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STF considera prática da vaquejada inconstitucional
Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou hoje (6) inconstitucional a lei cearense 15.299/2013, que regulamentava os espetáculos de vaquejada no estado. Com o entendimento da Corte Máxima do país, a vaquejada passa a ser considerada uma prática ilegal, relacionada a maus-tratos a animais e, por portanto, proibida.
A ação foi movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e questionava, especificamente, a legislação cearense. Contudo, a decisão do STF poderá ser aplicada nos demais estados e no Distrito Federal. O julgamento, iniciado em agosto do ano passado, terminou com seis votos a favor da inconstitucionalidade e cinco contra.
Muito comum no Nordeste, a vaquejada é uma atividade competitiva no qual os vaqueiros tem como objetivo derrubar o boi puxando o animal pelo rabo.
Votaram a favor os ministros Marco Aurélio Mello, relator do caso, Roberto Barroso, Rosa Weber, Celso de Mello, Ricardo Lewandowisk e a presidenta Cármen Lúcia. Ao apresentar seu voto, que desempatou o julgamento, Cármen Lúcia reconheceu que a vaquejada faz parte da cultura de alguns estados, mas considerou que a atividade impõe agressão e sofrimento animais
“Sempre haverá os que defendem que vem de longo tempo, que se encravou na cultura do nosso povo. Mas cultura também se muda e muitas foram levada nessa condição até que se houvesse outro modo de ver a vida e não só a do ser humano”, disse a ministra.
O julgamento foi retomado hoje com o voto do ministro Dias Toffoli, que havia pedido vista do processo. Ele defendeu a tese que vaquejada é um esporte, diferentemente, da farra do boi, que foi proibida pela Corte em outro julgamento.
“Não se pode admitir o tratamento cruel aos animais. Há que se salientar haver elementos que se distingue a vaquejada da farra do boi. Não é uma farra, como no caso da farra do boi, é um esporte e um evento cultural. Não há que se falar em atividade paralela ao Estado, atividade subversiva ou clandestina. Não há prova cabal que os animais sejam vítimas de abusos ou maus-tratos”, disse Toffoli.
Já Lewandowisk, ressaltou que os animais não podem ser tradados como “coisa” e citou princípios da Carta da Terra, declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica, de iniciativa das Nações Unidas (ONU).
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“Eu que deveria taxar ele”, diz Lula em resposta a tarifaço de Trump
Presidente norte-americano anunciou uma tarifa de 50% a produtos brasileiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) • Marcelo Camargo/Agência Brasil
Durante agenda oficial no Espírito Santo nesta sexta-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu tarifar em 50% os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Lula afirmou que, diante do histórico comercial entre os dois países, seria o Brasil quem deveria impor taxas aos norte-americanos.
“Portanto, eu quero dizer com todo respeito ao presidente Trump: o senhor está mal informado, muito mal informado. Os EUA não têm déficit comercial com o Brasil, é o Brasil que tem déficit comercial com os EUA. Só pra vocês terem ideia, em 15 anos, entre comércio e serviço, nós temos um déficit de 400 bilhões de dólares com os EUA. Eu que deveria taxar ele.”, declarou.
Fonte: CNN
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Tarcísio se reúne com encarregado dos EUA e pede revisão de tarifaço
Governador falou do impacto do tarifaço para indústria e agronegócio em São Paulo

Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo • 01/07/2025 – Pablo Jacob/Governo do Estado de SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu, nesta sexta-feira (11), com o encarregado de negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, e pediu revisão da sobretaxa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump.
O encontro ocorreu no escritório do governo de São Paulo em Brasília. Na ocasião, Tarcísio falou do impacto da alíquota no setor industrial e no agronegócio no estado.
São Paulo é o maior exportador do Brasil para os EUA. O Rio de Janeiro vem em segundo lugar, e Minas Gerais em terceiro.
No encontro com Escobar, Tarcísio também discutiu a importância estratégica das relações históricas entre os países e a necessidade de superar a questão.
O governador falou sobre a reunião antecipada pela CNN logo após o encontro, e reforçou que irá abrir diálogo com empresas paulistas “lastreado em dados e argumentos consolidados” para buscar uma solução efetiva. Segundo a publicaçao, Tarcísio também abordou as consequências da tarifa para a indústria e agro brasileiro.
“É preciso negociar. Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa”, escreveu Tarcísio.
A Embaixada dos EUA no Brasil também se manifestou sobre o encontro. Sem citar a pauta da conversa, a nota diz que “diplomatas americanos se reúnem regularmente com governadores brasileiros”.
“O encarregado de Negócios dos Estados Unidos Gabriel Escobar se reuniu com o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estado com a maior concentração de investimento americano no Brasil. Ressaltamos que diplomatas americanos se reúnem regularmente com governadores brasileiros. A Embaixada dos EUA promove os interesses das empresas americanas e a cooperação bilateral”, diz o comunicado.
Tarcísio cobra “maturidade política”
No dia seguinte ao anúncio de Trump, na quinta-feira (10), o gestor estadual comentou o caso e disse que a sobretaxa “demanda uma profunda reflexão” e que cabe ao governo federal resolver a questão com “maturidade política”.
“Parece que o governo Lula não entendeu ainda que ideologia e aritmética não se misturam. Resolver os problemas das pessoas, das nossas empresas, dos nossos exportadores é mais importante do que o revanchismo, a bravata e a construção de narrativas”, afirmou.
No anúncio oficial, Trump afirmou que a nova tarifa era uma reação à postura do STF (Supremo Tribunal Federal) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado por suposta tentativa de golpe de Estado.
O governador foi criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma entrevista no fim do dia. O petista disse que Tarcísio não conseguirá esconder sua afinidade com Donald Trump.
“O seu Tarcísio não vai tentar esconder o chapéuzinho do Trump, não. Pode ficar mostrando para a gente saber quem você é. Está cheio de lobo em pele de cordeiro por aí”, ironizou.
No mesmo dia, também em Brasília, o governador chegou a almoçar com Bolsonaro. O encontro foi registrado nas redes sociais de Tarcísio, que publicou vídeos ao lado do ex-presidente e de apoiadores no restaurante.
Segundo apurou a CNN, Tarcísio e Bolsonaro discutiram os impactos da medida e não descartam uma ação integrada para tentar reverter a decisão.
Fonte: CNN
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STF vê EUA preparando terreno para conceder asilo a Bolsonaro
Ofensiva de Trump é recado caso ex-presidente seja condenado, avaliam ministros

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursa para apoiadores em ato • Gabriel Silva/E.Fotografia/Estadão Conteúdo
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) veem a ofensiva dos Estados Unidos como um indicativo de que o país pode conceder asilo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu na ação penal sobre o golpe de Estado.
Ao citar nominalmente Bolsonaro na carta enviada ao governo federal e sugerir que o STF faz uma “caça às bruxas” com viés político, o presidente americano Donald Trump prepara terreno para a fuga, avaliam esses magistrados.
Apesar disso, a percepção é de que, neste momento, não há o que fazer para evitar esse cenário – sem indicativos concretos de que Bolsonaro articula sair do país, não há fundamento jurídico para decretar a prisão preventiva.
Pelo contrário, até aqui, ministros têm observado uma postura colaborativa por parte de Bolsonaro, que tem respeitado os trâmites do processo e participado até de etapas das quais não precisaria, como as oitivas das testemunhas.
Por isso, as medidas cautelares em vigor contra Bolsonaro, como a retenção do passaporte e a proibição de sair do país, já seriam suficientes. O estado, porém, é de constante alerta no Supremo e também na PGR (Procuradoria-Geral da República), que monitora o caso.
As conversas entre ministros da Corte têm sido no sentido de que não se pode subestimar uma possível “virada de chave” no comportamento de Bolsonaro, que a pessoas próximas já admitiu ter medo de ser preso.
Esses magistrados lembram que Bolsonaro viajou aos EUA no fim de 2022, depois de ter perdido a eleição, e passou duas noites na embaixada da Hungria em fevereiro de 2024, depois de ser alvo de buscas pela PF (Polícia Federal) no inquérito do plano de golpe.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também avalia novas medidas contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que está nos EUA e tem tido um papel central na incitação das autoridades americanas contra as brasileiras.
Auxiliares do ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação, dizem que o cenário mais crítico seria Bolsonaro se refugiar na embaixada americana assim que for condenado, já que o início da execução da pena não é imediato por depender de recursos da defesa.
Isso porque as embaixadas são consideradas uma extensão do território do país que representam. Portanto, os EUA poderiam pedir um salvo-conduto para tirar Bolsonaro do Brasil, independentemente do passaporte apreendido.
Nesse caso, até uma eventual extradição seria uma medida difícil de se concretizar, já que Trump entende que Bolsonaro é vítima de perseguição política por parte do Judiciário brasileiro.
Fonte: CNN
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