“Os números apresentados são fruto de um trabalho estratégico, baseado em inteligência, integração entre instituições e comprometimento das equipes que atuam diariamente nas fronteiras. Em 2025, conseguimos causar um impacto direto nas organizações criminosas, retirando drogas, armas e produtos ilegais de circulação. Para 2026, nossa expectativa é ampliar ainda mais as operações, investir em tecnologia e fortalecer as ações preventivas, garantindo mais segurança à população acreana”, disse.
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Vítima de violência doméstica relata abusos e tenta recomeço: ‘Não saía de casa, dizia que eu era dele’
Maria participa do Projeto Amigas da Paz: Elas ao Trabalho’, que atende mulheres, CIS e transexuais, ligado ao Centro de Atendimento à Vítima (CAV), do Ministério Público do Acre.

“Ele me agrediu de todas as formas possíveis. São marcas que ficaram no corpo e na alma”, relato de uma vítima de violência doméstica — Foto: Gilberto Sampaio/Rede Amazônica Acre
Por Janine Brasil, G1 AC
“Ele me agrediu de todas as formas possíveis. São marcas que ficaram no corpo e na alma, que eu jamais vou esquecer”. Este é o relato de uma mulher de 46 anos que sofreu calada por quase sete anos e que será chamada nesta reportagem de Maria.
Vítima de violência doméstica e casada com um servidor público federal, ela disse que por muitos anos se sentiu abandonada e “sem chão”. Na lembrança, o casamento dos sonhos que virou um pesadelo.
Na época, Maria tinha dois filhos que estudavam fora, de 15 e 17 anos, do casamento anterior. Depois, nasceu o terceiro filho, uma menina, filha do agressor, que atualmente tem nove anos. Sem emprego e dependendo financeiramente do então marido, ela conta que aguentou as agressões sozinha.
“Conheci ele em 2006, a gente namorou quase três anos e, no final de 2008, ficamos noivos. Eu morava em Rio Branco e fui com ele para o interior do estado. Em 2009, eu engravidei. Era tudo muito bom, ele era um príncipe. Mas, depois que a nossa filha nasceu, em 2010, acho que uns três, quatro anos depois, ele foi mudando”, relembra.
Maria é uma das 25 mulheres, CIS e transexuais que estão participando do projeto ‘Amigas da Paz: Elas ao Trabalho’, do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), órgão ligado ao Ministério Público do Acre (MP-AC).
O projeto tem como foco ajudar na capacitação de vítimas de violência doméstica para serem inseridas no mercado de trabalho em Rio Branco.
As primeiras agressões foram as psicológicas, mas, levou um tempo até Maria se dar conta de que estava sofrendo violência doméstica. Frases como: “vai fazer comida”, “já que não trabalha e não faz nada tem que trabalhar em casa”, “a casa é minha”, “você não tem capacidade de trabalhar” e “tá com macho”, foram algumas das muitas que ela ouvia diariamente do ex-marido.
“Eu relevava, achava que ele estava cansado, então, foi ficando cada vez mais difícil. A primeira agressão psicológica que eu me dei conta foi quando tive minha filha e saí do hospital. Quando cheguei em casa, ele estava com uns amigos e me mandou fazer almoço. Eu disse que não aguentava, ele falou na frente de todo mundo que eu estava com preguiça e que a casa era dele. Aquelas humilhações na frente de todo mundo e eu, com minha filha recém-nascida no colo, fiquei calada”, desabafa.
Foi então, que as proibições começaram. Maria era autorizada a ir apenas ao supermercado fazer compras para a casa e sempre com supervisão. O ex-marido ligava e controlava o tempo gasto no supermercado.
“Eu disse que queria voltar a estudar e terminar a faculdade, quando casei com ele estava no último período de administração. Ele disse para eu dar um tempo e cuidar da nossa filha e depois não deixou, falou: ‘se for às minhas custas não vai estudar’, aí eu fui levando”.

Maria fala que dentre as violências que sofreu a que mais doeu foi quando o ex-marido a expôs nas redes sociais — Foto: Gilberto Sampaio /Rede Amazônica Acre
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“Ele foi cortando tudo, eu não saía de casa para passear com minha filha, não ia para aniversário de criança, nem para a casa de parentes. Fui vítima de violência psicológica, física, patrimonial e moral”, lembra.
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Até com os outros dois filhos que Maria tinha antes do casamento ela tinha medo de falar. “Se ele me visse no telefone, perguntava com quem eu estava falando e falava: ‘solta isso, tem que me dar atenção’, ‘você não tem nada para falar com eles’. Aquilo foi me dando medo, fui criando receio, se fosse alguém na minha casa eu ficava com medo, fui ficando cada vez mais nervosa, doente”.
A mulher conta que era dependente financeiramente do marido e quando tentava trabalhar ele colocava algum empecilho e não deixava.
“Se eu quisesse comprar alguma coisa, era só na humilhação. Ele perguntava quanto custava, eu dizia e ele falava: ‘vai trabalhar para comprar’, mas quando eu queria ir trabalhar ele não deixava”.

Violência física
Maria lembra que a primeira vez que o ex, de fato, bateu nela foi em 2013. Ela lembra que ele saiu de casa e passou a noite toda fora e, quando voltou, estava muito violento.
“Ele bebia e usava outras coisas. Chegava e ficava me humilhando, puxando briga, dizendo que eu estava com macho, foi quando saí do quarto da minha filha e fui para o nosso, ele foi atrás e eu me tranquei. Ele queria fazer sexo à força, dizia que ia fazer, porque eu era dele e quando eu não deixava, ele dizia que eu tinha outro, foi quando começaram as agressões físicas”.
A vítima conta que o ex-marido foi ficando cada vez mais agressivo e um dia se descontrolou e partiu para cima dela, sem se preocupar com a filha, que dormia no quarto ao lado.
“Nesse dia em que ele me bateu, eu estava deitada, não estava esperando. Ele começou a me chamar de todos os nomes que você possa imaginar. Ele estava na área externa da casa e eu deitada no sofá, respondi e ele veio para cima de mim e me deu um soco. Meu rosto ficou deformado, todo preto, doeu no corpo e na alma, passei uns três dias dentro de casa, nem fui na delegacia, fui dois dias depois”, conta.
Foi então. que Maria se deu conta de que as agressões tinham piorado e começou a temer pela sua vida e a da filha.
“Depois disso, decidi que queria me separar, fui na delegacia, fiz corpo de delito e denunciei. Mas, não teve muito jeito, ele foi solto antes de mim. Eu ainda estava dando o meu depoimento e ele já tinha sido solto”, lamenta.
No total, Maria fala que foram mais de 23 denúncias contra o ex-marido e que o processo, que já rola há seis anos, ainda está em andamento. Atualmente, ela fala que ele está afastado do trabalho para tratamento médico e internado em uma clínica para dependentes químicos fora do Acre.
“Depois que eu denunciei ,piorou muito, ele passou a ir na minha casa, quebrava tudo, minha filha ficava em pânico. Ela perguntava: ‘mamãe, o papai está doente? Ele vai quebrar a casa”‘. Ele destruiu todas as nossas lembranças, fotos dos meus filhos, bens materiais, tudo”.

Ataques virtuais
Após as denúncias, a vítima conta que achou que o ex ia deixá-la em paz, mas foi aí que a perseguição piorou. Ela diz que o homem começou a difamá-la na internet.
“Ele invadiu minha vida de todas as maneiras possíveis, de quando eu era solteira, do meu casamento anterior, o pai dos meus filhos, de um relacionamento que eu tive depois do pai dos meus filhos, tudo. A pior de todas as agressões foi essa, me difamar na internet”, lembra.
Após a violência física, Maria diz que o homem com medo de ela contar para o pai dela, foi para a casa do irmão, que mora fora do estado e, de lá, o ex-cunhado ligou para que ela visse as redes sociais dela que o ex tinha deixado um recado.
“Fui ver um mês depois, porque queria distância. Ele pegava fotos de sites de vídeos pornôs, pegava uma perna, pegava as mulheres de costas, mais ou menos morenas que pareciam comigo, aí fazia montagem. Depois fazia um fake e dizia que era eu e mandava para os meus amigos, ninguém queria se aproximar de mim, ninguém queria ser meu amigo”, desabafa.
Não satisfeito, o homem passou em alguns vizinhos que Maria tinha em Rio Branco e espalhou que ela, fazia vídeo pornô.
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“Foram várias pessoas na internet, gente me ligando, ele colava as minhas fotos do WhatsApp, pegava um número e colava a minha foto, adicionava e falava com homens. Eu vim começar a colocar fotos de novo esses dias, não dá para esquecer”, afirma.
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Maria sonha um dia se ver totalmente livre do fantasma das lembranças que ainda estão bem vivas em sua memória.
“Até hoje não consigo dormir. Se alguém bate na porta da minha casa à noite, eu fico em pânico. Minha filha teve que ir para o psicólogo e, por ser pequena na época, conseguiu superar, mas, eu, eu não esqueço, não saio de casa sozinha à noite, tenho medo. Lembro que ele apagava as luzes da minha casa quando a gente se separou para eu ir acender e ele me pegar, eu tinha que chamar a polícia”, conta.

Pensão e guarda da filha
Maria diz que, além dos problemas com as agressões, ela também passou necessidade com a filha, pois o ex cortou tudo, plano de saúde, parou de pagar o financiamento da casa, a luz e a deixou sem nenhum dinheiro. Quem ajudava eram os amigos e familiares. Hoje, ela mora em Rio Branco em uma casa alugada.
“Enfrentei um problema porque o salário dele era alto e eu era dependente dele, então, eu tinha, teoricamente, perante à lei, condições de pagar um advogado. Só na mente das pessoas, porque eu não tinha emprego, dependia dele. Fiquei na nossa casa porque a Justiça determinou que ele saísse, era financiada, aí ele deixou de pagar, disse para eu me virar”.
Em relação à pensão que recebe da filha, ela fala que a Justiça estipulou um valor, que ela prefere não falar.
“Depois consegui uma pensão para a minha filha e a guarda dela é minha. Ele tem autorização para visitar ela, se quiser, mas tem que ser supervisionado. Este ano ele mandou dois presentes para ela, se ela está feliz, eu também estou feliz. Fala com ela no telefone às vezes e ela me fala: ‘mamãe, meu papai está ficando bom’. É de partir o coração”.
‘O CAV para mim, é esperança’
O Centro de Atendimento à Vítima (CAV) é ligado ao Ministério Público do Acre (MP-AC) e tem como foco atender vítimas de violência sexual, homofobia e violência doméstica e familiar contra a mulher, maiores de 18 anos.
O centro tem uma equipe interdisciplinar, formada por enfermeiros, psicólogos, assistente social e especialistas na área de direito, para acolher e dar encaminhamento às vítimas.
A coordenadora do CAV, a procuradora de Justiça Patrícia de Amorim Rêgo, explica que o atendimento começa quando a vítima procura o centro ou é identificada por algum dos profissionais.
“O CAV nasceu na perspectiva de dar à vítima de crime um olhar diferenciado, um olhar que englobe e garanta integralmente os direitos fundamentais dela”.
A procuradora explica que o atendimento termina quando o processo penal é finalizado e a vítima recebe os benefícios da reparação civil para enfrentar, de forma consciente, o trauma psicológico e conseguir se inserir na sociedade novamente.
Maria conta que ficou sabendo do CAV através de um promotor que a indicou o local. Ela disse que, até então, não sabia como realmente deveria agir e quais eram os seus direitos.
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“O CAV para mim, é esperança. Quando cheguei lá eles começaram a ver meu problema de perto, eu fui pedir socorro porque não sabia mais o que fazer e nem a quem procurar. Estou lá há quatro anos”.
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A vítima fala que antes de chegar até o CAV buscou acolhimento em muitos locais.
“Nessas caminhadas a gente encontra gente boa, que se importa com você, porque nem todo mundo se importa. Esse promotor olhou para mim e disse: ‘a senhora pode fazer isso e isso, aí foi quando eu comecei a correr atrás, fui no CAV e comecei a ir em um psicólogo, comecei a melhorar”, lembra.
‘Amigas da Paz: Elas ao Trabalho’
A procuradora Patrícia Rego explica que o projeto Amigas da Paz: Elas ao trabalho surgiu da percepção diária da equipe do CAV no acolhimento, na escuta qualificada das mulheres, nas visitas que os profissionais faziam a essas vítimas.
O foco é qualificar e oportunizar um trabalho às vítimas de violência doméstica. O projeto também é acompanhado pela procuradora-geral de Justiça do MP-AC, Kátia Rejane de Araújo Rodrigues, e pela promotora Diana Soraia Pimentel.
No total, 25 mulheres, CIS e trans participam do projeto, 15 que são acompanhadas pelo CAV e 10 pela casa de acolhimento a vítimas de violência doméstica, Rosa Mulher. Dez empresas, todas dirigidas por mulheres, estão inscritas no projeto.
“A importância do projeto, que é inspirado em um outro do MP de São Paulo, o ‘Tem saída’, é mostrar a essas mulheres que, de fato, tem saída. Elas chegam no CAV muito fragilizadas, em um momento de muita dor e desespero. Algumas já vêm de um longo ciclo de violência, sofrendo violência reiterada, outras não, mas sempre muito, muito fragilizadas”, diz a procuradora.
A coordenadora do centro fala da importância do empoderamento feminino, no sentido de a mulher ter uma independência econômica financeira, para, além de conseguir se sustentar sozinha, que possa levantar sua autoestima.
“Isso é importantíssimo para que ela possa quebrar o ciclo da violência. Quando a mulher chega aqui, ela vem em um momento de dor e fragilidade, ela recebe informação sobre seus direitos, é encaminhada para a rede de proteção, para que ela tenha assistência seja psicológica, de saúde, na questão jurídica, no que precisar,” explica.
Várias instituições estão envolvidas, entre elas o Ministério Público do Trabalho (MPT); Prefeitura de Rio Branco, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), além das 10 empresárias que vão receber as mulheres que vão ser inseridas no mercado de trabalho, após qualificação profissional.
Ainda de acordo com a coordenadora do CAV, a Prefeitura de Rio Branco vai certificar as empresas que fazem parte do projeto por meio um decreto que institui o Selo Amigas da Paz. “O foco é reconhecer as parceiras que se comprometeram a dar oportunidade às vítimas violência doméstica”.
Para ajudar a inserir essas mulheres no mercado de trabalho, as empresárias, com empreendimentos consolidados em Rio Branco, se engajaram em contribuir com a diminuição da violência.
“Mulheres como essas resolveram romper com a zona de conforto e dizer não, eu não posso permitir que isso continue, quero ajudar essas mulheres, porque, de fato, tem saída, há um outro caminho”, acrescenta a procuradora.

A empresária Patrícia Graciele Dossa, de 42 anos, é uma das apoiadoras do projeto — Foto: Arquivo pessoal
Sororidade: mulheres que levantam outras mulheres
A empresária Patrícia Graciele Dossa, de 42 anos, é uma das apoiadoras do projeto. Ela conta que ficou muito sensibilizada com a situação das mulheres, mas disse que o fato de abrir as portas da sua empresa para elas não é favor, mas sim uma oportunidade de vida nova e recomeço.
“Quando a doutora Patrícia Rêgo nos convidou, fiz questão de dizer que não era favor, nós, empresárias, precisamos dos colaboradores e elas precisam de emprego. O fato de elas estarem nessa situação, terem passado por esses problemas, até por sermos mulheres, a gente se sensibiliza. Elas precisam de muito mais, precisam desse apoio para se reerguerem”, fala.
Até o momento, a empresária diz que ainda não contratou nenhuma das 25 mulheres que participam do projeto, mas afirma que a procura por um currículo que se encaixe nas necessidades de sua empresa já começou.
“A gente se sensibiliza muito. Estou à espera de alguma que se encaixe. A gente tem empatia, a gente realmente sente a dor da outra mulher e se põe no lugar. Pretendo ajudar, estou otimista e correndo atrás, porque quero e vou ajudar”, afirma.

A Lei maria da Penha classifica cinco tipos de violência contra a mulher — Foto: Arte/Wescley Camelo
Números e tipos de violência
O caso de Maria está longe de ser uma exceção. Apenas na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Rio Branco, de janeiro ao dia 18 de novembro de 2018 foram instaurados 1.649 inquéritos.
Em comparação com o mesmo período deste ano, de janeiro ao dia 18 de novembro de 2019, foram instaurados 1.718 inquéritos, um aumento de quase 70 casos. Em todo o ano de 2018 foram, no total, 1.878 casos, entre flagrantes e portarias – inquéritos que se formaram através de outras investigações.
Já na Vara de Proteção à Mulher em Rio Branco, de janeiro até o dia 19 de novembro, 3.636 processos eletrônicos estão em andamento em 2019. Durante todo o ano de 2018 foram computados 3.172. Já no ano de 2017, 3.194 processos estiveram em andamento.
Criada em 7 de agosto de 2006, a lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, completou 13 anos em 2019. A lei classifica cinco formas de violência de gênero.
- Violência física: conduta que possa ofender a integridade ou a saúde corporal da mulher;
- Violência psicológica: conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima ou ação que prejudique e controle comportamentos, decisões, sob ameaça, humilhação entre outros;
- Violência sexual: conduta que faça com que a vítima mantenha ou faça relação sexual não consentida;
- Violência patrimonial: quando o agressor possa fazer a retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, documentos pessoais, bens entre outros;
- Violência moral: qualquer tipo de ação que configure calúnia, difamação ou injúria.
Saiba como denunciar
A Lei Maria da Penha cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Existem muitas formas de denunciar um agressor:
- Ligue 180, serviço telefônico gratuito disponível 24 horas em todo o país;
- Clique 180, aplicativo para celular;
- Ligue 190, se houver uma emergência;
- Delegacias de polícia;
- Delegacias da Mulher (se não funcionar 24 horas, o boletim de ocorrência pode ser feito em uma delegacia normal e depois transferido);
- Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, para os casos em que a mulher não se sente segura em procurar a polícia;
- Serviços de Atenção Integral à Mulher em Situação de Violência Sexual, como abrigos de amparo;
- Defensoria Pública, que atende quem não possui recursos para contratar um advogado;
- Promotorias Especializadas na Defesa da Mulher.
- A Secretaria de Políticas para as Mulheres oferece em seu site os endereços das delegacias e pontos de atendimento (acesse aqui).
Quando indagada sobre o que quer da vida daqui para frente, Maria diz que resolveu contar sua história para que ela não fique abafada como muitas outras mulheres que passam pelo mesmo problema e não têm coragem de fazer o mesmo que ela e denunciar.
Dentre as muitas vozes ‘caladas’ de mulheres que sofrem violência em todo o Brasil essa, com certeza, não foi ‘sufocada’.
“Quero ajudar, que o que aconteceu comigo não aconteça com outras mulheres. O que me falta mesmo hoje é um emprego. Só isso que eu quero: ter uma vida com dignidade, sem estar precisando dos outros, sem estar preocupada com o amanhã. Para mim, só falta isso”, finaliza.

Maria diz que o que precisa para ser feliz é ser livre e trabalhar, apenas isso — Foto: Gilberto Sampaio/Rede Amazônica Acre
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Polícia Civil realiza operação na fronteira. Homem questiona uso de tornozeleira a magistrado e recebe voz de prisão
Operação em Brasiléia e Epitaciolândia prendeu ao menos quatro pessoas com pendências judiciais
A Polícia Civil dos municípios de Brasiléia e Epitaciolândia realizou, ao longo do dia desta quarta-feira (17), uma operação para cumprir mandados de prisão e de busca contra pessoas que estavam em débito com a Justiça. A ação resultou na prisão de pelo menos quatro indivíduos na região de fronteira.
Entre os casos que chamaram a atenção das autoridades está o de um homem que foi preso por determinação judicial após procurar um magistrado sua residência para “tirar satisfação” sobre a utilização de tornozeleira eletrônica.
Segundo apurado, o indivíduo era considerado foragido da Justiça de outro estado e acabou sendo detido em razão da ousadia e da situação irregular em que se encontrava.
Além desse caso, as demais prisões ocorreram por descumprimento de determinações judiciais, incluindo falta de pagamento de pensão alimentícia, descumprimento de medidas protetivas e violação do equipamento de monitoramento eletrônico.
Após as prisões, todos os detidos foram encaminhados para a realização de exames de corpo de delito e, em seguida, conduzidos ao presídio estadual na capital. Os presos permanecem à disposição da Justiça, que irá analisar individualmente a situação de cada um.
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Projeto Todos Contra o Aedes aegypti apresenta resultados no Acre com foco em educação e prevenção
O projeto Todos Contra o Aedes aegypti encerra 2025 no Acre com resultados expressivos na formação de estudantes e professores e na mobilização de comunidades para o combate às arboviroses. Desenvolvida pelo Instituto Sapien, a iniciativa atuou em escolas públicas urbanas de 10 municípios do estado, usando a educação como principal ferramenta de prevenção contra doenças como dengue, zika e chikungunya, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Ao longo da execução, o projeto promoveu ações educativas, formações presenciais e atividades de mobilização social, fortalecendo o papel da escola na disseminação de informações e na mudança de hábitos que ajudam a reduzir focos do mosquito.
Com uma proposta pedagógica alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a iniciativa atendeu escolas municipais e estaduais, beneficiado alunos com idades de 3 e 4 anos, do Ensino Fundamental I, estimulando o conhecimento, a cidadania e a responsabilidade social no enfrentamento às arboviroses.
Educação como base da prevenção
A educação foi o eixo central do projeto. Nas escolas, os alunos aprenderam, de forma prática e acessível, como ocorre a transmissão das doenças e quais atitudes ajudam a prevenir a proliferação do mosquito. As atividades incluíram leitura de materiais informativos, exibição de vídeos educativos, rodas de conversa, identificação de possíveis focos do Aedes aegypti e produção de materiais de conscientização.
Para a professora Thaynara Barbosa da Silva, da Escola Nair Sombra, em Capixaba, o projeto contribuiu diretamente para o trabalho em sala de aula. “Aprendemos muito com o que o Aedes aegypti vai transmitir. Então, para nós passarmos para a nossa clientela, que é o alunado, é de grande importância. Temos que conscientizá-los para a doença não transmitir mais”, disse.
Formação de professores e impacto nas famílias
A formação continuada dos professores foi outro ponto forte da iniciativa. As capacitações ampliaram o repertório pedagógico dos educadores e reforçaram a integração entre educação e saúde pública. O conteúdo trabalhado nas escolas também chegou às famílias, por meio das crianças, fortalecendo o efeito multiplicador do projeto.
Em Xapuri, a professora Luiza, assessora dos Anos Iniciais, destacou esse alcance. “Esse projeto é muito importante para a nossa cidade, principalmente para as escolas, que as crianças levam esse assunto para casa, e aí os pais se envolvem. Dá muito certo. É muito importante esse projeto”, afirmou.
Mobilização comunitária nos municípios
As ações do projeto ocorreram em Rio Branco, Senador Guiomard, Sena Madureira, Xapuri, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Tarauacá e Feijó. Uma ação que incluiu cidades de todas as regiões do Acre. Além das atividades pedagógicas, o projeto realizou lançamentos públicos, formações presenciais e ações de mobilização comunitária, ampliando o envolvimento da população no combate ao mosquito.
Para a professora Adriana Soares Castro, gestora da Escola Manoel Gonzaga, em Senador Guiomard, o trabalho coletivo é um dos principais diferenciais da iniciativa. “Para a educação, um projeto como esse é inovador, porque vai trazer muito conhecimento para os nossos alunos. Isso é uma das ações prioritárias, porque não é só uma pessoa contra, é uma comunidade contra esse problema grave”, declarou.
Ao concluir a etapa de 2025 no Acre, o projeto Todos Contra o Aedes aegypti apresenta uma prestação de contas que evidencia resultados concretos, integração entre as áreas de saúde e educação e fortalecimento do protagonismo comunitário. A iniciativa é realizada pelo Instituto Sapien em parceria com o Ministério da Saúde, com apoio da Secretaria de Saúde do Estado do Acre (Sesacre), da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Acre (SEE) e do Governo do Acre, reforçando a atuação conjunta do poder público e da sociedade no enfrentamento às arboviroses e na promoção da saúde coletiva.
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Gefron apresenta balanço das apreensões realizadas durante 2025
O Grupo Especial de Operações em Fronteiras (Gefron) apresentou, nesta quarta-feira, 16, o balanço das ações desenvolvidas no período de 1º de janeiro a 15 de dezembro de 2025. Os números refletem a intensificação do trabalho de combate aos crimes transfronteiriços, especialmente tráfico de drogas, descaminho e crimes contra o patrimônio, nas regiões de fronteira do estado do Acre.
Ao longo de 2025, o grupo registrou 157 ocorrências no total, sendo 33 relacionadas ao tráfico de drogas e 54 ocorrências de descaminho. As ações resultaram na apreensão de 341.029 maços de cigarros, 52 veículos apreendidos ou recuperados, além de 798,80 kg de entorpecentes retirados de circulação.

Números refletem a intensificação do trabalho de combate aos crimes transfronteiriços. Foto: Dhárcules Pinheiro/Secom
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre, José Américo Gaia, destacou que os resultados positivos estão diretamente ligados aos investimentos realizados pelo governo do Acre na área da segurança pública.

Secretário de Segurança afirma que os resultados positivos estão diretamente ligados aos investimentos realizados pelo governo do Acre na Segurança Pública. Foto: Dhárcules Pinheiro/Secom
“Esses resultados expressivos do Gefron são reflexo dos investimentos contínuos feitos pelo governo do Acre em estrutura, equipamentos, capacitação e valorização dos profissionais da Segurança Pública. O fortalecimento das forças de segurança tem sido prioridade, e os números mostram que estamos no caminho certo para combater o crime e proteger nossas fronteiras”, destacou
O balanço também aponta a apreensão de 10 armas de fogo e a realização de 96 conduções e prisões, fortalecendo o enfrentamento direto às organizações criminosas. No período, o grupo executou 231 operações, alcançando um valor estimado em R$ 14.167.863,00 de apreensões de ilícitos.

Balanço também aponta a apreensão de 10 armas de fogo e a realização de 96 conduções e prisões. Foto: Dhárcules Pinheiro/Secom
De acordo com o coordenador do Gefron, Assis dos Santos, os resultados demonstram a eficiência do trabalho integrado das forças de segurança.

Para o coordenador do Gefron os resultados demonstram a eficiência do trabalho integrado das forças de segurança. Foto: Dhárcules Pinheiro/Secom
















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