Brasil
Witzel diz que não tem ‘um papel’ de prova contra ele e ataca subprocuradora
O governador afirmou ter ficado indignado com a decisão do ministro do STJ por ser um “cidadão que virou governador do estado do Rio de Janeiro e está sendo massacrado politicamente”.

Wilson Witzel (PSC), durante pronunciamento no Rio de Janeiro após ser afastado do cargo de governador Foto: Wilton Júnior
CNN
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), alegou inocência nesta sexta-feira (28), disse que não existe “um papel” de prova contra ele e acusou a subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo, de influenciar a decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou seu afastamento do cargo por 180 dias.
“Uma busca e apreensão, que mais uma vez, é uma busca e decepção. Não encontrou um real, uma joia. Simplesmente mais um circo sendo realizado”, disse Witzel, em entrevista coletiva no Palácio Laranjeiras, ao dizer que não há provas contra ele.
“Lamentavelmente, a decisão do excelentíssimo ministro Benedito, [foi tomada] induzido pela PGR na pessoa da doutora Lindora, que está se especializando em perseguir governadores, desestabilizar os estados da federação, com investigações rasas, buscas e apreensões preocupantes”, disse Witzel, sobre a decisão monocrática do magistrado do STJ.
A subprocuradora Lindora Araújo é braço-direito de Augusto Aras, chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Quero desafiar ao MPF, na pessoa da doutora Lindora. A questão agora é pessoal. Ela me adjetivou como chefe da organização criminosa. Quero que ela apresente um único e-mail, telefonema, uma prova testemunhal, um pedaço de papel que eu tenha pedido qualquer tipo de vantagem ilícita para mim”, afirmou Witzel, que cobrou ainda um posicionamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Qualquer tipo [de prova]. ‘Não, mas os contratos da Dr. Helena Witzel (mulher de Witzel) são os contratos da lavagem de dinheiro’… para haver lavagem de dinheiro tem que ter vantagem ilícita. Qual foi a vantagem ilícita que eu pratiquei? estão criminalizando a advocacia”, completou.
“Eu, assim como outros governadores, estamos sendo vítimas do possível uso político da instituição. O STJ possui vários subprocuradores. Por que não se faz como em qualquer outro Ministério Público a distribuição [dos processos] e não o direcionamento para um determinado procurador, no caso da Dr. Lindora”, questionou.
Além disso, Witzel disse que a subprocuradora é amiga da família Bolsonaro, sugerindo que ela agiria contra ele para favorecer o presidente.
“[O presidente Jair] Bolsonaro já declarou que quer o Rio de Janeiro, já me acusou de perseguir a família dele. Mas diferentemente do que ele imagina, aqui a Polícia Civil é independente. O Ministério Público é independente. E me preocupo muito com essa questão política que hoje estamos vivenciando.”
Witzel afirmou que as medidas que tomou nos últimos meses, incluindo as trocas na área da saúde, não foram para atrapalhar as investigações.
“A polícia civil do Rio prendeu três dias atrás mais de 400 milicianos. Estou incomodando? Estou incomodando prendendo miliciano, prendendo o tráfico de drogas”, questionou?
Ele afirmou ainda que o prazo que a decisão do ministro do STJ estabeleceu é um “ultraje à democracia”. “Afastamento de 180 dias? Por que? Em dezembro tenho que escolher o novo Procurador-Geral de Justiça [que comanda o Ministério Público do estado].”
O governador afirmou ter ficado indignado com a decisão do ministro do STJ por ser um “cidadão que virou governador do estado do Rio de Janeiro e está sendo massacrado politicamente”.
“Há interesses poderosos contra mim e querem destruir o estado do Rio de Janeiro atingindo a mim, o presidente da Alerj, o vice-governador – que vai ficar em exercício agora com uma busca e apreensão feita na casa dele – fragilizado.
“Graças a Deus, em um momento de lucidez, o ministro Benedito não decretou minha prisão, o que seria uma injustiça sem precedentes no governo do estado.”
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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