goiás
Três policiais militares estão entre as cinco vítimas de um grave acidente, nesta quinta-feira (25), na GO-164, altura do km 397, no município de Firminópolis, Goiás. Os agentes estavam de folga no momento do acidente.
Segundo o CBMGO (Corpo de Bombeiros Militar de Goiás), dois veículos tiveram uma colisão frontal entre um automóvel de passeio e uma caminhonete, as vítimas do acidente ficaram presas nas ferragens. No carro de passeio estavam quatro pessoas, todas com ferimentos graves.
As mortes foram confirmadas no local pelo médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Na caminhonete, duas vítimas foram socorridas pelo Samu e encaminhadas para atendimento hospitalar, sendo posteriormente confirmado um óbito na unidade de saúde.
O Governo de Goiás confirmou a identidade dos três PMs que morreram:
- Robson Luiz Fortuna Filho – 31 anos;
- Renato da Silva Duarte – 32 anos;
- João Paulo Marim Guimarães – 32 anos.

Soldado Robson Luiz Fortuna Filho • Reprodução/Polícia Militar

Soldado Renato da Silva Duarte • Reprodução/Polícia Militar

Soldado João Paulo Marim Guimarães • Reprodução/Polícia Militar
O Governador Ronaldo Caiado também lamentou a morte dos agentes e das outras duas vítimas.
“Neste momento de dor, manifesto minha solidariedade a todos os familiares, amigos e irmãos de farda, estendendo também minhas condolências às famílias das outras vítimas atingidas por esse acidente”, escreveu Caiado.
As equipes do CBMGO atuaram no desencarceramento das vítimas, retirando os corpos das ferragens e encaminhando ao IML (Instituto Médico-Legal).
A PMR (Polícia Militar Rodoviária) assumiu a ocorrência, ficando responsável pelo controle do tráfego e pela adoção dos procedimentos legais necessários.
Fonte: CNN
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“Saidinha”: detento é preso por tentar estuprar idosa de 89 anos
Detento beneficiado com saída temporária invadiu casa de idosos, tentou estuprar mulher de 89 anos e brigou com homem de 90 em Lorena
Um homem de 43 anos foi preso em flagrante suspeito de invadir a casa e tentar estuprar uma das vítimas, uma idosa de 89 anos, na madrugada desta quinta-feira (25/12), no bairro Vila Nunes, em Lorena, no interior de São Paulo.
De acordo com o boletim de ocorrência, o infrator, que é um detento que estava em saída temporária, entrou, por volta das 2h30 na casa de um casal de idosos exigindo dinheiro das vítimas.
Ao tentar abusar sexualmente da mulher, o casal resistiu, entrando em luta corporal com o marido da idosa, de 90 anos, que afastou o bandido com golpes de muleta.
O suspeito acertou a mão do homem com uma tesoura e fugiu do local.
A Polícia Militar foi acionada e as vítimas foram levadas ao pronto-socorro.
Em buscas pelo região, o homem foi localizado e encaminhado à Delegacia de Lorena, onde permanece à disposição da Justiça.
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Dono de churrascaria mata borracheiro por causa de “música de louvor”
A troca de palavras rapidamente se transformou em agressão física. Durante o confronto, o suspeito sacou uma faca e desferiu vários golpes
Um desentendimento motivado pelo volume de músicas de louvor terminou de forma trágica na manhã do Dia de Natal, na zona leste de Manaus. O borracheiro Sidney da Silva Pereira, de 31 anos, foi morto a facadas após uma briga com um vizinho, supostamente incomodado com canções religiosas tocadas no local de trabalho da vítima.
Segundo testemunhas, Sidney estava em sua borracharia, no bairro Cidade Nova, por volta das 6h30, ouvindo músicas de louvor cristão em uma caixa de som. Irritado com o volume e com o conteúdo religioso das canções, o vizinho — identificado como dono de uma churrascaria da região e conhecido como “Gaúcho” — teria iniciado uma discussão, fazendo ofensas direcionadas à música e à prática religiosa da vítima.
A troca de palavras rapidamente se transformou em agressão física. Durante o confronto, o suspeito sacou uma faca e desferiu vários golpes contra o borracheiro. Gravemente ferido, Sidney foi socorrido e encaminhado ao Hospital e Pronto-Socorro Dr. Aristóteles Platão Bezerra de Araújo, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Discussão e morte
Apesar do atendimento médico, Sidney não resistiu aos ferimentos e morreu no fim da tarde da quinta-feira (25), aumentando a comoção entre familiares, amigos e moradores da região.
De acordo com a Polícia Civil do Amazonas, a ocorrência foi registrada inicialmente como tentativa de homicídio. Após a confirmação da morte, o caso passou a ser investigado como homicídio consumado, tendo como causa o óbito por ferimentos provocados por arma branca.
O crime está sendo investigado pelo 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP). O principal suspeito ainda não foi localizado. A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) pode assumir o inquérito para aprofundar as investigações, principalmente sobre a motivação ligada à intolerância e ao desentendimento causado pela música de louvor.
A polícia pede que qualquer informação que ajude a localizar o suspeito seja repassada de forma anônima pelo disque-denúncia 181.

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