Brasil
Absolvido, jovem que matou irmão tetraplégico a tiros diz: ´Fiz a vontade dele`
O tapeceiro Roberto Rodrigues de Oliveira, que matou o irmão tetraplégico, em foto de 2011
“Eu nunca pensaria em tirar a vida do meu irmão, mas ele pediu muito, era muito infeliz. Ele afetou o meu psicológico e eu acabei fazendo a vontade dele. Isso ainda me deixa abalado, por isso não quero falar sobre isso. Quero tentar seguir.”
A frase é do tapeceiro Roberto Rodrigues de Oliveira, 26. Em 2011, Roberto matou com três tiros Geraldo Rodrigues de Oliveira, 28. A vítima havia ficado tetraplégica depois de um acidente em um racha automobilístico em Rio Claro (SP), em 2009.
Roberto foi absolvido por um júri popular na terça-feira (27). O julgamento durou perto de três horas e a promotoria pediu a condenação por homicídio simples. Se condenado, Oliveira poderia pegar seis anos de prisão. Em sua defesa, ele alegou que a morte ocorreu a pedido do próprio irmão, que o teria pressionado a matá-lo depois de ter ficado tetraplégico. Seguidas testemunhas ouvidas pela Justiça confirmaram que Geraldo, insistentemente, pedia para morrer.
O júri acatou a tese da defesa, de que ele agiu sob intensa coação psicológica, sendo, por isso, inocentado. Os quatro primeiros votos absolveram o acusado, sendo que os outros três não foram revelados, já que não fariam diferença para o resultado e poderiam determinar o voto dos jurados em caso de unanimidade.
Oliveira disse à reportagem do UOL que vai carregar “para sempre” a marca do que fez. “Eu não queria, mas ele insistiu e acabei fazendo. Planejei e cheguei a pensar em desistir, mas ele implorou, disse que queria morrer. Foi a coisa mais difícil que já fiz na vida”, disse.
Ele disse que se divide entre o arrependimento e o alívio por ter colocado um fim ao sofrimento do irmão. “Fiquei chocado e profundamente arrependido. Mas entendo o lado do meu irmão, a dificuldade que era, com toda aquela dor que ele sentia”, conta. Com a absolvição, ele disse esperar enterrar o assunto e que não irá mais falar sobre o caso.
Edmundo Canavezzi, que defendeu Oliveira no caso, relatou que seu cliente disse a ele que, se tivesse a chance de voltar no tempo, mataria seu irmão de novo. “É um homem atormentado pela culpa. Vai responder à sua consciência para sempre, mas pelo menos foi liberto da lei dos homens.”
Geraldo, o irmão, foi morto em outubro de 2011. Roberto simulou um assalto e chegou a levar R$ 800. Ele teve a parceria de um sobrinho, que ajudou a planejar o crime. A polícia desconfiou da versão e, durante as investigações, o sobrinho declarou que o autor do homicídio tinha sido o tapeceiro, que invadiu a casa encapuzado e atirou contra Geraldo no ombro e no pescoço.
Segundo a investigação, Geraldo teve participação ativa no plano e chegou a fornecer o dinheiro para que Oliveira comprasse a arma com a qual o homicídio foi realizado. O tapeceiro chegou a ser preso, mas foi libertado e aguardou o julgamento em liberdade.
Segundo a versão sustentada pela defesa, o sentimento de culpa foi o que motivou Oliveira a cometer o crime. Isso porque ele ficou tetraplégico depois de ser convidado para um racha por Oliveira em 2009. Depois de beberem em um churrasco, Geraldo dirigiu seu Gol, e Oliveira, uma moto. Geraldo capotou o carro e lesionou a coluna. Nunca mais andou.
A defesa demonstrou que Geraldo, que tem um filho tetraplégico, não aceitava a deficiência dele e sempre costumava dizer que preferia morrer a ficar preso a uma cadeira de rodas. Pouco mais de um ano depois, ele pediu que a mulher e o filho deixassem a casa onde a família vivia. Ele passou a ser cuidado por Oliveira e, durante quase um ano, teria insistido para que o irmão o matasse.
A reportagem falou com um dos oito irmãos de Oliveira. Sob condição de não ser identificado, ele declarou que ninguém na família jamais culpou o tapeceiro. “Nem minha mãe nem nenhum dos irmãos. Eu acho que foi mais um ato de amor misturado com culpa”, disse o familiar.
Fonte:UOL
Comentários
Brasil
Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
Comentários
Brasil
Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
Comentários
Brasil
Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.


Você precisa fazer login para comentar.