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Acre

Agente penitenciário relata domínio de facções e ingerência do estado em presídios do Acre

O agente relatou ainda que o uso de drogas é constante dentro e fora das celas.

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Ele diz que consumo de drogas e álcool são comuns e são os próprios presos quem ficam com as chaves das celas; direção nega

COM SALOMÃO MATOS

Um agente penitenciário que, por medida de segurança, pediu para não ter o seu nome divulgado, falou com a reportagem do jornal ContilNet e revelou que os presídios acreanos se transformaram em uma verdadeira sucursal do inverno, onde não há qualquer controle ou domínio por parte dos agentes penitenciários ou da própria direção do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen/AC).

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Segundo o agente, são os próprios presos que nomeiam um dos detentos para ficar de posse das chaves das celas para que faça a contagem, leve comida e recados de suas reivindicações à direção quando necessitam.

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“Em cada pavilhão existe a figura do detento que chamam de ‘faxineiro’. Esse detento é eleito por eles mesmos para ficar de posse das chaves das celas. Nós agentes não temos autorização para entrar nos pavilhões e nem que pudéssemos, seria possível fazer isso porque são apenas quatro agentes penitenciários responsáveis para cuidar de 700 presos. Ninguém é doido para entrar numa situação dessas”, lamenta.

DROGAS

O agente relatou ainda que o uso de drogas é constante dentro e fora das celas. “Por mais que a gente consiga barrar a entrada de drogas nos dias de visitas, o que é flagrado na portaria não significa nem 10% da droga que ainda consegue entrar. É uma loteria para quem leva a droga. Se der azar, a gente pega, mas sempre passa e pelo que eles consomem lá é muita droga”, relata

BEBIDAS

O agente contou também que os presos fabricam as suas próprias bebidas alcoólicas, a “Maria doida”. “Eles fermentam a comida, cascas de laranja e com uso de fios elétricos ligados à energia, eles esquentam a água e artesanalmente fazem essa bebida que chamam de Maria doida. Na última vez que nós tivemos o apoio da PM para entrar nos pavilhões, antes da copa, para fazer uma revista, encontramos mais de 600 litros dessa bebida”, conta.

DIREÇÃO NEGA TUDO

Para o diretor do Iapen/AC, Aberson Carvalho, nem tudo que foi relatado condiz com a verdade. “Até o que foi mostrado na reportagem do fantástico no mês passado é mentira”, afirmou.

“O governo tem investido na segurança dos presídios acreanos e estamos contratando mais 100 agentes penitenciários para reforçar os complexos de Sena Madureira, Tarauacá e de Cruzeiro do Sul”, garante.

Agente denuncia dificuldades de atuação em presídios da Capital/Foto: CNJ

Com relação a entrada de drogas, Aberson diz que os investimentos em equipamentos inibiu em 100% a entrada de entorpecentes para dentro dos presídios.

“Compramos um aparelho de Raio-X que detecta qualquer anormalidade que a visita possa estar trazendo. Nada passa sem ser visto e por isso mesmo temos logrado êxito na apreensão de várias pessoas tentando entrar com produtos ilícitos que seriam levado para os presos”, diz.

Sobre a comunicação dos presos, em especial od líderes de facções criminosas com o mundo exterior, Aberson, admitiu que é impossível bloquear esse tipo de informação porque as mensagens são levadas por familiares e as visitas frequentes aos detentos.

“Os nossos bloqueadores de celular funcionam 100% e a comunicação via telefone celular é impossível, mas, nós não podemos impedir que esses presos mandem recados pelos seus parentes ou suas visitas íntimas para o mundo externo. É assim que eles fazem o comando lá de dentro aqui para fora. Infelizmente não podemos proibir as visitas”, lamenta.

Quanto a figura do “faxineiro”, eleito pelos presos para ficar de posse das chaves das celas, Aberson admitiu que essa situação é absolutamente normal.

“Em todos os presídios do país existe essa figura do que eles elegeram como o faxineiro. Essa pessoa é responsável para levar recados para a direção, tipo um preso que está doente ou comunicar alguma solicitação. Não é verdade que essa pessoa fique responsável pelas chaves das celas. Isso não é verdade. Nada do que foi mostrado por exemplo naquela reportagem do Fantástico foi verdade”, disse o diretor do IAPEN.

 

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Acre

Aleac vota nesta quarta-feira Orçamento de 2026, estimado em R$ 13,8 bilhões

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Projeto representa aumento de 13,63% em relação a 2025 e será apreciado em sessão que encerra o ano legislativo; dezenas de outras matérias também estão na pauta

LOA de 2026 e dezenas de projetos serão votados na reta final de trabalhos na Aleac. Foto: captada 

A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) encerra suas atividades de 2025 nesta quarta-feira (17) com a votação de dezenas de projetos, entre eles a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, estimada em R$ 13,8 bilhões – aumento de 13,63% em relação ao ano anterior. Do total, R$ 9,3 bilhões são de recursos próprios do estado e R$ 4,4 bilhões vêm de outras fontes.

A LOA será analisada exclusivamente pela Comissão de Orçamento e Finanças antes de seguir para o plenário. Os projetos foram encaminhados às comissões conjuntas nesta terça-feira (16) e devem ser votados em sessão única, marcando o fim do ano legislativo na Casa.

Detalhes do orçamento 2026
  • Total: R$ 13,8 bilhões
  • Aumento: 13,63% em relação a 2025
  • Recursos próprios: R$ 9,3 bilhões
  • Outras fontes: R$ 4,4 bilhões
Tramitação
  • Encaminhamento: Projetos vão às comissões nesta terça-feira (16)
  • LOA: Apreciação exclusiva pela Comissão de Orçamento e Finanças (COF)
  • Votação final: Todos os projetos devem ser votados na quarta-feira (17)

A sessão final do ano é crucial para garantir a continuidade de serviços públicos em 2026, especialmente em ano pré-eleitoral. A aprovação da LOA dentro do prazo é essencial para evitar contingenciamentos e garantir planejamento adequado das ações governamentais no próximo ano.

O deputado Tadeu Hassem, presidente da Comissão de Orçamento e Finanças (COF), conduziu a audiência pública que discutiu a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 na Assembleia Legislativa do Acre. Foto: captada 

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Acre

Brasiléia recebe carreta do Agora Tem Especialistas com atendimentos de ginecologia e mastologia até sexta-feira

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O espaço oferece consultas nas especialidades de ginecologia e mastologia, com o objetivo de reduzir a fila de espera de pacientes que aguardavam por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Os atendimentos, no entanto, não são abertos ao público em geral

Secretária adjunta de Atenção à Saúde, Ana Cristina Moraes, destacou fortalecimento da saúde da mulher. Foto: Tiago Araújo/Sesacre

Para reduzir o tempo de espera e ampliar o acesso da população ao atendimento especializado, a carreta do programa Agora Tem Especialistas chega a Brasileia por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), em parceria com Ministério da Saúde e os Municípios da Regional do Alto Acre.

A cerimônia de abertura dos atendimentos foi realizada na manhã de segunda-feira, 15, no Hospital Regional do Alto Acre, local onde a carreta realizará atendimentos até sexta-feira, 19, retornando em 6 de janeiro e seguindo até o dia 30 do mesmo mês.

Durante a abertura, a secretária adjunta de Atenção à Saúde, Ana Cristina Moraes, destacou que a ação fortalece o cuidado com a saúde da mulher e garante a presença de especialistas mais próximos da população. “Essa carreta representa um avanço importante, porque leva atendimento especializado em saúde da mulher para Brasileia e também para os municípios de Xapuri, Epitaciolândia e Assis Brasil. É uma iniciativa que reduz a espera por exames e aproxima o serviço de quem mais precisa”, afirmou.

O espaço oferece consultas nas especialidades de ginecologia e mastologia, com o objetivo de reduzir a fila de espera de pacientes que aguardavam por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Os atendimentos, no entanto, não são abertos ao público em geral. Apenas pacientes que já estavam cadastradas e foram pré-agendadas pela Regulação Estadual de Saúde serão atendidas no local.

Cerimônia de abertura dos atendimentos foi realizada na manhã desta segunda-feira, 15, no Hospital Regional do Alto Acre, em Brasileia. Foto: Tiago Araújo/Sesacre

A coordenadora do grupo condutor do Estado e do programa Agora Tem Especialistas, Érika Oliveira, ressaltou que a iniciativa assegura atendimento digno e oportuno às mulheres da região. “Evitando deslocamentos até a capital, levamos a saúde até a população, garantindo acesso no tempo certo e de acordo com o que é preconizado pela política pública do SUS”, destacou.

Com uma equipe multiprofissional, a carreta oferece consultas, realiza exames e encaminha, quando necessário, casos mais complexos para o Hospital de Amor, em Rio Branco, instituição parceira do projeto, para que o tratamento tenha início de forma rápida e segura.

Para o secretário municipal de Saúde de Xapuri, Daniel Lima, a iniciativa representa um ganho concreto para os municípios mais distantes da capital. “Xapuri está a cerca de 200 quilômetros de Rio Branco, e esse deslocamento gera custos e desgaste, principalmente para os pacientes. Quando o atendimento especializado passa a ser ofertado na própria regional, o acesso se torna mais fácil e mais humano. Essa ação garante mais comodidade, reduz barreiras e fortalece a assistência em saúde para a população do interior”, afirmou.

Moradora da zona rural de Brasileia e uma das pacientes atendidas pela carreta, Águeda Augusta Alves relatou a experiência de realizar os exames sem precisar se deslocar até a capital, destacando a facilidade do acesso e a importância da iniciativa para quem vive longe dos grandes centros.

“Antes, para fazer esses exames, eu precisava ir até Rio Branco, o que é cansativo e exige tempo, além da espera pelo resultado. Com a carreta aqui, tudo fica mais perto e mais viável para quem mora na zona rural. Fui orientada pela agente de saúde, fiz o agendamento e consegui realizar os exames com mais facilidade. Esse projeto ajuda principalmente quem mais precisa e permite que, se for identificado algum problema, o encaminhamento para o tratamento aconteça de forma mais rápida”, relatou.

Com uma equipe multiprofissional, a carreta oferece consultas, realiza exames e encaminha, quando necessário, casos mais complexos para o Hospital de Amor, em Rio Branco. Foto: Tiago Araújo/Sesacre

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Acre

Pedro Longo pede agilidade no pagamento de verbas rescisórias e reforça apelo por festas sem fogos barulhentos

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Durante a sessão ordinária desta terça-feira (16), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Pedro Longo (PDT) usou a tribuna para registrar votos de pesar, cobrar maior celeridade no pagamento de verbas rescisórias a servidores provisórios e reforçar um apelo à população e aos órgãos públicos para que as festas de fim de ano sejam realizadas sem o uso de fogos com estampido.

No início do pronunciamento, o parlamentar manifestou solidariedade pelo falecimento do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Sena Madureira, Nilson Areal, destacando a relevância política e o respeito que ele construiu ao longo da vida pública. “Nilson foi uma pessoa extremamente marcante na vida política de Sena Madureira, muito respeitado e admirado pela população, algo que ficou evidente no momento do velório e do sepultamento”, afirmou, ao estender condolências à família do ex-parlamentar.

Em seguida, Pedro Longo voltou a tratar da situação dos servidores provisórios que aguardam o pagamento das verbas rescisórias vinculadas ao Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). O deputado reconheceu o compromisso do governo com a quitação dos valores, mas alertou para a necessidade de mais agilidade no processo. “O pagamento está garantido, mas não está ocorrendo com a rapidez que gostaríamos. Essas famílias enfrentam um momento difícil e precisam desses recursos, especialmente neste período que antecede o Natal”, ressaltou, agradecendo o acompanhamento feito pelo secretário Luiz Calixto e pelo secretário adjunto Guilherme Duarte.

Encerrando sua fala, o parlamentar também fez um apelo à sociedade acreana e às administrações públicas para que evitem o uso de fogos com barulho durante as festividades de fim de ano. Segundo ele, a prática causa sofrimento a pessoas com transtorno do espectro autista, crianças, idosos, pessoas enfermas e animais. “Reitero o pedido para que o poder público não utilize e fiscalize a utilização desses fogos. É uma questão de respeito e sensibilidade com quem mais sofre nesse período”, concluiu.

Texto: Andressa Oliveira

Foto: Sérgio Vale

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