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Quem é Ramon Dino, astro acreano de fisiculturismo que venceu Olympia Brasil e ficou fora do top 3 mundial
Ramon Dino é o principal nome do fisiculturismo de alto nível do Brasil, e já foi vice-campeão do Olympia em 2022 e 2023. Apontado como principal promessa para conquistar o título inédito ao Brasil em uma categoria masculina, ele ficou fora do top-3 em 2024 por ter suado demais e derretido a pintura corporal.
Por Renato Menezes
O atleta acreano de fisiculturismo Ramon Rocha de Queiroz, conhecido como ‘Ramon Dino’, voltou a ser tópico de discussões nas redes sociais após ter vencido o Mr. Olympia Brasil, ocorrido no último domingo (20), e ficado em quarto lugar no Mr. Olympia na categoria ‘Classic Physique’, do maior campeonato de fisiculturismo do mundo, no dia 13 de outubro.
Dino teve uma apresentação criticada no Olympia, em Las Vegas (EUA), por conta do preparo físico que antecedeu à apresentação. É que ele sofreu com um problema incomum para atletas de fisiculturismo: o suor em excesso, que contribuiu para que escorresse tinta das pernas e indicou que ele tinha líquido corporal acima do ideal para as poses.
Na competição brasileira, o acreano voltou a enfrentar os mesmos problemas que o tirou do top-3 mundial, mesmo que de uma forma menos intensa. Mas, mesmo assim, ainda conseguiu ser o campeão no último domingo (20) no Distrito Anhembi, em São Paulo, e garantiu a vaga no Olympia 2025. Ele é apontado como o maior atleta de fisiculturismo do país e a principal promessa na busca por um título mundial.
Quem é Ramon Dino
Ramon Rocha Queiroz tem 29 anos, nasceu em Rio Branco, capital do Acre, e é o principal nome brasileiro de fisiculturismo da atualidade na categoria ‘Classic’. Em 2023, Ramon Dino, como ficou conhecido, foi o vice-campeão do Mr. Olympia na categoria ‘Classic Physique’.
Dino já participou quatro vezes do Mr. Olympia, e no ano passado, também foi campeão do Arnold Sports em 2023.
No Brasil, a trajetória dele rumo ao mundial ganhou força em 2018, quando conquistou o título brasileiro pela primeira vez e, então, ganhou a carteira profissional de atleta da modalidade. Seis anos depois, ele venceu a competição nacional novamente e conquistou uma vaga para o Olympia 2025, em busca do top 1 mundial.
Ele cresceu no bairro Xavier Maia, parte alta da capital acreana, e sempre praticou o esporte que usa o peso do próprio corpo para promover a resistência muscular. Seu potencial foi visto por Marcio Garcia, o primeiro a falar que ele tinha que apostar no fisiculturismo e também o primeiro a treinar e incentivar Ramon Dino.
Dino é o filho mais novo da professora Suzana da Silva Moura e Francisco Hamilton de Queiroz. O pai dele conversou com a reportagem e disse que sempre acreditou no filho.
Suor distanciou Dino do top-3 mundial
Para entender os motivos pelos quais o principal competidor brasileiro ficou de fora do top-3 mundial no Mr. Olympia 2024, onde permaneceu por dois anos seguidos, primeiramente é preciso compreender do que se trata a competição.
O ‘Mr. Olympia’ foi criado em 1965 pelo também fisiculturista Joe Weider. A competição ocorre anualmente nos Estados Unidos e ganhou o status de Copa do Mundo da modalidade. Os fisiculturistas são avaliados em uma série de critérios. Esta foi a 60ª edição e ocorreu de 10 a 13 de outubro, em Las Vegas, nos Estados Unidos.
Ramon Dino vem sendo apontado como uma das promessas da Classic Physique e busca desbancar o canadense CBum, atual hexacampeão da categoria. Agora, com a aposentadoria do atleta, a torcida é para que Dino vença pela primeira vez, em 2025, na próxima competição.
Porém, a apresentação do acreano no Olympia este ano teve alguns problemas, a começar pelo suor durante a apresentação, e acendeu um alerta para o ano que vem. O suor foi um indicativo de que havia mais líquido corporal do que o ideal para as poses, o que garantiu um resultado muito aquém do que a comunidade de fisiculturismo esperava, tendo em vista os dois últimos campeonatos onde foi vice-campeão.
No confronto de físicos das prévias, Ramon não chegou a ficar ao lado de CBum, no centro do palco, em nenhum momento. O posicionamento dos atletas, decidido pela arbitragem de modo a também permitir uma comparação próxima dos corpos, é o indicativo da preferência dos jurados. Quanto mais ao centro, melhor é a avaliação.
Com a transpiração, a tinta que os atletas passam no corpo para realçar os músculos começou a escorrer. Na decisão final da arbitragem, Ramon, que ganhou US$ 7 mil, só ficou à frente do norte-americano Breon Ansley, o 5º colocado.
Campeão no Olympia Brasil e próximos passos
Mais de uma semana após ficar no top-4 do Olympia nos EUA, Dino venceu, no último domingo (20), o principal campeonato brasileiro de fisiculturismo, o que garantiu a vaga para a competição internacional de 2025. Ele superou outros 12 concorrentes na categoria Classic Physique e, ao ser anunciado como vencedor, se emocionou, se ajoelhou e desabou no palco.
Outra vez, o suor chamou a atenção dos participantes e jurados, que notaram e que levam em consideração no momento da avaliação. Isto é algo incomum para fisiculturistas de alto nível, como é o caso de Ramon.
Esta foi a primeira competição de Dino no Brasil desde 2021, quando venceu o Muscle Contest Brasil, o primeiro título profissional, e conseguiu a classificação para o Olympia 2022, onde foi vice-campeão. Como ele ficou entre os três primeiros por duas vezes consecutivas no mundial, já tinha vaga direta.
Só que este ano foi diferente para ela, já que ficou em 4º lugar. Como só os três primeiros colocados da categoria do Olympia se classificam automaticamente para a edição de 2025, Dino ficou sem vaga direta e teve de participar da versão brasileira do evento para se credenciar para o Olympia do ano que vem. Como Dino venceu no último domingo (22), agora ele garante a participação na competição internacional.
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Rezadeira que se dedica a curar pessoas há 50 anos no Acre ganha curta-metragem em sua homenagem: ‘Conhecimento passado de geração para geração’
No dia da exibição do filme, dona Cândida completa 69 anos e comemora o reconhecimento: “Fico muito feliz e estou muito animada.”
Assim como em outros estados do país, o Acre tem em suas raízes e sua história mãos de rezadeiras, tradição cultural em que se envolve rituais de benzedura e cura para restabelecer e proteger uma pessoa. Com o intuito de retratar esse conhecimento tradicional e preservar essas memórias, o curta-metragem “Vou rezando e vou cantando” será exibido no Centro Eclético Flor do Lótus Iluminado Maria Marques Vieira (Ceflimavi), na Rua Antônio Gomes da Silva, bairro Irineu Serra, no domingo, 2, às 17h.
Em 11 minutos, a produção homenageia Cândida de Oliveira Braga Rocha, que há 50 anos se dedica à reza, uma prática que aprendeu com seus pais e também com o mestre Irineu Serra, fundador da doutrina baseada no uso de Ayahuasca e princípios cristãos, aos quais ela também é seguidora há 60 anos.
Ela conta que hoje em dia a busca pela reza ainda é muito grande, principalmente porque os benzedores estão cada vez mais escassos. Meio século dedicado ao altruísmo de servir outras pessoas sem esperar nada em troca.
Por dia, ela atende cerca de seis pessoas, que buscam nos conhecimentos tradicionais o restabelecimento para algum mal, seja ele “quebrante”, “cobreiro” ou “vento caído”, segundo as expressões populares.
“Quase não existe mais rezador e, por isso, as pessoas procuram muito. É um conhecimento que passa de geração para geração, mas tentei passar para as minhas filhas e elas não quiseram, porque têm consciência da responsabilidade e também a reza é um dom”, explica dona Cândida.
Fé na cura e inspiração
Seguindo a crença popular, às margens do Igarapé São Francisco, munida com galhos de manjericão ou pinhão roxo, ela sussurra a reza e dá a bênção, e ali estabelece-se uma ligação espiritual.
“Rezo até 8h da noite. Depois disso, só se a pessoa está muito precisada, aí rezo. Outra coisa: reza não é paga. Deus nos deixou o dom e não podemos receber por ele”, completa.
No dia da exibição do filme, dona Cândida completa 69 anos e comemora o reconhecimento: “Fico muito feliz e estou muito animada.”
A jornalista Katiúscia Miranda Silva assina o roteiro e a direção do curta-metragem, que traz ainda o publicitário Marcus Ramon na direção fotográfica e a equipe da Imaginarium Company. O trabalho foi feito com recursos da Lei Paulo Gustavo em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM).
Ela explica que a ideia surgiu com o intuito de ressaltar a relevância cultural das rezadeiras, valorizando uma herança rica e enraizada nas práticas de cura e espiritualidade.
“Uma coisa legal de se destacar é que esse projeto, financiado pela Lei Paulo Gustavo, foi inspirado também na história dele, que fez a passagem no ápice da covid, e dona Cândida passou pelo mesmo processo, os médicos chegaram a desenganá-la, mas ela se agarrou à sua fé e teve a oportunidade a mais para contar sua história”, relembra.
Ao saber que a rezadeira completou meio século dedicado a ajudar as pessoas, ela não teve dúvida que queria registrar essa história. “Fui me aprofundando na história dela e achei justa essa homenagem para uma senhora que dedicou a vida a curar tantas pessoas.
Tradições fundamentais
O presidente da FEM, Minoru Kinpara, destacou que em estados da Amazônia a figura do rezador sempre foi importante para a saúde como um todo, pois em comunidades mais distantes, às margens de rios, seringais ou até locais de difícil acesso, os curandeiros eram o alento dessa população.
Além disso, ele reforça que esse tipo de trabalho desenvolvido com incentivos culturais preservam a história do estado e fortalecem o sentimento de pertencimento.
“Nós ficamos imensamente felizes em colocar o recurso para poder exatamente fazer com que as pessoas conservem, que as pessoas divulguem, investiguem, as pessoas propaguem ainda mais a nossa cultura por meio de diversos segmentos, diversas manifestações culturais. E essas nossas tradições são fundamentais, até para que a nossa população, inclusive a população mais jovem ainda, que está em formação, possa conhecer”, disse.
Quando uma tradição é divulgada, a identidade está contida naquele contexto, fazendo com que a cultura seja revigorada, acredita ele.
“A cultura engloba a nossa fé também. A gente sabe que nem sempre tivemos hospitais à disposição e muitas vezes nossa população foi buscar esperança a cura nessas pessoas, que além de fazer suas rezas com esses rituais tradicionais, sempre demonstrou amor, muito carinho e respeito pela preservação da vida”, pontua.
Mestre da Cultura
No ano passado, Cândida de Oliveira Braga Rocha foi reconhecida pelo Prêmio Mestres da Cultura Popular do Acre, que destinou R$ 1,1 milhão para mestres e mestras por meio da Lei Paulo Gustavo (LPG). Ela foi beneficiada na categoria Mestre De Comunidades Tradicionais Ayahuasqueiras.
Começou a rezar aos 18 anos, e foi no Santo Daime que encontrou sua base para ajudar a curar doenças. Nos dias atuais, continua como fiel seguidora da doutrina fundada pelo Mestre Raimundo Irineu Serra e participa assiduamente dos trabalhos no Ceflimmavi. Na doutrina, recebeu um hinário composto por nove hinos que são cantados em trabalhos e festas da igreja.
Neste domingo, ela comemora mais essa conquista ao lado de amigos e familiares na comunidade.
Serviço
O que: Exibição do curta-metragem “Vou rezando e vou cantando”;
Quando: domingo, 2;
Onde: Centro Eclético Flor do Lótus Iluminado Maria Marques Vieira (Ceflimavi), na Rua Antônio Gomes da Silva, bairro Irineu Serra;
Horário: 17h
Entrada: gratuita
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Redução do ICMS deve diminuir preço do gás de cozinha ao consumidor
Desde 2022, as alíquotas do ICMS sobre os combustíveis são estabelecidas em valores fixos por litro, ou por quilo, no caso do gás de cozinha
A partir deste sábado (1º), cozinhar ficará mais barato para a maioria dos brasileiros. Entra em vigor a redução do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), tributo arrecadado pelos estados, sobre o gás. Cada quilo de gás liquefeito de petróleo (GLP) pagará R$ 0,02 a menos de ICMS.
A exceção será para os consumidores baianos. Na quinta-feira (30), a refinaria privatizada de Mataripe anunciou a elevação do gás de cozinha em 9,2%, o que levará a um aumento de até R$ 8 por botijão, segundo o Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo).
Com base nos preços médios pesquisados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) de fevereiro a setembro do ano passado, o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), órgão que reúne os secretários estaduais de Fazenda, decidiu reduzir de R$ 1,41 para R$ 1,39 por quilo o ICMS do gás de cozinha. Segundo o conselho, a média de preços mais baixa em 2024 justificou a redução do imposto.
Embora tenha reduzido o ICMS para o gás de cozinha, o Confaz elevou o tributo para a gasolina, o etanol, o diesel e o biodiesel. Pelo modelo em vigor desde o ano passado, o conselho decide em outubro de cada ano, as alterações no ICMS que entram em vigor em fevereiro do ano seguinte.
As alíquotas de ICMS passaram para os seguintes valores:
Desde 2022, as alíquotas do ICMS sobre os combustíveis são estabelecidas em valores fixos por litro, ou por quilo, no caso do gás de cozinha. Antes disso, as alíquotas estaduais obedeciam a um percentual do preço final definido por cada Unidade da Federação.
Gás natural
Não apenas o gás de cozinha ficará mais barato. Também neste sábado entra em vigor a redução de 1% no preço do gás natural às distribuidoras, anunciada pela Petrobras na quinta-feira(30).
Atualizado a cada três meses pela Petrobras, os preços do gás natural, usado por grandes consumidores, como indústria, obedecem às oscilações do barril do petróleo tipo Brent e do dólar. Para o trimestre que inicia em fevereiro, o dólar subiu 5,3%, mas a referência do petróleo (Brent) caiu 6%, justificando a redução de 1%.
Desde dezembro de 2022, segundo a Petrobras, o preço médio do gás natural vendido às distribuidoras acumula redução de 23%. A conta inclui tanto a recente redução de 1% como os prêmios por performance e de incentivo à demanda, aprovados em maio e em outubro de 2024, respectivamente.
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Mulher condenada por associação criminosa é presa pela Polícia Civil em Tarauacá
A ordem judicial foi emitida pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas de Rio Branco/AC. A condenação dela já foi transitada e julgado, cuja pena é de seis anos de prisão em regime fechado.
Uma mulher, natural do município de Cabo de Santo Agostinho (PE) foi presa na manhã desta sexta-feira, 31, por agentes da Polícia Civil do Acre (PCAC) na cidade de Tarauacá, por força de um mandado de prisão, emitido pela Justiça do Acre.
A criminosa, das iniciais M.T.D.S. de 34 anos, estava se escondendo na cidade de Feijó/AC. A ordem judicial foi emitida pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas de Rio Branco/AC. A condenação dela já foi transitada e julgado, cuja pena é de seis anos de prisão em regime fechado.
Após as formalidades legais em sede policial, a mulher foi colocada à disposição da Justiça, e em seguida será encaminhada ao sistema prisional.
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