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Aos 30 anos, jornalista se descobre bissexual e ganha música da noiva ao ser pedida em casamento em tenda de umbanda no AC: ‘A espiritualidade é que nos conduz’

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Aos 30 anos, jornalista se descobre bissexual e ganha música da noiva ao ser pedida em casamento em tenda de umbanda no AC: ‘A espiritualidade é que nos conduz’

Maria Meirelles e Thays Cavalcante começaram a namorar em dezembro de 2020 e comemoram o segundo dia Dia dos Namorados juntas. Maria nunca havia se relacionado com mulher.

Maria e Thays estão há quase dois anos juntas após se conhecerem em tenda de umbanda no Acre — Foto: Arquivo pessoal

Maria e Thays estão há quase dois anos juntas após se conhecerem em tenda de umbanda no Acre — Foto: Arquivo pessoal

Quem não quer a sorte de um amor tranquilo? Como questionava Cazuza em uma de suas músicas mais famosas. Foi assim que o amor da jornalista Maria da Liberdade Meirelles, de 31 anos, e da professora Thays Cavalcante, de 25, foi sendo construído aos poucos. Com autoconhecimento e tendo a religião como guia, já que as duas são umbandistas e se conheceram na Tenda Luz da Vida, em Rio Branco, elas têm caminhado juntas há dois anos.

Neste Dia dos Namorados, o g1 conta a história de amor destas duas mulheres, já que junho também é o mês do orgulho LGBTQIA+.

O sentimento romântico por uma mulher foi novidade para Maria, que, até os 30 anos se reconhecia como heterossexual. Diferente de Thays, que é uma mulher lésbica, a jornalista só havia se relacionado com homens e precisou de um tempo para processar o novo sentimento. Uma redescoberta, nas palavras dela.

“Quando a gente passou a conversar, logo percebi o interesse dela, mas demorei um pouco para perceber o meu interesse, porque costumo dizer que a heteronormatividade é meio compulsória. A gente é criada em um universo hétero, as minhas amigas ficavam com homens, então sempre me relacionava com homens e, por eu ser bissexual, era natural porque não era algo que me incomodasse ficar com homens”, conta a jornalista.

Só que o interesse foi aumentando e para algumas amigas mais íntimas Maria já havia revelado que, se fosse ficar com mulher, ficaria com Thays.

“Foi um processo interno muito profundo, mas também não sou muito de ficar me lamentando e pensando muito nisso. Depois que caiu a ficha e fui me autoconhecendo, pensei qual seria o motivo de eu não ter me descoberto antes”, conta.

Maria não carrega apenas a liberdade no nome, mas também sempre lutou por tudo que acredita, tudo que a faz sentir-se bem. Ela disse que conhecer a namorada e passar por esse processo dentro da umbanda, onde encontrou apoio, fez toda a diferença.

“A gente brinca que a umbanda e a ayahuasca são nossa terapia de casal. Para mim, teve o processo de autoconhecimento para eu poder falar, mas quando resolvi ser feliz e de fato viver isso, foi muito tranquilo porque costumo dizer que quando está tranquilo internamente, as coisas externas conseguem ser mais tranquilas. Eu sempre fui na minha família uma transgressora, vamos dizer assim. A parte da minha outra família, que é a biológica, porque tenho dois pais e duas mães, ela é toda evangélica e eu sempre fui de esquerda, sempre fui feminista, sempre escolhi os meus próprios caminhos”, relembra.

Ela também é a única da família que mora no Acre e diz que tenta levar com leveza os rótulos e sente orgulho da sua caminhada.

“Tive dos meus pais muito acolhimento, também dos meus amigos, mas principalmente da minha religião. Estar inserida em um ambiente que te enxerga naturalmente com relação a isso é muito importante, então esse ambiente que eu já caminhava há muito tempo, e que pra mim é um ambiente de paz, de autoconhecimento, me trouxe a tranquilidade para poder me reconhecer e dizer: ‘estou feliz e quero ser desse jeito.’”

As duas durante protesto contra o presidente em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

As duas durante protesto contra o presidente em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

É difícil tentar separar a história das duas da política. Isso porque Thays conta que, antes mesmo de ver Maria pela primeira vez no terreiro da umbanda, já havia visto algumas postagens dela no Twitter. O arroba na rede social da jornalista chamou a atenção da professora.

“Ela usava no perfil um ‘Fora Bolsonaro’ e, por a gente ter algumas pessoas em comum, aparecia as postagens dela para mim e achava algumas coisas bem interessantes”, relembra.

Ela só conheceu Maria bem depois, quando decidiu ir visitar a tenda que Maria já frequentava. No primeiro momento, não houve flerte, ela apenas reconheceu que Maria era a dona do perfil que havia chamado atenção na rede social.

As duas se conheceram em outubro de 2020, em dezembro começaram a namorar e já em abril do ano passado decidiram dar mais um passo importante: morar juntas. Com um ano de namoro, Thays então decidiu pedir Maria em noivado no mesmo local onde se conheceram, que é a tenda umbandista que frequenta.

‘Meu mais lindo girassol’

O pedido veio também com uma música feita por ela para a amada. Na música, ela destaca ainda a importância da religiosidade para as duas, que são unânimes em dizer que uma foi o presente da outra para seguir os caminhos, sendo conduzidas por seus guias.

E foi por meio da arte, no ambiente em que mais se sentem à vontade, que Thays se declarou ao revelar para Maria a música “Meu mais lindo girassol”.

Todo dia ao acordar
É ao teu lado que eu quero estar
Partilhando sonhos e sorrisos
Me encontrando no teu olhar
É bem fácil saber como pude me apaixonar
É bem fácil saber como pude me apaixonar
Tu tens encantos das águas doces
E reluz o ouro de Oxum
Meu pai Xangô nos abençoou
A espiritualidade é que nos conduz
Nosso amor é plenitude
Mansidão e vendaval
Ao teu lado sou feliz
Meu mais lindo girassol

Foi assim que as duas noivaram, recebendo muito amor dos amigos que viram o amor começar e ir amadurecendo. Para Thays, ter pontos tão comuns com Maria, como a religião, a política e objetivos de vida faz com que a relação seja leve e uma ser porto seguro da outra.

“Essa história de os opostos se atraem é muito pesada pra gente, porque a gente acaba querendo se encaixar em caixinhas que nunca vai caber. Na minha relação com a Maria, a gente se completa, isso é muito real. Ter esses objetivos em comum, ideologias em comum, porque, embora a gente seja muito complementar, a Maria me tira muito da minha zona de conforto, a gente tem muito esses diálogos de crescimentos,” avalia.

Thays fala ainda do aprendizado que a relação traz. “Me relacionar com a Maria é um processo de autoconhecimento, de desafio, de sempre tentar ser melhor, não só pra ela. Pensei que tinha que me tornar melhor para o outro, mas a Maria me trouxe a importância de que, se eu estiver bem comigo, minhas relações vão fluir bem melhor. Então, me relacionar com essa mulher é um aprendizado todos os dias, graças a Deus, ela é de fato meu presente”, completa.

Julia, de 9 anos, estava morando com Thays e Maria — Foto: Arquivo pessoal

Experiência da maternidade

Neste ano em que ficaram juntas, as duas também puderam experimentar um pouco do sentimento da maternidade. Julia, de 9 anos, que é sobrinha de Maria, estava morando com elas, porque a irmã da jornalista foi embora para outro estado e decidiu esperar um tempo para que a menina também fosse.

As duas contam que foi uma experiência ainda mais reveladora, porque, além de pensar nas duas, o casal tinha um objetivo ainda maior: dar o melhor para a pequena. Para Maria, não houve confusão para Júlia e a sobrinha sempre respeitou sua relação e torceu para que ela ficasse com Thays.

“Nunca precisei explicar para a Julia porque namoro homens, então não preciso explicar porque eu namoro mulheres, então foi tudo muito natural. A Thays foi apresentada como minha namorada e a Julia imediatamente gostou muito da Thays, inclusive, se parece muito com ela, a personalidade é muito semelhante e a gente nunca parou para problematizar, porque para a gente é natural, é tranquilo”, conta.

A menina então passou a viver a rotina do casal e também frequenta a umbanda. Tudo porque ela demonstrou interesse e se espelha nas duas mulheres que têm como referência. Sobre essa experiência, de ser responsável por alguém ao lado da noiva, Thays conta que foi uma nova perspectiva, que a fez mudar muitos conceitos e passar a pensar, ainda mais, no outro.

“Eu vinha de uma outra perspectiva de sempre estar em um relacionamento que seria Maria e eu sempre. De repente, me vi focando todos os objetivos para que a Julia sempre estivesse bem”, revela.

Agora, as duas se preparam porque a menina deve esperar acabar o semestre para ir para a Bahia, onde a mãe dela mora. Apesar de sofrerem com a saudade, as duas dizem que só querem o melhor para a menina: “A gente entende que o que é melhor para ela vai ser melhor pra gente.”

Maria diz que se reconhecer bissexual foi um mergulho intenso e teve a religião como apoio — Foto: Arquivo pessoal

‘Sempre usei sapatos muito apertados’

Sobre o mergulho no autoconhecimento e, finalmente, poder se entender como bissexual, Maria diz que foi, além de tudo, a resposta para muitas perguntas que se fazia ao longo do tempo. Como diz a música que Thays fez para ela, agora encontrou mansidão. Um lugar tranquilo onde o amor pode repousar.

“Brinco dizendo que sempre usei sapatos muito apertados para os meus pés. Brinco com esse negócio de sapatão. De todos os meus relacionamentos anteriores, e todos têm importância porque ajudaram na minha construção, o que mais me marcou foi quando decidi me relacionar comigo. Quando decidi me conhecer e acabar com um monte de faceta que fui construindo ao longo da vida para caber nos grupos”, revela.

Para Maria, a impressão que os relacionamentos passaram a ela é que nunca estava bom, sempre faltava algo. A matemática não batia.

“Me sentia excessiva nas relações anteriores, não era como se fosse muito, não era como se sobrasse. Ou era inteligente demais, ou falava de política demais ou eu era bonita demais e eu nunca cabia e eu ficava tentando me diminuir para tentar caber ali, sabe. E hoje na minha relação, não me sinto excessiva, não me sinto nem pequena, nem grande, é um local onde de fato me cabe.”

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Motorista e filha ficam feridas após colisão contra poste em Rio Branco

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Condutora admitiu ter tomado medicamento que causa sonolência antes de dirigir; veículo danificou poste, e equipes da Energisa foram acionadas

Uma motorista de 51 anos, identificada apenas como Márcia, e sua filha de 11 anos ficaram feridas após um acidente na noite deste sábado (15), na Avenida Nações Unidas, no bairro 7° BEC, em Rio Branco. De acordo com a condutora, ela perdeu o controle do veículo após tomar o medicamento clonazepam, que causa sonolência, e colidiu contra um poste de energia elétrica.

Márcia relatou que havia recebido a recomendação médica de não dirigir após o uso do remédio, mas desconsiderou o alerta. Suspeita-se que ela tenha cochilado ao volante enquanto trafegava no sentido bairro-centro em um Honda Civic branco, de placa NAE-6641.

Com o impacto, os airbags do veículo foram acionados, protegendo as duas ocupantes. O carro derrubou parcialmente o poste, o que exigiu o acionamento da equipe plantonista da Energisa para avaliar os danos. A substituição do poste será necessária, pois há risco de queda sobre veículos e pedestres que circulam pela avenida.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou os primeiros socorros e encaminhou Márcia e sua filha ao Pronto-Socorro de Rio Branco. O caso serve como alerta para os riscos de dirigir sob o efeito de medicamentos que afetam a capacidade de condução.

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Prefeitura de Rio Branco monitora e presta assistência a pequenos produtores atingidos pela cheia do Rio Acre

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A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Agropecuária (Seagro), está atuando de forma contínua para minimizar os impactos das cheias do Rio Acre e seus afluentes, que vêm causando prejuízos à produção e causando transtornos sobretudo a pequenos produtores.

Segundo o Boletim de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Acre, emitido pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), na manhã do dia 15 de março de 2025, o nível do rio atingiu a marca de 15,65 metros, ultrapassando em 1,65 metros a cota de transbordamento. A previsão era de que o nível continuasse a subir, intensificando os danos à zona rural do município.

Diante deste cenário, a Seagro mobilizou esforços para apoiar os pequenos produtores que tiveram suas lavouras comprometidas. Comunidades como P.A. Boa Água e P.A. Colibri já enfrentam perdas significativas. Na estrada do Quixadá, produtores relatam que suas plantações de mandioca estão submersas, obrigando-os a realizar colheitas emergenciais, resultando em perdas de aproximadamente 50% da produção esperada. Além disso, a água potável retirada de poços amazônicos em algumas localidades já se encontra imprópria para consumo.

Para mitigar os impactos dessa calamidade, a Seagro tem viabilizado o transporte terrestre da produção agrícola que ainda pode ser aproveitada, em especial raízes de mandioca para consumo e produção de derivados. Além disso, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) já iniciou a mobilização de ajuda humanitária, coordenada pelo Coronel Falcão, garantindo o fornecimento de água potável e cestas básicas às famílias afetadas.

O secretário municipal de Agropecuária, Eracides Caetano, destacou o esforço da equipe para minimizar os impactos da cheia: “Nossa prioridade é garantir que os pequenos produtores tenham o suporte necessário para enfrentar essa situação difícil. Estamos atuando de forma coordenada para viabilizar o escoamento da produção ainda viável, além de fornecer assistência básica às famílias afetadas. Seguimos comprometidos em apoiar aqueles que mais precisam neste momento.”

A prefeitura também estruturou um Plano de Ação Emergencial para oferecer suporte contínuo às comunidades rurais atingidas. A primeira etapa inclui a distribuição de itens essenciais, como alimentos e água potável, seguida de uma segunda fase, que contemplará o fornecimento de materiais de limpeza para higienização das residências e das áreas produtivas, reduzindo assim o risco de doenças infecciosas.

As enchentes de 2025 já atingiram diretamente cerca de 1.823 famílias, impactando mais de 9.000 pessoas em 26 comunidades ribeirinhas. Regiões como a Comunidade Ribeirinha Liberdade, o P.A. Moreno Maia e a Comunidade Ribeirinha Belo Horizonte e Macapá estão entre as mais afetadas, com centenas de famílias necessitando de apoio emergencial.

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, reforçou o compromisso da gestão municipal com a população afetada: “Nossa gestão está empenhada em prestar toda a assistência necessária para que essas famílias consigam superar esse momento difícil. Estamos mobilizando esforços para que ninguém fique para trás e, assim que as águas baixarem, trabalharemos na recuperação das áreas afetadas para que os produtores possam retomar suas atividades o quanto antes.”

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Operação Usurpare II termina com quatro presos por invasão de terras públicas

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A Polícia Federal deflagrou neste sábado, 15, a Operação Usurpare II, que teve como objetivo coibir invasões ilegais em áreas públicas federais e combater crimes ambientais no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Porto Dias, localizado no município de Acrelândia (AC). Quatro indivíduos foram presos em flagrante pelo crime de invasão de terras públicas.

As investigações começaram a partir de denúncias feitas por comunidades locais e órgãos de fiscalização, que relataram o avanço de ocupações irregulares na região. Além da invasão de terras, os suspeitos estariam envolvidos em desmatamentos ilegais, loteamentos clandestinos e uso de violência e ameaças contra assentados e fiscais. Segundo os relatos, os invasores intimidavam quem tentava resistir à ocupação ilegal, dificultando a ação dos órgãos de controle.

Durante a operação, foram identificadas diversas estruturas clandestinas erguidas na área, além de materiais utilizados para a demarcação e comercialização irregular de lotes. Os quatro suspeitos foram detidos no local e conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Rio Branco, onde foram autuados em flagrante. Eles permanecerão à disposição da Justiça Federal e poderão responder por outros crimes, conforme o avanço das investigações.

A Operação Usurpare II contou com apoio de órgãos IBAMA, INCRA, Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) e o Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar do Acre (BPA/PMAC).

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