Brasil
Abate de bovinos no terceiro trimestre de 2025 foi recorde
Os dados são os resultados completos das Estatísticas da Produção Pecuária para o 3º trimestre de 2025, divulgadas nesta quarta (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Abate de bovinos foi recorde entre julho e setembro de 2025. Foto: Licia Rubinstein/IBGE
No 3° trimestre de 2025 (julho, agosto e setembro) foram abatidas 11,28 milhões de cabeças de bovinos, uma alta de 7,4% em comparação ao 3° trimestre de 2024 e incremento de 7,1% frente ao registrado no trimestre imediatamente anterior.
O abate de 15,81 milhões de cabeças de suínos teve alta de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 4,8% na comparação com o 2° trimestre de 2025. Já o abate de 1,69 bilhão de cabeças de frangos representou acréscimo de 2,9% comparado ao mesmo período de 2024 e aumento de 3,0% na comparação com o 2° trimestre de 2025.
Cada uma das espécies (bovinos, suínos e frangos) alcançou recorde, registrando o maior abate formal da série histórica neste terceiro trimestre. Os dados são os resultados completos das Estatísticas da Produção Pecuária para o 3º trimestre de 2025, divulgadas nesta quarta (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Esse cenário reflete uma combinação de fatores que estimularam investimentos e otimizaram a produção pecuária. Entre eles, destacam-se a forte demanda interna e externa das carnes bovina, suína e de frango, a influência positiva de uma boa safra de grãos que impactou diretamente a redução dos custos de produção, e as rigorosas medidas sanitárias implementadas no país”, destacou a gerente de Pecuária, Angela Lordão.
A produção de 2,97 milhões de toneladas de carcaças bovinas, no 3º trimestre de 2025, consistiu em um incremento de 6,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e de 11,2% em relação ao apurado no 2º trimestre de 2025.
“No segmento da carne bovina, as exportações atingiram recorde, mesmo diante da aplicação de tarifas pelos EUA no período, que até o segundo trimestre se mantinha como nosso segundo maior comprador, atrás apenas da China”, destacou a gerente de Pecuária, Angela Lordão.

Abate de suínos também cresceu no terceiro trimestre deste ano. Foto: Wenderson Araujo/CNA
Abate de suínos
O abate de suínos somou 15,81 milhões de cabeças no 3° trimestre de 2025, representando um aumento de 5,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e incremento de 4,8% em comparação ao 2° trimestre de 2025. O peso acumulado das carcaças registrou 1,49 milhão de toneladas no 3º trimestre de 2025, aumento de 6,1% em relação ao 3º trimestre de 2024 e de 4,8% em comparação com o trimestre imediatamente anterior.
De acordo com Angela Lordão, “as exportações de carne suína também atingiram patamares inéditos tanto em volume quanto em faturamento, com as Filipinas como principal destino. Internamente, cortes mais acessíveis e práticos têm aumentado o consumo”.
Frangos
No 3º trimestre de 2025, foram abatidas 1,69 bilhão de cabeças de frango. Esse resultado foi 2,9% superior ao obtido no trimestre equivalente do ano anterior e 3,0% maior do que o verificado no 2º trimestre de 2025.
O peso acumulado das carcaças foi de 3,60 milhões de toneladas no 3º trimestre de 2025. Esse total representa acréscimos de 3,1% em relação ao 3º trimestre de 2024 e de 1,1% frente ao trimestre imediatamente anterior. “A rápida retomada do status de livre de influenza aviária foi muito importante para a avicultura nacional, garantindo o acesso da carne de frango brasileira aos mercados internacionais”, ressalta a gerente de pecuária.

Produção de leite cresceu 10,2%. Foto: Attuale Comunicação/Divulgação
Leite
A aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal) no 3º trimestre de 2025, foi de 7,01 bilhões de litros. O valor correspondeu a um acréscimo de 10,2% em comparação ao volume registrado no 3º trimestre de 2024 e aumento de 7,9% em comparação ao obtido no trimestre imediatamente anterior.
“No setor lácteo, a aquisição de leite cru pelas indústrias também apresentou o maior registro da série histórica. Este aumento na produção é fruto de maiores investimentos realizados na atividade nos últimos períodos, devido à melhor margem, e de condições climáticas mais favoráveis. Contudo, o cenário de maior produção interna somado a importações elevadas, não foi acompanhado na mesma intensidade pela demanda, resultando em queda no preço pago ao produtor pelo leite cru desde abril.
Na média do 3° trimestre, o preço médio foi de R$ 2,57, valor 8,2% menor do que o praticado no trimestre equivalente do ano anterior e 6,6% inferior em comparação ao preço médio do segundo trimestre de 2025”, explicou Angela Lordão.
Os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro – aqueles que efetuam curtimento de pelo menos 5 000 unidades inteiras de couro cru bovino por ano – declararam ter recebido 11,42 milhões de peças inteiras de couro cru bovino no 3º trimestre de 2025. Essa quantidade representa um acréscimo de 8,2% em comparação à registrada no 3º trimestre de 2024 e aumento de 6,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Produção de ovos
A produção de ovos de galinha foi de 1,24 bilhão de dúzias no 3º trimestre de 2025. O resultado representou um incremento de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e queda de 0,5% em comparação ao 2º trimestre de 2025.
O IBGE realiza trimestralmente as pesquisas estatísticas oficiais da conjuntura agropecuária, sendo elas a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, a Pesquisa Trimestral do Leite, a Pesquisa Trimestral do Couro e a Produção de Ovos de Galinha.
A fim de atender solicitações de usuários para acesso mais rápido às informações da conjuntura agropecuária, o IBGE passou a divulgar os primeiros resultados dessas pesquisas a partir do 1º trimestre de 2018. Eles estarão disponíveis cerca de um mês antes da divulgação geral dos dados no periódico Indicadores IBGE: Estatística da Produção Pecuária.
Os dados podem ser consultados no Sidra. A próxima divulgação dos resultados completos, relativos ao 4º trimestre de 2025, será no dia 18 de março de 2026.
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Secretaria de Agricultura abre processo de credenciamento para viveiristas locais produzirem mudas de cacau e café
Segundo o secretário estadual de Agricultura, José Luis Tchê, a iniciativa representa um grande avanço para a cafeicultura acreana. Já estão garantidos recursos para a produção de mais 1,5 milhão de mudas de café neste ano e mais seis milhões para o próximo

Com a nova regulamentação, produtores rurais e viveiros poderão fornecer seus itens diretamente ao poder público, em um processo mais ágil, transparente e livre de atravessadores. Foto: cedida
A Secretaria de Agricultura do Acre (Seagri) publicou, na edição desta terça-feira, 9, do Diário Oficial do Estado (DOE), a abertura do credenciamento de pessoas físicas e jurídicas para a produção e fornecimento de mudas clonais de café e mudas seminais e clonais de cacau, destinadas a produtores da agricultura familiar do estado.
O credenciamento tem como objetivo atender, prioritariamente, às demandas da Seagri. Os interessados devem encaminhar suas propostas para o e-mail [email protected], conforme o modelo disponível no Diário Oficial do Estado (DOE). O prazo mínimo para envio é de cinco dias úteis, contados a partir da data de publicação.
Em novembro, a regulamentação da Lei nº 4.516/2025 marcou um avanço estratégico na política agrícola do Acre. Ao instituir oficialmente o Programa Estadual de Compras Governamentais da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Pecafes), o governo Gladson Camelí reforçou uma de suas diretrizes mais contundentes: valorizar quem produz no campo e garantir o abastecimento com produtos locais.
Com a nova regulamentação, produtores rurais e viveiros poderão fornecer seus itens diretamente ao poder público, em um processo mais ágil, transparente e livre de atravessadores.
Segundo o secretário estadual de Agricultura, José Luis Tchê, a iniciativa representa um grande avanço para a cafeicultura acreana. Já estão garantidos recursos para a produção de mais 1,5 milhão de mudas de café neste ano e mais seis milhões para o próximo.
“Nosso governo vem trabalhando para fortalecer a cafeicultura do estado, reconhecida não apenas no Acre, mas também no Brasil e no mundo pela qualidade do nosso café. Investimentos como esse, com mais plantas disponíveis, certamente vão gerar emprego, renda e agregar valor ao produto”, destaca.
Outra frente mencionada é o programa Solo Fértil, voltado para análise de solo. De acordo com o governo, 95% dos produtores da agricultura familiar não realizam esse tipo de estudo, considerado essencial para o início de qualquer cultivo. A tecnologia utilizada, chamada Nirs (espectroscopia no infravermelho próximo), está em fase de testes e deve ser implementada até o início do próximo mês.
“Com a análise correta, é possível corrigir o solo de acordo com a necessidade, garantindo maior produtividade. O café e o cacau, especialmente o café, trazem dignidade ao produtor rural. Quando ele passa a colher 70, 80 ou até 100 sacos por hectare, sua vida muda completamente”, reforça.
No credenciamento, serão cotados preços de 619.047 mudas de cacau clonal e seminal, e mais 5.106.385, que vão beneficiar produtores das cinco regionais do estado.

Mudas de cacau também serão concedidas por viveiristas locais. Foto: Ingrid Kelly/Secom
Credenciamento, habilitação, seleção e contratação
Quem pode participar do programa? Agricultores familiares, conforme definido pela Lei Federal nº 11.326/2006, além de viveiros e produtores rurais que comprovem capacidade técnica e produtiva. Em casos excepcionais, agricultores que não se enquadrem como familiares também poderão ser chamados, desde que as mudas sejam 100% produzidas no Acre.
Como será feita a seleção? A Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) publicará editais de chamamento no Diário Oficial, com critérios claros de participação, documentação exigida e regras de pagamento. O credenciamento poderá ser feito a qualquer tempo.
Documentação exigida: os interessados deverão apresentar documentos como inscrição no Cadastro Estadual de Produtores, registro no Registro Nacional de Sementes e Mudas (para sementes e mudas), comprovantes de posse da terra, certidões negativas e, quando necessário, licenças ambientais e fitossanitárias.
Fiscalização e qualidade: os produtos fornecidos deverão seguir padrões de qualidade e prazos estabelecidos em contrato. O Estado poderá fiscalizar todas as etapas, da produção à entrega, e aplicar penalidades em caso de descumprimento.
Transparência e controle social: o edital garantirá o direito de denúncia por parte dos usuários, em caso de irregularidades na execução dos contratos ou no faturamento.
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Acre aprova subsídio de 50% em passagens aéreas para quatro municípios isolados; entenda
Projeto de lei aprovado na Aleac vai beneficiar famílias de baixa renda em Jordão, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Santa Rosa do Purus; texto segue para sanção de Gladson Cameli

Benefício atenderá famílias de Jordão, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Santa Rosa do Purus cadastradas em programas sociais; projeto foi aprovado nesta quarta-feira. Foto: captada
A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) aprovou nesta quarta-feira (10) um projeto de lei que concede subsídio de 50% do valor das passagens aéreas para moradores de quatro municípios isolados do estado: Jordão, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Santa Rosa do Purus. O benefício será destinado a famílias cadastradas em programas sociais que precisem se deslocar por via aérea.
O texto, apresentado pelo governo estadual na terça-feira (9), substitui a Lei nº 1.360/2001, que já previa benefício semelhante. A nova lei prevê que o custeio seja feito por meio de repasse de recursos às empresas aéreas que operam nessas rotas. Para ter acesso ao desconto, o passageiro precisará comprovar o enquadramento nos requisitos socioeconômicos.
A justificativa do projeto ressalta a dificuldade logística de acesso a esses municípios, que não possuem ligação terrestre com o restante do Acre. O transporte é feito apenas por aviação ou via fluvial – esta última comprometida em períodos de estiagem, quando o nível dos rios dificulta a navegação.
Com a aprovação, o projeto segue para sanção do governador Gladson Cameli (PP), que tem até 15 dias úteis para promulgá-lo. A medida visa facilitar o deslocamento de populações vulneráveisem regiões historicamente isoladas, garantindo acesso a serviços essenciais, saúde, educação e atendimento administrativo na capital.
“As dificuldades para o deslocamento de indivíduos integrantes dessas comunidades configuram obstáculos ao acesso a direitos fundamentais como saúde, educação, serviços públicos e oportunidades de geração de renda, pretendendo-se, por meio desta proposta, sua inclusão regional mediante o custeio de até 50% do valor das passagens aéreas para as rotas de origem e destino envolvendo os municípios de difícil acesso”, afirma.

Cidade de Marechal Thaumaturgo vista de cima. Foto: Reprodução
Atender necessidades
Para o governo, a medida é uma ferramenta de assistência social, já que são municípios de pequeno porte de onde, muita vezes, a população precisa sair para buscar tratamentos de saúde, por exemplo.
O repasse dos valores será baseado na média dos preços unitários dos bilhetes para cada município para o número de voos de acordo com a demanda das localidades. Os 50% restantes deverão ser custeados pelas pessoas beneficiadas.
O governo deverá definir quais empresas poderão operar no programa e a programação mensal de voos com origem ou destino nas cidades com difícil acesso.
“O programa tem o objetivo de impulsionar o desenvolvimento social e econômico da região, fortalecer a logística e assegurar a continuidade de políticas públicas em áreas remotas, além de ampliar o acesso a serviços de saúde, educação e segurança, reduzindo o tempo e o custo dos deslocamentos, especialmente em situações de emergência”, afirmou o governador do Acre.
Critérios
Para ter direito ao benefício, será preciso atender, cumulativamente, os seguintes requisitos:
- Registro no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadUnico;
- Possuir renda per capita igual ou inferior a meio salário mínimo vigente; e
- Apresentar justificativa a situação de vulnerabilidade social que assegure o referido beneficio.

A aviação regional cumpre papel fundamental na mobilidade da população acreana, especialmente em municípios com acesso limitado por via terrestre. Foto: captada
Municípios beneficiados
- Jordão
- Marechal Thaumaturgo
- Porto Walter
- Santa Rosa do Purus
Critérios de elegibilidade
- Público-alvo: Famílias cadastradas em programas sociais
- Modalidade: Deslocamento por via aérea
- Subsídio: 50% do valor das passagens
A iniciativa busca amenizar o isolamento geográfico de comunidades do interior acreano, onde o acesso terrestre é limitado ou inexistente durante grande parte do ano. O subsídio representa avanço na política de mobilidade regional, especialmente para populações vulneráveis que dependem de deslocamentos aéreos para acesso a serviços essenciais.

Cidade de Santa Rosa do Purus, no interior do Acre. Foto: Reprodução
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Salário mínimo será reajustado para R$ 1.621 em 2026, com aumento de 6,79%
O valor é ligeiramente menor que a projeção inicial do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que estimava o mínimo em R$ 1.627 – reajuste de 7,18%

Valor foi confirmado pelo Ministério do Planejamento após cálculo com base no INPC e no crescimento da economia; reajuste vale a partir de janeiro, com pagamento em fevereiro. Foto: captada
O salário mínimo passará de R$ 1.518 para R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026, conforme anunciou o Ministério do Planejamento e Orçamento nesta quarta-feira (10). O aumento de R$ 103 representa um reajuste de 6,79% e será pago aos trabalhadores a partir de fevereiro do próximo ano.
O valor foi calculado com base na regra legal de correção do mínimo, que combina a inflação medida pelo INPC – que acumula 4,18% em 12 meses – e o crescimento do PIB dos dois anos anteriores. O PIB de 2024 foi revisado para alta de 3,4%, e o arcabouço fiscal estabelece que o ganho real fique entre 0,6% e 2,5%.
Pela fórmula, o salário mínimo para 2026 chegou a R$ 1.620,99 e, com o arredondamento previsto em lei, foi definido em R$ 1.621.
O valor é ligeiramente menor que a projeção inicial do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que estimava o mínimo em R$ 1.627 – reajuste de 7,18%. A confirmação do novo índice exigirá revisão nos cálculos das contas públicas para o próximo ano, já que diversas políticas sociais e previdenciárias são atreladas ao valor do mínimo.

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