Acre
Tanízio denuncia abandono de indígenas que caminham mais de 200 km por falta de apoio

Foto: Sérgio Vale
Durante entrevista na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado estadual Tanízio Sá (MDB) denunciou nesta terça-feira, 8, o abandono enfrentado por indígenas que vêm do interior do estado até Rio Branco em busca de serviços básicos. Os indígenas procuram atendimento no INSS ou regularização documental, e, por falta de assistência do poder público, precisam retornar a pé para suas aldeias. O parlamentar relatou casos recentes e classificou a situação como desumana.
“São 220 quilômetros. Eu acho isso uma afronta ao ser humano, à pessoa humana. Você percebe que parece que estão sendo tratados como um animal silvestre. E são brasileiros, são seres humanos, tanto quanto a gente. Você vê, você vai conversar com eles e ver a humildade deles”, lamentou o deputado.
Segundo Tanízio, na última sexta-feira (5), indígenas da Aldeia Boaçu, em Manoel Urbano, procuraram seu gabinete em busca de ajuda. Entre eles estava o cacique Pedrito, que relatou que um grupo vinha caminhando a pé pela BR-364, de volta para casa.
“Eu tô lá no meu gabinete essa semana agora, na sexta-feira, quando chega uma turma de indígenas. Inclusive o cacique lá da Aldeia Boaçu, o Pedrito, e chegou para mim: ‘Deputado, parente que está vindo de pé.’ ‘Vindo de pé de onde?’ ‘De Rio Branco.’ ‘Está onde?’ ‘Passou no Bujari agora.’ E aí, está lá com ele lá no telefone. Eu digo: não existe isso”, relatou.
O deputado também relembrou outro episódio semelhante que presenciou em 2023. “É a segunda vez que eu encontro. Eu topei no Rio Andirá, no ano passado, nove índios, porque não tinham dinheiro. Ele vem para cá fazer perícia do INSS, e aí não tem dinheiro para voltar. E aí vão de pé”, relatou.
Tanízio Sá afirmou que, apesar de já ter pedido providências anteriormente, até agora nenhuma medida foi tomada. Por isso, decidiu encaminhar a denúncia às instâncias superiores ligadas à questão indígena.
“Agora nós estamos pedindo, eu pedi providência já, não foi tomada até agora. Aí eu estou encaminhando para a presidente nacional do índio, a Joenia, para que ela tome providência ou monte o núcleo da Funai de Manoel Urbano, para poder cuidar de nossos índios. Estou encaminhando também para a secretária indígena, a Francisca Arara, para que ela tome providência sobre isso”, relatou.
De acordo com o parlamentar, a situação reflete a total ausência de estrutura da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e de outros órgãos responsáveis. “O Dsei aí é uma coisa de questão de saúde. A Funai não tem estrutura para manter eles, para trazer. E aí, vamos fazer o quê? Vamos ficar assim? A gente percebe a vulnerabilidade deles. É nessa aí que nós vamos cuidar desses irmãos que estão aí abandonados”, pontuou.
Indignado, Tanízio Sá anunciou que vai formalizar o prazo de seis meses para que as instituições competentes apresentem soluções concretas. Caso contrário, ele levará a demanda ao Congresso Nacional e ao governo federal.
“Eu, como presidente da Comissão Indígena do Acre da Assembleia Legislativa, inclusive ia ter uma audiência agora dia 14, nós adiamos pro final do mês de maio, para trazer os irmãos pra cá, para criação do Conselho Indígena. E aí eu vou no MPF, responsável que garante o direito do cidadão brasileiro, principalmente dos nossos indígenas. Aí eles vão ter seis meses para se adequar, pra resolver essa questão aqui de uma vez por todas, porque não dá mais para ver esse irmão passando por uma situação dessa constrangedora. Porque não dá. São brasileiros, tanto quanto a gente. Eu fico triste em ver uma situação daquela”, encerrou.
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Acre
Água invade ruas, casas e deixa praça submersa

Foto: David Medeiros
A forte chuva que atinge a capital acreana desde a madrugada desta sexta-feira (26) continua causando transtornos em diversos pontos de Rio Branco. A reportagem do ac24horas Play segue acompanhando a situação e esteve no bairro Plácido de Castro, na Travessa Tabosa, onde a água já invadiu residências.
De acordo com o repórter David Medeiros, que entrou na área alagada para registrar a situação, a água tomou as ruas do bairro e invadiu várias casas. Com o avanço da enxurrada, veículos já não conseguem trafegar pelo local, e moradores precisaram retirar carros das garagens às pressas para evitar prejuízos.

Foto: David Medeiros
Ainda segundo os relatos, o sistema de drenagem não suportou o volume da chuva, problema recorrente na região. Imagens registradas pela reportagem mostram a pracinha do bairro completamente submersa.
Morador da área, Roni relatou a preocupação com o aumento constante do nível da água e o risco de transbordamento para dentro da residência. “A água tá aumentando, tá subindo. Já chegou na área da frente e na de trás, agora tá entrando dentro da casa. Toda vez que chove forte acontece isso aqui. Ainda bem que agora estão mexendo nas galerias, senão já estaria tudo debaixo d’água”, afirmou.

Foto: David Medeiros
Com a continuidade das chuvas, moradores do bairro amanheceram tentando salvar o que é possível dentro de casa, enquanto quintais e áreas externas seguem completamente alagados.
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Acre
Estrada do Calafate volta a ficar debaixo d’água em Rio Branco

Foto: Eduardo Gomes e David Medeiros
Mais uma vez, como ocorre sempre que chove, moradores da região do bairro Calafate enfrentam dificuldades para trafegar pela estrada de acesso ao bairro, que ficou alagada em razão das chuvas registradas nesta sexta-feira (26), em Rio Branco.
Imagens captadas pela reportagem mostram a via completamente tomada pela água nas proximidades da Igreja Batista do Bosque (IBB) e da Havan, área que costuma registrar transtornos recorrentes durante períodos de chuva intensa, dificultando a passagem de veículos.
O trecho é uma baixada historicamente afetada por alagamentos, o que gera preocupação entre moradores e condutores. Em meio ao avanço da água, algumas pessoas aguardam em pontos de ônibus, enquanto a mobilidade no local se torna cada vez mais comprometida.
De acordo com o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, informação divulgada pelo repórter David Medeiros, a previsão é de que as chuvas continuem pelo menos até as 13h desta sexta-feira, mantendo o alerta para novos alagamentos na capital. Nas últimas 24 horas, o volume de chuva já ultrapassou os 70 milímetros em Rio Branco.

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