Cotidiano
Veja o que acontece com o corpo após meses em isolamento
Ficar em casa por tanto tempo contorce o corpo, enfraquece o coração e os pulmões e até prejudica o funcionamento do cérebro
Scottie Andrew, da CNN
Desde que a pandemia começou oficialmente em março, fomos informados de que ficar em casa é a melhor maneira de evitar a Covid-19. E é verdade.
Mas a vida em confinamento pode causar doenças físicas por si só.
Ficar em casa por tanto tempo contorce o corpo, enfraquece o coração e os pulmões e até prejudica o funcionamento do cérebro. Os efeitos da vida isolada podem permanecer conosco além do fim da pandemia (seja lá quando isso acontecer).
Você começa a perder músculos
Uma semana sem sair de casa, esteja você trabalhando, comendo ou dormindo, pode ser reconfortante e necessário. Mas toda a inatividade pode desfazer o progresso conquistado a duras penas.
Fato: uma pessoa pode levar meses para construir músculos e apenas uma semana para perdê-los.
Mesmo com toda sua robustez, humanos também perdem músculos mais rapidamente à medida que envelhecem, como explicou Keith Baar, professor de fisiologia molecular do exercício na Universidade da Califórnia–Davis.
Quando você perde músculos, não está necessariamente perdendo volume, mas sim força, o que Baar disse ser um dos “indicadores mais fortes” de quanto tempo você viverá.
“Quanto mais fortes ficarmos, mais fácil será para nós manter nossa longevidade”.
Seu coração e pulmões ficam mais fracos
Quem não se exercita não aumenta a frequência cardíaca. Segundo Baar, quando o coração não bate tão forte, fica mais fraco.
A mesma coisa acontece com seus pulmões quando você está inativo, segundo o doutor Panagis Galiatsatos, pneumologista do Centro Médico Johns Hopkins Bayview.
Ele diz que muitos de seus pacientes sentiram sua função respiratória piorar, porque não estão mais condicionados pelos exercícios.
Pessoas com problemas pulmonares já são consideradas mais suscetíveis ao novo coronavírus, porque portam uma doença respiratória, e, portanto, devem ficar em casa para reduzir o risco de infecção.
No entanto, se essas pessoas não estiverem se movendo e aumentando o fluxo sanguíneo para os pulmões, a condição preexistente pode prejudicá-las de qualquer maneira.
O exercício é a única chave para melhorar a função cardíaca e pulmonar. “Não há nenhum medicamento que pode fazer isso”, disse o doutor Galiatsatos.
Se não for seguro sair de casa, o professor Baar recomenda dançar ou encontrar objetos domésticos que ajudem no treinamento de força em casa — pense em fazer levantamento de peso usando sacos de arroz, por exemplo.
Você ganha gordura
Se você fica em casa o dia todo, todos os dias, provavelmente está a poucos metros de sua despensa. Dependendo da sua perspectiva, isso pode ser conveniente ou perigoso.
Com acesso tão fácil, sua janela de “alimentação”, ou o período em que você faz a maioria das suas refeições, pode aumentar de 10 a 12 horas todos os dias para 15 horas por dia. Ou seja, mais da metade do dia, o que poderia causar níveis de insulina mais altos.
Segundo o professor Giles Duffield, a insulina incentiva o armazenamento de gordura e a conversão de outras moléculas de gordura em gordura.
Duffield — que é professor associado de anatomia e fisiologia da Universidade de Notre Dame e estuda o ritmo circadiano e o metabolismo, entre outros assuntos — lembra também que comer em excesso é uma questão séria, porque, no início da pandemia, muitas pessoas estocavam alimentos não perecíveis em caso de falta de suprimentos. E muitos são altamente processados e ricos em açúcares e amidos.
O ganho de peso durante os períodos de estresse intenso é normal, e 2020 tem sido extremamente estressante.
Porém, ele é perigoso quando se transforma em obesidade, pois seu corpo pode começar a resistir à insulina e problemas crônicos de saúde, como doenças metabólicas ou diabetes, podem se desenvolver.
Sua postura foi afetada
Todos nós temos uma posição sentada na qual subconscientemente afundamos — caídos para frente, ombros para baixo, coluna encurvada, pescoço dobrado e cotovelos para fora.
Mas ficar sentado e deitado o dia todo pode afetar seriamente sua postura e forçar suas costas, pescoço, ombros, quadris e olhos, segundo Brandon Brown, epidemiologista e professor associado do Centro para Comunidades Saudáveis da Universidade da Califórnia–Riverside.
Brown sugere que se levante da cadeira uma vez a cada hora, caminhe um pouco e se alongue por um momento. Segundo ele, você pode até se deitar no chão e “deixar suas costas se realinharem”.
Seu sono sofre
De acordo com Duffield, obter luz solar suficiente pela manhã ajuda a sincronizar o ritmo circadiano do seu corpo. Portanto, se você ficar trancado a semana toda ou trabalhando no escuro, seu sono também pode ser prejudicado.
O epidemiologista Brown disse que, desde que você saia para caminhadas ou se exercite, mexa no jardim ou faça outras atividades que o tirem um pouco de casa, não precisará se preocupar em receber luz solar suficiente.
Duffield lembra que, se você não puder sair de casa, uma luz artificial forte pode ajudar seu corpo a se reajustar pela manhã, assim como evitar luzes azuis (das telas) à noite.
Seu cérebro fica mais lento
Um estilo de vida sedentário também pode desacelerar seu cérebro.
O exercício produz certas substâncias químicas no cérebro, que quebram as toxinas do sangue e até mesmo as impedem de ir para o cérebro, onde podem matar as células cerebrais, disse Baar.
Não se exercitar significa que você não vai quebrar os subprodutos de aminoácidos, que acabam como neurotoxinas no cérebro de forma tão eficiente.
Os efeitos do isolamento são traiçoeiros. Assim como acontece com a pandemia de Covid-19, os sintomas físicos após meses de reclusão geralmente não são óbvios até que se tornem prejudiciais ou extremos.
Também é possível evitar esses sintomas antes que eles se instalem para sempre.
Para os especialistas em saúde, priorizar a saúde mental e física durante o isolamento em casa requer algum trabalho, mas é um mecanismo de enfrentamento mais saudável até que Covid-19 não seja mais uma ameaça.
Assim, quando for seguro viver plenamente novamente, você já estará preparado.
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Programa do governo do Acre beneficia mais de duas mil pessoas por ano com aparelhos auditivos
Para o otorrinolaringologista e médico responsável pelo Saúde Auditiva no CER III, Santiago de Melo Júnior, esses instrumentos tecnológicos desempenham um papel fundamental na vida de todas as pessoas

Programa Saúde Auditiva é uma iniciativa do governo do Acre. Foto: Felipe Freire/Secom
A capacidade de ouvir é essencial para a comunicação, o aprendizado e a convivência em sociedade. Dificuldades nesse sentido podem comprometer a qualidade da vida humana, tornando a troca de informações desafiadora, prejudicando o desempenho social e afetando o bem-estar emocional. Por isso, em 3 de março comemora-se o Dia Mundial da Audição, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do cuidado e da prevenção à perda auditiva. A escolha da data faz referência à forma dos algarismos “3.3”, que lembram a anatomia de duas orelhas.
Comprometido com essa necessidade, o governo do Acre instituiu o programa Saúde Auditiva, responsável por realizar atendimentos a cidadãos que sofrem com a perda da capacidade de ouvir ou que nasceram com essa deficiência, promovendo a inclusão nas atividades diárias, na interação familiar e social.
Durante um período, o projeto deixou de receber investimentos e só voltou a atuar de maneira promissora a partir de 2019, primeiro ano de mandato do governador Gladson Camelí, que solicitou o retorno das atividades.
Sobre o programa
O Saúde Auditiva é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e o governo federal. Atualmente, os atendimentos são realizados no Centro Especializado em Reabilitação (CER III), em Rio Branco. Por meio do programa, em 2024 quase dez mil pessoas foram acompanhadas.
De acordo com a gerente-geral do CER III, Cinthia Brasil, os serviços oferecidos visam à avaliação, ao diagnóstico, à protetização e à reabilitação dos pacientes que têm a perda de audição comprovada.
“A pessoa passa pela consulta com o especialista, que geralmente a encaminha para alguns exames complementares para dar o diagnóstico. Tendo a perda comprovada, a gente faz a solicitação do aparelho. Dependendo do tipo de prótese, a gente também realiza o molde e encaminha à empresa, que fica em São Paulo, para poder adaptar corretamente, Após isso, realizamos as terapias fonoaudiológicas”, explica a gestora.

Cinthia Brasil é gerente-geral do CER III. Foto: Felipe Freire/Secom
Além disso, os recém-nascidos que falharam na Triagem Auditiva Neonatal (TAN), popularmente conhecida como “teste da orelhinha”, já possuem vaga garantida para realizar o reteste pelo Estado. “O paciente não fica desassistido”, destaca Cinthia.
Por serem realizados por intermédio da Sesacre, todos os serviços oferecidos são gratuitos. Para garantir o atendimento especializado em otorrinolaringologia no CER III, o paciente deve, inicialmente, procurar uma unidade básica de saúde (UBS) em seu município. Dessa forma, o médico fará o encaminhamento ao especialista. Após isso, todo o tratamento subsequente é realizado no Centro Especializado em Recuperação.

Pacientes de todo o estado realizam consultas no Centro Especializado em Reabilitação. Foto: Felipe Freire/Secom
Aparelho auditivo
Apesar da grande variedade de atendimentos oferecidos, o principal serviço presente no programa se dá por meio dos aparelhos de amplificação sonora individual (Aasi). Dados levantados pela administração da unidade mostram que mais de sete mil pares foram entregues entre 2021 e 2024.

Mais de sete mil pares de aparelhos de amplificação sonora individual foram entregues entre 2021 e 2024. Foto: Felipe Freire/Secom
Para o otorrinolaringologista e médico responsável pelo Saúde Auditiva no CER III, Santiago de Melo Júnior, esses instrumentos tecnológicos desempenham um papel fundamental na vida de todas as pessoas que sofrem com alguma complicação na escuta.
“O impacto é sensacional, porque os pacientes, principalmente os idosos, quando começam a ter uma perda de audição, se isolam. Esse isolamento não traz só o problema social, mas também o cardíaco e o psicológico. Com o advento do aparelho, o cidadão volta para a sociedade e para o convívio com a família, que é o principal”, observa o médico.
O profissional destaca, ainda, a importância de um projeto como esse na rede pública de saúde, tendo em vista o valor elevado do equipamento: “O Estado vem dando continuidade ao programa e isso é importante, porque são pacientes que não possuem condições financeiras de comprar. O aparelho vem evoluindo com o tempo e possui um preço inacessível para muitos”.
A população também tem garantida, por parte do Estado, a manutenção dos dispositivosem caso de dano. Dessa forma, os beneficiados se mantêm assistidos durante todo o processo de adaptação ou melhora do quadro clínico.

O programa também oferece manutenção aos Aasi. Foto: Felipe Freire/Secom
O profissional destaca, ainda, a importância de um projeto como esse na rede pública de saúde, tendo em vista o valor elevado do equipamento: “O Estado vem dando continuidade ao programa e isso é importante, porque são pacientes que não possuem condições financeiras de comprar. O aparelho vem evoluindo com o tempo e possui um preço inacessível para muitos”.
A população também tem garantida, por parte do Estado, a manutenção dos dispositivosem caso de dano. Dessa forma, os beneficiados se mantêm assistidos durante todo o processo de adaptação ou melhora do quadro clínico.

Raimundo Nonato ressaltou a importância do Saúde Auditiva em sua vida. Foto: Felipe Freire/Secom
Promoção de dignidade
O aposentado Raimundo Nonato nasceu com o canal auricular estreito e, desde a infância, tinha dificuldades para ouvir. Ao saber do programa Saúde Auditiva, identificou a oportunidade de escutar com mais clareza e, pela primeira vez, passar a conviver em sociedade com mais conforto e dignidade.
“Eu fui orientado a comprar um aparelho, só que não tenho condições financeiras suficientes. O programa facilitou muito, porque logo fiz o molde e já vim retirar. O tempo de espera foi bastante rápido”, contou.
Ao garantir o equipamento sonoro, o aposentado afirmou que sua vida será transformada, pois a comunicação com as pessoas, algo fundamental para todo ser humano, vai melhorar: “Tenho certeza que sim”.
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Em Rio Branco, quatro Uraps funcionam com horário estendido o Carnaval
Uraps Roney Meireles, Hidalgo de Lima, Cláudia Vitorino e Urap Rozângela Pimentel estão com atendimento das 7h às 17h até quarta-feira (5)

População pode buscar atendimento para problemas de saúde leves — Foto: Arquivo/Rede Amazônica Acre
Quatro Unidades de Referência em Atenção Primária (Uraps) estão atendendo em horário estendido durante este Carnaval em Rio Branco. As unidades ficam abertas das 7h às 17h para atender casos menos graves e evitar a superlotação das emergências.
Esse atendimento se estende até Quarta-Feira de Cinzas (5). A ação é uma parceria entre a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) e a Prefeitura de Rio Branco. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e pronto socorro funcionam normalmente.
As Uraps com atendimento estendido são:
- Urap Roney Meireles – Rua Arara, bairro Adalberto Sena
- Urap Hidalgo de Lima – Rua Tião Natureza, bairro Palheiral
- Urap Cláudia Vitorino – Rua Baguari, bairro Taquari
- Urap Rozângela Pimentel – Rua Maria Francisca Ribeiro, bairro Calafate
“Estamos atendendo consultas médicas, de enfermagem, a sala de vacina está funcionando normalmente até às 17 horas. E os atendimentos aqui estão mais voltados aos quadros de síndromes gripais, quadros de dengue e Covid-19. Fazemos consultas laboratoriais também, coletas de hemograma, testes rápidos de dengue, testes rápidos de Covid-19”, explicou a enfermeira Érica Mota.
De acordo com Clícia Moreno, coordenadora da Urap Roney Meireles, a busca por atendimento médico aumentou durante o Carnaval. “A procura hoje [segunda-feira, 3] está bem grande, sábado [1º] não foi tão procurado, mas hoje está sendo muito procurado, tanto pra Covid, como também pra dengue”, ressaltou.
Após o Carnaval, a tendência é que os casos de Covid-19 e síndromes gripais aumentem. Por isso, o reforço no atendimento médico é fundamental, mas a vacinação da população também é importante para a prevenção e o controle de doenças.
“E o mais importante é lembrar a população que se vacine, principalmente contra a Covid. Crianças de 10 a 14 anos podem se vacinar pra se proteger também. E a influência, principalmente por conta do período chuvoso, pra que a gente não tem um quadro exorbitante de pessoas com síndrome de gripe”, aconselhou Érica Mota.
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Erismeu Silva pede reforços visando reta final do Estadual

Foto Glauber Lima: O lateral Jojo cumpriu suspensão na última partida e é mais uma opção
O técnico Erismeu Silva se reuniu com os dirigentes da Adesg e pediu reforços para a reta final do Estadual. Contudo, por causa das condições financeiras, os dirigentes do Leão descartaram a possibilidade.
“Duas ou três peças para qualificar ainda mais o grupo e aumentar as opções neste momento seria muito importante. Temos boas chances de classificar e disputar o título”, comentou o treinador.
Duelo de líderes
A Adesg é vice-líder da fase de classificação com 11 pontos e enfrenta o líder Vasco, com 13 pontos, no sábado, 8, a partir das 15 horas, no Florestão, na abertura da 6ª rodada da primeira fase do Campeonato Estadual.
“Esse jogo é um divisor para a Adesg. Podemos confirmar a nossa classificação e definir a programação para a fase final”, avaliou Erismeu Silva.
Inicia semana
Com um treinamento no Naborzão, em Senador Guiomard, o elenco da Adesg inicia nesta segunda, 3, mais uma semana de treinos.
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