Conecte-se conosco

Brasil

Acre registra maior redução de homicídios do país, diz estudo

Publicado

em

Por Paulo Teixeira-  Agência de Noticias do Acre

 

As políticas adotadas pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), nos últimos três anos, fizeram com que o estado alcançasse, em 2021, a maior queda de homicídios entre todas as unidades da federação, comparando-se ao ano de 2020, com redução de 38% em mortes violentas intencionais (MVI).

Trabalho integrado das forças de segurança se reflete na queda dos números. Foto: Secom

No período comparado, o Brasil teve uma queda de 7% nos assassinatos, com 41,1 mil ocorrências da espécie, enquanto o Acre registrou 181 mortes dessa natureza no ano passado, contra 292 em 2020. É  o que mostra o indicador Monitor da Violência (uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública), com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal, publicado em rede nacional, nesta segunda-feira, 21.

“Nosso governo tem investido na contratação de novos profissionais para atuar na segurança pública, além disso já entregamos diversos equipamentos e viaturas para ampliar a atuação das polícias e aumentar o combate aos crimes. Por isso, esses números refletem também a atuação do trabalho comprometido e sério da Segurança Pública do nosso estado”, destaca o governador Gladson Cameli.

Para o titular da Sejusp, coronel Paulo Cézar Rocha dos Santos, a redução de mortes violentas intencionais no Acre, no ano de 2021, foi propiciada pela adoção de diversas estratégias que integram o Plano Estadual de Justiça e Segurança Pública, elaborado ao longo dos dois primeiros anos da atual gestão.

Resultado é fruto das estratégias que integram o Plano Estadual de Justiça e Segurança Pública, executado ao longo dos dois primeiros anos da atual gestão do governador Gladson Cameli. Foto: Dhácules Pinheiro/Sejusp

O titular da pasta destaca “a atuação do Estado no combate aos crimes transfronteiriços, independentemente da competência ser da União”. Para isso, segundo Paulo Cézar, a administração estadual criou o Grupo Especial de Fronteira (Gefron), unidade integrada por policiais militares e civis, bem como bombeiros militares, sob a coordenação da  Sejusp. “Nessa linha, cinco delegacias de Polícia Civil e quatro unidades da Polícia Militar foram integradas ao Programa Vigia, do governo federal, com o objetivo similar”, explica.

Agregado à referida estratégia, conforme o secretário, foram firmadas parcerias de cooperação técnica com o governo boliviano e os estados do Amazonas e Rondônia, que possibilitaram a atuação integrada na faixa de fronteira e troca de informações sobre a atuação do narcotráfico na região.

O coronel aponta, ainda, a atuação conjunta das forças estaduais, federais e do Ministério Público, por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado e de operações integradas realizadas pela PM, PC e Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no enfrentamento às organizações criminosas, que permitiram a prisão de lideranças criminosas do narcotráfico e o aumento exponencial da apreensão de entorpecentes. “Frise-se que as ações e operações realizadas foram subsidiadas de conhecimento do Centro Integrado de Inteligência e dos Núcleos Regionais de Inteligência, criado na atual gestão”, afirma Santos.

Ações preventivas

Outro fator apontado pelo secretário Paulo Cézar foi a criação do Programa Acre pela Vida, chancelado pela Sejusp, que promove ações de formação continuada e profissional, bem como atividades esportivas na região de maior concentração de mortes violentas no estado, a Cidade do Povo, em Rio Branco.

A região da Cidade do Povo, em Rio Branco, que concentrou 39% das mortes violentas intencionais registradas no estado em 2020, com a implantação do Acre pela Vida não registra execuções desde agosto de 2021. Foto: Dhácules Pinheiro/Sejusp

A ampliação das políticas de prevenção de violência doméstica, em especial com a interiorização da Patrulha Maria da Penha e a agregação de medidas eletrônicas de propensos agressores, bem como a transversalização de ações em parceria com a rede de saúde e assistência social para reduzir a violência contra a população em situação de rua, são outros fatores que integram a atenção do sistema local de segurança pública.

Estado forte

O secretário também credita os bons resultados alcançados aos elevados valores investidos na contratação de pessoal na Polícia Militar e na Polícia Civil, na capacitação profissional, em viaturas, equipamentos, armamentos e tecnologias, “por meio da destinação de 30% da receita arrecadada pelo Detran/AC, medida inédita na gestão estadual e que garantiu condições de resposta e prevenção diferenciada às forças de segurança”.

Publicação do G1 Nacional destaca desempenho do Acre

O gestor destaca também o reordenamento dos sistemas carcerário e socioeducativo, por meio de procedimentos operacionais padrão, “que permitiram a implementação de medidas disciplinares de controle e, principalmente, retomada de ações ressocializadoras, impactando na redução da reincidência”.

Policiais eficientes e capacitados

O fortalecimento do policiamento ostensivo, pela Polícia Militar, voltado para resolução dos problemas, por meio de análise criminal e espacial, que permite empregar o efetivo nas zonas mais propícias a ocorrências de crimes contra a vida, e a atuação eficiente da Polícia Civil na elucidação desses delitos, principalmente na identificação dos mandantes e na prisão dos principais atores responsáveis pelas execuções determinadas pelas organizações criminosas, também foram apontados por Paulo Cézar como fatores determinantes para a redução dos assassinatos.

Santos cita, também, o êxito do programa de capacitação continuada dos profissionais do Sistema de Segurança Pública (Sisp), “que culminaram no aumento dos indicadores de apreensões de armas e entorpecentes, bem como impactaram na redução de 59% de mortes derivadas de intervenções policiais, quando comparamos com o ano de 2020”.

Nesse aspecto, exaltou o empenho, a bravura e a capacidade profissional de cada integrante do Sisp, em qualquer área de atuação: “guerreiros”, definiu.

Desafios

Apesar dos expressivos números alcançados pelo Acre, o titular da Sejusp assevera que “os desafios da segurança pública no estado e no país ainda são enormes, pois a efetiva redução da violência exige melhoria dos níveis de emprego e de qualidade de vida das comunidades carentes.

O que é MVI

Mortes Violentas Intencionais (MVI)  é uma categoria de crimes que agrega as seguintes modalidades: homicídio doloso, feminicídio, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial.

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Brasil

Correios: Reestruturação, empréstimo Bilionário e Futuro Societário

Publicado

em

Este artigo aborda correios: reestruturação, empréstimo bilionário e futuro societário de forma detalhada e completa, explorando os principais aspectos relacionados ao tema.

A Profunda Crise Financeira por Trás da Reestruturação dos Correios

Informações relevantes sobre A Profunda Crise Financeira por Trás da Reestruturação dos Correios.

Estratégias Internas: O Plano de Corte de Gastos e Demissões Voluntárias

Informações relevantes sobre Estratégias Internas: O Plano de Corte de Gastos e Demissões Voluntárias.

O Empréstimo de R$ 12 Bilhões: Um Respiro Financeiro Imediato?

Informações relevantes sobre O Empréstimo de R$ 12 Bilhões: Um Respiro Financeiro Imediato?.

Parcerias e Futuro Societário: A Discussão sobre a Abertura de Capital

Informações relevantes sobre Parcerias e Futuro Societário: A Discussão sobre a Abertura de Capital.

A Adaptação dos Correios ao Cenário Concorrencial da Logística

Informações relevantes sobre A Adaptação dos Correios ao Cenário Concorrencial da Logística.

Comentários

Continue lendo

Brasil

Correios: plano de reestruturação, empréstimo e abertura de capital

Publicado

em

Este artigo aborda correios: plano de reestruturação, empréstimo e abertura de capital de forma detalhada e completa, explorando os principais aspectos relacionados ao tema.

O Plano de Reestruturação dos Correios: Medidas e Objetivos

Diante dos persistentes déficits financeiros registrados a partir de 2022, os Correios anunciaram um abrangente plano de reestruturação. O objetivo primordial é sanear as contas da estatal e adequá-la ao dinâmico e competitivo mercado de logística. A medida mais significativa delineada neste plano prevê uma profunda alteração no regime societário da empresa, abrindo caminho para a possível abertura de capital.

Essa transformação societária visa converter os Correios, atualmente uma empresa 100% pública, em uma companhia de economia mista. Isso significa permitir a entrada de acionistas privados, similar ao modelo de grandes estatais como Petrobras e Banco do Brasil. O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, esclareceu que a iniciativa não se configura como privatização, mas sim uma busca por parcerias estratégicas, incluindo a possibilidade de modelos societários mistos. Ele enfatizou que a mudança é crucial para dotar a empresa da flexibilidade e tecnologia necessárias para prosperar no ambiente concorrencial moderno, aguardando propostas de consultoria contratada para definir o tipo de parceria.

Além da potencial redefinição societária, o plano de reestruturação dos Correios detalha uma série de ações operacionais e de gestão para garantir a sustentabilidade financeira. Estão previstos o fechamento de cerca de mil agências próprias em todo o país, a venda de imóveis considerados não essenciais e a implementação de dois Planos de Demissão Voluntária (PDVs). A meta é ambiciosa: reduzir o quadro de funcionários em 15 mil colaboradores até 2027 e cortar despesas da ordem de R$ 5 bilhões até 2028, visando uma recuperação financeira robusta e sustentável.

Abertura de Capital: O Caminho para uma Empresa de Economia Mista

A proposta de abertura de capital dos Correios surge como um pilar fundamental do plano de reestruturação da companhia, visando transformar seu regime societário e enfrentar os déficits recorrentes desde 2022. Atualmente uma empresa 100% pública, a estatal busca no mercado de capitais uma alternativa estratégica para se adequar ao ambiente altamente competitivo do setor de logística, que exige crescente flexibilidade e investimentos em tecnologia. Este movimento representaria uma mudança substancial na estrutura de propriedade e gestão da empresa, buscando modernização e eficiência sem onerar exclusivamente o erário público.

Ao abrir seu capital, os Correios deixariam de ser uma entidade puramente estatal para se tornar uma empresa de economia mista, modelo já adotado por gigantes nacionais como Petrobras e Banco do Brasil. Isso significa que parte de suas ações seria ofertada a investidores privados na bolsa de valores, que passariam a deter participação na companhia. Tal mecanismo permite a entrada de capital fresco, essencial para financiar as modernizações necessárias, a expansão de serviços e aprimorar a infraestrutura, conferindo à empresa maior capacidade de investimento e adaptabilidade às dinâmicas do mercado.

O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, esclareceu que a iniciativa não se alinha a uma agenda de privatização, mas sim a um 'olhar sobre parcerias, inclusive societárias'. A transição para uma estrutura de economia mista é vista como um caminho para otimizar a gestão, atrair investimentos e fortalecer a capacidade de inovação, conforme as exigências do mercado logístico global. A decisão final sobre o formato e a extensão dessa abertura de capital, incluindo a porcentagem a ser ofertada, ainda aguarda as propostas detalhadas de uma consultoria contratada, que irá subsidiar a companhia a trilhar este novo modelo de governança corporativa.

O Empréstimo Bilionário e a Busca por Estabilidade Financeira

Os Correios anunciaram a captação de um empréstimo bilionário de R$ 12 bilhões, uma medida crucial para reequilibrar suas contas e enfrentar os déficits acumulados desde 2022. Desse montante, R$ 10 bilhões serão desembolsados ainda em 2025, com os R$ 2 bilhões restantes previstos para janeiro de 2026. A operação foi estruturada com um período de carência de três anos, proporcionando um fôlego financeiro estratégico à estatal em meio ao seu ambicioso plano de reestruturação.

O contrato do empréstimo foi formalizado na última sexta-feira (26) com a participação de cinco grandes instituições financeiras. O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Bradesco contribuíram com R$ 3 bilhões cada, demonstrando um engajamento significativo do setor bancário na recuperação dos Correios. Complementando o montante, o Itaú e o Santander aportaram R$ 1,5 bilhão cada, consolidando um consórcio bancário robusto para apoiar a empresa em sua trajetória de estabilização.

O presidente da companhia justificou o empréstimo como essencial para garantir a adimplência nos contratos com fornecedores, assegurar os benefícios dos empregados e honrar os tributos. Segundo ele, com as “contas em dia” e a “qualidade da operação recuperada”, a estatal espera restabelecer a confiança no mercado. Este passo é visto como fundamental para permitir que os Correios operem de forma mais eficiente e competitiva, adequando-se ao ambiente concorrencial do setor de logística.

Apesar da significativa injeção de capital, a busca por estabilidade financeira não se encerra com este empréstimo. O presidente da estatal revelou que a companhia ainda necessita de mais R$ 8 bilhões em receitas para equilibrar completamente suas finanças. A forma de captação desses recursos adicionais, seja por meio de novos empréstimos ou por aportes diretos do Tesouro Nacional, ainda está sob avaliação e será definida ao longo de 2026, indicando um planejamento financeiro contínuo e estratégico para a sustentabilidade da empresa.

A Crise dos Correios: Causas Estruturais e Desafios do Setor Postal

Os Correios, empresa estatal de fundamental importância para a infraestrutura logística e social do Brasil, enfrentam uma crise estrutural de profundas raízes, evidenciada por déficits financeiros consecutivos, especialmente desde 2022. Esta situação crítica não decorre apenas de problemas conjunturais, mas reflete desafios inerentes à sua operação e à dinâmica em constante transformação do setor postal e de logística no século XXI. A companhia se vê pressionada por um cenário que exige modernização e agilidade sem precedentes para manter sua relevância e sustentabilidade.

Entre as principais causas estruturais, destaca-se a acirrada concorrência no setor de entregas, impulsionada exponencialmente pelo crescimento do e-commerce. Empresas privadas, muitas delas nativas digitais e altamente flexíveis, investiram massivamente em tecnologia de ponta, otimização de rotas e eficiência logística, capturando fatias significativas do mercado. Os Correios, com sua vasta capilaridade nacional, mas também com custos operacionais elevados e, por vezes, engessados por processos burocráticos e regulatórios, têm dificuldade em competir em pé de igualdade em termos de velocidade, personalização e inovação frente a esses players.

Além disso, a transição digital global impactou drasticamente a demanda por serviços postais tradicionais, como o envio de cartas, que historicamente representava uma parcela substancial da receita. Ao mesmo tempo, a necessidade de investimentos contínuos em tecnologia de rastreamento, automação de centros de distribuição e otimização de rotas para o segmento de encomendas e logística é premente. A manutenção de uma extensa rede de agências e uma grande força de trabalho, sem a correspondente otimização de processos ou receita suficiente para cobrir os custos, agrava o quadro financeiro, demandando urgentes planos de reestruturação para garantir a perenidade da empresa e sua capacidade de modernização.

Impactos e Perspectivas para o Futuro dos Correios no Brasil

Informações relevantes sobre Impactos e Perspectivas para o Futuro dos Correios no Brasil.

Comentários

Continue lendo

Brasil

Caso Master: sigilo alimenta especulação sobre envolvidos, diz especialista

Publicado

em

Em entrevista ao CNN Prime Time, Cristiano Noronha detalha que o tema já está sendo politizado no âmbito local em Brasília

• Imagem gerada por IA

O caso do Banco Master, que teve sua liquidação extrajudicial decretada pelo BC (Banco Central), entrou no debate político brasileiro e está sendo explorado por diferentes campos ideológicos.

Em entrevista ao Agora CNN, o cientista político Cristiano Noronha, vice-presidente da Arko Advice, avalia que o sigilo imposto ao caso pelo ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), e a acareação por ele imposta alimentam especulações sobre quem poderia estar envolvido.

“Essa questão da determinação do sigilo, essa decisão de investigar, fazer essa acareação que foi decidida à revelia do que defendia a Polícia Federal, tudo isso acaba alimentando muito essas especulações de quem efetivamente estaria envolvido”, explica.

O especialista também comenta sobre a politização do tema: “O assunto já está sendo politizado no âmbito local em Brasília, porque a gente viu também personalidades políticas defendendo a compra do Banco Master pelo BRB, que é um banco público”, detalha.

Noronha destaca que a revelação do contrato que o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, mantinha com o Banco Master serve como munição para a oposição e relembra os diversos pedidos de impeachment do ministro.

Distância estratégica do governo

Questionado sobre a postura do governo de evitar o confronto direto e manter o discurso de autonomia do Banco Central, o vice-presidente da Arko Advice avalia que essa é uma estratégia acertada.

“Faz todo sentido o governo fazer isso, primeiro porque se distancia do problema, insiste em uma decisão absolutamente técnica que o Banco Central tomou e eventualmente não politiza ainda mais esse assunto.”

Com esse distanciamento, Noronha explica que o governo evita ser acusado pela oposição de tentar blindar atores importantes caso venha à tona o envolvimento de figuras relevantes do cenário político e jurídico.

Fonte: CNN

Comentários

Continue lendo