Acre
Turismo atrai visitantes de todos os lugares e estimula mais de 50 segmentos no estado
O saudoso artista acreano Alberto Lôro Rodrigues já indicava, em uma de suas músicas, intitulada Vale do Juruá, as peculiaridades da região. “Vocês precisam ouvir a voz que vem de lá. Vocês precisam ver as belezas do lugar”, recomendava na canção, prevendo uma das atividades que mais cresce para aquelas bandas: turismo. A Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete) estima que essa movimentação no estado acreano movimenta mais de 50 segmentos e fortalece a cultura, pela sua culinária, história, etnoturismo, turismo de observação e aventura.
No coração da Amazônia, o Acre se destaca por sua história. De uns anos pra cá, alguns hotéis também têm focado nessa estrutura regional para atrair mais visitantes.
Trilhas ecológicas, vivências indígenas, turismo histórico-cultural e de contemplação podem ser feitos no estado acreano. Tanta riqueza tem atraído os olhares de muita gente. No final de março, o ator espanhol Miguel Bernardeau, o Guzmán da série Elite da Netflix, foi flagrado em Cruzeiro do Sul. Segundo alguns fãs, o artista estava na região para conhecer a cultura e as tradições do local. Já no começo de agosto, ele compartilhou a experiência na Reserva Indígena Rio Gregório, do Povo Yawanawá.
Na mesma época, Fernando Fernandes, apresentador do programa No Limite, esteve por alguns dias na Aldeia Yawarãni também no Rio Gregório, na Terra Indígena Yawanawá. Fez diversas postagens em redes sociais e explicou o motivo de ter escolhido o Acre para a passagem de seu aniversário.
“Não sou muito de comemorar aniversário, mas nesse novo ciclo senti a vontade e necessidade de buscar uma forma de comemorar que realmente fizesse sentido pro momento que estou vivendo, de renascimento. Depois de longos dois meses de recuperação do braço, onde a dúvida e o medo insistiram em me rondar, vim em busca da força da floresta para me restabelecer e confesso que estou encontrando muito mais do que vim procurar”, escreveu, aos seus mais de um milhão de seguidores.
O crescimento dessa atividade no Acre também se revela em números. Uma pesquisa do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), divulgada no início de abril, mostrou que o Acre foi o estado com maior variação no faturamento com turismo do país. Os dados mostram que o estado acreano registrou um faturamento de R$12.677, o que representa um aumento de 22,7% com relação a janeiro do ano passado. O índice ficou acima, inclusive, da média nacional, que foi de 1,5%.
Oportunidade de negócio
Incentivar as atividades de turismo é impulsionar a economia local, abrindo um leque de oportunidades. Foi pensando nisso que a servidora pública Thaly Figueiredo decidiu empreender nesse segmento e criou o Destino Acre, com o intuito de divulgar o estado acreano e facilitar o acesso aos pontos turísticos da região.
Para ela, os conhecimentos ancestrais constituem um dos principais pilares dessa atividade. Thaly avalia também que o avanço da tecnologia nesses locais fortalece a cadeia de informação. “O turismo é uma ferramenta de conhecimento e as tecnologias também estão nos permitindo conhecer melhor nossos povos, através da juventude que está usando a internet como microfone e dando voz a todos os povos originários, em toda a Amazônia”, destaca.
Em julho do ano passado, o governo comemorou um importante passo: a chegada da internet na comunidade do Croa, em Cruzeiro do Sul, o que faz com que as pessoas postem mais sobre o local nas redes e ajuda as pousadas e restaurantes em sua divulgação.
Todo esse material divulgado pelos próprios turistas faz com que os olhares se voltem para o Acre. Thaly destaca ainda que esses passeios movimentam não apenas a economia nas comunidades, mas também nos centros urbanos.
“Desde o ano passado tenho buscado parcerias para que a gente una as possibilidades de integrar nossas ações. Importante destacar que esses viajantes, antes de seguirem aos seus destinos ficam nas cidades e também fomentam a economia durante essa estadia. E a gente está construindo nossa referência local no turismo, com o turismo histórico, ambiental, e até mesmo lá na fronteira, tudo depende da disponibilidade do visitante”, explica.
Expedição
Na Serra do Divisor, uma das referências é o fotógrafo Marcos Vicentti, que já chegou a levar um grupo de mais de 20 pessoas de todos os cantos do país. Regularmente, Vicentti organiza expedições para que os turistas possam conhecer um dos locais que mais atraem os turistas, que é o Parque Nacional da Serra do Divisor. Ele foi um dos primeiros a explorar turisticamente o local e até hoje divulga e estimula as visitas à região.
A próxima expedição está marcada para o período de 24 a 29 de junho, quando os turistas vão poder conhecer e contemplar as belezas do lugar. “Fui um dos primeiros organizadores de expedições para o Parque Nacional da Serra do Divisor e já fiz 16 viagens levando turistas para aquele lugar. Quando comecei esse trabalho, existia apenas a pousada do Miro e hoje já temos lá três pousadas”, conta.
Nessas 16 viagens, foram cerca de 800 pessoas levadas pelo fotógrafo e guia da expedição: “Essa história começou com as saídas fotográficas que fazíamos em torno de Rio Branco, que iniciei com os cursos de fotografia. Além da Serra, também já levamos turistas para o Croa e também algumas aldeias. Inclusive, fizemos uma expedição diferente no ano passado, que foi o Banho de Floresta, em que reunimos vários indígenas e fizemos todo um ritual, participamos de tudo lá no Parque Nacional da Serra do Divisor.”
Os planos são cada vez mais expandir o turismo no estado e também fora dele. Marcos pretende fazer também algumas viagens para o Monte Roraima, fortalecendo o turismo na região amazônica como um todo. Já as programações no Acre servem não apenas para turistas, mas também para o acreano que quer conhecer e entender melhor suas raízes.
“O turismo anda em crescimento, na parte do etnoturismo, turismo religioso, de aventura e de contemplação, que está sempre lado a lado com a fotografia, e nós aliamos esse produto à fotografia”, esclarece.
Para as viagens, a agência do fotógrafo, que é certificada pelo Ministério do Turismo, faz seguro viagem por segurança, caso ocorra algum incidente durante a viagem.
‘O mundo precisa conhecer o Acre’
O geógrafo e guia regional Judeilson Trindande, do Amazonas, esteve no Acre pela primeira vez em março. O destino escolhido foi justamente o Parque Nacional da Serra do Divisor. Além disso, conheceu as cidades de Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.
Judeilson conta que tem como meta conhecer todos os estados do país, mas, como é dono de agência, pretende fazer expedições a um local especial, que o encantou. “O que mais me chamou atenção no Acre foi sua geografia, em especial a Serra do Divisor, com suas belas cachoeiras, a força do Rio Moa e as pessoas, com sua energia”, pontua. E finaliza seu relato dizendo que conhecer o estado acreano foi a realização de um sonho: “O mundo precisa conhecer o Acre.”
Quem embarcou nessa aventura também foi o casal Dennis Hyde e Letícia Alves. O economista e a psicóloga paulistanos têm um projeto de conhecer os 75 parques nacionais e, claro, a Serra do Divisor entrou em seu cronograma.
Viajando de carro, os dois saíram de Porto Velho até Rio Branco, onde seguiram pela BR-364 até Mâncio Lima, no interior do estado. De lá, são ainda cerca de nove horas de barco até chegar ao pé da Serra.
“Há algum tempo, a gente tem se comunicado com o pessoal do Destino Acre e também com o da Pousada do Miro, que a gente tomou conhecimento por outros viajantes que já tinham vindo visitar a Serra do Divisor. A gente então foi conversando com eles para entender como seriam os guias e como eram as pousadas e achamos tudo muito organizado, porque eles já têm tudo”, diz Dennis.
Sobre as impressões da Serra, o economista fala que ficaram as melhores possíveis. “O Parque Nacional da Serra do Divisor é um lugar muito completo em termos de um destino na Amazônia, principalmente. É um destino aonde você pode ir e fazer trilhas mais longas ou ir simplesmente às cachoeiras sem ter que caminhar muito; existem essas possibilidades. Você pode subir o mirante e ter a vista ali da floresta, você navega também pelos rios, tem bastante observação de fauna, principalmente de primatas”, pontua.
Eles também chegaram a ver a ave rara, choca-do-acre, que é uma espécie endêmica do Parque Nacional da Serra do Divisor. Além disso, Dennis destacou que pôde conhecer um pouco da história do Acre, o que enriqueceu ainda mais a viagem. “Foi muito bacana saber que os acreanos lutaram, batalharam para se tornar brasileiros. Ter o conhecimento disso foi extremamente positivo.”
O casal ainda tem outros 12 parques para conhecer, mas já planeja voltar ao Acre. “Foi muito gostoso, é um lugar maravilhoso para você estar, relaxar, conhecer as histórias e se relacionar com a natureza. Com certeza é um lugar aonde a gente quer voltar. E sim, a gente vai indicar muito, é um parque que tem muita estrutura, já pronta para que os visitantes possam vir e ficar com conforto, isso não é uma característica que tem em todos os parques nacionais, então os acreanos são privilegiados de ter essa infraestrutura pronta”, reforça.
O economista destacou ainda que os atrativos do parque são completos, desde as trilhas, até a subida no mirante e também o caminho até a Cachoeira Formosa, que fica a quatro horas de distância das pousadas. Nesse passeio em específico, orienta-se os visitantes a dormir em acampamento para aproveitar melhor o local.
“Ali a gente teve oportunidade não só de dormir na Pousada do Miro, que já traz essa visão, você já tem uma outra vibração, silêncio, sons da natureza, mas a gente também ficou num acampamento selvagem perto da Cachoeira Formosa, que é muito bacana”, conta Dennis.
Sobre a culinária, diz que aprovou todos os pratos, mas que pôde conhecer o verdadeiro sabor do açaí. Isso, segundo ele, foi o que mais marcou no quesito alimentação. Bem-humorado, ele revela que mudou sua relação com o açaí de São Paulo.
“Quando a gente estava lá na comunidade, a gente comeu açaí, bacaba e patuá. Nós, vindos de São Paulo, temos uma outra visão do que é o açaí. A gente já tinha aprendido aqui na Região Norte que o açaí é uma outra coisa. O açaí é servido como polpa, é comido de uma outra forma, uma delícia. A gente não sabe como é que a gente vai fazer quando a gente voltar pra São Paulo e servirem pra gente aquilo que a gente costumava chamar de açaí. Então, esses sabores da mata não são só incríveis, mas eles são super-ricos em nutrientes”, analisa.
Todas as impressões da viagem serão postadas nas redes sociais do casal, que mantém um e-book com os destinos e a particularidade de cada parque.
Dez vezes na Serra
Mas não são apenas os de fora que se encantam com as belezas do estado. Ana Paula Jansen é servidora pública e fotógrafa e já esteve dez vezes no Parque Nacional da Serra do Divisor, acompanhando as expedições lideradas por Marcos Vicentti. Ela diz que é costume descobrir e conhecer rotas turísticas do estado e que essa curiosidade partiu do seu seio familiar.
“Quando criança, meus avós maternos e meus pais costumavam passar finais de semana em áreas fora da cidade. Eram vilas, fazendas, colônias, sítios e até margens de estradas onde se pudesse acampar, pescar, se banhar em rios, açudes e igarapés. A cada final de semana, nós, crianças, íamos descobrindo as belezas e encantos dos lugares ao redor de Rio Branco. A cada lugar visitado, eu descobria coisas novas e diferentes daquilo que tínhamos na cidade. Eram os hábitos dos locais, as belezas naturais, a comida e tantas outras coisas que, aliadas a outro hábito familiar, que era a leitura, me fizeram ver que mesmo dentro de nosso estado havia belezas e experiências que poderiam ser aproveitadas”, conta.
Com 18 anos, Ana passou a ser servidora pública e aos 19 começou a trabalhar na área ambiental, o que a fez conhecer todo o estado. “Conheci não apenas os municípios, mas também seringais e aldeias, desbravando florestas, navegando nossos rios e conhecendo pessoas e modos de vida encantadores. E assim nasceu meu gosto pelo turismo. Acredito que o Acre tem muito a ser conhecido e entendido, não só por pessoas de fora do estado e do Brasil, mas também pelo próprio acreano que, em grande medida, não acredita no potencial turístico que temos”, disse.
Entre os anos de 2016 e 2023, Ana Paula foi dez vezes ao Parque Nacional da Serra do Divisor. E revela que esse é seu destino preferido, não só pela energia que sente da floresta, mas também das pessoas.
“É um lugar de uma beleza sem igual. Uma natureza exuberante, cheia de magia e encantos. Sem contar que encontramos pessoas maravilhosas. Gente simples, porém, de grande sabedoria. Dentre tantas experiências maravilhosas que eu já vivi na Serra do Divisor, umas das coisas mais marcantes é ter presenciado a superação de limitações de condições físicas de alguns visitantes, na caminhada de 15 km dentro floresta, para conhecer umas da cachoeiras mais lindas da Serra, que é a Formosa.”
Guia e incentivos
Diante de tantos pontos turísticos que uma iniciativa do setor de Produção Cultural da Diretoria de Arte, Cultura e Integração Comunitária (Dacic), que integra a Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Universidade Federal do Acre (Ufac), produziu um guia de turismo e cultural do Acre, que pode ser baixado gratuitamente na internet. O documento traz informações importantes de hotelaria, pontos turísticos e outros detalhes para que as pessoas possam conhecer mais o estado.
As áreas de turismo, mesmo sendo de responsabilidade federal, recebem apoio do Estado, por meio da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete), que nos últimos anos tem focado em ações de fomentação dessa atividade na região.
Para 2024, o Planejamento Plurianual (PPA) contempla diversas ações, como capacitação para aprimorar a prestação dos serviços turísticos do trade (bares, restaurantes, meios de hospedagem, agências de viagens e receptivo, guias e condutores, entre outros) e das comunidades indígenas que atuam com festivais e vivências consolidadas. “Faremos aquisição de equipamento de proteção individual [EPI], como coletes salva-vidas e perneiras, para uso dos turistas, bem como de uniformes com proteção UVA para barqueiros e condutores que prestam serviços turísticos e passam o dia ao sol. Esses equipamentos promovem a segurança da atividade, reduzindo o risco de acidentes e doenças oriundas de insolação”, explica o secretário da pasta, Marcelo Messias.
Outra medida importante da Sete foi a criação e divulgação, de forma inédita, do calendário de atividades do estado, que é atualizado anualmente. Este ano, 23 festivais indígenas foram listados, o que deve fortalecer ainda mais o número de visitantes e criar um ambiente de negócios mais atrativo.
“Pretendemos melhorar a infraestrutura básica dos atrativos turísticos das comunidades e em aldeias indígenas. Já temos alguns projetos em andamento nesse sentido, como, por exemplo, a ampliação de todas as cozinhas das pousadas localizadas na Serra do Divisor e no Croa, o projeto de reforma do Mirante da Serra, a substituição, aos barqueiros que levam os turistas no Croa, de motores a diesel por motores elétricos, fazendo com que diminua o impacto ambiental que esse combustível causa sendo jogado no rio”, planeja.
O secretário também relata que tem trabalhado com o incentivo e apoio aos 12 municípios que integram o Mapa do Turismo Brasileiro na renovação do cadastro e para implantar o Programa de Regionalização do Turismo nos demais municípios acreanos que ainda não fazem parte do catálogo e que têm produtos turísticos para oferecer ao mercado.
“Todas essas iniciativas estão voltadas para melhorar a qualidade da oferta dos produtos e serviços turísticos, aumentar o fluxo de visitantes e incentivar a geração de emprego e renda para a população. Temos feito esforços com esse objetivo. Sabemos que qualquer forma de desenvolvimento econômico requer um trabalho consistente e dinâmico para trazer benefícios para toda a população, e esse é um setor capaz de promover a aceleração econômica e incremento nas áreas social, cultural e ambiental em nosso estado. Estamos trabalhando para que o Acre seja um destino autêntico e de qualidade no cenário nacional e internacional.”
A diretora de Turismo e Empreendedorismo da Sete, Sirlânia Venturin, esclarece que a atividade turística possibilita estimular mais de 52 segmentos e toda uma cadeia produtiva, com destaque para os segmentos de hospedagem, alimentos, agências de viagens, promoção de eventos, operadoras turísticas, entretenimentos e outros, como o de transportes.
“Ao promover o Acre como destino turístico, o governo estimula o desenvolvimento de diversos setores econômicos no estado. Por meio da Sete, o governo tem atuado na promoção de feiras e eventos, divulgação em meios de comunicação, melhoria da infraestrutura turística, capacitação dos prestadores de serviços turísticos, apoio a festivais indígenas, entrega de EPIs e criação do calendário de eventos turísticos, entre outras ações voltadas a melhorar a qualidade da oferta dos produtos e serviços turísticos”, diz.
Sirlânia lembra ainda que esse fluxo faz com que gire dinheiro no mercado local e, consequentemente, impacta diretamente a economia do estado: “Os visitantes e turistas contribuem significativamente para a economia local, gerando receita por meio do turismo, incluindo gastos em hospedagem, alimentação, transporte e compras de souvenirs, entre outros. Além disso, o turismo ajuda a promover a cultura e os recursos naturais únicos do Acre, incentivando a preservação ambiental e a valorização do patrimônio histórico da região. Também pode impulsionar o desenvolvimento de infraestrutura turística e criar oportunidades de emprego para os residentes locais”.
Quer conhecer o Acre?
Para quem ficou curioso, alguns perfis podem ajudar a conhecer e programar diversos tours pelas belezas acreanas. Confira a lista:
Fonte: Governo AC
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Motociclista de aplicativo e passageiro são presos com simulacro de arma de fogo em Rio Branco
Na tarde desta quinta-feira (30), o motociclista de aplicativo Eduardo Luiz de Paula Lima, de 28 anos, e o passageiro Isaque Mota de Carvalho, de 37 anos, foram presos pela Polícia Militar do Acre (PMAC) nas proximidades do Horto Florestal, em Rio Branco.
Durante patrulhamento no bairro Santa Quitéria, agentes do Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), do Bope, avistaram a dupla em uma motocicleta Yamaha Fazer 250 em atitude suspeita. Ao perceberem a aproximação da polícia, os dois tentaram fugir, mas foram interceptados na rua José Magalhães, no bairro Conquista.
Na revista pessoal, os policiais encontraram um simulacro de pistola Glock na cintura de Isaque, que resistiu à prisão e precisou ser contido. Ele já possui passagem por roubo.
Eduardo, que conduzia a motocicleta, afirmou que estava realizando transporte por aplicativo e desconhecia que o passageiro carregava um simulacro de arma de fogo.
Diante dos fatos, ambos foram detidos e encaminhados à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde a ocorrência foi registrada e as providências legais serão tomadas.
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Ponte sobre o Rio Caeté não será demolida e será transformada em estaiada, afirma superintendente do Dnit
O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas
Em uma reunião com empresários e políticos na noite dessa quarta-feira, 29, na sede da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, informou que a ponte sobre o Rio Caeté, na BR-364, não será mais demolida, como havia anunciado antes. Ele informou que os pilares, que estão em movimento, serão removidos e a estrutura será aproveitada, ampliada e terá o mesmo modelo de outras pontes da BR-364, chamada estaiada.
“Não vai ser demolida. Como tem um problema geológico entre o P2 e P5, então nós vamos remover esses pilares e vamos estaiar, como a ponte aqui de Cruzeiro do Sul, com um vão livre, ampliar essa ponte de 210 para 360 metros, levantar duas torres em cima da própria ponte. Nós vamos ter que fazer um tipo de licitação através da contratação integrada e quem ganhar vai ter que fazer o projeto básico, projeto executivo e a execução dessa obra e com isso, em julho, a gente provavelmente já esteja cavando os primeiros tubulões. Essa licitação vai acontecer ao nível de Brasil”, explicou Ricardo, que descartou o risco de haver desabastecimento em Cruzeiro do Sul e demais cidades que dependem da BR-364, onde está a ponte.
“Com nosso monitoramento, os ônibus e carros pequenos vão passar pela ponte e por baixo os caminhões, até o mês de abril, maio, quando o rio baixa. Já tendo a licitação da obra, a gente vai pedir também que a empresa que ganhar faça como foi feito na ponte de Tarauacá, onde nós estamos fazendo a ampliação com um desvio, passando normalmente sem nenhum problema. Então aqui nós estamos querendo reforçar o pilar até a construção definitiva dos estais. Não vai haver nenhum desabastecimento, o que vai ter é que no normal, os caminhões fariam o percurso em cima da ponte em 15, 20 segundos e ele agora vai gastar meia hora para passar“, relatou.
Apesar da preocupação, o presidente da Associação Comercial, Jairo Bandeira, acredita que a operação terá sucesso e as mercadorias continuarão chegando ao Vale do Juruá.
“A nossa preocupação é com a logística de translado das nossas mercadorias, porque já sofremos demais com o isolamento ao longo dos anos, e hoje tememos que isso venha trazer alguns ônus a mais para a nossa sociedade. Mas eu creio que não, porque os órgãos, tanto o Dnit quanto o governo, estão agindo para que não venha a ocasionar a falta e aumento do preço dos produtos”, declarou.
Para o prefeito Zequinha Lima, que articulou a reunião, os esclarecimentos foram importantes para os gestores das cidades do Vale do Juruá.
“Eu fiz o convite para que o Ricardo viesse aqui para esclarecer de fato que decisão foi tomada pelo Dnit porque qualquer bloqueio muda a vida das pessoas aqui, seja do cidadão comum, seja do empresariado. Colocamos nossos questionamentos e o superintendente esclareceu todas as medidas que estão sendo tomadas para que possa evitar o desabastecimento aqui da nossa região. A gente quer diminuir os problemas da região junto com o Ricardo, a população e os empresários e buscar solução para médio, curto e longo prazo”, destacou o gestor.
O deputado federal Zezinho Barbary, cita a necessidade de garantir recursos para viabilizar solução para o problema da ponte do Caeté.
“O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas. Além da ligação, por onde chega a alimentação e tudo aqui para o Juruá, nós também temos que ter a preocupação de não colocar a vida das pessoas em risco”, concluiu o parlamentar.
Ponte estaiada
As estaiadas, como as de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, têm uma ou mais torres (ou postes), a partir das quais os cabos sustentam a ponte. Uma característica dessas pontes são os cabos ou estais, que correm diretamente da torre para o convés, formando um padrão semelhante a um leque ou uma série de linhas paralelas.
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Após assassinado de comerciante a tiros durante assalto em Cruzeiro do Sul, dois suspeitos são presos
Esposa da vítima relatou à polícia que criminosos chegaram armados no local e acusaram Manoel Carlos Alemão da Costa, de 48 anos, de comprar mercadoria roubada. Suspeito foi preso pela Polícia Civil
Na tarde desta quinta-feira (30), um assalto terminou em tragédia no bairro Cruzeirão, em Cruzeiro do Sul. O comerciante Manoel Carlos Alemão da Costa, de 48 anos, conhecido como “Scoob”, foi morto a tiros dentro de seu estabelecimento na Rua Amazonas.
De acordo com testemunhas, a vítima foi surpreendida por criminosos armados que invadiram o comércio e efetuaram disparos contra ele. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas ao chegar ao local, Manoel já estava sem vida. O Instituto Médico Legal (IML) realizou a remoção do corpo e os procedimentos periciais.
A Polícia Militar iniciou buscas logo após o crime e, em menos de uma hora, dois suspeitos foram presos pela Polícia Civil.
Inicialmente, o caso foi tratado como latrocínio (roubo seguido de morte). No entanto, informações extraoficiais indicam que o crime pode estar relacionado à recusa do comerciante em pagar taxas ilegais a uma facção criminosa ou a um possível acerto de contas.
A investigação segue em andamento para esclarecer as circunstâncias do homicídio e identificar possíveis outros envolvidos no crime.
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