Brasil
Agropecuária é principal causa do desmatamento na Amazônia
O estudo diz que o mapeamento foi feito em 2024, em 146 grupos frigoríficos, detentores de 191 plantas localizadas na Amazônia Legal até dezembro de 2023

Segundo o Imazon, essas atividades potencializam eventos climáticos extremos como secas prolongadas e a escassez de chuvas. Foto: internet
Com Atual
A agropecuária foi a principal causa de desmatamento no país em 2024, correspondente a 95,7% do total de área desmatado. A segunda atividade é o garimpo, mostra estudo do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). Segundo o Imazon, essas atividades potencializam eventos climáticos extremos como secas prolongadas e a escassez de chuvas.
O estudo relaciona o aumento do desmatamento com a comercialização da carne por grandes varejistas e frigoríficos que não têm um controle total da cadeia produtiva, que envolve os fornecedores.
“O grau de controle da cadeia aplicado aos varejistas considera as características de suas políticas contra o desmatamento e os indicadores de seu desempenho, incluindo informações públicas disponibilizadas pelas empresas sobre essas políticas. O levantamento é realizado a partir de dados públicos disponíveis nos canais oficiais das empresas”, diz o relatório.
A pesquisa identificou também que dos 67 varejistas mapeados em 2024, três estão instalados na Amazônia Legal. Foi avaliado o Grau de Controle da Cadeia da Carne em 46 empresas que possuem sites, o que equivale a 69%. Os 21 (31%) varejistas restantes não possuíam site ou estavam em manutenção durante o período da análise de 22 de maio a 21 de junho do ano passado. Dos 46 varejistas que possuem site, apenas três (Assaí, Carrefour e GPA) realizam auditoria de seus fornecedores diretos.
O estudo reconhece que a pecuária bovina é importante para a economia brasileira, mas enfrenta desafios como a associação com o desmatamento na Amazônia e recomenda que os fazendeiros aumentem a produtividade dos pastos existentes e zerem o desmatamento.
“As empresas da cadeia pecuária, como frigoríficos e supermercados, podem promover uma produção mais sustentável comprando gado de fazendas livres de desmatamento. Algumas empresas frigoríficas já controlam a origem do gado dos seus fornecedores diretos (fazendas de engorda) usando a GTA (Guia de Trânsito Animal) e o cruzamento com mapas de propriedade CAR (Cadastro Ambiental Rural) e de desmatamento. No entanto, as empresas ainda não avançaram em políticas de rastreamento robusto dos fornecedores indiretos (fazendas que vendem bezerros e gado jovem às fazendas de engorda)”, diz o Imazon.
Sobre os frigoríficos, especificamente, o estudo mostra uma pequena evolução na transparência do setor. Em 2023, 38 empresas possuíam sites disponíveis para avaliação do Grau de Controle, em 2024 o número aumentou para 41.
O número de empresas de carne que divulgaram resultados de auditorias independentes aumentou de 11 em 2023 para 13 em 2024, o que demonstra um avanço na implementação das políticas de controle de fornecedores, avalia o Instituto.
Mas, apesar dos avanços, a avaliação geral dos frigoríficos mostrou que apenas 0,7% das empresas apresentaram controle intermediário, 8,2% demonstraram controle baixo e 91,1% exibiram controle muito baixo sobre suas cadeias de fornecedores diretos e indiretos.
Os cinco grupos frigoríficos com maior Grau de Exposição ao Risco de Desmatamento são: JBS, Frigo Manaus, Frialto, Masterboi e Amazon Boi. A JBS tem o maior grau de exposição ao risco, em parte pela dimensão de suas operações, diz a pesquisa que avaliou empresas com plantas frigoríficas instaladas na Amazônia.
O estudo diz que o mapeamento foi feito em 2024, em 146 grupos frigoríficos, detentores de 191 plantas localizadas na Amazônia Legal até dezembro de 2023.
Os dados foram compilados pelo Imazon por meio de informações públicas do MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) e das agências de defesa agropecuária estaduais. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tais empresas corresponderam a aproximadamente 96% dos abates na Amazônia em 2023.
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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli
Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.
A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.
O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.
O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.
“Um cônjuge é suficiente”
No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.
Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.
“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.
“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.
Fonte: CNN
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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá
Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF
Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)
Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.
Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.
A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.
Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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