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Brasil

60% dos professores no Brasil são obrigados a trabalhar em mais de uma escola, diz estudo

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País é o pior em ranking de exclusividade de docentes, o que prejudicaria qualidade do ensino

O Globo

Menos da metade dos professores de ensino fundamental no Brasil pode se dar ao luxo de trabalhar num único colégio. O dado, revelado pela Pesquisa Internacional de Ensino e Aprendizado (Talis, na sigla em inglês) da OCDE, o clube dos países mais desenvolvidos, joga luz sobre um problema que, de acordo com especialistas, afeta diretamente a qualidade da educação. Segundo o levantamento, que a OCDE realizou junto a cem mil professores em 34 países e cujos resultados apresenta hoje em Paris, apenas 40% dos docentes brasileiros que atuam nos primeiros anos do ensino têm dedicação exclusiva, contra 82% na média das nações pesquisadas.

De acordo com a gerente da área técnica do movimento Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, por trás dessa realidade estão os salários insuficientes e o baixo número de professores em determinadas áreas.

— Os profissionais de exatas, por exemplo, encontram oportunidades mais atraentes que a sala de aula quando se formam. Isso gera um déficit que acaba sendo tratado com o deslocamento de profissionais — observa. — A consequência é um prejuízo no envolvimento do professor com o projeto pedagógico das escolas.

A vida em mais de uma escola é o caso de Marcelle Aguiar, professora de inglês de 33 anos. Para alcançar renda mensal de R$ 3.500, ela precisou assumir 19 turmas em quatro escolas. Marcelle trabalha para a rede municipal do Rio, onde atua num colégio na Pavuna e outro em Acari, e também para a rede municipal de Magé, na qual dá aulas em mais dois colégios.

Dados comparam o perfil de professores e diretores brasileiros ao restante do mundo - Fonte: OCDE

Dados comparam o perfil de professores e diretores brasileiros ao restante do mundo – Fonte: OCDE

— Seria infinitamente melhor se pudesse receber um bom salário para atuar em apenas uma escola. Teria mais tempo para planejar atividades e vínculos ainda mais fortes com os alunos — pondera.

Além da rotina pesada, a professora também já precisou enfrentar escolas inseridas em contextos de violência, como comunidades marcadas pelo tráfico de drogas. Segundo ela, muitas vezes esse peso recai diretamente sobre o professor:

— Em alguns casos, os alunos liberam toda a sua agressividade na escola. Os colégios cada vez mais têm que estar preparados para agir como agentes transformadores. Mas, para isso, é preciso apoio de psicólogos e assistentes sociais, já que determinados aspectos fogem ao nosso alcance.

tabela-paisesO cenário descrito por Marcelle também aparece na pesquisa da OCDE, que pediu a professores e diretores (15 mil deles apenas no Brasil) que respondessem a questionários com perguntas sobre liderança escolar, ambiente de trabalho, satisfação e eficiência, práticas pedagógicas e expectativas, avaliação, aprendizado e desenvolvimento de oportunidades. Dos 34 países, somente em Brasil, Malásia e México mais de 10% dos diretores relataram que experimentam episódios de vandalismo ou roubo em uma base semanal. Para a organização, “não surpreende que, tanto no Brasil quanto em outras nações, gestores escolares tenham relatado níveis mais elevados de inadimplência em suas escolas, além de níveis mais baixos de satisfação no trabalho.”

Nosso país também aparece ao lado do México, da Suécia e da Bélgica no quesito respeito ao professor: quase um terço dos professores trabalham em escolas onde houve relatos de intimidação ou abuso verbal por parte dos alunos. O Brasil é um dos únicos também onde mais de 10% dos diretores disseram ter presenciado agressões verbais a seus professores toda semana.

MULHERES SÃO ESMAGADORA MAIORIA

O estudo também comprova uma realidade que qualquer um que já entrou numa escola de ensino fundamental percebeu: as mulheres são a esmagadora maioria dos professores. Mais especificamente, 71% deles (na média de todos os países pesquisados, são 68%).

Embora 96% dos docentes por aqui tenham diploma de graduação, somente 76% completaram cursos de licenciatura. Esse índice fica abaixo da média mundial, de 90%. Mesmo assim, os profissionais de educação básica daqui acumulam uma experiência profissional de 14 anos, só dois a menos que a média.

Também na direção das escolas, só 25% são homens, contra 51% na média da OCDE. As gestoras têm formação mais elevada que seus empregados professores: 96% delas completaram graduação com licenciatura, e 88% fizeram algum tipo de treinamento para assumir o posto administrativo. No entanto, se os diretores nos 34 países da pesquisa somam tempo médio de experiência profissional de 30 anos, por aqui o número cai para 21.

Outro ponto bastante enfatizado pela TALIS é a questão da avaliação de professores e de como ela impacta o dia a dia na sala de aula. Por aqui, 80% dos docentes disseram ter implementado melhores práticas letivas depois de receber bons retornos de seus superiores, contra só 62% na média da OCDE.

A atual coordenadora da pré-escola na Escola Americana, Isabela Baltazar também já foi professora da instituição e defende que, em ambas posições, o retorno sobre o trabalho em sala de aula é fundamental para o bom rendimento:

— Dando este tipo de suporte, temos professores mais confiantes. Isso passa mais segurança ao aluno.

SOBRE A TALIS

Esta é a segunda edição da Pesquisa Internacional de Ensino e Aprendizado, sendo a primeira realizada em 2008 com pouco mais de 20 países. Para o Talis 2013, foram ouvidos cerca de 100 mil professores e diretores de escolas em 34 países. No Brasil, cerca de 15 mil docentes e mil gestores de escolas atenderam aos questionários enviados pela OCDE.

A organização os pediu que respondessem questões que versavam sobre liderança escolar, ambiente de trabalho, satisfação no trabalho e eficiência, práticas pedagógicas e expectativas, avaliação e feedback, aprendizado e desenvolvimento de oportunidades.

*Colaborou Eduardo Vanini

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Cinco pessoas morrem em acidente de carro em Goiás; três eram PMs

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Acidente aconteceu no município de Firminópolis (GO), na tarde desta quarta-feira (25)

Grave acidente envolveu dois veículos • Reprodução/Corpo de Bombeiros Militar de Goiás

Três policiais militares estão entre as cinco vítimas de um grave acidente, nesta quinta-feira (25), na GO-164, altura do km 397, no município de Firminópolis, Goiás. Os agentes estavam de folga no momento do acidente.

Segundo o CBMGO (Corpo de Bombeiros Militar de Goiás), dois veículos tiveram uma colisão frontal entre um automóvel de passeio e uma caminhonete, as vítimas do acidente ficaram presas nas ferragens. No carro de passeio estavam quatro pessoas, todas com ferimentos graves.

As mortes foram confirmadas no local pelo médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Na caminhonete, duas vítimas foram socorridas pelo Samu e encaminhadas para atendimento hospitalar, sendo posteriormente confirmado um óbito na unidade de saúde.

O Governo de Goiás confirmou a identidade dos três PMs que morreram:

  • Robson Luiz Fortuna Filho – 31 anos;
  • Renato da Silva Duarte – 32 anos;
  • João Paulo Marim Guimarães – 32 anos.
Soldado Robson Luiz Fortuna Filho • Reprodução/Polícia Militar

Soldado Robson Luiz Fortuna Filho • Reprodução/Polícia Militar

Soldado Renato da Silva Duarte • Reprodução/Polícia Militar

Soldado Renato da Silva Duarte • Reprodução/Polícia Militar

Soldado João Paulo Marim Guimarães • Reprodução/Polícia Militar

Soldado João Paulo Marim Guimarães • Reprodução/Polícia Militar

O Governador Ronaldo Caiado também lamentou a morte dos agentes e das outras duas vítimas.

“Neste momento de dor, manifesto minha solidariedade a todos os familiares, amigos e irmãos de farda, estendendo também minhas condolências às famílias das outras vítimas atingidas por esse acidente”, escreveu Caiado.

As equipes do CBMGO atuaram no desencarceramento das vítimas, retirando os corpos das ferragens e encaminhando ao IML (Instituto Médico-Legal).

A PMR (Polícia Militar Rodoviária) assumiu a ocorrência, ficando responsável pelo controle do tráfego e pela adoção dos procedimentos legais necessários.

 

Fonte: CNN

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“Saidinha”: detento é preso por tentar estuprar idosa de 89 anos

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Detento beneficiado com saída temporária invadiu casa de idosos, tentou estuprar mulher de 89 anos e brigou com homem de 90 em Lorena

Um homem de 43 anos foi preso em flagrante suspeito de invadir a casa e tentar estuprar uma das vítimas, uma idosa de 89 anos, na madrugada desta quinta-feira (25/12), no bairro Vila Nunes, em Lorena, no interior de São Paulo.

De acordo com o boletim de ocorrência, o infrator, que é um detento que estava em saída temporária, entrou, por volta das 2h30 na casa de um casal de idosos exigindo dinheiro das vítimas.

Ao tentar abusar sexualmente da mulher, o casal resistiu, entrando em luta corporal com o marido da idosa, de 90 anos, que afastou o bandido com golpes de muleta.

O suspeito acertou a mão do homem com uma tesoura e fugiu do local.

A Polícia Militar foi acionada e as vítimas foram levadas ao pronto-socorro.

Em buscas pelo região, o homem foi localizado e encaminhado à Delegacia de Lorena, onde permanece à disposição da Justiça.

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Dono de churrascaria mata borracheiro por causa de “música de louvor”

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A troca de palavras rapidamente se transformou em agressão física. Durante o confronto, o suspeito sacou uma faca e desferiu vários golpes

Um desentendimento motivado pelo volume de músicas de louvor terminou de forma trágica na manhã do Dia de Natal, na zona leste de Manaus. O borracheiro Sidney da Silva Pereira, de 31 anos, foi morto a facadas após uma briga com um vizinho, supostamente incomodado com canções religiosas tocadas no local de trabalho da vítima.

Segundo testemunhas, Sidney estava em sua borracharia, no bairro Cidade Nova, por volta das 6h30, ouvindo músicas de louvor cristão em uma caixa de som. Irritado com o volume e com o conteúdo religioso das canções, o vizinho — identificado como dono de uma churrascaria da região e conhecido como “Gaúcho” — teria iniciado uma discussão, fazendo ofensas direcionadas à música e à prática religiosa da vítima.

A troca de palavras rapidamente se transformou em agressão física. Durante o confronto, o suspeito sacou uma faca e desferiu vários golpes contra o borracheiro. Gravemente ferido, Sidney foi socorrido e encaminhado ao Hospital e Pronto-Socorro Dr. Aristóteles Platão Bezerra de Araújo, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Discussão e morte

Apesar do atendimento médico, Sidney não resistiu aos ferimentos e morreu no fim da tarde da quinta-feira (25), aumentando a comoção entre familiares, amigos e moradores da região.

De acordo com a Polícia Civil do Amazonas, a ocorrência foi registrada inicialmente como tentativa de homicídio. Após a confirmação da morte, o caso passou a ser investigado como homicídio consumado, tendo como causa o óbito por ferimentos provocados por arma branca.

O crime está sendo investigado pelo 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP). O principal suspeito ainda não foi localizado. A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) pode assumir o inquérito para aprofundar as investigações, principalmente sobre a motivação ligada à intolerância e ao desentendimento causado pela música de louvor.

A polícia pede que qualquer informação que ajude a localizar o suspeito seja repassada de forma anônima pelo disque-denúncia 181.

 

 

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