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STF busca distensão com militares
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse em uma live que “Gilmar forçou uma barra e está criando um incidente com o Ministério da Defesa” e que a frase dele “não foi feliz”

Toffoli procurou os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, para deixar claro que a declaração de Gilmar não tinha caráter institucional – Foto: WAGNER PIRES
Por Thais Arbex e Caio Junqueira, CNN
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, entrou em campo para tentar distensionar a relação do Judiciário com as Forças Armadas depois de o ministro Gilmar Mendes afirmar que “o Exército está se associando a esse genocídio”.
O magistrado se referia às políticas no combate ao novo coronavírus do Ministério da Saúde, chefiado interinamente por general da ativa, Eduardo Pazuello.
Segundo relatos feitos à CNN, Toffoli procurou os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, para deixar claro que a declaração de Gilmar não tinha caráter institucional. Ou seja, não representa uma avaliação do tribunal. O presidente do STF também conversou com o colega, que está em Portugal.
O Palácio do Planalto até tentou deixar o presidente Jair Bolsonaro fora do assunto, com receio de que ele entrasse no embate e o processo de pacificação política das últimas semanas fosse por água abaixo.
Mas alguns dos seus principais ministros participaram da operação.
O secretário-geral da Presidência, Jorge de Oliveira, procurou diretamente Gilmar Mendes.
No final da tarde desta segunda-feira, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Heleno Ribeiro, manifestou-se no Twitter: “Reafirmo meu apoio à Nota Oficial, emitida nesta segunda-feira (13 Jul) pelo Ministro Gen Ex Fernando Azevedo e pelos Comandantes das Forças Armadas, em resposta à injusta agressão sofrida pelo Exército Brasileiro, em entrevista do Ministro do STF Gilmar Mendes”.
Mais cedo, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse em uma live que “Gilmar forçou uma barra e está criando um incidente com o Ministério da Defesa” e que a frase dele “não foi feliz”. De uma forma geral, o governo avaliou a fala de Gilmar como uma “crítica gratuita e desnecessária”, justo no momento que há um esforço para a pacificação entre os Poderes.
Nas três forças, a avaliação era a de que não tinha como não se manifestar. Ou seria uma dura nota, como a solução encontrada, ou a omissão. Generais com quem a CNN conversou disseram que todo o script foi ruim. Gilmar Mendes, de Portugal, faz uma live com uma plateia “amiga” e, sem contraditório, ataca as Forças Armadas. A leitura é a de que a nota, tal qual saiu, tem por objetivo conter eventuais novos arroubos dos ministros do STF contra militares. A utilização de termos como “leviano” e “irresponsável” partiu inclusive do comandante do Exército, Edson Pujol.
Nas conversas que manteve com autoridades que o procuraram, Gilmar Mendes tem dito que na live o tom da crítica é ao Ministério da Saúde, não às Forças Armadas.
E que o fato de o ministro da Saúde ser um general da ativa, acaba levando as forças para dentro da pandemia. Ele rejeita a ideia de ataque aos militares. Mostra, porém, insatisfação com o fato de o presidente Jair Bolsonaro estar, reiteradamente, culpando o STF por não poder agir na pandemia. Na verdade, a corte deliberou que a competência no combate à pandemia é da União, dos estados e municípios.
Além do ineditismo de o próprio STF buscar desta vez a pacificação, há ainda um processo jurídico que ocorrerá. Fernando Azevedo expressou na dura nota divulgada no início desta tarde que entrará com uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Gilmar Mendes.
No Palácio do Planalto, a avaliação é a de que, diferentemente de outros episódios, não houve nenhuma mensagem dúbia. “Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a Democracia”, diz o texto, co-assinado pelos três comandantes das Forças Armadas: Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica).
Essa foi a segunda nota da Defesa nos últimos dias.
Na primeira, redigida ainda no sábado, foram mencionados os feitos das Forças Armadas durante a pandemia.
No entanto, todos a avaliaram como muito branda e, como revelou a reportagem, uma segunda nota passou a ser exigida por Fernando Azevedo no domingo.
Um rascunho foi feito, mas como precisava passar pelas três forças e pelo ministro, foi preciso finalizá-la na segunda. Também havia a preocupação de como redigi-la sem que o processo de pacificação fosse ameaçado. A ideia então foi excluir o presidente Jair Bolsonaro de qualquer operação. Ele, porém, é o comandante-em-chefe das forças.
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Bocalom destaca importância do 1º Encontro de Vereadores do Acre como marco na política municipal
Prefeito de Rio Branco, com trajetória iniciada no legislativo, apoia iniciativa que reuniu 190 edis de todos os municípios acreanos

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, que iniciou sua trajetória política como vereador, parabenizou o Governo do Acre pela iniciativa. Foto: cedida
O prefeito Tião Bocalom trouxe sua experiência como ex-vereador para enriquecer o debate durante o 1º Encontro de Vereadores do Acre, realizado nesta quinta-feira (5) em Rio Branco. O evento, organizado pela Secretaria de Estado de Governo (Segov), reuniu parlamentares dos 22 municípios acreanos em um dia dedicado ao fortalecimento dos legislativos municipais.
O simpósio reuniu mais de 220 vereadores, com o objetivo principal de promover o diálogo entre o legislativo municipal e o poder estadual, visando a construção de políticas públicas unificadas para o desenvolvimento regional e com palestras ministradas por especialistas e secretários de Estado, voltadas para os parlamentares municipais.
“Muitas vezes o legislativo municipal é esquecido, mas ele é fundamental para o desenvolvimento”, destacou o gestor municipal.
Com conhecimento de causa, Bocalom elogiou a iniciativa:
Reconhecimento histórico: “O legislativo municipal é fundamental, mas muitas vezes esquecido”
Impacto regional: Evento promoveu alinhamento para políticas públicas unificadas
Capacitação qualificada: Vereadores participaram de palestras com especialistas e secretários estaduais
“Esta iniciativa do Governo do Estado é um passo importante e deve se repetir anualmente”, defendeu o prefeito, destacando o valor estratégico da integração entre os poderes municipais e estadual para o desenvolvimento do Acre. O encontro estabeleceu um novo patamar de diálogo político no estado, com participação recorde de representantes municipais.
Veja vídeo assessoria:
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Justiça absolve piloto e copiloto que transportavam 400 kg de cocaína em avião após considerar abordagem irregular
Wesley Evangelista Lopes e Alexandre Roberto Borges foram presos no dia 16 de dezembro de 2024, após o pouso no aeroporto de Penápolis (SP). Reportagem teve acesso à sentença da Justiça de Araçatuba, nesta quinta-feira (5)

Piloto e copiloto são presos suspeitos de transportar cocaína em avião em Penápolis. Foto: Polícia Militar/Divulgação
A Justiça Federal absolveu um piloto e copiloto, que transportavam mais de 400 quilos de pasta base de cocaína dentro de um avião monomotor no dia 16 de dezembro de 2024, em Penápolis (SP), após considerar que a abordagem feita pelos policiais foi irregular.
Wesley Evangelista Lopes e Alexandre Roberto Borges foram presos após serem abordados ao final do voo, que foi monitorado pela equipe da Polícia Militar.
A reportagem teve acesso nesta quinta-feira (5) à sentença da Justiça de Araçatuba (SP). No documento, o juiz Luciano Silva escreve que não há justificativa para a abordagem, uma vez que os dados obtidos para a prisão em flagrante não foram esclarecidos.
Conforme o juiz, os policiais deixaram de “explicar como obtiveram as informações que justificaram a operação, prejudicando a compreensão da defesa, o que fez com que, somente a prisão sem a fundada suspeita originasse a nulidade”.
Ainda com base no documento, a Justiça cita haver dúvidas sobre a existência de suspeitas prévias para a busca, além de escrever que não há como saber como foi feito o monitoramento e a descoberta dos planos de voo.
Em caso de condenação, o juiz comenta que estaria se baseando em um ato de fé, sem possibilidade de defesa efetiva. Conforme a sentença, a condenação não deve ser aplicada uma vez que há apenas depoimentos de testemunhas que presenciaram a apreensão da droga, mas que não sabiam a origem.
“Um relatório vago, dúbio, confeccionado a posteriori, que justifica uma investigação sem encadeamento formal, sem qualquer embasamento em documentos presentes nos autos, e que não permite qualquer sindicabilidade ou defesa, não pode ser tomado como uma verdade absoluta”, escreveu o juiz.
Com a sentença, o juiz revogou a prisão preventiva dos homens, determinando a liberdade deles.
Em nota, o advogado de defesa dos homens, Maycon Zuliani Mazziero e Alison Conceição da Silva, informou que não se pode admitir uma condenação baseada em operação policial cuja origem da informação não foi esclarecida no processo e sem que houvesse registro formal da abordagem.
Prisão
Wesley Lopes, que pilotava a aeronave, teve o nome incluído na lista da Organização Internacional e Polícia Criminal (Interpol) e foi preso na cidade de Prado, no sul da Bahia, em 31 de agosto de 2019, conforme informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) divulgadas à época. Ele ficou preso por quatro anos. Depois, também se envolveu em um acidente aéreo no Acre.
Segundo a PM, a abordagem ocorreu ao final do voo, que foi monitorado pela equipe. Ao realizar o pouso no aeroporto de Penápolis, Wesley foi surpreendido pela equipe do helicóptero Águia, que auxiliou na operação até a chegada das equipes da Polícia Rodoviária e da Polícia Federal.
Durante a abordagem, o piloto foi questionado e confirmou que receberia dinheiro pelo transporte da droga. A aeronave saiu de Aquidauana (MS) e iria para Rio Claro (SP), segundo a polícia. Ela foi apreendida, junto aos demais equipamentos da tripulação. A droga pesada totalizou 435,86 quilos.
Conforme apurado pelo g1, o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) do avião estava dentro da data de validade, em situação normal com os registros e com autorização para voo noturno.
Ainda conforme a PM, o copiloto também possui antecedentes por pensão alimentícia. A ocorrência foi apresentada na Polícia Federal de Araçatuba (SP).

Wesley Lopes pilotava avião em Penápolis. Foto: Arquivo pessoal
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Apenas 45% do público prioritário se vacinou contra a gripe no Acre, aponta Saúde
Sesacre informou que o município de Jordão lidera a cobertura vacinal com 92% da população imunizada, seguido por Marechal Thaumaturgo e Santa Rosa do Purus (ambos com 82%)

A campanha educativa lançada nesta semana foca em informar corretamente a população, orientando sobre quando e onde buscar atendimento. Foto: captada
No Acre, 218.365 pessoas foram vacinadas contra a Influenza até o dia 29 de maio, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 5, pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). O número representa 70,19% da meta estabelecida de 311.069 doses, e revela desafios significativos no alcance dos grupos prioritários, cuja cobertura está em apenas 45%.
Entre os públicos prioritários, os índices de vacinação são preocupantes:
- Idosos: 35% da meta atingida
- Crianças: 56%
- Gestantes: 32%
- Trabalhadores da saúde: 21%
- Indígenas: 49%
No comparativo nacional entre os estados da região Norte, o Acre aparece em 5º lugar em cobertura vacinal entre os grupos prioritários, ficando à frente apenas de Roraima (33%) e Rondônia (43%).
Cobertura da vacinação contra a Covid-19 em 2025
Em relação à Covid-19, a Sesacre informou que o município de Jordão lidera a cobertura vacinal com 92% da população imunizada, seguido por Marechal Thaumaturgo e Santa Rosa do Purus (ambos com 82%). Senador Guiomard (79%) e Rio Branco (76%) completam a lista dos mais bem colocados.
Até o momento, o estado do Acre — com uma população estimada em 881.935 pessoas — já registrou 174.764 casos confirmados e 2.115 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia. Somente em 2025, foram 4.876 casos e 30 mortes relacionadas à doença.
Emergência em saúde pública e ações conjuntas
Diante do aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e da superlotação dos leitos de UTI pediátricos, o governo do Acre decretou, em 10 de maio, situação de emergência em saúde pública. Como resposta, a Prefeitura de Rio Branco e o governo estadual uniram esforços em uma ação conjunta, que visa garantir melhor acolhimento e organização dos atendimentos, conforme o nível de gravidade dos sintomas.
A campanha educativa lançada nesta semana foca em informar corretamente a população, orientando sobre quando e onde buscar atendimento, a fim de evitar a sobrecarga nos serviços e garantir agilidade no cuidado.
“Essa é uma demonstração clara de que quando unimos esforços, quem ganha é a população. Cada cidadão precisa saber que não está sozinho”, ressaltou Rennan Biths, secretário municipal de Saúde.
Já o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, destacou o valor da atuação integrada:
“Trabalhar de forma conjunta é a melhor resposta diante de uma situação que exige mais do que estrutura, exige empatia, agilidade e responsabilidade. E essa união representa exatamente isso: compromisso com as pessoas”, finalizou.
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