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Brasil

Aos 59 anos, autônomo aprende a costurar para fazer máscaras e sustentar família no Acre

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Antônio Gomes fazia fotografia e revelava na hora, vendia milho e água quando teve que parar de trabalhar por causa da pandemia. Ele se diz animado com o novo negócio.

No AC, autônomo aprende a costurar e fazer máscaras para sustentar a família na quarentena — Foto: Arquivo pessoal

Por Alcinete Gadelha

A pandemia do novo coronavírus vem, ao longo dos últimos meses, moldando o modo de viver de muitas pessoas que foram afetadas de formas diferentes pelos efeitos da doença. Muitos estão tendo que se desdobrar e se reinventar para poder sustentar a família, o autônomo Antônio Gomes, de 59 anos, é uma destas pessoas.

Gomes mora no bairro Sobral e trabalhava como ambulante na região da Gameleira, no Segundo Distrito de Rio Branco, onde fazia fotografia e revelava na hora além de vender milho e água. Mas, com a pandemia, toda a renda da família foi comprometida e há uma semana ele aprendeu a costurar para garantir o sustento de todos.

Ele conta que precisou parar de trabalhar como ambulante precisou e ficou preocupado, porque a família toda é autônoma e a situação complicou. A esposa dele é dona de casa, uma das filhas é estudante e a outra é formada em fisioterapia e tinha acabado de abrir um consultório e investir as economias que tinha. As duas filhas ajudavam ele no trabalho na região central da capital.

Mas, Gomes disse que já tinha uma máquina de costura em casa que ninguém usava há pelo menos 10 anos, fez o resgate dela e tomou uma decisão: “vou costurar e fazer máscara. Fui ajeitar a máquina que estava com o pedal quebrado, mas agora está funcionando e foi feita uma adaptação no motor e comecei”, conta, animado.

A única experiência que teve com a máquina de costura foi na infância. Ele conta que a mãe costurava e ele, quando garoto, vez ou outra mexia na máquina e fazia pequenos consertos nas roupas. Agora, ele foi além. Junto com as filhas comprou tecidos, elástico, linha e começou.

“Aprendi tem uma semana. Minha filha corta e eu costuro. Está tudo parado [o trabalho]. Nós compramos o material e estou fazendo”, contou.

Antônio Gomes aprendeu a costurar e agora está vendendo máscaras pra sustentar a família — Foto: Arquivo pessoal

Trabalho e renda

As máscaras estão sendo vendidas a R$ 5 e ele ainda não calculou quantas já vendeu na primeira semana de trabalho, mas acredita que o negócio vai dá certo, mesmo ainda estando na fase de organização.

“Enquanto tem trabalho, estou fazendo. No sábado (9), comecei pela manhã e parei por volta da meia noite”, disse.

As máscaras são embaladas e ainda vão com orientações de higiene e Gomes mostra que com um pouco de determinação e capricho as coisas dão certo.

Orgulhosa do pai, uma das filhas fez postagem nas redes sociais para falar do esforço em se reinventar e sustentar a família — Foto: Arquivo pessoal

Quando começou o trabalho, uma das filhas dele Fabiana Souza postou em uma rede social como forma de desabafo a história do pai e acabou repercutindo. Ela chegou a dizer que no começo não acreditaram muito.

Mas, depois de dois dias estudando, o pai aprendeu e começou a costurar. Orgulhosa pelo esforço e empenho do pai, ela falou que as primeiras máscaras não ficaram muito boas, mas que agora estão perfeitas.

“Ele viu que o pessoal estava fazendo e resolveu tentar. Graças a Deus todo mundo elogia as máscaras e acham que somos nós, mulheres, que fazemos, mas a gente só escolhe os tecidos mais bonitos e tudo é mérito dele”, elogiou.

Fabiana é formada em fisioterapia e tinha acabado de abrir um consultório em frente à casa dela, no mês de fevereiro, e também viu o negócio ser prejudicado com a pandemia e, agora, ela também está ajudando o pai, que é o orgulho dela. Ela falou que todos na família voltaram a ser como antes, uns ajudando os outros e trabalhando juntos sempre.

“Todo mundo aqui em casa faz um pouco, eu ia ajudar a tirar fotos, a minha irmã também. Ficou um pouco complicado, porque todo mundo aqui é autônomo, mas agora vai ficar tudo bem e vamos conseguir superar essa fase”, concluiu, orgulhosa do pai.

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Brasil

Lula pede ao STF que suspenda processos de vítimas do INSS para acelerar devolução de valores

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Presidente Lula • Ricardo Stuckert / PR

Segundo o CNJ, mais de 4,1 milhões de ações previdenciárias estão em tramitação no país

Em uma ação cautelar de urgência, a AGU (Advocacia-Geral da União) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão de todos os processos judiciais relacionados à responsabilização da União e do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pelos descontos indevidos feitos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.

O pedido foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da AGU, Jorge Messias.

Além das ações em curso, também foi solicitado ao STF a perda da eficácia dos processos que já tiveram alguma sentença. Segundo a AGU, a medida é necessária para preservar a capacidade administrativa do INSS de processar os pedidos de restituição.

“Além disso, o objetivo é evitar um contexto de litigância de massa que poderia prejudicar a segurança orçamentária da União e, no limite, pôr em risco a própria sustentabilidade das políticas de pagamento de benefícios previdenciários”, comentou a instituição.

Jorge Messias reafirma o objetivo principal: “O governo quer pagar as vítimas sem judicialização”.

Dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) apontam que mais de 4,1 milhões de ações previdenciárias estão em tramitação no país.

Ao mesmo tempo, é estimado que aproximadamente 9 milhões de descontos associativos foram implementados nos benefícios pagos pelo INSS nos últimos cinco anos, o que, segundo a AGU, mostra a possibilidade de aumento no volume de litígios.

‘Interpretações conflitantes’

No documento enviado ao Supremo, a AGU pontua que as decisões nas demais instâncias judiciais têm “apresentado interpretações conflitantes sobre os requisitos, fundamentos e extensão da responsabilidade da União e do INSS por atos fraudulentos de terceiros”.

A AGU sustenta que o cenário de judicialização descontrolada sinaliza um risco concreto de “colapso do sistema de Justiça” e comprometimento da capacidade operacional do INSS em responder adequadamente às demandas judiciais.

Algumas das decisões, conforme a AGU, têm atribuído ao Estado e ao instituto o pagamento em dobro do valor a ser ressarcido pelos descontos ilegais.

Porém, segundo a AGU, essa quantia é normalmente usada em processos que tratam de relações de consumo de bens e serviços, o que, conforme a ação, “viola o princípio da legalidade, uma vez que as atividades administrativas em questão não atraem o regime do Código de Defesa do Consumidor”.

Crédito extraordinário

O documento assinado por Lula enviado ao STF requer, ainda, a abertura de crédito extraordinário para o governo poder fazer o ressarcimento das vítimas. Esses recursos adicionais ficariam de fora dos limites fiscais dos anos de 2025 e 2026, segundo a solicitação feita ao Supremo.

Segundo o pedido, a Operação “Sem Desconto”, da Polícia Federal, que revelou o esquema de fraudes em aposentadorias e pensões do INSS, foi uma situação imprevisível, justificando a abertura de crédito extraordinário.

A AGU diz haver um “elevado interesse social em agilizar a restituição dos valores indevidamente desviados das contas dos segurados do INSS”.

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Brasil

Homem chama ex-companheira para ajudar a desmembrar vítima e espalhar restos mortais por La Paz

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Uma das bolsa encontradas onde estava parte do corpo da mulher.

Crime brutal choca Bolívia e mobiliza autoridades em busca do principal suspeito, que está foragido

Um crime de extrema crueldade abalou a cidade de La Paz, na Bolívia. José Luis T. A., de 43 anos, é acusado de assassinar e desmembrar Fabiola Jaliri Chipata, de 32 anos, com a ajuda de sua ex-companheira, mãe de seus quatro filhos. Após o crime, os dois teriam distribuído partes do corpo da vítima em diferentes pontos da cidade na tentativa de ocultar o assassinato.

De acordo com a Polícia boliviana, os restos mortais começaram a ser encontrados no dia 7 de junho, quando moradores da capital localizaram partes de um corpo em sacos plásticos. A investigação foi conduzida pela Força Especial de Luta Contra o Crime (FELCC), cujo diretor, coronel Gabriel Neme, confirmou que o principal suspeito foi identificado, mas segue foragido.

Polícia está a procura do homem que praticou o crime que chocou a cidade de La Paz.

Segundo o Ministério Público, testemunhas relataram ter visto um casal empurrando um carrinho coberto com uma casinha de cachorro. Supostamente, estavam descartando “lixo”, mas as sacolas continham partes do corpo da vítima. Durante a perícia inicial, foi constatada a ausência das mãos, o que dificultou a identificação da vítima.

Somente quatro dias após o início das buscas, durante uma nova varredura na zona Periférica de La Paz, as mãos foram encontradas, o que permitiu confirmar a identidade da mulher assassinada.

Familiares da vítima ainda não teriam sido localizadas.

O promotor Carlos Torrez, que acompanha o caso, classificou o crime como “premeditado e perverso”. A ex-companheira de José Luis foi detida, e as autoridades pedem apoio da população para localizar o autor do crime, considerado de alta periculosidade. A motivação ainda está sendo investigada.

A brutalidade do caso causou indignação nacional e reacende o debate sobre os altos índices de feminicídios e violência contra a mulher no país.

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Policial sequestrado e morto com dinamite no estômago é identificado como a quarta vítima dos confrontos na Bolívia

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Governo denuncia brutalidade em meio à escalada de violência durante bloqueios promovidos por apoiadores de Evo Morales; quatro policiais e um civil já morreram

A crise social e política na Bolívia ganhou contornos ainda mais trágicos nesta quinta-feira (12), com a confirmação da morte do quarto policial em meio aos protestos e bloqueios liderados por setores ligados ao ex-presidente Evo Morales. O subtenente Christian Calle Alcón foi encontrado sem vida nas imediações da rodovia que liga Cochabamba ao oeste do país, uma das regiões mais afetadas pelos confrontos com forças de segurança.

De acordo com o vice-ministro de Regime Interior, Jhonny Aguilera, Calle Alcón foi sequestrado e brutalmente assassinado. “No caso de Christian Calle, ao ter sido sequestrado por uma horda, foi morto com o uso de dinamite em sua cavidade estomacal”, relatou Aguilera durante coletiva de imprensa, revelando o grau de violência dos ataques.

Os outros três policiais – Carlos Enrique Apata Tola, Brayan Jorge Barrozo Rodríguez e Jesús Alberto Mamani Morales – foram mortos na quarta-feira (11) em Llallagua, no departamento de Potosí. Segundo o governo boliviano, eles foram atingidos por disparos efetuados por supostos francotiradores.

Além dos agentes de segurança, um civil também morreu na região de Cochabamba. De acordo com o ministro de Governo, Roberto Ríos, o comunário faleceu após manipular um artefato explosivo. Ríos voltou a responsabilizar os grupos ligados a Evo Morales, acusando-os de recorrer à violência extrema para desestabilizar o governo do presidente Luis Arce.

Os bloqueios de estradas, iniciados em 2 de junho, pedem a renúncia de Arce e alegam também reivindicações econômicas. No entanto, o mandatário nega qualquer possibilidade de renúncia e afirma que os protestos têm o objetivo de forçar uma nova candidatura de Morales à presidência, o que aprofundou o racha interno no partido Movimento ao Socialismo (MAS).

Enquanto os protestos persistem e os bloqueios se espalham por regiões estratégicas, Arce ordenou a intensificação das operações conjuntas entre a polícia e as Forças Armadas para restabelecer a ordem e garantir a circulação nas rodovias do país.

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