Conecte-se conosco

Acre

Acre completa 56 anos de emancipação política com volta do crime organizado

Desde o início do segundo mandato de Sebastião Viana o Acre passa por uma das mais graves crises da segurança pública nestes 56 anos de Estado.

Publicado

em

O estado do Acre completa nesta sexta-feira, 15 de junho, seus 56 anos de emancipação política.

O golpe militar de 1964 o destituiu do Palácio Rio Branco. Até 1982, todos os ocupantes da cadeira foram indicados pelos generais no poder em Brasília (Foto: Gleilson Miranda)

Com Fábio Pontes - Ac24horas

A atuação das facções criminosas ganhou mais força no período Tião Viana. Ao invés de assumir responsabilidades, a atual gestão petista tem preferido jogar a culpa no governo federal por não vigiar as fronteiras.

Após quase seis décadas como território federal, o Acre foi elevado à categoria de membro federativo do então Estados Unidos do Brasil, o nome oficial do país à época. Em 15 de junho de 1962, o então primeiro-ministro Tancredo Neves assinou a Lei no 4.070, que transformava o Acre em Estado.

A elevação foi resultado da luta do chamado Movimento Autonomista, formado por lideranças políticas acreanas das diferentes correntes políticas, pela emancipação do território. Passados 56 anos, o Acre Estado vivenciou profundas transformações. Seu primeiro governador eleito, José Augusto de Araújo, ficou pouco tempo no cargo.

O golpe militar de 1964 o destituiu do Palácio Rio Branco. Até 1982, todos os ocupantes da cadeira foram indicados pelos generais no poder em Brasília. Essas famílias políticas no período da ditadura continuaram a exercer influência local, mesmo após a redemocratização.

Os atuais líderes da política acreana, os irmãos Viana, são sobrinhos do ex-governador Joaquim Falcão Macedo, indicado para o cargo pelo então presidente, o general Ernesto Geisel. Há exatos 20 anos, Jorge e Sebastião Viana se reversam no comando do Estado. Enquanto um é governador, o outro é senador – e vice-versa.

Este ciclo de poder agora tem um capítulo à parte. Se Jorge Viana foi o governador que desmantelou o crime organizado no Acre, chefiado pelo ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, o terror da violência volta a deixar a população amedrontada. Desta vez a atuação não é de grupos de extermínio formado por policiais, mas das facções criminosas.

Desde o início do segundo mandato de Sebastião Viana o Acre passa por uma das mais graves crises da segurança pública nestes 56 anos de Estado. De uma cidade pequena e pacata –quase rural – das décadas de 1960 e 1970, na qual se podia dormir de janela aberta, Rio Branco vê hoje sua população morando em verdadeiras fortalezas vigiadas por câmeras e cães.

A atuação das facções criminosas ganhou mais força no período Tião Viana. Ao invés de assumir responsabilidades, a atual gestão petista tem preferido jogar a culpa no governo federal por não vigiar as fronteiras. O mais interessante é que somente agora os governos do PT notaram que a Bolívia e o Peru estão logo ali, e que essa proximidade é um fator de problemas.

O fato é que o Acre faz fronteira com essas duas nações antes de 1962. Nossos limites foram definidos em 1903 com a assinatura do Tratado de Petrópolis, processo liderado pelo Barão do Rio Branco. Nos 13 anos em que o PT ocupou o Palácio do Planalto com Lula e Dilma, os companheiros no Acre nunca se atentaram de cobrar a União por sua responsabilidade com a fronteira.

Foi só Michel Temer (MDB) tirar Dilma do posto para a questão vir à tona. A vizinhança com o Peru e a Bolívia não é, por si só, o grande problema do Acre. Rondônia também tem fronteiras; Mato Grosso, idem. Porém, nem por isso estes dois estados vivem a guerra sangrenta protagonizada pelas facções criminosas.

___________________

No Acre já virou quase lugar-comum o noticiário de execuções sumárias cometidas por membros destas organizações. Formando verdadeiras milícias, seus membros tomam de conta dos bairros, invadem as áreas dos rivais para mata-los.

___________________

As facções criminosas encontraram no Acre um bom contingente de soldados para seus exércitos. O grande número de jovens desempregados nas periferias das cidades proporcionou seu alistamento por traficantes, que lhes prometem uma fonte de renda alta e segura – mas a um alto custo.

Em seus 56 anos como Estado, o Acre não conseguiu reduzir sua dependência deste mesmo Estado. A economia ainda gira fortemente em torno das finanças do governo. O setor privado é incipiente para gerar empregos e distribuição de renda. Governo e prefeituras são os que mais absorvem a mão-de-obra.

Estes dois ingredientes (fronteira e uma economia pobre), portanto, deixaram o Acre refém das organizações criminosas, que pareciam fazer parte das páginas passadas de nossa história. Duas décadas depois as vemos voltar, e agora com ainda mais força e violência.

Que a palavra Estado de fato prevaleça no Acre. Que um estado paralelo formado por essas facções não ditem as regras em nossa sociedade. Que os próximos 56 anos sejam bem melhores: de paz e prosperidade de forma justa a todos os acreanos.

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Acre

Rio Acre segue acima da cota de transbordo e atinge 15,32 metros em Rio Branco

Publicado

em

Mesmo sem chuvas nas últimas 24 horas, nível do rio continua elevado e é monitorado pela Defesa Civil

Foto: Sérgio Vale

O nível do Rio Acre permanece elevado em Rio Branco e continua acima da cota de transbordo. De acordo com boletim divulgado pela Defesa Civil Municipal, na medição realizada às 5h21 da manhã desta segunda-feira (29), o manancial atingiu 15,32 metros.

Ainda segundo a Defesa Civil, na última aferição feita à meia-noite, o rio marcou 15,24 metros, o que representa um aumento de 8 centímetros em relação às medições anteriores, confirmando a tendência de elevação.

Nas últimas 24 horas, não houve registro de chuva na capital acreana, com acumulado de 0,00 milímetro no período. A elevação do nível do rio é atribuída ao volume de água proveniente das cabeceiras e afluentes.

A cota de alerta do Rio Acre é de 13,50 metros, enquanto a cota de transbordo é de 14,00 metros, ambas já superadas. A Defesa Civil Municipal segue monitorando a situação e acompanhando a evolução do nível do rio, mantendo as equipes em prontidão para atendimento às áreas de risco.

Comentários

Continue lendo

Acre

Acre recebe novo alerta de chuvas intensas com risco potencial

Publicado

em

Em dias de chuva é preciso redobrar as medidas de segurança ao conduzir veículos. Foto: Eduardo Gomes/Detran

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso de chuvas intensas com grau de perigo potencial para o Acre. O alerta teve início às 9h23 desta segunda-feira (29) e segue válido até 23h59 de terça-feira (30).

De acordo com o Inmet, estão previstas chuvas entre 20 e 30 milímetros por hora, podendo chegar a até 50 milímetros por dia, acompanhadas de ventos intensos, com velocidade variando entre 40 e 60 km/h.

Apesar de classificado como de baixo risco, o aviso aponta possibilidade de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos em áreas urbanas e descargas elétricas durante o período de instabilidade.

Comentários

Continue lendo

Acre

Mais de 360 pessoas estão em abrigos municipais após cheias em Rio Branco

Publicado

em

Prefeitura atualiza situação e informa que Rio Acre atingiu 15,32 metros, com tendência de subida

A Prefeitura de Rio Branco divulgou, na manhã desta segunda-feira (29), a atualização mais recente sobre a situação dos abrigos montados para atender famílias afetadas pelas cheias do Rio Acre e dos igarapés da capital. De acordo com o boletim das 6h, um total de 364 pessoas, pertencentes a 135 famílias, estão acolhidas em seis pontos diferentes da cidade.

Segundo o levantamento, a Escola Municipal Álvaro Vilela Rocha abriga 14 famílias, somando 51 pessoas. Na Escola Municipal Anice Jatene, são 16 famílias, com 56 pessoas acolhidas. A Escola Municipal Maria Lúcia atende 13 famílias, totalizando 38 pessoas. Já a Escola Estadual Georgete Kalume recebe oito famílias, com 31 pessoas, enquanto a Escola Estadual Marilda Gouveia abriga nove famílias, reunindo 58 pessoas.

O maior número de desabrigados está concentrado no Centro de Cultura Mestre Caboquinho, onde 75 famílias estão acolhidas, totalizando 130 pessoas.

Em publicação nas redes sociais, o prefeito Tião Bocalom (PL) informou que esta é a última atualização das 6h da manhã e destacou que, na medição mais recente, o nível do Rio Acre atingiu 15,32 metros, apresentando tendência de elevação de aproximadamente um centímetro por hora.

O gestor ressaltou ainda que a atuação da Defesa Civil Municipal tem sido contínua no enfrentamento da situação e reafirmou o compromisso da gestão com o cuidado às famílias atingidas pelas alagações.

“Já enfrentamos outras alagações antes e nosso cuidado com a população sempre foi grande e presente, a ponto até de render um prêmio nacional à nossa Defesa Civil Municipal. Seguiremos trabalhando com fé e coragem para ajudar a nossa gente. Vamos juntos!”, afirmou o prefeito.

Comentários

Continue lendo