Conecte-se conosco

Acre

Turismo atrai visitantes de todos os lugares e estimula mais de 50 segmentos no estado

Publicado

em

O saudoso artista acreano Alberto Lôro Rodrigues já indicava, em uma de suas músicas, intitulada Vale do Juruá, as peculiaridades da região. “Vocês precisam ouvir a voz que vem de lá. Vocês precisam ver as belezas do lugar”, recomendava na canção, prevendo uma das atividades que mais cresce para aquelas bandas: turismo. A Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete) estima que essa movimentação no estado acreano movimenta mais de 50 segmentos e fortalece a cultura, pela sua culinária, história, etnoturismo, turismo de observação e aventura.

Casal esteve no Parque Nacional da Serra do Divisor e se encantou com o local. Foto: cedida

No coração da Amazônia, o Acre se destaca por sua história. De uns anos pra cá, alguns hotéis também têm focado nessa estrutura regional para atrair mais visitantes.

Trilhas ecológicas, vivências indígenas, turismo histórico-cultural e de contemplação podem ser feitos no estado acreano. Tanta riqueza tem atraído os olhares de muita gente. No final de março, o ator espanhol Miguel Bernardeau, o Guzmán da série Elite da Netflix, foi flagrado em Cruzeiro do Sul. Segundo alguns fãs, o artista estava na região para conhecer a cultura e as tradições do local.  Já no começo de agosto, ele compartilhou a experiência na Reserva Indígena Rio Gregório, do Povo Yawanawá.

Na mesma época, Fernando Fernandes, apresentador do programa No Limite, esteve por alguns dias na Aldeia Yawarãni também no Rio Gregório, na Terra Indígena Yawanawá. Fez diversas postagens em redes sociais e explicou o motivo de ter escolhido o Acre para a passagem de seu aniversário.

“Não sou muito de comemorar aniversário, mas nesse novo ciclo senti a vontade e necessidade de buscar uma forma de comemorar que realmente fizesse sentido pro momento que estou vivendo, de renascimento. Depois de longos dois meses de recuperação do braço, onde a dúvida e o medo insistiram em me rondar, vim em busca da força da floresta para me restabelecer e confesso que estou encontrando muito mais do que vim procurar”, escreveu, aos seus mais de um milhão de seguidores.

O crescimento dessa atividade no Acre também se revela em números. Uma pesquisa do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), divulgada no início de abril, mostrou que o Acre foi o estado com maior variação no faturamento com turismo do país. Os dados mostram que o estado acreano registrou um faturamento de R$12.677, o que representa um aumento de 22,7% com relação a janeiro do ano passado. O índice ficou acima, inclusive, da média nacional, que foi de 1,5%.

Casal destacou estrutura da Serra do Divisor. Foto: cedida

Oportunidade de negócio

Incentivar as atividades de turismo é impulsionar a economia local, abrindo um leque de oportunidades. Foi pensando nisso que a servidora pública Thaly Figueiredo decidiu empreender nesse segmento e criou o Destino Acre, com o intuito de divulgar o estado acreano e facilitar o acesso aos pontos turísticos da região.

Para ela, os conhecimentos ancestrais constituem um dos principais pilares dessa atividade. Thaly avalia também que o avanço da tecnologia nesses locais fortalece a cadeia de informação. “O turismo é uma ferramenta de conhecimento e as tecnologias também estão nos permitindo conhecer melhor nossos povos, através da juventude que está usando a internet como microfone e dando voz a todos os povos originários, em toda a Amazônia”, destaca.

Ator espanhol Miguel Bernardeau postou fotos da experiência que teve em terras indígenas no Acre. Foto: Reprodução/Instagram

Em julho do ano passado, o governo comemorou um importante passo: a chegada da internet na comunidade do Croa, em Cruzeiro do Sul, o que faz com que as pessoas postem mais sobre o local nas redes e ajuda as pousadas e restaurantes em sua divulgação.

Todo esse material divulgado pelos próprios turistas faz com que os olhares se voltem para o Acre. Thaly destaca ainda que esses passeios movimentam não apenas a economia nas comunidades, mas também nos centros urbanos. 

“Desde o ano passado tenho buscado parcerias para que a gente una as possibilidades de integrar nossas ações. Importante destacar que esses viajantes, antes de seguirem aos seus destinos ficam nas cidades e também fomentam a economia durante essa estadia. E a gente está construindo nossa referência local no turismo, com o turismo histórico, ambiental, e até mesmo lá na fronteira, tudo depende da disponibilidade do visitante”, explica. 

Fernando Fernandes postou experiência no Acre em suas redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

Expedição

Na Serra do Divisor, uma das referências é o fotógrafo Marcos Vicentti, que já chegou a levar um grupo de mais de 20 pessoas de todos os cantos do país. Regularmente, Vicentti organiza expedições para que os turistas possam conhecer um dos locais que mais atraem os turistas, que é o Parque Nacional da Serra do Divisor. Ele foi um dos primeiros a explorar turisticamente o local e até hoje divulga e estimula as visitas à região.

A próxima expedição está marcada para o período de 24 a 29 de junho, quando os turistas vão poder conhecer e contemplar as belezas do lugar. “Fui um dos primeiros organizadores de expedições para o Parque Nacional da Serra do Divisor e já fiz 16 viagens levando turistas para aquele lugar. Quando comecei esse trabalho, existia apenas a pousada do Miro e hoje já temos lá três pousadas”, conta.

Nessas 16 viagens, foram cerca de 800 pessoas levadas pelo fotógrafo e guia da expedição: “Essa história começou com as saídas fotográficas que fazíamos em torno de Rio Branco, que iniciei com os cursos de fotografia. Além da Serra, também já levamos turistas para o Croa e também algumas aldeias. Inclusive, fizemos uma expedição diferente no ano passado, que foi o Banho de Floresta, em que reunimos vários indígenas e fizemos todo um ritual, participamos de tudo lá no Parque Nacional da Serra do Divisor.”

Os planos são cada vez mais expandir o turismo no estado e também fora dele. Marcos pretende fazer também algumas viagens para o Monte Roraima, fortalecendo o turismo na região amazônica como um todo. Já as programações no Acre servem não apenas para turistas, mas também para o acreano que quer conhecer e entender melhor suas raízes.

“O turismo anda em crescimento, na parte do etnoturismo, turismo religioso, de aventura e de contemplação, que está sempre lado a lado com a fotografia, e nós aliamos esse produto à fotografia”, esclarece.

Para as viagens, a agência do fotógrafo, que é certificada pelo Ministério do Turismo, faz seguro viagem por segurança, caso ocorra algum incidente durante a viagem.

Cruzeiro do Sul é um dos principais destinos de quem deseja conhecer o Acre. Foto: Tácita Muniz/Secom

‘O mundo precisa conhecer o Acre’

O geógrafo e guia regional Judeilson Trindande, do Amazonas, esteve no Acre pela primeira vez em março. O destino escolhido foi justamente o Parque Nacional da Serra do Divisor. Além disso, conheceu as cidades de Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.

Judeilson conta que tem como meta conhecer todos os estados do país, mas, como é dono de agência, pretende fazer expedições a um local especial, que o encantou. “O que mais me chamou atenção no Acre foi sua geografia, em especial a Serra do Divisor, com suas belas cachoeiras, a força do Rio Moa e as pessoas, com sua energia”, pontua. E finaliza seu relato dizendo que conhecer o estado acreano foi a realização de um sonho: “O mundo precisa conhecer o Acre.”

Quem embarcou nessa aventura também foi o casal Dennis Hyde e Letícia Alves. O economista e a psicóloga paulistanos têm um projeto de conhecer os 75 parques nacionais e, claro, a Serra do Divisor entrou em seu cronograma.

Viajando de carro, os dois saíram de Porto Velho até Rio Branco, onde seguiram pela BR-364 até Mâncio Lima, no interior do estado. De lá, são ainda cerca de nove horas de barco até chegar ao pé da Serra.

“Há algum tempo, a gente tem se comunicado com o pessoal do Destino Acre e também com o da Pousada do Miro, que a gente tomou conhecimento por outros viajantes que já tinham vindo visitar a Serra do Divisor. A gente então foi conversando com eles para entender como seriam os guias e como eram as pousadas e achamos tudo muito organizado, porque eles já têm tudo”, diz Dennis.

Várias atividades do turismo podem ser exploradas. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Sobre as impressões da Serra, o economista fala que ficaram as melhores possíveis. “O Parque Nacional da Serra do Divisor é um lugar muito completo em termos de um destino na Amazônia, principalmente. É um destino aonde você pode ir e fazer trilhas mais longas ou ir simplesmente às cachoeiras sem ter que caminhar muito; existem essas possibilidades. Você pode subir o mirante e ter a vista ali da floresta, você navega também pelos rios, tem bastante observação de fauna, principalmente de primatas”, pontua.

Eles também chegaram a ver a ave rara, choca-do-acre, que é uma espécie endêmica do Parque Nacional da Serra do Divisor. Além disso, Dennis destacou que pôde conhecer um pouco da história do Acre, o que enriqueceu ainda mais a viagem. “Foi muito bacana saber que os acreanos lutaram, batalharam para se tornar brasileiros. Ter o conhecimento disso foi extremamente positivo.”

O casal ainda tem outros 12 parques para conhecer, mas já planeja voltar ao Acre. “Foi muito gostoso, é um lugar maravilhoso para você estar, relaxar, conhecer as histórias e se relacionar com a natureza. Com certeza é um lugar aonde a gente quer voltar. E sim, a gente vai indicar muito, é um parque que tem muita estrutura, já pronta para que os visitantes possam vir e ficar com conforto, isso não é uma característica que tem em todos os parques nacionais, então os acreanos são privilegiados de ter essa infraestrutura pronta”, reforça.

Guias da própria comunidade fazem trilhas para conhecimento do parque. Foto: Marcos Vicentti/Secom

O economista destacou ainda que os atrativos do parque são completos, desde as trilhas, até a subida no mirante e também o caminho até a Cachoeira Formosa, que fica a quatro horas de distância das pousadas. Nesse passeio em específico, orienta-se os visitantes a dormir em acampamento para aproveitar melhor o local.

“Ali a gente teve oportunidade não só de dormir na Pousada do Miro, que já traz essa visão, você já tem uma outra vibração, silêncio, sons da natureza, mas a gente também ficou num acampamento selvagem perto da Cachoeira Formosa, que é muito bacana”, conta Dennis.

Sobre a culinária, diz que aprovou todos os pratos, mas que pôde conhecer o verdadeiro sabor do açaí. Isso, segundo ele, foi o que mais marcou no quesito alimentação. Bem-humorado, ele revela que mudou sua relação com o açaí de São Paulo.

“Quando a gente estava lá na comunidade, a gente comeu açaí, bacaba e patuá. Nós, vindos de São Paulo, temos uma outra visão do que é o açaí. A gente já tinha aprendido aqui na Região Norte que o açaí é uma outra coisa. O açaí é servido como polpa, é comido de uma outra forma, uma delícia. A gente não sabe como é que a gente vai fazer quando a gente voltar pra São Paulo e servirem pra gente aquilo que a gente costumava chamar de açaí. Então, esses sabores da mata não são só incríveis, mas eles são super-ricos em nutrientes”, analisa.

Todas as impressões da viagem serão postadas nas redes sociais do casal, que mantém um e-book com os destinos e a particularidade de cada parque.

Ana Jansen já foi dez vezes à Serra do Divisor em expedições. Foto: cedida

Dez vezes na Serra

Mas não são apenas os de fora que se encantam com as belezas do estado. Ana Paula Jansen é servidora pública e fotógrafa e já esteve dez vezes no Parque Nacional da Serra do Divisor, acompanhando as expedições lideradas por Marcos Vicentti. Ela diz que é costume descobrir e conhecer rotas turísticas do estado e que essa curiosidade partiu do seu seio familiar.

“Quando criança, meus avós maternos e meus pais costumavam passar finais de semana em áreas fora da cidade. Eram vilas, fazendas, colônias, sítios e até margens de estradas onde se pudesse acampar, pescar, se banhar em rios, açudes e igarapés. A cada final de semana, nós, crianças, íamos descobrindo as belezas e encantos dos lugares ao redor de Rio Branco. A cada lugar visitado, eu descobria coisas novas e diferentes daquilo que tínhamos na cidade. Eram os hábitos dos locais, as belezas naturais, a comida e tantas outras coisas que, aliadas a outro hábito familiar, que era a leitura, me fizeram ver que mesmo dentro de nosso estado havia belezas e experiências que poderiam ser aproveitadas”, conta.

Com 18 anos, Ana passou a ser servidora pública e aos 19 começou a trabalhar na área ambiental, o que a fez conhecer todo o estado. “Conheci não apenas os municípios, mas também seringais e aldeias, desbravando florestas, navegando nossos rios e conhecendo pessoas e modos de vida encantadores. E assim nasceu meu gosto pelo turismo. Acredito que o Acre tem muito a ser conhecido e entendido, não só por pessoas de fora do estado e do Brasil, mas também pelo próprio acreano que, em grande medida, não acredita no potencial turístico que temos”, disse.

Entre os anos de 2016 e 2023, Ana Paula foi dez vezes ao Parque Nacional da Serra do Divisor. E revela que esse é seu destino preferido, não só pela energia que sente da floresta, mas também das pessoas.

“É um lugar de uma beleza sem igual. Uma natureza exuberante, cheia de magia e encantos. Sem contar que encontramos pessoas maravilhosas. Gente simples, porém, de grande sabedoria. Dentre tantas experiências maravilhosas que eu já vivi na Serra do Divisor, umas das coisas mais marcantes é ter presenciado a superação de limitações de condições físicas de alguns visitantes, na caminhada de 15 km dentro floresta, para conhecer umas da cachoeiras mais lindas da Serra, que é a Formosa.”

Croa é um dos destinos mais procurados para turismo. Foto: Pedro Devani/Secom

Guia e incentivos

Diante de tantos pontos turísticos que uma iniciativa do setor de Produção Cultural da Diretoria de Arte, Cultura e Integração Comunitária (Dacic), que integra a Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Universidade Federal do Acre (Ufac), produziu um guia de turismo e cultural do Acre, que pode ser baixado gratuitamente na internet. O documento traz informações importantes de hotelaria, pontos turísticos e outros detalhes para que as pessoas possam conhecer mais o estado.

As áreas de turismo, mesmo sendo de responsabilidade federal, recebem apoio do Estado, por meio da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete), que nos últimos anos tem focado em ações de fomentação dessa atividade na região.

Para 2024, o Planejamento Plurianual (PPA) contempla diversas ações, como capacitação para aprimorar a prestação dos serviços turísticos do trade (bares, restaurantes, meios de hospedagem, agências de viagens e receptivo, guias e condutores, entre outros) e das comunidades indígenas que atuam com festivais e vivências consolidadas. “Faremos aquisição de equipamento de proteção individual [EPI], como coletes salva-vidas e perneiras, para uso dos turistas, bem como de uniformes com proteção UVA para barqueiros e condutores que prestam serviços turísticos e passam o dia ao sol. Esses equipamentos promovem a segurança da atividade, reduzindo o risco de acidentes e doenças oriundas de insolação”, explica o secretário da pasta, Marcelo Messias.

Outra medida importante da Sete foi a criação e divulgação, de forma inédita, do calendário de atividades do estado, que é atualizado anualmente. Este ano, 23 festivais indígenas foram listados, o que deve fortalecer ainda mais o número de visitantes e criar um ambiente de negócios mais atrativo.

“Pretendemos melhorar a infraestrutura básica dos atrativos turísticos das comunidades e em aldeias indígenas. Já temos alguns projetos em andamento nesse sentido, como, por exemplo, a ampliação de todas as cozinhas das pousadas localizadas na Serra do Divisor e no Croa, o projeto de reforma do Mirante da Serra, a substituição, aos barqueiros que levam os turistas no Croa, de motores a diesel por motores elétricos, fazendo com que diminua o impacto ambiental que esse combustível causa sendo jogado no rio”, planeja.

O secretário também relata que tem trabalhado com o incentivo e apoio aos 12 municípios que integram o Mapa do Turismo Brasileiro na renovação do cadastro e para implantar o Programa de Regionalização do Turismo nos demais municípios acreanos que ainda não fazem parte do catálogo e que têm produtos turísticos para oferecer ao mercado.

“Todas essas iniciativas estão voltadas para melhorar a qualidade da oferta dos produtos e serviços turísticos, aumentar o fluxo de visitantes e incentivar a geração de emprego e renda para a população. Temos feito esforços com esse objetivo. Sabemos que qualquer forma de desenvolvimento econômico requer um trabalho consistente e dinâmico para trazer benefícios para toda a população, e esse é um setor capaz de promover a aceleração econômica e incremento nas áreas social, cultural e ambiental em nosso estado. Estamos trabalhando para que o Acre seja um destino autêntico e de qualidade no cenário nacional e internacional.”

Procura de turismo tem aumentado no Acre. Foto: Marcos Vicenti/Secom

A diretora de Turismo e Empreendedorismo da Sete, Sirlânia Venturin, esclarece que a atividade turística possibilita estimular mais de 52 segmentos e toda uma cadeia produtiva, com destaque para os segmentos de hospedagem, alimentos, agências de viagens, promoção de eventos, operadoras turísticas, entretenimentos e outros, como o de transportes.

“Ao promover o Acre como destino turístico, o governo estimula o desenvolvimento de diversos setores econômicos no estado. Por meio da Sete, o governo tem atuado na promoção de feiras e eventos, divulgação em meios de comunicação, melhoria da infraestrutura turística, capacitação dos prestadores de serviços turísticos, apoio a festivais indígenas, entrega de EPIs e criação do calendário de eventos turísticos, entre outras ações voltadas a melhorar a qualidade da oferta dos produtos e serviços turísticos”, diz.

Sirlânia lembra ainda que esse fluxo faz com que gire dinheiro no mercado local e, consequentemente, impacta diretamente a economia do estado: “Os visitantes e turistas contribuem significativamente para a economia local, gerando receita por meio do turismo, incluindo gastos em hospedagem, alimentação, transporte e compras de souvenirs, entre outros. Além disso, o turismo ajuda a promover a cultura e os recursos naturais únicos do Acre, incentivando a preservação ambiental e a valorização do patrimônio histórico da região. Também pode impulsionar o desenvolvimento de infraestrutura turística e criar oportunidades de emprego para os residentes locais”.

Expedições propõem vivência no Parque Nacional da Serra do Divisor. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Quer conhecer o Acre?

Para quem ficou curioso, alguns perfis podem ajudar a conhecer e programar diversos tours pelas belezas acreanas. Confira a lista:

Destino Acre

Trilha Turismo Aventura 

Vivacre

Canindé Pousada

Pousada do Miro

Fonte: Governo AC

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Acre

Sebrae e Funtac promovem 3º Encontro da Rede de Sementes do Acre

Publicado

em

Evento acontece nos dias 8 e 9 de dezembro, no Sesc Cruzeiro do Sul

Nos dias 8 e 9 de dezembro, o Sebrae e a Funtac realizam o 3º Encontro da Rede de Sementes do Acre, em Cruzeiro do Sul. O evento objetiva a promoção do conhecimento, inovações, tecnologias e mercado, voltados para a bioeconomia de sementes florestais no Acre.

O evento acontecerá no Hotel Sesc de Cruzeiro do Sul e a programação inclui palestras e minicursos, com temas como: Restauração florestal no Acre; Coleta e comercialização de sementes nativas; e Armazenamento de sementes florestais da Amazônia.

“Este encontro é um espaço estratégico para fortalecer a bioeconomia no Acre, promover a troca de conhecimentos e ampliar as oportunidades de mercado para o público que atua neste segmento”, destacou o gestor de bioeconomia do Sebrae, Francinei Santos, ministrará a palestra “Estratégias de mercado na Rede de Sementes”, no dia 8.

Criada em 2023, a Rede de Sementes do Acre atua na estruturação da cadeia produtiva de sementes florestais nativas, com foco na restauração de ecossistemas, na conservação de espécies ameaçadas e no fortalecimento da comercialização sustentável, em parceria com instituições públicas, privadas e a sociedade civil.

A edição do Encontro em Rio Branco acontecerá nos dias 11 e 12 de dezembro. O evento conta com apoio do Ministério do Meio Ambiente, por meio do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, Banco Mundial, GEF, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), Conservação Internacional Brasil, FGV Europe e Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Comentários

Continue lendo

Acre

Justiça determina que governo do Acre nomeie 20 policiais penais em Sena Madureira

Publicado

em

De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP)

Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784). Foto: captada 

Saimo Martins 

A Vara Cível da Comarca de Sena Madureira determinou que o Governo do Acre convoque e nomeie, em até 30 dias, pelo menos 20 aprovados no concurso da Polícia Penal (Edital 001/2023 – SEAD/IAPEN) para atuarem na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). A decisão, assinada pelo juiz Caique Cirano de Paula, atende a pedido de tutela de urgência ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em Ação Civil Pública.

A medida foi tomada após uma série de inspeções do Ministério Público, através do promotor Júlio César Medeiros, da Defensoria Pública e do próprio Judiciário apontarem um cenário crítico na unidade prisional, marcado por déficit de servidores, violações de direitos básicos e risco iminente à segurança.

Déficit de servidores e violações de direitos básicos

De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP). Entre as violações identificadas estão a irregularidade no banho de sol — que chega a ocorrer apenas uma vez por mês — precariedade no fornecimento de água, problemas na qualidade da alimentação, ausência de equipe de saúde adequada e inexistência de Grupo de Intervenção, único caso no Estado.

Relatórios da Defensoria Pública e do Juízo da Execução Penal reforçaram a grave situação, caracterizada pelo Ministério Público como expressão local do Estado de Coisas Inconstitucional reconhecido pelo STF no sistema prisional brasileiro.

Concurso com vagas abertas e aprovados sem nomeação

O concurso da Polícia Penal previa 261 vagas, e 308 candidatos concluíram o curso de formação. No entanto, apenas 170 foram convocados até agora. Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784).

O diretor da unidade informou que seriam necessários, no mínimo, 30 novos servidores, sendo 16 para formação do Grupo de Intervenção e 12 para reforçar a equipe educacional.

Decisão determina ações imediatas

Na decisão, o juiz afirma que não há violação ao princípio da separação dos poderes, uma vez que o Judiciário apenas determina o cumprimento de obrigações legais já previstas. O magistrado destacou a urgência diante do risco à integridade física de internos e servidores, além das violações massivas de direitos fundamentais.

Segundo ele, o Ofício nº 7.499/SMCRI00, expedido pelo Juízo da Execução Penal e que estabeleceu prazos curtos para regularização do banho de sol, atendimento em saúde e fornecimento de água potável, evidencia a gravidade da situação. O juiz ressaltou que a normalização dessas atividades depende diretamente de efetivo de segurança suficiente para garantir a movimentação dos presos e a ordem interna. Ele apontou que a privação crônica de banho de sol, a ausência de assistência à saúde e as falhas no fornecimento de água elevam o risco de instabilidade interna a níveis perigosos. A falta de um Grupo de Intervenção, conforme observou o Ministério Público, transforma a UPEM em uma “bomba-relógio”, ameaçando a segurança de servidores, internos e da população. O magistrado concluiu que, diante do histórico de violência, rebeliões e evasões no sistema prisional acreano, o Poder Judiciário, provocado pelo Ministério Público e apoiado em recente atuação da Defensoria Pública, não pode se omitir frente à evidente falha do Poder Executivo na implementação das políticas penitenciárias necessárias.

O Estado deverá adotar uma série de medidas no prazo de 30 dias, conforme determinação judicial. Entre elas está a nomeação de pelo menos 20 policiais penais aprovados e formados no concurso, para atuação imediata na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). Também deverá ser criado e capacitado um Grupo de Intervenção, composto por no mínimo 16 policiais penais.

A decisão determina ainda que as vagas de estudo oferecidas aos internos sejam ampliadas de 40 para 80, além da obrigatoriedade de garantir banho de sol diário com duração mínima de duas horas, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). Outro ponto imposto é a regularização do fornecimento de água potável, que deverá ocorrer pelo menos três vezes ao dia, com horários fixos divulgados em todos os blocos da unidade.

O magistrado ainda determinou que o Estado realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, assegurando uma reserva técnica para situações emergenciais. Em caso de descumprimento das medidas, foi fixada multa diária de R$ 10 mil, limitada a 30 dias.

“Realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, a fim de garantir o fornecimento de água potável, no mínimo, três vezes ao dia aos internos, em horários fixos, com fixação do cronograma de liberação de água sendo afixado em todos os blocos, com manutenção de reserva técnica de água para situações emergenciais. Fixo, a título de astreintes, multa diária no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), limitada a 30 (trinta) dias”, diz a decisão.

Comentários

Continue lendo

Acre

Acre tem 152 obras federais paradas, com R$ 1,2 bilhão paralisados durante governo Lula, aponta TCU

Publicado

em

Dados atualizados até abril de 2025 mostram que saúde e educação concentram maior número de obras interrompidas; causas das paralisações não são detalhadas no painel do tribunal

O Ministério das Cidades reúne 31 obras suspensas, impactando projetos de habitação e urbanização. O DNIT contabiliza 12 interrupções em frentes relacionadas à malha viária e logística estadual. Foto: captada 

O Acre convive com 152 obras federais paralisadas, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos represados, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) atualizados até abril de 2025. As áreas de saúde e educação são as mais afetadas, com 50 e 32 obras interrompidas, respectivamente.

O levantamento, foi consultado na última quarta-feira (3), não detalha os motivos das paralisações, mas revela um cenário crítico para a infraestrutura e os serviços públicos no estado. No Ministério da Saúde, as obras paradas incluem unidades básicas, estruturas intermediárias e equipamentos que, se concluídos, ajudariam a desafogar o sistema hospitalar e ampliar o acesso à população.

Já o Ministério da Educação tem paralisadas 32 obras, como escolas, creches e outros equipamentos essenciais para regiões com carência de vagas e infraestrutura limitada.

Outros órgãos também aparecem com números expressivos: o Ministério das Cidades tem 31 obras suspensas (habitação e urbanização), e o DNIT contabiliza 12 paralisias que afetam a malha viária e a logística estadual. Completam a lista o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (11 obras), Ministério do Esporte (9), Funasa (3), Ministério da Agricultura e Pecuária (2), além do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e o Ministério do Turismo, com 1 obra cada.

A falta de detalhamento sobre as causas — que podem incluir entraves administrativos, questões jurídicas, falhas de execução ou falta de repasse de recursos — dificulta a análise e a busca por soluções para retomar investimentos essenciais ao desenvolvimento do estado.

A leitura das informações revela que os setores de saúde e educação, pilares essenciais do atendimento direto à população, concentram o maior número de obras interrompidas no estado. Foto: captada 

O Ministério da Educação, com 32 obras que incluem escolas, creches e outros equipamentos educacionais. A interrupção desses projetos impacta diretamente a expansão da oferta de ensino e o atendimento a crianças e jovens em regiões onde a carência por infraestrutura permanece elevada.

O levantamento do TCU também aponta paralisações em outras pastas relevantes. O Ministério das Cidades acumula 31 obras interrompidas, incluindo projetos de urbanização e habitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aparece com 12 obras, afetando frentes ligadas à malha viária e logística do estado.

Distribuição por pasta ministerial
  • Saúde: 50 obras paralisadas (unidades básicas, estruturas intermediárias)
  • Educação: 32 obras (escolas, creches, equipamentos de suporte)
  • Cidades: 31 obras (habitação e urbanização)
  • DNIT: 12 obras (malha viária e logística)
  • Integração Regional: 11 obras
  • Esporte: 9 obras
Impactos diretos
  • Saúde: Sistema hospitalar não é desafogado
  • Educação: Déficit de vagas e infraestrutura permanece
  • Logística: Transporte de insumos e atendimento a municípios isolados comprometido
Falta de transparência
  • Causas: Painel não detalha motivos das paralisações
  • Entraves: Dificuldade em identificar problemas administrativos, jurídicos ou financeiros

Apesar do impacto econômico e social gerado pela interrupção dos investimentos, o painel do TCU não detalha os motivos que levaram cada projeto à condição de paralisação, deixando abertas questões sobre problemas contratuais, falhas de execução, falta de repasses ou entraves administrativos.

As paralisações refletem um problema crônico na execução de obras públicas no Acre, estado historicamente dependente de investimentos federais. A falta de explicações oficiais sobre as causas das interrupções dificulta a busca por soluções e prolonga o sofrimento da população que aguarda por serviços essenciais.

Comentários

Continue lendo