Brasil
Aécio Neves promete oposição dura e cobra eficiência do governo
Agência Brasil
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado à eleição presidencial, prometeu hoje (4), ao retornar ao Congresso Nacional, fazer oposição dura ao atual governo e cobrar da presidenta reeleita Dilma Rousseff o cumprimento das promessas de campanha, além de eficiência na gestão pública, transparência nos gastos e apuração de todas as denúncias de corrupção.
Aécio também repudiou as manifestações que defendem a volta dos militares ao poder e disse que não há fato especifico para pedido de impeachment da presidenta.
“Vou ser oposição sem adjetivos. Se quiserem dialogar, apresentem propostas que interessem aos brasileiros. No mais, vamos cobrar eficiência da gestão pública, transparência dos gastos e apuração em profundidade das denúncias de corrupção”, disse Aécio. Ele ressaltou que sua posição será sempre de defesa intransigente da democracia e das liberdades e contra qualquer tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa e das outras liberdades, sejam coletivas ou individuais. “Hoje estamos assistindo a um novo Brasil surgindo, um Brasil verdadeiro, que não aceita mais, passivamente, tantos malfeitos, tantas incorreções e tanta ineficiência.”
De acordo com Aécio, o Brasil se encontra com seu futuro a partir das manifestações que estão ocorrendo em todas as regiões. “O Brasil despertou, o Brasil hoje é diferente do Brasil de antes da eleição. Emergiu um novo Brasil, que quer ser protagonista da construção do seu próprio futuro.” Aécio destacou que as pessoas não deixaram de estar mobilizadas após o resultado da eleição. “Continuam emocionadas, querendo construir um futuro melhor para suas famílias, para seus filhos. É uma mobilização inédita na nossa história contemporânea.”
O senador mineiro afirmou que qualquer tentativa de uso das manifestações no sentido de um retrocesso democrático terá sua “veemente oposição”. “Eu fui o candidato das liberdades, da democracia, do respeito. Aqueles que agem de forma autoritária e truculenta estão em outro campo político, não estão no nosso campo político”, ressaltou. Ele repudiou manifestações pela volta dos militares, dizendo que isso seria “apropriação indevida do sentimento de liberdade da sociedade brasileira”.
Quanto ao diálogo proposto pela presidenta reeleita no discurso de domingo, após a vitória nas urnas, Aécio Neves disse que o governo tem de apresentar suas propostas em torno dos interesses dos brasileiros e que toda a oposição deve estar pronta para debatê-las.
“O fato concreto é que a campanha que fez o lado governista hoje não dá a eles tamanha autoridade para propor apenas um diálogo sem dizer em torno do quê. Qual a reforma política que este governo pretende aprovar ou discutir? Não se conhece até hoje de que forma vamos superar a crise econômica, resgatar a credibilidade do país, de novo com maquiagem fiscal ou com transparência na política fiscal, de que forma vamos permitir que nossos indicadores sociais melhorem”, questionou.
Aécio Neves lembrou que, nos últimos dias, por onde tem andado, o que tem visto é o sentimento de que, quando o governo olhar para a oposição, não deve contabilizar mais o número de cadeiras ou assentos no Senado ou na Câmara. “[Que o governo] olhe bem: vai encontrar mais de 51 milhões de brasileiros que estarão vigilantes, cobrando atitudes do governo, cobrando investigações em relação à corrupção, a melhoria dos indicadores econômicos e sociais.”
“Somos hoje um grande exército a favor do Brasil, pronto para fazer a oposição que a opinião pública determinou que fizéssemos. Eu chego ao Congresso para exercer o papel que me foi delegado por grande maioria da população, 51 milhões de brasileiros. Vou ser oposição sem adjetivos”, enfatizou o senador tucano.
Ao afirmar que será o intérprete da pauta da sociedade brasileira, Aécio disse que o Brasil discutiu, ao longo dos últimos meses, uma agenda para o Brasil, uma agenda que passa pela melhoria dos indicadores sociais, econômicos e pela investigação profunda de todas as denúncias que aí estão para ser apuradas. “Vamos estar prontos para defender essa agenda. Cabe ao governo fazer gestos objetivos e claros sobre a direção que vai seguir.” Se o governo continuar na direção em que caminhou nos últimos quatro anos, essa oposição, que já é de 51 milhões de brasileiros que foram às urnas, tende a crescer nos próximos anos, acrescentou.
Na primeira aparição pública em Brasília após o segundo turno da eleição presidencial, Aécio Neves foi recebido nas proximidades do Congresso Nacional por algumas centenas de manifestantes que aplaudiram sua chegada. Na descida para a chapelaria do Congresso, o tucano foi retirado do carro por simpatizantes e, na companhia deles, percorreu cerca de 150 metros a pé. Na chegada à chapelaria, eles cantaram o Hino Nacional. Aécio tirou fotos, abraçou e conversou com inúmeras pessoas. Já no prédio do Congresso, Aécio subiu as escadas, deu entrevista à imprensa e seguiu para o plenário do Senado, onde foi cumprimentado pelos colegas.
Quanto ao pedido de auditoria do processo eleitotal, feito pelo PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Aécio disse que foi uma decisão do Departamento Jurídico da coligação Muda Brasil e que respeita o questionamento. “Até porque é um direito de qualquer parte envolvida no processo eleitoral querer conhecer o processo da apuração”, ressaltou. Aécio lembrou ainda que, como democrata, e foi o primeiro a ligar para a presidenta e cumprimentá-la pela reeleição, desejando que tenha força para unir o país, “que ela tentou dividir durante a campanha eleitoral de forma absolutamente imprópria”.
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Maioria dos trabalhadores de Rio Branco vive sob forte pressão financeira, aponta pesquisa
Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos

Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. Foto: captada
Ascom Fecomércio/AC
A combinação de baixa renda, avanço da informalidade e alto nível de endividamento está empurrando a maior parte dos trabalhadores de Rio Branco para um cenário de forte restrição orçamentária. A conclusão é da pesquisa do Instituto DataControl, encomendada pela Fecomércio/AC e divulgada nesta quinta-feira, 4.
Segundo o estudo, realizado com 200 pessoas economicamente ativas no final de novembro de 2025, 61,5% sobrevivem com até R$ 1.518 por mês, enquanto 51,5% possuem dívidas parceladas, das quais metade compromete mais de 20% da renda familiar. O aperto é tão grande que 27,5% recorrem a “bicos” para completar o orçamento, 16,5% buscam empréstimos e 10% deixam de pagar alguma conta considerada menos essencial. Apenas 41% conseguem poupar qualquer valor ao final do mês.
O levantamento mostra que 83,3% exercem alguma atividade remunerada, mas nem sempre em condições estáveis. Apenas 35,5% têm vínculo formal. Outros 17% trabalham sem contrato, sendo 11,5% realizando bicos e 5,5% atuando como empresários. Há ainda 12,5% de aposentados. Esse cenário de precariedade se reflete no fato de que 38% dos entrevistados não declaram um emprego fixo.
A taxa de desemprego atinge 16,7% da população e revela profunda desmotivação. 44,4% dos desempregados não procuram mais uma vaga, enquanto 31,9% buscam trabalho há mais de dois anos e 17,4% sequer lembram desde quando estão sem emprego. O estudo também aponta que 19,5% trocaram de emprego no último ano, reforçando o cenário de instabilidade.
Para o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó, os dados reforçam uma tendência já percebida no setor produtivo. “Estamos diante de um mercado de trabalho que emprega, mas ainda não garante estabilidade financeira para grande parte das famílias. A renda é baixa, o endividamento é alto e a margem para poupar é mínima”, afirmou.
Os dados revelam uma realidade complexa. Enquanto a maior parte dos lares (25,5%) tem três moradores, seguidos por 24% com duas pessoas e 20,5% com quatro, uma fatia significativa de 17% abriga cinco ou mais indivíduos, o que intensifica a demanda por recursos. Contudo, essa carga muitas vezes não é distribuída de forma proporcional. Em 44,4% das famílias, o sustento recai sobre os ombros de uma única pessoa, e em 39,5%, apenas dois membros arcam com todas as despesas.
É neste cenário que a percepção de insuficiência se cristaliza. Para 36,5% da população, a renda obtida pelo núcleo doméstico é declarada insuficiente para cobrir as necessidades básicas. “Isso evidencia um descompasso estrutural entre o tamanho das responsabilidades e a capacidade financeira disponível para suportá-las”, detalhou o assessor da Fecomércio-AC, Egídio Garó.
A gestão das dívidas e a capacidade de planejamento financeiro revelam um cenário de constante tensão. O estudo aponta que 33,3% gastaram mais com compromissos, enquanto 37,5% mantiveram o nível de desembolso. Para mais da metade (54%) dos entrevistados, as parcelas mensais já representam uma dificuldade clara para o equilíbrio das contas. Ainda que a maioria (57,5%) declare realizar algum tipo de planejamento de gastos, a prática não é suficiente para evitar os apertos.
Quando o orçamento estoura, uma esmagadora maioria de 77,5% depende da negociação de prazos de até 30 dias para se reerguer, e 9,5% necessitam de mais de 45 dias, indicando uma fragilidade significativa na capacidade de absorção de choques.
A pesquisa também detalhou o perfil do mercado de trabalho de Rio Branco. 53% dos trabalhadores são mulheres, e 61,5% estão na faixa etária economicamente mais ativa, entre 16 e 44 anos. Em termos de formação, 37% concluíram o ensino médio, enquanto 16% possuem diploma de nível superior. A estrutura ocupacional é liderada pelo setor de serviços (21,5%), seguido pelo comércio (19%) e pelo setor público (16,5%).
A mobilidade urbana também pesa no bolso e no tempo dos trabalhadores. 29,5% consideram grande a distância entre casa e trabalho, enquanto 27,5% usam transporte coletivo, 18,5% a moto e 15% o carro próprio.
Egídio Garó explicou que os números são um alerta claro para a necessidade de mais oportunidades de emprego formal e de melhor remuneração em Rio Branco.
“A alta proporção de pessoas com a renda comprometida e sentindo a insuficiência de seus ganhos demonstra que a recuperação econômica precisa chegar com mais força ao bolso do trabalhador”, concluiu.
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Nota pública sobre atendimentos da Secretaria de Agricultura, Cageacre e Emater
A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre), informa que as instituições listadas abaixo estarão com atendimentos presenciais nos seguintes locais:
- Emater – pontos de atendimento na Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), localizada no Hotel Pinheiro – Rua Rui Barbosa, 450, Centro – Rio Branco – AC;
- Cageacre – Rua Estado do Acre, número 16, no Bairro da Base; pontos de atendimento no Mercado dos Colonos, localizado na Rua Estado do Acre, número 16, no bairro da Base, Centro – Rio Branco – AC;
- Seagri – ponto de atendimento no novo prédio da Secretaria de Educação, situado na Avenida Nações Unidas, 1955, em frente ao 7º Batalhão de Engenharia de Construção (7º BEC), nas salas 501 e 502.
A medida é temporária e visa garantir a continuidade dos serviços públicos enquanto são realizados ajustes administrativos e estruturais nas sedes dos órgãos. O governo do Estado agradece a compreensão de todos e reforça o compromisso com a eficiência e a qualidade no atendimento à população.
Rynaldo Lúcio dos Santos
Presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
Pádua Cunha
Presidente da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre
José Luís Tchê
Secretário de Estado de Agricultura
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Governo do Acre celebra conquista de servidor público em premiação nacional de fotojornalismo
Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação

Imagem vencedora é de reportagem que retrata coleta de coquinhos caídos das palmeiras, sementes de um ouro vegetal que alimenta sonhos e sustenta famílias: o murumuru. Foto: Pedro Devani/Secom
A Secretaria de Estado de Comunicação, por meio da Agência de Notícias do Acre, conquistou o segundo lugar no Prêmio Ampla de Jornalismo, na categoria Fotojornalismo, com um trabalho assinado pelo fotojornalista Pedro Devani. A imagem premiada ilustra a reportagem “Do murumuru ao mundo: mulheres do Acre moldam a bioeconomia com saber ancestral e cuidado com a floresta”, escrita pela repórter Tácita Muniz.
O reconhecimento reforça a excelência do trabalho desenvolvido por profissionais da comunicação do Estado e evidencia o resultado direto dos investimentos que o governo do Acre vem realizando na capacitação contínua de seus servidores.
Promovido pela Ampla Amazônia, o prêmio reconhece as melhores produções jornalísticas sobre Amazônia, inovação, impacto social e ambiental. A cerimônia oficial foi realizada nesta quarta-feira, 3, em Belém (PA), reunindo grandes nomes da comunicação e do jornalismo da região.
A Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Um laboratório de ideias e gerador de debates. Buscando fomentar o empreendedorismo no Pará e na Amazônia, dialogando com o setor público e fortalecendo o setor privado.

Ampla Amazônia é uma organização apartidária, representativa de lideranças da Amazônia. Foto: Marcos Nascimento
Pedro Devani também foi convidado a participar da cerimônia, simbolizando a importância da presença de profissionais que atuam diariamente na produção de conteúdo sobre a Amazônia. “Estou muito feliz”, afirmou Devani. “É um prêmio que destaca a bioeconomia na Amazônia, valorizando uma família de mulheres, que tira seu sustento da coleta diária de murumuru, coquinho. Há um detalhe curioso: a mulher retratada na foto que fiz é paraense e reside em Cruzeiro do Sul há mais de dez anos.”
“Sinto-me honrado por representar a Agência e, mais ainda, por este reconhecimento à fotografia e aos fotógrafos. Neste momento, represento o Acre, sendo o único a ganhar este prêmio de fotografia até agora. Lembro que no ano passado a [jornalista] Tácita [Muniz] se inscreveu e conquistou o terceiro lugar na categoria texto”, concluiu.

Pedro Devani tem mais de três décadas atuando na comunicação pública do estado do Acre. Foto: Marcos Nascimento
Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. “Essa conquista demonstra que investir na formação e no aprimoramento dos nossos servidores gera resultados concretos. Pedro Devani é um exemplo do comprometimento e do talento que temos dentro do Estado”, destacou a secretária de Comunicação, Nayara Lessa.

Para o governo do Acre, o prêmio reafirma a importância do investimento público na qualificação das equipes de comunicação. Foto: José Caminha/Secom
Pedro atua como fotojornalista em diversas coberturas institucionais, registrando o cotidiano acreano com sensibilidade e rigor técnico. Sua vitória, além de celebrar o talento individual, reforça o compromisso do governo em fortalecer o jornalismo público, valorizando profissionais que ajudam a contar a história do Acre e da Amazônia com responsabilidade e profundidade.
A premiação representa mais um marco para o reconhecimento nacional da comunicação pública do Acre, que segue se destacando pela qualidade do conteúdo produzido e pela valorização dos servidores que constroem diariamente essa narrativa.




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