Acre
Vendedora diz ter sido vítima de racismo em ótica no Acre: ‘Me desmoronou, fiquei muito constrangida’
Cliente perguntou se não tinha outra vendedora para atendê-la e fez referência à cor da atendente. Mulher diz que não pretende fazer boletim de ocorrência.
“Ela já chegou dizendo que não tinha ninguém para atendê-la , quando eu disse que tinha eu, ela respondeu: ‘Você? Com essa cor?”. A frase foi o que uma vendedora ouviu de uma cliente que chegou em uma ótica de Cruzeiro do Sul e não queria ser atendida por ela por ela ser negra.
Com 74,2% casos a mais, AC tem a segunda maior alta do país em relação a ocorrências de injúria racial
A vendedora, que não quer se identificar, disse ao g1 que demorou cair a ficha de que ela havia sido vítima de racismo. O caso aconteceu na última quarta-feira (15), mas repercutiu no fim de semana após ela contar para a dona do estabelecimento e a empresa lançar uma nota de repúdio.
De acordo com a empresária e vendedora, chegaram duas mulheres na ótica, uma mais jovem e outra já idosa. No dia, as outras atendentes estavam ajudando a organizar uma festa e, por isso, apenas uma vendedora estava no atendimento. Quando as duas chegaram, uma delas perguntou se não tinha uma atendente.
Logo ela se apresentou, mas disse que, com olhar de repúdio, a mulher se referiu à sua cor. “Me desmoronou, fiquei muito constrangida. A moça que estava com ela disse para eu não ligar e coloquei meu profissionalismo na frente, mas meu coração estava desmoronando”, conta a vendedora.
O constrangimento foi tanto que ela perguntou se queriam que chamassem outra pessoa, mas a idosa foi repreendida pela outra mulher que a acompanhava.
“Quando fui fazer um exame, ela ficou com as pontas do dedo e quando terminou passou álcool, visivelmente incomodada. Percebi que ela estava realmente incomodada com a minha cor. Nunca passei por isso, eu via no jornal, nos comentários de internet, ficava pensando: ‘que horrível’, nunca pensei que chegaria em mim, é desumano e fiquei sem reação”, revela.
Ela diz que precisou de alguns dias até processar o que tinha acontecido. Ela, então, contou ao marido sobre o que tinha acontecido e ele disse que ela deveria ter contado para as outras funcionárias e dona da ótica.
“Contei para as outras funcionárias e elas ficaram em choque. Quando acontece com você é diferente, a gente fica sem palavras para se defender, no momento dói”.
Pela lei, a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão. Porém, a vendedora disse que não pretende fazer boletim de ocorrência e nem denunciar o caso.
“Prefiro ficar na minha e entregar para Deus. Isso machucou minha família, mexeu muito. Meu esposo é pastor, a gente não tem necessidade de ir para Justiça, a gente espera no senhor. Não caiu a minha ficha ainda”, finaliza.
Mesmo com a negativa de registrar um boletim de ocorrência, a dona da ótica, Raquel Valente, usou as redes sociais para lançar uma nota de repúdio.
“Mexe com o nosso psicológico. Como já passou o período, consultamos advogados, não tem prova de vídeo, porque a câmera não pega áudio. Não tem como ouvir as falas, é mais uma pessoa que vai ficar impune, mas não queria ficar calada, nós, como empresa, repudiamos qualquer tipo de preconceito”, destaca.
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Acre
Novo protesto: Cobija fechará suas fronteiras com o Acre nesta segunda-feira, a partir das 5h
Por Wanglézio Braga
A população de Cobija, capital do Departamento de Pando, na Bolívia, decidiu mais uma vez cruzar os braços e fechar as fronteiras com o Brasil pelo Acre, entre as cidades de Epitaciolândia e Brasileia. O movimento, liderado por sindicatos, associações e a comunidade social, ocorre em resposta à crise do abastecimento de combustível, inflação desenfreada e o aumento exorbitante no preço dos produtos da cesta básica e da carne nos mercados locais.
A interdição está programada para iniciar às 6 horas da manhã (horário de Cobija) e 5 horas (horário do Acre) desta segunda-feira (17). A decisão de fechar completamente as “trancas” não tem um horário definido para ser suspensa, o que pode prejudicar o fluxo de mercadorias, turistas e trabalhadores que cruzam a fronteira diariamente. O movimento começará com uma grande marcha do Monumento dos Heróis da Guerra de Bahia.
Diante da incerteza, muitos brasileiros que estavam na Bolívia a passeio ou a trabalho receberam o alerta para atravessar a fronteira ainda na noite deste domingo (16), evitando transtornos e a impossibilidade de retorno. Enquanto isso, nos postos de combustíveis de Cobija, a situação beira o desespero: motoristas estão dormindo nos veículos para garantir um lugar na fila, e a presença policial tem sido reforçada para evitar tumultos. Nos poucos postos que ainda possuem gasolina e diesel, há filas quilométricas de carros, motos e caminhões médios, refletindo o impacto da crise no cotidiano da população.
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Acre
Idoso morre atropelado enquanto pedalava na BR-317, no interior do Acre
Geraldo, que seguia de bicicleta no acostamento, foi atingido por carro no km 73 da rodovia; polícia isola área para perícia
Um idoso identificado como Geraldo morreu na manhã deste domingo (16) após ser atropelado por um carro no km 73 da BR-317, sentido Boca do Acre, no interior do estado. De acordo com relatos, ele havia saído da Vila Caquetá e pedalava em direção à sua casa, localizada no km 82 da rodovia, quando foi atingido no acostamento.
O impacto foi fatal, e Geraldo não resistiu aos ferimentos. A Polícia Rodoviária isolou a área para a realização da perícia, e o corpo foi encaminhado para os trâmites legais. As circunstâncias do acidente, incluindo a velocidade do veículo e as condições da via, serão investigadas.
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Acre
Forças de segurança estaduais monitoram as cheias no Acre
O comandante-geral do CBMAC, coronel Charles Santos, aponta que a bacia do Rio Acre tem se comportado de forma variável desde Assis Brasil até a capital, onde há uma estabilidade momentânea

Equipes do CBMAC e da Defesa Civil Estadual trabalham com monitoramentos constantes em todo o Acre. Foto: Felipe Freire/Secom
As cheias dos rios amazônicos têm impactado diversas regiões do Acre, exigindo uma atuação intensa do Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) e da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec).
Segundo dados levantados pelo posto de comando do CBMAC em Rio Branco, já foram registrados 1.040 chamados, resultando em 151 ocorrências atendidas e quase 500 pessoas resgatadas. A operação conta com o apoio de voluntários da sociedade civil, somando um efetivo de 95 pessoas.

Atuação dos bombeiros é intensificada em todo o estado para acolher famílias afetadas pelas enchentes. Foto: Felipe Freire/Secom
Segundo dados levantados pelo posto de comando do CBMAC em Rio Branco, já foram registrados 1.040 chamados, resultando em 151 ocorrências atendidas e quase 500 pessoas resgatadas. A operação conta com o apoio de voluntários da sociedade civil, somando um efetivo de 95 pessoas.
Em Rio Branco, o nível do Rio Acre apresentou elevação durante a medição das 9h deste domingo, marcando 15,82m. O Riozinho do Rola, um afluente importante, apresentou na leitura das 6h de hoje um aumento de 32 cm, já ultrapassou a cota de transbordamento desde a última medição da sexta-feira, 14, que marcou 15,33m e a de hoje subiu para 16,36m.
O comandante-geral do CBMAC, coronel Charles Santos, aponta que a bacia do Rio Acre tem se comportado de forma variável desde Assis Brasil até a capital, onde há uma estabilidade momentânea. “O governo do Acre está atento ao comportamento dos rios para garantir a segurança de todos nesse momento de urgência”, garantiu o coronel Santos.

Comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Charles Santos. Foto: Felipe Freire/Secom
Nos demais municípios do Acre, a situação varia. Em Cruzeiro do Sul, o nível do rio continua aumentando, especialmente devido ao volume de água vindo do Rio Moa. A cota de transbordo da região é de 13m e na medição das 6h marcava 13,45m. Frente a isso, autoridades locais avaliam decretar situação de emergência e há previsão de início da retirada de famílias a partir desta segunda-feira, 17, caso o rio atinja a média de 13,70m.
Em Tarauacá, a marcação do rio é de 9,87m e apesar do transbordamento, todos os bairros estão sendo monitorados e ainda não houve necessidade da retirada de vítimas. Feijó e Sena Madureira estão em situação estável, sem a necessidade de ações emergenciais até o momento. Xapuri e Brasiléia permanecem em estado de alerta mas sem riscos iminentes.
Já em Porto Acre, as autoridades estão realizando constantes vistorias, verificando a necessidade de translado de comunidades isoladas pelo aumento do rio. Novas inspeções serão feitas amanhã para acompanhar a evolução da situação.
A Defesa Civil estadual segue vigilante, monitorando as condições dos municípios afetados e mantendo contato direto com as autoridades locais para coordenar ações de resposta. O apoio da sociedade e a pronta atuação das equipes de resgate são essenciais para minimizar os impactos das cheias e garantir a segurança da população acreana.

Na manhã deste domingo, 16, o Rio Acre marcou 15,82m na capital. Foto: Arquivo/Secom
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