Acre
Açaí de Feijó luta para obter o selo de Indicação Geográfica
Uma faixa de terra compreendida entre os rios Envira e Jurupari, no município de Feijó, é o núcleo da luta pelo reconhecimento da Indicação Geográfica do Açaí -uma região de onde sai, segundo o presidente da Cooperativa de Produtores, Coletores e Processadores de Açaí (Cooperaçaí), José Geovani de Lima Nascimento, “o melhor açaí do mundo” -um produto orgânico, sustentável e de alta qualidade, fazendo jus à fama.
Nesse istmo de floresta no coração do Acre está abrigada uma riqueza que atualmente oferta trabalho e renda para 500 coletores e processadores e para mais de 1,5 mil colaboradores indiretos.
Uma das ações que esses grupos farão para consolidar a Indicação Geográfica junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) é documentar a coleta e o processamento para o IBGE atualizar os dados sobre a produção de açaí no Acre. “O IBGE fala entre 5 e 7 toneladas mas a produção é muito maior”, diz Geovani, afirmando que são cerca de 800 toneladas obtidas em duas safras, sendo uma maior e uma menor, que em uma área próxima da BR 364 coleta e processa 30% do açaí de Feijó.
Três grandes empresas compram a produção mas uma outra luta dos feijoenses é a autonomia comercial. Consideram que atualmente os atravessadores são um mal necessário e ressaltam a importância das empresas -mas a Indicação Geográfica trará outro status mercadológico. “A meta é triplicar todos os números atuais”, projeta o presidente da Cooperaçaí.
Hoje, 99% do produto vem de açaizais nativos mas há um grande esforço para aumentar a área cultivada para ao menos 10% da produção.
Do açaí se faz de tudo. No workshop “Indicações Geográficas do Acre” ocorrido na última quinta-feira (19) em Rio Branco, uma mostra levou à degustação dos participantes algumas possibilidades gastronômicas à base de açaí, como shushi, molho barbecue, cocadas e licores -mas sabe-se que há uma infinidade de receitas que vão de sorvetes, bolos, cachaça, biscoitos, doces e muito mais.
O IBGE apresentou um estudo nesta sexta-feira (20) informando que ao longo do tempo, o açaí e a castanha-do-pará vêm, crescentemente, ampliando a sua participação na geração do serviço de provisão de produtos florestais não madeireiros extraídos dos ecossistemas.
De fato, segundo a Cooperaçaí, o fruto movimenta R$20 milhões por safra no Acre, levando em conta todas as regiões produtores.
O açaí representa fonte de renda para milhares de famílias rurais da Amazônia. A coleta do fruto é a segunda maior atividade econômica extrativista da região, superada apenas pela extração de látex.
Desde 2018 a Embrapa Acre desenvolve estudos referentes a essa cadeia produtiva na região Tarauacá-Envira, que responde por cerca de 50% da produção no Acre, de acordo com dados do IBGE. Os frutos são matéria prima para agroindústrias de processamento dos municípios de Feijó e Plácido de Castro.
O uso sustentável de recursos da biodiversidade amazônica, incluindo o açaí, pode integrar um contexto emergente da bioeconomia, modelo de produção que tem sido destacado como estratégico para o desenvolvimento socioeconômico da região. Esse cenário de aproveitamento racional da espécie pode promover a melhoria dos sistemas de produção e gerar alternativas de renda e qualidade de vida para as comunidades rurais amazônicas.
Com a Indicação Geográfica, um selo que garante que a procedência é de qualidade e sustentável, o “melhor açaí” vai, definitivamente, seguir os caminhos da farinha de Cruzeiro do Sul e ganhar o mundo.
Comentários
Acre
Motociclista de aplicativo e passageiro são presos com simulacro de arma de fogo em Rio Branco
Na tarde desta quinta-feira (30), o motociclista de aplicativo Eduardo Luiz de Paula Lima, de 28 anos, e o passageiro Isaque Mota de Carvalho, de 37 anos, foram presos pela Polícia Militar do Acre (PMAC) nas proximidades do Horto Florestal, em Rio Branco.
Durante patrulhamento no bairro Santa Quitéria, agentes do Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), do Bope, avistaram a dupla em uma motocicleta Yamaha Fazer 250 em atitude suspeita. Ao perceberem a aproximação da polícia, os dois tentaram fugir, mas foram interceptados na rua José Magalhães, no bairro Conquista.
Na revista pessoal, os policiais encontraram um simulacro de pistola Glock na cintura de Isaque, que resistiu à prisão e precisou ser contido. Ele já possui passagem por roubo.
Eduardo, que conduzia a motocicleta, afirmou que estava realizando transporte por aplicativo e desconhecia que o passageiro carregava um simulacro de arma de fogo.
Diante dos fatos, ambos foram detidos e encaminhados à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde a ocorrência foi registrada e as providências legais serão tomadas.
Comentários
Acre
Ponte sobre o Rio Caeté não será demolida e será transformada em estaiada, afirma superintendente do Dnit
O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas
Em uma reunião com empresários e políticos na noite dessa quarta-feira, 29, na sede da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, informou que a ponte sobre o Rio Caeté, na BR-364, não será mais demolida, como havia anunciado antes. Ele informou que os pilares, que estão em movimento, serão removidos e a estrutura será aproveitada, ampliada e terá o mesmo modelo de outras pontes da BR-364, chamada estaiada.
“Não vai ser demolida. Como tem um problema geológico entre o P2 e P5, então nós vamos remover esses pilares e vamos estaiar, como a ponte aqui de Cruzeiro do Sul, com um vão livre, ampliar essa ponte de 210 para 360 metros, levantar duas torres em cima da própria ponte. Nós vamos ter que fazer um tipo de licitação através da contratação integrada e quem ganhar vai ter que fazer o projeto básico, projeto executivo e a execução dessa obra e com isso, em julho, a gente provavelmente já esteja cavando os primeiros tubulões. Essa licitação vai acontecer ao nível de Brasil”, explicou Ricardo, que descartou o risco de haver desabastecimento em Cruzeiro do Sul e demais cidades que dependem da BR-364, onde está a ponte.
“Com nosso monitoramento, os ônibus e carros pequenos vão passar pela ponte e por baixo os caminhões, até o mês de abril, maio, quando o rio baixa. Já tendo a licitação da obra, a gente vai pedir também que a empresa que ganhar faça como foi feito na ponte de Tarauacá, onde nós estamos fazendo a ampliação com um desvio, passando normalmente sem nenhum problema. Então aqui nós estamos querendo reforçar o pilar até a construção definitiva dos estais. Não vai haver nenhum desabastecimento, o que vai ter é que no normal, os caminhões fariam o percurso em cima da ponte em 15, 20 segundos e ele agora vai gastar meia hora para passar“, relatou.
Apesar da preocupação, o presidente da Associação Comercial, Jairo Bandeira, acredita que a operação terá sucesso e as mercadorias continuarão chegando ao Vale do Juruá.
“A nossa preocupação é com a logística de translado das nossas mercadorias, porque já sofremos demais com o isolamento ao longo dos anos, e hoje tememos que isso venha trazer alguns ônus a mais para a nossa sociedade. Mas eu creio que não, porque os órgãos, tanto o Dnit quanto o governo, estão agindo para que não venha a ocasionar a falta e aumento do preço dos produtos”, declarou.
Para o prefeito Zequinha Lima, que articulou a reunião, os esclarecimentos foram importantes para os gestores das cidades do Vale do Juruá.
“Eu fiz o convite para que o Ricardo viesse aqui para esclarecer de fato que decisão foi tomada pelo Dnit porque qualquer bloqueio muda a vida das pessoas aqui, seja do cidadão comum, seja do empresariado. Colocamos nossos questionamentos e o superintendente esclareceu todas as medidas que estão sendo tomadas para que possa evitar o desabastecimento aqui da nossa região. A gente quer diminuir os problemas da região junto com o Ricardo, a população e os empresários e buscar solução para médio, curto e longo prazo”, destacou o gestor.
O deputado federal Zezinho Barbary, cita a necessidade de garantir recursos para viabilizar solução para o problema da ponte do Caeté.
“O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas. Além da ligação, por onde chega a alimentação e tudo aqui para o Juruá, nós também temos que ter a preocupação de não colocar a vida das pessoas em risco”, concluiu o parlamentar.
Ponte estaiada
As estaiadas, como as de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, têm uma ou mais torres (ou postes), a partir das quais os cabos sustentam a ponte. Uma característica dessas pontes são os cabos ou estais, que correm diretamente da torre para o convés, formando um padrão semelhante a um leque ou uma série de linhas paralelas.
Comentários
Acre
Após assassinado de comerciante a tiros durante assalto em Cruzeiro do Sul, dois suspeitos são presos
Esposa da vítima relatou à polícia que criminosos chegaram armados no local e acusaram Manoel Carlos Alemão da Costa, de 48 anos, de comprar mercadoria roubada. Suspeito foi preso pela Polícia Civil
Na tarde desta quinta-feira (30), um assalto terminou em tragédia no bairro Cruzeirão, em Cruzeiro do Sul. O comerciante Manoel Carlos Alemão da Costa, de 48 anos, conhecido como “Scoob”, foi morto a tiros dentro de seu estabelecimento na Rua Amazonas.
De acordo com testemunhas, a vítima foi surpreendida por criminosos armados que invadiram o comércio e efetuaram disparos contra ele. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas ao chegar ao local, Manoel já estava sem vida. O Instituto Médico Legal (IML) realizou a remoção do corpo e os procedimentos periciais.
A Polícia Militar iniciou buscas logo após o crime e, em menos de uma hora, dois suspeitos foram presos pela Polícia Civil.
Inicialmente, o caso foi tratado como latrocínio (roubo seguido de morte). No entanto, informações extraoficiais indicam que o crime pode estar relacionado à recusa do comerciante em pagar taxas ilegais a uma facção criminosa ou a um possível acerto de contas.
A investigação segue em andamento para esclarecer as circunstâncias do homicídio e identificar possíveis outros envolvidos no crime.
Você precisa fazer login para comentar.