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Cotidiano

Advogado denuncia prefeito de Rodrigues Alves por suposto sumiço de recursos e remédios

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Prefeitura comprou R$ 2 milhões em medicamentos, mas postos não têm sequer comprimido para dor de cabeça; denunciante também fala em tentativa de suborno

Sebastião Correia: sacrifício para chegar à prefeitura pode ter desfecho infeliz/Foto: reprodução

TIÃO MAIA

Com uma população estimada em 16.475 pessoas, de acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), de 2014, o município de Rodrigues Alves (distante cerca de 15 quilômetros de Cruzeiro do Sul) tem sua economia voltada para a exploração do extrativismo vegetal, com exportação de madeira, pecuária e agricultura, principalmente com a fabricação de farinha de mandioca. Além disso, também vive da pesca – abundante na região.

Mas nos últimos meses, boa parte dos habitantes tenta descobrir onde foram parar os medicamentos adquiridos, em grandes quantidades, no valor de R$ 2 milhões, pela prefeitura municipal. A compra foi consumada entre os anos de 2017 e 2018.

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O mistério é intrigante. Nas prateleiras dos postos de saúde do município, tanto no perímetro urbano como na zona rural, não há comprimidos, sequer, para sanar uma simples dor de cabeça ou febre, segundo dizem os moradores.

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Por trás desse mistério está o prefeito Sebastião Correa (MDB), de 74 anos, seu secretário de Saúde, de prenome Júlio, e a empresa apontada como a vendedora da licitação, a Biolab Importação e Exportação. Há ainda uma segunda denúncia de tentativa de suborno ao denunciante.

O caso chegou ao conhecimento do Ministério Público Federal e Polícia Federal em Cruzeiro do Sul, já que os recursos envolvidos são originários do Ministério da Saúde e, portanto, provenientes da União. O autor das denúncias é o advogado Emerson Soares, ex-procurador jurídico do município e ex-presidente do diretório municipal do antigo PP, rebatizado de Progressistas. Em tese, Soares foi aliado do prefeito na campanha de 2016, a qual finalmente levou o emedebista à vitória, após seguidas derrotas para o cargo.

Na denúncia protocolada na PF e no Ministério Público Federal, o advogado afirma que, além de sumir com os R$ 2 milhões que seriam destinados à aquisição de medicamentos, o prefeito teria mandado um assessor suborná-lo com o pagamento de R$ 3 mil mensais, com a promessa de que, assim que a arrecadação do município aumentasse, o valor da propina também seria reajustada

O caso chegou ao conhecimento do Ministério Público Federal e Polícia Federal em Cruzeiro do Sul, já que os recursos envolvidos são originários do Ministério da Saúde e, portanto, provenientes da União. O autor das denúncias é o advogado Emerson Soares, ex-procurador jurídico do município e ex-presidente do diretório municipal do antigo PP, rebatizado de Progressistas. Em tese, Soares foi aliado do prefeito na campanha de 2016, a qual finalmente levou o emedebista à vitória, após seguidas derrotas para o cargo.

Na denúncia protocolada na PF e no Ministério Público Federal, o advogado afirma que, além de sumir com os R$ 2 milhões que seriam destinados à aquisição de medicamentos, o prefeito teria mandado um assessor suborná-lo com o pagamento de R$ 3 mil mensais, com a promessa de que, assim que a arrecadação do município aumentasse, o valor da propina também seria reajustada.

Emerson Soares é o autor das denúncias/Foto: cedida

De acordo com o advogado, assim que começou a se movimentar dizendo que levaria o caso do sumiço do dinheiro ou dos medicamentos ao conhecimento das autoridades federais, começou a receber recados do prefeito para que ambos voltassem a conversar.

“Fui procurado por um assessor do prefeito de Rodrigues Alves. Ele esteve na minha casa 7h30 da manhã e veio tentar me apaziguar. Eu havia conversado com ele em Rio Branco, durante uma viagem recente que eu fiz. Ele me chamou para almoçar e ficou falando que também não concordava muito com certas coisas que aconteciam na prefeitura, mas que a gente tinha que prevenir um mal maior, e que ele queria fazer as pazes entre mim e o prefeito para que pudéssemos caminhar juntos novamente”, relatou o advogado.

“Eu disse a ele que da minha parte não tinha nenhum problema porque eu nunca quis nada para mim, na realidade eu só queria que ele honrasse o compromisso com o partido – do qual até aquela reunião eu ainda era presidente – para poder a gente colocar lá as pessoas que deram o suor na campanha em prol da candidatura dele, e que hoje estão relegadas ao esquecimento”, acrescentou Soares.

Rodrigues Alves faz parte do Vale do Juruá/Imagem: reprodução

De acordo com o advogado, o assessor – cujo nome ele não revela – disse que iria conversar com o prefeito sobre o assunto.

“Qual não foi minha surpresa, quando ele (o assessor) mandou uma mensagem dizendo que tinha tido a conversa e que queria falar comigo. Chegando à minha casa, o assessor me fez uma proposta dizendo que tinha conversado com o prefeito e que ele havia pedido para que parasse com essas denúncias e que ele me daria um valor de três mil reais por mês, e que quando prefeitura melhorasse a arrecadação ele ia me dar um aumento considerável, cujo valor não citou”, disse.

Quando o advogado disse que não queria nada pessoal, nem dinheiro, e sim trabalho para o pessoal do partido, o assessor perguntou, segundo a versão de Emerson: “Mas e aí, o negócio dos três mil? Como faço para te passar? Eu entrego pra ti? Deposito em uma conta? Eu entrego lá na casa do teu pai, lá em Rio Branco?”, disse o advogado, acrescentando que a partir desse diálogo decidiu procurar a polícia e registrar queixa, tanto pelo sumiço do medicamento e do dinheiro quanto pela tentativa de suborno.

“Dois milhões de reais é um valor absolutamente expressivo, já que se trata de medicamentos para a atenção básica, que a gente sabe que é muito barato, e que confrontava com essa situação de falta de remédios nos postos.”, disse o advogado ao revelar que fez o confronto no Portal de Transparência do Município para poder fundamentar as denúncias agora encaminhadas aos órgãos de controle.

“Com base na lei da transparência, como cidadão do município, solicitei por várias vezes, reiterei por três vezes, os pedidos de informação, solicitando os processos de compra, o processo licitatório, e a prefeitura sempre dando o calado por resposta. Conversei com algumas pessoas da prefeitura, e elas me disseram que eu não iria receber essas informações. Então decidi procurar os órgãos de controle”, disse Soares.

As belas ruas de Rodrigues Alves parecem alheias ao que faz a prefeitura/Foto: reprodução

“Eu não estou acusando aqui ninguém. Mas se você tem uma compra de 2 milhões de reais em medicamentos e está faltando paracetamol no posto de saúde, alguma coisa está errada”, acrescentou. “Também tomei conhecimento de que um dentista de lá, o Dr. Lucas Smith, estava reclamando porque não conseguia atender seus pacientes, pois não tinha anestésico, e ele falava isso, que tinham comprado R$ 2 milhões em medicamentos e que não havia os medicamentos para atender os pacientes dele. Me parece que o dentista quis ir até à polícia denunciar a situação”, disse o advogado.

O outro lado

A reportagem tentou ouvir o prefeito Sebastião Correa (telefone de final 515), o secretário de saúde do município (telefone final número 282), além do assessor de comunicação do município, Galber Matos (telefone final 592). Ninguém atendeu às ligações ou respondeu às mensagens com pedidos de entrevistas.

A reportagem também enviou mensagens à empresa que teria vendido os medicamentos à prefeitura, a Biolab Importação e Exportação, com relato do teor da denúncia e as seguintes indagações:

1) Houve de fato a transação dessa empresa com o Município citado?

2) Qual o valor envolvido?

3 – Qual a modalidade do certame? Foi concorrência pública?

4 – Qual a data?

5 – Onde foram parar os medicamentos?

A mensagem de texto foi enviada às 16h41 (horário do Acre). Não houve resposta até às 21h20 desta sexta-feira (15).

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“Os de Dentro contra Os de Fora”: Brasileense reacendem amizade e tradição em pelada de fim de ano

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Jogo reúne quem saiu da cidade em busca de oportunidades e quem ficou; 4ª edição do evento celebra mais que futebol, mas união e memórias de décadas

Em sua 4ª edição, pelada “Os de Dentro de Verde contra Os de Fora de Azul” teve placar elétrico, mas a grande vitória foi o reencontro de amigos para celebrar o fim de ano. Foto: Marcus José

Foi muito mais que uma simples pelada. Neste sábado (27), filhos de Brasileia reuniram-se para a 4ª edição do já tradicional jogo “Os de Dentro contra Os de Fora” organizado pelo boleiro Nokim Gugel. A partida reuniu aqueles que saíram do município em busca de sonhos profissionais e os que permaneceram, revivendo em campo as brincadeiras e a cumplicidade dos tempos de garoto.

O evento, que marca o fim de ano, transcendeu os 90 minutos de jogo. Foi um reencontro para matar a saudade da distância, fortalecer laços e manter viva uma história de amizade construída ao longo de décadas. Em campo e fora dele, o espírito foi de união, paixão e celebração de uma origem comum, provando que algumas tradições são mantidas não apenas pela bola, mas pela força do coletivo.

A 4ª edição do tradicional jogo “Os de Dentro contra Os de Fora”, realizada em Brasileia, terminou com um empate de 4 a 4, decidido nos minutos finais após uma partida de reviravoltas. Foto: Marcus José

Emoção até o último minuto: jogo tradicional de Brasileia termina em empate de 4 a 4 após virada e reação nos acréscimos. Foto: Marcus José 

A partida foi tão emocionante quanto o reencontro que a motivou. A 4ª edição do tradicional jogo “Os de Dentro contra Os de Fora”, realizada em Brasileia, terminou com um empate de 4 a 4, decidido nos minutos finais após uma partida de reviravoltas.

‘Os de Casa’ abriram o placar, mas ‘Os de Fora’ conseguiram empatar, virar e ampliar para 4 a 2. A reação veio no final: já no segundo tempo, os da casa diminuíram e, em uma arrancada nos últimos dois minutos, conseguiram o gol do empate. O resultado, no entanto, foi apenas um detalhe para a celebração maior do evento: a alegria de rever amigos de longa data e matar a saudade em mais uma confraternização de fim de ano.

Fotos da Confraternização
Veja vídeos:

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Mailza acompanha sala de situação do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil diante do avanço das cheias no Acre

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A vice-governadora do Acre, Mailza Assis, acompanhou, neste sábado, o trabalho realizado na sala de Comando Operacional do Corpo de Bombeiros Militar e da Defesa Civil Estadual, onde são monitoradas em tempo real as condições climáticas, o nível dos rios e os impactos das chuvas em todo o estado.

A estrutura reúne informações de todos os municípios e permite o acompanhamento permanente do período chuvoso e das cheias que podem ocorrer.

Durante a visita, a vice-governadora destacou que o estado mantém vigilância constante sobre os principais rios e está preparado para prestar o suporte necessário às populações atingidas.

“Aqui nós temos todo o controle de todo o estado, todos os rios, todos os municípios, e estão sendo muito bem observados e também estamos prontos para acolher e dar o suporte que for necessário e que caiba ao estado”, disse.

A sala de situação concentra dados atualizados, observações técnicas e o planejamento das ações emergenciais, garantindo resposta rápida em caso de agravamento do cenário.

Em Rio Branco, o Rio Acre ultrapassou a cota de transbordamento, provocando alagamentos em áreas ribeirinhas e acendendo o alerta das autoridades para a possibilidade de novas ocorrências, caso o volume de chuvas se mantenha elevado.

A Defesa Civil Estadual segue em articulação com os municípios, monitorando os níveis dos rios e orientando as ações preventivas e de atendimento às famílias afetadas. A recomendação é que moradores de áreas de risco permaneçam atentos aos comunicados oficiais e sigam as orientações dos órgãos de segurança e proteção.

VEJA O VÍDEO:

 

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Elenco do Vasco começa última fase de treinos visando o Estadual

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Foto Sueli Rodrigues: Recuperado de uma cirurgia no joelho, o volante Bernardo vem treinando forte

O elenco do Vasco realizou um treino leve neste sábado, 27, na Fazendinha, e começou a última fase de preparação visando o Campeonato Estadual. A primeira etapa de treinamento foi desenvolvida em Cardoso Moreira, no Rio de Janeiro.

“Fizemos um regenerativo e neste domingo(28), vamos trabalhar em dois períodos. Os trabalhos serão intensos até o início do Estadual”, declarou o técnico Erick Rodrigues.

Cabeludo recebe proposta

O volante Cabeludo recebeu uma proposta do futebol do Bahia e a diretoria do Vasco avalia se libera ou não o atleta.

“Vamos avaliar com cautela. Se liberarmos o Cabeludo, precisaremos ir em busca de um jogador para posição”, explicou Erick Rodrigues.

Contra o Galvez

Depois de realizar amistosos no Rio de Janeiro, o Vasco enfrenta o Galvez na terça, 30, na Fazendinha. Erick Rodrigues vai montar a equipe com força máxima.

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