Cotidiano
Acre registra 30 mortes violentas nos 18 dias de janeiro
Em janeiro do ano passado, 32 pessoas foram mortas de forma violenta em todo estado acreano.

Rosemilda Oliveira, Adrian Braga e João Victor foram algumas das vítimas assassinada em janeiro deste ano — Foto: Reprodução
Por G1 AC — Rio Branco
Esquartejamentos, execuções e chacina. A onda de violência voltou a assustar no início de 2020 no Acre. Em 20 dias de janeiro, 30 pessoas morreram de forma violenta no estado. A motivação, na maioria dos homicídios: guerra de facções por domínio de território.
Em todo mês de janeiro de 2019, o Acre registrou 32 mortes violentas. Os dados são do índice nacional de homicídios criado pelo g1.com, que faz parte do Monitor da Violência.
Na noite de sábado (18), sete pessoas foram assassinadas e outra ficou gravemente ferida em Rio Branco. Destas, seis foram mortas em uma chacina dentro de um bar na Rodovia Transacreana, zona rural da capital acreana.
O sétimo crime ocorreu no ramal Bom Jesus, no bairro Vila Acre, também na região do Segundo Distrito.
Depois da chacina, uma reunião emergencial foi convocada com a cúpula da Segurança. O secretário de Segurança Pública em exercício, coronel Ricardo Brandão, disse que a pasta define estratégias para enfrentar a violência no estado.

Vítimas estavam em um bar quando foram mortas, na noite de sábado (18), na Rodovia Transacreana — Foto: Tálita Sabrina/Rede Amazônica Acre
“Reunimos a cúpula da Segurança, com parceria do Ministério Público, para ter uma compreensão maior e determinar as ações emergenciais que serão tomadas. Serão ações de cunho ostensivos, investigativos, reforço policial em determinadas áreas e ações internas no aprimoramento de gerenciamento e controle”, frisou.
Ainda segundo Brandão, a Segurança reforçou o policiamento na região do Segundo Distrito da capital acreana e também as equipes de investigação para chegar aos autores dos homicídios.
“Tínhamos um registro de mortes concentrado na região do Segundo Distrito e para fazer essa contenção a Polícia Militar tem agido com a presença muito forte na região para debelar essas mortes. A Polícia Civil reforçou a equipe da DHPP para chegar ao autor desses delitos e fomos surpreendidos com essa ocorrência na Transacreana. Preocupados, reunimos todos da Segurança de modo a dar uma pronta resposta sobre o que ocorreu”, garantiu.
O coronel disse que população pode ajudar a prender os criminosos ou até mesmo evitar alguma ocorrência denunciando os casos no disque-denúncia, pelo telefone 181.
“É importante que em um momento como esse divulgar o número 181, que é o nosso disque-denúncia. Reforçamos a coordenação dessa área para receber essas informações e precisamos muito da participação da população. É um momento delicado onde muitos se lançam a fazer críticas, temos um problema, mas que não é só da Segurança Pública é de toda sociedade”, concluiu.
Mortes nos 10 primeiros dias
A primeira vítima de morte violenta do ano foi a adolescente Amanda Silva Barbosa, de 17 anos. Ela foi morta a tiros e golpes de faca ainda no primeiro dia do ano. O crime ocorreu na Travessa da Amizade, no bairro Santa Inês, região do Segundo Distrito de Rio Branco.

Bismarque Araújo da Silva foi morto a tiros por um dos cunhados, segundo a polícia. O crime ocorreu no dia 1º, mas a Polícia Civil da cidade foi informada do caso no dia seguinte, pelo pai do suspeito.
Dois dias depois, Felipe Ramon Lima de Moraes, de 22 anos, foi morto com vários disparos de arma de fogo, no dia 3 de janeiro, no conjunto habitacional Cidade do Povo. Após um trio arrombar a porta de trás da casa dele. Ocorrência também foi registrada no Segundo Distrito.

A jovem Rosemilda Oliveira da Silva, de 26 anos, mais conhecida como “Jeca”, foi morta com dois tiros na cabeça
No mesmo dia, em um período de 8 horas, Rosemilda Oliveira da Silva, de 26 anos, foi morta com ao menos quatro tiros no mesmo bairro. Ela também teve a casa invadida por uma dupla que entrou no quarto da vítima e efetuou os disparos e fugiram logo em seguida.
No dia 5 foram registrados mais dois homicídios em Rio Branco. O jovem Ítalo de Souza Charife, de 20 anos, morreu no Pronto-Socorro de Rio Branco, após ser atingido por pelo menos quatro disparos de arma de fogo, no bairro Conquista.
O segundo caso foi registrado na Estrada do Mutum, quando Roselho dos Santos Moura, de 21 anos, foi morto a golpes de terçado e a tiros, após ser levado do bairro Tancredo Neves para a estrada por homens ainda não identificados.

Roselho Moura dos Santos, foi morto após ser levado para estrada em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Antônio Hedesson foi encontrado morto no dia 6, no Jardim Primavera, em Sena Madureira, no interior do Acre.
Stanley Fernandes, de 20 anos, foi assassinado com uma facada e tiros no dia 7, na Rua Vitória, bairro Conquista, em Rio Branco. Segundo a Polícia Militar do Acre (PM-AC), o crime ocorreu quando o rapaz tentou matar um morador, que reagiu.

Um duplo homicídio foi registrado na Travessa Castanheira, no Belo Jardim, em Rio Branco, na madrugada desta quinta-feira (16), chocou os moradores da região. Um casal foi assassinado a golpes de terçado enquanto dormia.
O suspeito de uma tentativa de assalto acabou morto no bairro João Eduardo II, em Rio Branco, nesta terça-feira (7). Segundo o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), dois homens em uma motocicleta tentaram assaltar um policial. A identidade do suspeito não foi confirmada.
Gabriel Riqueime e José Nunes Pereira foram mortos durante um confronto com a Polícia Militar no Ramal do Mineiro, região da Vila Acre, também na capital acreana. Um outro suspeito conseguiu fugir por uma área de mata. Conforme a polícia, o grupo tinha abordado um motorista de aplicativo e roubado o carro dele na cidade de Senador Guiomard, no interior. Em seguida, eles fugiram em direção à capital acreana.
Dangêla Maria de Souza, de 53 anos, foi morta com um tiro na cabeça, na madrugada de sexta-feira (10), dentro de casa no bairro Vitória, em Rio Branco.
O comerciante José Isaías Pereira, de 60 anos também foi morto com um tiro na cabeça no dia 10 em um bar na cidade de Epitaciolândia, no interior do Acre. De acordo com a Polícia Civil, um homem invadiu o local e disparou contra o dono com uma escopeta.
Francisco Neri de Freitas, de 42 anos, foi morto com pelo menos três tiros na madrugada de sexta-feira (10), no Conjunto Esperança, em Rio Branco, quando teve a casa invadida por cinco homens.


Crime ocorreu nesta sexta-feira (10) em um bar da cidade de Epitaciolândia, no interior do Acre — Foto: Alexandre Lima/Arquivo pessoal
Mortes de 11 a 19 de janeiro
Dionys da Fonseca Pinheiro morreu durante uma tentativa de assalto a uma empresa de material de construção na noite deste domingo (12), no Parque Industrial, no Residencial Rosalinda, na região do Segundo Distrito de Rio Branco.
O adolescente Oseias da Silva Raygada, de 15 anos, foi morto com um tiro na cabeça, no Ramal das Bananeiras, em Rodrigues Alves, no interior do Acre. O crime ocorreu na terça-feira (14).
No mesmo dia, Antônio José Bernardo de Oliveira, de 29 anos, foi assassinado a tiros Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco.

Em Sena Madureira, o adolescente João Victor Sales de Lima, de 16 anos, foi achado morto por familiares na terça-feira (14), zona urbana da cidade de Manoel Urbano, interior do Acre. O corpo do rapaz foi esquartejado.
Dois dias depois, o casal Cosmo Ribeiro Moura, de 43 anos, e Tereza da Silva Santos, de 64, teve a casa invadida na madrugada de quinta-feira (16), no bairro Belo Jardim. As vítimas foram mortas a tiros e golpes de faca.
Tereza da Silva era sogra da secretária da Fazenda do Acre, Samírames Plácido Dias. O governo do Acre publico uma nota lamentando a morte do casal e afirmou que os órgãos de segurança estão empenhados para prender os suspeitos.
Na noite de quinta (16), Antônio José de Oliveira da Conceição, de 39 anos, foi morto a tiros em frente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco.
Na noite seguinte, na sexta (17), Adrian Braga Ribeiro, 19 anos, também foi achado morto no bairro Vila Acre, também na capital acreana. Ele foi achado caído às margens da Rodovia AC-40.
Comentários
Cotidiano
Chuva aumenta e Defesa Civil alerta para riscos na captação de água e navegação no Rio Acre
O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta

Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando. Foto: captada
Suene Almeida
Apesar de Rio Branco não registrar volumes extremos de chuva nos últimos dias, a Defesa Civil Municipal tem monitorado de perto o comportamento do Rio Acre e suas consequências para a capital. Em entrevista nesta sexta-feira (5), o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, detalhou a situação, chamou atenção para riscos menos aparentes e reforçou que o momento exige cautela.
Segundo Falcão, até a manhã de hoje o acumulado de chuva dentro do perímetro urbano estava em cerca de 18 milímetros. No entanto, o volume que atinge a cidade desde o início da tarde tende a alterar esse cenário. “Daqui a pouco, quando a gente finalizar essa chuva aqui, vamos perceber que o que choveu hoje equivale praticamente à semana inteira”, explicou.
Ele reforça que, embora o índice acumulado não pareça alto dentro de Rio Branco, o quadro regional é mais preocupante. “Mesmo não tendo chovido muito na cidade, nós temos um acumulado na bacia de 250 a 300 milímetros só nesta primeira semana de dezembro, que nem terminou ainda. Ainda é sexta-feira.”
Oscilações do nível do Rio Acre preocupam
O coordenador também detalhou o comportamento do rio ao longo da semana. Segundo ele, o nível oscilou de 6,68 metros na segunda-feira para 5,43 metros na manhã desta sexta, uma queda significativa em poucos dias. Apesar disso, Falcão esclarece que não há risco de enchente neste momento.
O alerta da Defesa Civil, porém, está focado em outro ponto, que é na presença de balseiros, grandes aglomerados de troncos e vegetação que descem com a correnteza e podem causar danos a estruturas e embarcações.
“Existe uma preocupação atual nossa em relação a essa oscilação de nível, que é a formação de balseiros. Esses balseiros colocam em risco a captação de água e a navegação, trazendo grandes possibilidades de acidentes”, afirmou o tenente-coronel.
Ele explica que, mesmo sem perspectiva de transbordamento, o comportamento irregular do rio traz desafios que exigem vigilância constante. “A gente não está preocupado com o transbordamento, que não vai acontecer agora, mas estamos atentos às outras consequências que o nível do rio traz quando ele oscila dessa forma”, destacou.
Cláudio Falcão explicou que a Defesa Civil segue acompanhando a evolução do cenário e reforçou que o período chuvoso está apenas começando, “Essas primeiras chuvas já mostram que a gente precisa ficar alerta. O momento é de atenção, não de pânico”, concluiu.
Comentários
Cotidiano
Prefeito de Rio Branco anuncia pagamento do salário e 13º de servidores para o dia 19 de dezembro
Tião Bocalom afirmou que os depósitos devem injetar cerca de R$ 80 milhões na economia local e destacou que a gestão mantém todos os pagamentos em dia

A confirmação foi feita durante coletiva de imprensa realizada na Praça da Revolução. Segundo o gestor, os dois pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia local. Foto: captada
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciou em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (5) que o salário de dezembro e o 13º salário dos servidores municipais serão depositados no próximo dia 19. Segundo o gestor, os pagamentos devem injetar aproximadamente R$ 80 milhões na economia da capital.
Bocalom destacou que a política da administração municipal é a de antecipar parte do 13º apenas mediante solicitação do servidor, prática que, de acordo com ele, é pouco comum.
— A grande maioria dos nossos trabalhadores deixa para receber tudo no final do ano, como foi pensado quando o 13º foi criado — afirmou.
O prefeito explicou ainda que adiantar o pagamento no meio do ano pode reduzir o impacto financeiro do benefício devido aos descontos obrigatórios, o que, em sua visão, “desvirtua” o propósito original da gratificação natalina. Ele também reafirmou o compromisso da gestão com a pontualidade nos pagamentos.
— Nunca atrasamos salários, férias ou qualquer outro direito. Fechamos o ano mais uma vez com tudo em ordem, pagando todos os nossos trabalhadores — completou Bocalom.
Comentários
Cotidiano
Obra do viaduto Mamedio Bittar em Rio Branco é adiada para março de 2026
Prefeitura culpa atraso na entrega de insumos vindos de outros estados; estrutura, orçada em R$ 24 milhões, estava prevista para dezembro de 2025

A prefeitura admitiu que não conseguirá entregar a obra ainda este ano e divulgou que a nova previsão é o primeiro trimestre de 2026. Foto: captada
A Prefeitura de Rio Branco admitiu que não conseguirá entregar ainda este ano a construção do viaduto Mamedio Bittar, na confluência das avenidas Ceará, Dias Martins e Isaura Parente. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), a gestão municipal adiou a conclusão da obra para março de 2026.
O novo prazo é o terceiro anunciado pela administração: inicialmente, a entrega estava prevista para outubro de 2025, depois foi adiada para dezembro e, agora, para o primeiro trimestre do ano que vem. Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicosnecessários para a estrutura.
— Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores — justificou o município.
De acordo com a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e, após a conclusão do viaduto, ainda serão realizados serviços de acabamento. A prefeitura não informou se o custo inicial de R$ 24 milhões foi alterado.
O viaduto Mamedio Bittar é considerado essencial para desafogar o trânsito em uma das áreas de maior fluxo da capital acreana, especialmente nos horários de pico. A previsão atual é que a obra seja entregue totalmente concluída e dentro dos padrões de qualidade até março do próximo ano.

Segundo a prefeitura, o atraso se deve à demora na chegada de insumos metálicos necessários para a estrutura. Foto: captada
Nota da Prefeitura de Rio Branco
A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura, esclarece que o atraso na entrega do Elevado Mamedio Bittar ocorreu em razão de dificuldades no fornecimento dos insumos metálicos utilizados na obra.
O material é fabricado sob medida, de forma milimétrica, e adquirido junto a grandes siderúrgicas do sul do país, como a Usiminas e a Gerdau, que atendem não apenas o Brasil, mas também o mercado internacional. Houve, portanto, atrasos na produção e na entrega dessas estruturas, o que impactou diretamente o cronograma da obra.
Ressaltamos que não houve má-fé nem por parte da empresa executora, nem da gestão municipal. Trata-se de uma situação logística, considerando também a distância geográfica do Acre em relação aos centros produtores.
Neste momento, os últimos vãos estão sendo concretados e os serviços de urbanismo já foram iniciados. Após a conclusão da estrutura, ainda serão executados os acabamentos do tabuleiro, passeios, laterais, pintura e toda a urbanização na parte inferior do elevado.
A Prefeitura reforça que não irá inaugurar a obra de forma inacabada. A previsão é de que o Elevado Mamedio Bittar seja entregue totalmente concluído e dentro dos padrões de qualidade no primeiro trimestre de 2026, mais precisamente até o mês de março.

Ainda segundo a nota, os últimos vãos da passagem estão sendo concretados e que, após a conclusão do viaduto, ainda haverá serviços de acabamento. Foto: captada

Você precisa fazer login para comentar.