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Mundo não acabou mas, para místicos, entrou em novo ciclo

Para especialista, calendário maia foi mal interpretado e não havia profecia do fim do mundo – Getty Images
Enquanto religiosos descartam a teoria apocalíptica, esotéricos veem chance para humanidade mudar os rumos do planeta
“Na verdade os maias não disseram nada disso. No dia seguinte [ao fim do calendário] , começa tudo de novo”, afirma Alberto Beuttenmüller, autor do livro “2012 – A Profecia Maia” (editora Ground). “Assim como o calendário gregoriano termina em 31 de dezembro e começa de novo em 1º de janeiro, o dos maias começou há 5.125 anos e termina em 21 de dezembro de 2012”, explica Beuttenmüller.
Enquanto a Unidos do Apocalipse recolhe suas fantasias e adereços até a próxima data cabalística, adeptos de outras doutrinas mostram para as leitoras do Delas que essa tese do fim do mundo era apenas mais uma invenção sem muita razão de ser.
“Você pode ser o protagonista dessa mudança. Mas, se não fizer nada, poderá ter surpresas desagradáveis
No Budismo, por exemplo, ninguém esteve falando nos últimos dias sobre fim do mundo – pelo menos não com catástrofes e calamidades no planeta. “Essa teoria do apocalipse é completamente estranha aos ensinamentos de Buda. Trabalhamos com a ideia de ciclos que se sucedem. Tudo tem o seu surgimento, seu desenvolvimento, sua decadência e seu desaparecimento, mas imediatamente acontece o ressurgimento e um novo ciclo se inicia. Isso é algo inato a todos os fenômenos”, explica Aristides dos Santos Dias, porta-voz da mestra Miao Yen, abadessa do Templo Zu-Lai, no município de Cotia, região metropolitana de São Paulo.
Segundo ele, os ciclos são incessantes e sucessivos. “É como se o fim do mundo acontecesse a todo instante, para depois recomeçar. Em um piscar de olhos, vamos da morte ao renascimento”, exemplifica.
Para os espíritas, o fim do mundo também não era uma preocupação, definitivamente. “Não devemos nos preocupar com o fim do mundo. Somos imortais. Não sabemos o dia e a hora dos acontecimentos para que aprendamos a nos vigiar e orar constantemente”, resume Silvia Puglia, que durante nove anos foi presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo. Se a Terra fosse destruída hoje por um cataclisma, isso não seria um problema, segundo ela. “Há diversos planetas que circulam no espaço infinito, oferecendo morada aos espíritos encarnados ou desencarnados”, diz.

A Nasa “desmentiu” o fim do mundo e disse que, se a Terra estivesse em rota de colisão com outro planeta, ele já seria visível nos céus a olho nu – Getty Images
No entanto, se o fim do mundo se mostrou uma tese furada, muita gente ainda acredita em mudanças profundas na humanidade e no início de uma nova era, diferente da que está terminando. A taróloga Silvana Martins conta que 2013 será um ano regido pelo arcano da Morte, mas que isso não implica fim. “Quando essa carta aparece no jogo, significa que há uma grande oportunidade para transformações. Você pode ser o protagonista dessa mudança. Mas, se não fizer nada, a Morte fará do jeito dela, o que pode resultar em surpresas desagradáveis”, anuncia.
Silvana, que presta consultoria por meio de seu site , diz que as pessoas estão vivendo um apocalipse interno, e que isso precisa mudar. “Hoje em dia todo mundo come mal, dorme mal, sofre com muitas doenças e tem comportamentos condenáveis. Esta é a hora de dar um jeito e deixar isso para trás”, finaliza.
A sacerdotisa xamânica Ana Vitória Monteiro, do Centro de Expansão da Consciência Porta do Sol, pensa de maneira semelhante. “Acredito que estamos vivendo um grande processo de mudanças por toda parte, no clima, na consciência e nos hábitos culturais. O final de uma história é começo de outra, mais inteligente, priorizando a qualidade de vida. O ser humano tem vocação para ser feliz, e esta violência toda precisa acabar. Não tem nada de bonito ver a guerra ao vivo, sentado na poltrona de casa. Esta é a hora de fazer alguma coisa”, alerta.
“Não tem nada de bonito ver a guerra ao vivo, sentado na poltrona de casa. Esta é a hora de fazer alguma coisa
Outra adepta dessa linha é a astróloga Monica Horta, colunista do Delas . Segunda ela, há muitas tensões no céu neste momento, o que faz com que o dia hoje seja movimentado, mas não catastrófico. “Por conta das posições do Sol, da Lua, de Plutão de Urano, teremos gente que vai chutar o pau da barraca. Mas essas pessoas já iam fazer isso do mesmo jeito com ou sem o fim do mundo. Já as pessoas mais sensatas vão refletir sobre a crise, procurar novos caminhos, descobrir novas ideologias ou tirar alguma meio empoeirada da gaveta”, avisa.
Segundo ela, 2013 vai ser um ano de muito amor e reflexão, mas também de conflitos violentos. “Teremos uma presença forte e harmoniosa dos signos e dos planetas que falam de amor e sensibilidade em contraste com uma fortíssima tensão entre planetas que estão ligados aos conflitos e às guerras. 2013 vai ser regido por Saturno e isso significa que vai ser preciso pensar. A energia do planeta regente atua com um pano de fundo para a maneira como encaramos os acontecimentos importantes do ano. No ano que se inicia, todos seremos obrigados a repensar e redefinir qual é o nosso real padrão de necessidade, porque esse é o tema fundamental de Saturno. Dito de outra forma: do que é que nós realmente precisamos para nos sentirmos seguros?”
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Kike Martins da Costa – iG São Paulo
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Procon desenvolve ações para garantir direitos dos consumidores em compras para Dia dos Namorados
O chefe de Fiscalização do Procon/AC, John Lynneker Rodrigues, destaca que a iniciativa busca garantir que as relações de consumo sejam transparentes e seguras, especialmente épocas de maior movimento comercial

Fiscais verificam produtos e atuação do comércio com foco no Dia dos Namorados: Foto: cedida
O Procon/AC, em parceria com a Vigilância Sanitária, realiza neste período de 2 a 11 de junho, a Operação Afrodite, uma ação especial voltada para o Dia dos Namorados, comemorado na próxima quinta-feira, 12. A iniciativa abrange todo o Acre, incluindo hotéis, motéis e estabelecimentos comerciais, com o objetivo de assegurar o cumprimento da legislação vigente e orientar empresários sobre as regras na oferta de produtos e serviços aos consumidores.
As ações incluem a verificação da correta sinalização de preços, formas de pagamento, presença do Código de Defesa do Consumidor (CDC) disponível para consulta e políticas de troca adotadas pelas empresas, além de aspectos relacionados à validade, qualidade dos produtos e condições sanitárias, incluindo a emissão de alvarás.

Atividade faz parte do calendário anual do setor de fiscalização do Procon. Foto: Emely Azevedo/Procon
O chefe de Fiscalização do Procon/AC, John Lynneker Rodrigues, destaca que a iniciativa busca garantir que as relações de consumo sejam transparentes e seguras, especialmente épocas de maior movimento comercial, como o período que precede o Dia dos Namorados. “É uma operação já prevista no calendário anual do Procon e tem como objetivo harmonizar as relações de consumo”, enfatiza.
Dicas do Procon/AC
No Dia dos Namorados, muitos casais vão às compras, reservam hotéis, motéis e planejam surpresas e jantares. Para garantir uma comemoração tranquila, o Procon/AC recomenda alguns procedimentos.
Compras de presente
Exija nota fiscal e informe-se sobre a troca. A loja só é obrigada a trocar o produto se o item estiver com defeito. Para troca por gosto ou tamanho, é preciso verificar a política da loja.
Hotéis e motéis
Em caso de reserva em hotéis ou motéis, os preços e condições devem estar claros antes da contratação. Promoções devem ser cumpridas conforme o anúncio. Importante: discriminação de qualquer tipo é crime.
Restaurantes e bares
Ao planejar um jantar romântico, verifique os preços no cardápio e pergunte sobre taxas extras. A cobrança da taxa de 10% é opcional. Exija sempre o comprovante de pagamento.
Compras online
Nas compras fora do estabelecimento (via internet ou telefone), o consumidor tem até 7 dias após o recebimento para desistir, mesmo sem justificativa.
Promoções e combos
Promoção não pode ser “pegadinha”. Todo desconto ou combo anunciado deve ser cumprido. Se houver restrições, devem estar claras. É importante verificar os valores antes e depois da suposta promoção.
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“Estudo revela que 33% das pastagens do Acre têm manejo inadequado, comprometendo produtividade”
Pesquisa da Embrapa em 246 propriedades mostra que superlotação e falta de planejamento financeiro elevam custos da pecuária de cria; diversificação de capins aparece como ponto positivo
Estudo com 246 propriedades nos Vales do Acre e Sena Madureira revela que más práticas geram bezerros mais leves e custos maiores; baixa escolaridade dos produtores agrava o problema.
Pesquisadores da Embrapa identificaram que cerca de 33% das pastagens do Acre estão com taxas de ocupação acima do ideal, comprometendo a produtividade da pecuária de cria. O problema foi mapeado em 246 propriedades nas regiões dos Vales do Acre e Sena Madureira, que concentram mais de 80% das atividades agropecuárias do estado. Os resultados serão apresentados no 1º Simpósio sobre Pecuária de Cria no Acre, dias 25 e 26 de junho na Ufac.
Impactos do manejo inadequado
Segundo Carlos Maurício Soares de Andrade, um dos autores do estudo, a superlotação provoca:
Redução do “score corporal” (condição física do gado);
Bezerros desmamados mais leves;
Carcaças de animais adultos menos desenvolvidas;
Aumento nos custos de produção.
“Sem um bom manejo, o produtor perde em todas as etapas”, alerta Andrade.
Falta de gestão agrava o cenário
O estudo revela ainda que:
- 75% dos produtores não controlam as finanças da propriedade;
- Nenhum calcula indicadores técnicos de desempenho do rebanho;
- Baixa escolaridade dificulta a adoção de tecnologias.
“Decisões são tomadas sem planejamento, o que compromete os resultados”, explica Vitor Hugo Maués Macêdo, coautor da pesquisa.
Pontos positivos: diversidade e leguminosas
Apesar dos problemas, houve avanços:
- Apenas 6,1% usam um único tipo de capim (ante 90% nas décadas de 1990/2000);
- 29,3% já plantam 3 variedades e 26,8%, 4;
- 21% utilizam leguminosas (como puerária e amendoim forrageiro), que melhoram a fertilidade do solo.
Diversidade
Um aspecto positivo na pecuária de cria é a diversidade da pastagem. Depois do susto ocorrido nas décadas de 1990 e 2000, quando o Acre enfrentou uma séria crise de degradação de pastagens (a maior parte dos produtores só usava o brizantão ou braquiarão), os produtores seguiram as orientações da Embrapa. E deu certo.
Atualmente, o estudo mostra que apenas 6,1% dos criadores insistem em usar apenas um tipo de capim na pastagem. A maior parte ou planta três tipos (29,3%) ou planta 4 tipos (26,8%). Cinco tipos de capim nas pastagens são plantados por 12,2% dos produtores. Plantam 6 tipos 2,8% e 1,6% dos produtores plantam 7 tipos de capim.
“As pequenas propriedades de cria têm enfrentado maior dificuldade para investir na reforma de suas pastagens degradadas, de modo que esse processo de substituição ainda levará muitos anos para ser concluído”, assinala o estudo da Embrapa.
Leguminosas
Outro fator positivo é que 21% das propriedades usam leguminosas. Isso é fundamental para fixação do nitrogênio no solo. De acordo com o estudo, 13,8% das fazendas de cria utilizam a puerária como leguminosa forrageira; 6,1% usam o amendoim forrageiro e 2% usam o calopogônio. “Essa leguminosa, de ocorrência espontânea nas pastagens do Acre, possui boa capacidade de fixação biológica de nitrogênio e tem seu uso recomendado pela pesquisa por contribuir para a manutenção da disponibilidade de nitrogênio no solo da pastagem, importante para sua produtividade”, afirma a pesquisa, lembrando estudo do professor Judson Valentim, também da Embrapa.
“Pequenas propriedades ainda enfrentam dificuldades para reformar pastagens degradadas, mas a diversificação é um caminho promissor”, destaca Maykel Franklin Lima Sales, outro pesquisador envolvido.
“Não fazer um bom manejo gera uma série de fatores negativos”, afirmou Carlos Soares de Andrade, um dos pesquisadores que assina o trabalho. O animal não terá uma alimentação adequada e isso compromete o que os técnicos chamam de “score corporal”. Outro fator negativo é que o bezerro vai sair da desmama mais leve. Isso pode provocar um animal adulto com a carcaça com desenvolvimento comprometido. “No fim do processo, aumentam os custos de produção”.
O simpósio na Ufac debaterá soluções para:
Capacitação técnica dos produtores;
Gestão financeira das propriedades;
Incentivos para renovação de pastagens.
“O Acre tem potencial, mas precisa superar esses gargalos para crescer na pecuária”, concluem os especialistas.
Com fontes da assessoria Embrapa
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Acre segue com o custo mais alto da construção civil do país, aponta IBGE
O Acre lidera na Região Norte com alta de 5,11% nos custos totais da construção, refletindo um ritmo acelerado em relação aos demais estados da região

O Acre apresentou variação de 0,15% no Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) em maio de 2025. Foto: ilustrativa
O Acre registrou, em maio de 2025, o maior custo médio da construção civil do país no cenário nacional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira, 10, por meio do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi). Já é o terceiro mês seguido que o Acre fica em primeiro lugar.
Com a desoneração da folha de pagamento, o custo por metro quadrado no estado chegou a R$ 2.073,21, o maior entre os estados da federação. Já sem a desoneração, o custo saltou para R$ 2.200,88 colocando o Acre na segunda posição entre todos os estados brasileiros, atrás apenas de Santa Catarina, cujo valor chegou a R$ 2.212,82.
O Acre apresentou variação de 0,15% no Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) em maio de 2025. Apesar de ser uma alta mais moderada que a média nacional, que ficou em 0,43%, o estado acumulou, nos últimos 12 meses, um aumento de 7,10% no custo da construção, acima da média brasileira de 5,01%.
No acumulado dos primeiros cinco meses de 2025, o Acre lidera na Região Norte com alta de 5,11% nos custos totais da construção, refletindo um ritmo acelerado em relação aos demais estados da região. A variação mensal da construção no Acre foi de 0,15%, próxima à registrada em Rondônia (0,17%) e abaixo da variação da Região Norte, que fechou em 0,25%. Enquanto o Nordeste registrou a maior variação mensal em maio (0,77%), puxada por estados como Pernambuco (2,88%).
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