Cotidiano
“Será que não há alguma coisa errada nessa histeria anticoronavírus?”, pergunta professor da Ufac em artigo
O Brasil parou e o Acre também. Quem vai pagar a conta? Afinal, a corda sempre quebra do lado mais fraco e a taxa de desemprego só tende a aumentar.
Eduardo Carneiro
Epidemias não são algo novo na história da humanidade. Desde que o homem é homem ele (con)vive com a presença de bactérias, fungos, parasitas e vírus ao seu redor e até mesmo dentro do seu própria organismo. Só no interior da boca, estima-se que exista algo em torno de 50 bilhões de bactérias em cada ser humano. Sem dizer que doenças virais são regra, todos, sem exceção, um dia já contraiu ou irá contrair uma ou várias.
Há inúmeros casos de epidemias e pandemias na história. Na Grécia Antiga, por exemplo, 25% da população morreram por conta de uma epidemia nos anos 429 a 326 a.C. No Império Bizantino, nos anos 541 a 544, uma pandemia matou 50 milhões de pessoas. No México, nos anos 1545 a 1548, quase 50% da população morreram por conta de uma epidemia. No século XIV (1346 a 1353), estimasse 70 milhões de pessoas morreram na Eurásia por conta da Peste Negra, levando a óbito 33% da população europeia. Na segunda metade do século XIX, a cólera matou milhares na Ásia, principalmente na Rússia. De 1818 a 1820, estimasse que a gripe espanhola tenha matado cerca de 50 milhões de pessoas. A gripe suína, nos anos 2009 a 2010, atingiu 20% da população mundial, algo em torno de 6,8 bilhões. A gripe asiática vitimou 2 milhões de pessoas em menos de 2 anos (1957 a 1958).
Em todos os casos acima, a quantidade de mortos são contadas em milhões, o que justificaria uma histeria coletiva em torno da doença. No caso do coronavírus, com todo o estardalhaço que a mídia faz em torno dela, as mortes não chegam a 12 mil em todo o mundo. Então, será que não há alguma coisa errada nessa histeria anticoronavírus? Afinal, é sabido que outras doenças matam muito mais todos os anos: a malária mata mais de 1,2 milhões de pessoas a cada ano. A dengue mata mais de 25 mil. A Leishmaniose, 30 mil. A cólera 100 mil. A tripanossomíase, 300 mil. A pneumonia, 1 milhão. A tuberculose, 1,3 milhões. A AIDS, mais de 1,5 milhões.
Por que tanta neurose em torno do coronavírus? Afinal, se a preocupação fosse com a humanidade, onde está a mídia que não denuncia o caso das quase 30 mil pessoas que morrem diariamente por fome? Eu não estou falando de 12 mil mortos por corona vírus no mundo em 2 meses; estou falando de quase 30 mil que morrem diariamente por fome e nem nos damos conta, pois aeroportos não são fechados por causa dessas “banalidades”.
Todos sabem que o Brasil, antes mesmo de o Presidente Bolsonaro assumir, já vinha passando por lapsos de recessão econômica. Então o presidente e os governadores resolvem parar o país por conta do coronavirus e a imprensa noticia que a quantidade de mortos já chega a 30. Tudo bem, mas as doenças cerebrovasculares matam quase 100 mil no Brasil todos os anos. Quase 80 mil morrem de infarto. Mais de 50 mil morrem por pneumonia e, mesmo sendo contagiosa, o país nunca parou com conta dela. Mais de 7 milhões de pessoas passam fome no Brasil e isso nunca ocasionou calamidade pública.
Enquanto os meios de comunicação propositalmente ou não espalham o terror e a histeria coletiva contra o coronavirus, mesmo com uma quantidade pífia de mortos se comparada a tantas outras doenças mais letais no Brasil, o Presidente decreta estado de calamidade pública e se reúne com ministros e lideranças políticas para emplacar a reforma trabalhistas que, dentre outros, pretende reduzir salários de trabalhadores. O decreto permite ao Presidente tomar medidas excepcionais de racionalização dos serviços públicos, como atrasar a execução de gastos obrigatórios por exemplo.
No Acre, o governador aproveita a epidemia do coronavirus (zero óbitos) para também decretar Calamidade Pública e, assim, beneficiar o seu governo com o uso mais flexível do dinheiro público, já que licitações são dispensadas e empresas já contratadas poderão obter os mimos chamados “aditivos”, além de poder contrair empréstimos compulsoriamente, dentre outros.
Bem, eu só acho tudo isso muitos estranho quando medidas tão radicais são tomadas para resolver problemas de saúde pública que, comparado a outros, não são tão letais assim. Quem poderá me dizer a quantidade de pessoas que morreram no Acre por conta da “máfia” que existia no serviço de saúde pública no Acre que o próprio governador chamou de cartel? A corrução que rouba dinheiro público da saúde no Acre é muito mais danosa que o coronavirus.
O que percebo é que há muita articulação política e financeira muito grande em torno e por trás desse vírus, que tornou o medo dele muito maior do que o seu real perigo. Parece-me que a sensação de caos está sendo propositalmente divulgada para que uma histeria coletiva aconteça e políticos fiquem mais à vontade para pousarem como heróis e fazerem uso mais livre do dinheiro público, cortarem benefícios, etc., e depois culparem o vírus da iminente depressão econômica que, por sinal, já estava a caminho, antes mesmo da pandemia. O Brasil parou e o Acre também. Quem vai pagar a conta? Afinal, a corda sempre quebra do lado mais fraco e a taxa de desemprego só tende a aumentar.
Temo que estejamos sendo vítimas de uma mega engenharia de manipulação, que tenderá, em âmbito internacional, fazer com que os países ocidentais limitem suas relações econômicas com a China e se voltem para os EUA. Em âmbito nacional e local, o “perigo do vírus” deu ao presidente e aos governadores o estado de exceção.
Mas até que se provem o contrário, essas são ideias soltas que não passam de teorias conspiratórias. Enquanto o caso não é elucidado, espero que o governador do Acre decrete estado de calamidade por causa da malária, do rotavírus, da dengue, da hepatite ou até mesmo das doenças do aparelho circulatório. Por quê? Basta fazer as contas da quantidade de pessoas afetadas por elas para entendermos onde mora realmente o perigo?
*Prof. Dr. Eduardo Carneiro (UFAC) – economista, historiador e linguista.
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Casos de Covid-19 aumentam nas regiões Norte e Nordeste
A atualização destaca haver tendência de aumento dos casos de SRAG por covid-19 em nove estados, todos nas regiões Norte ou Nordeste: Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Tocantins, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe
Pelo menos 287 pessoas morreram por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada por Covid-19 apenas neste mês de janeiro, no Brasil. O total de casos graves com diagnóstico confirmado da doença se aproxima de 900. Os dados são do Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e se referem às notificações feitas ao Ministério da Saúde até o dia 25 de janeiro.
O termo síndrome respiratória aguda grave se refere ao agravamento de sintomas gripais com o comprometimento da função pulmonar. A maioria dos casos acontece após uma infecção viral. Por enquanto, quase 52% dos casos registrado este ano, com resultado positivo para algum vírus, foram provocados por Covid-19. Mas o coronavírus causou 78,7% das infecções que levaram a óbito.
Os dados dessa última atualização reforçam um alerta que já têm sido feito há algumas semanas sobre o aumento das infecções pelo coronavírus. O boletim, inclusive, considera a possibilidade de que uma nova variante mais transmissível possa estar se espalhando.
A atualização destaca haver tendência de aumento dos casos de SRAG por covid-19 em nove estados, todos nas regiões Norte ou Nordeste: Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Tocantins, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. A incidência de casos graves é maior entre as crianças pequenas e os idosos, e a mortalidade ocorre majoritariamente em idosos. Mas o levantamento alerta que no Amazonas e em Rondônia tem sido observado um aumento de SRAG também entre jovens e adultos.
De acordo com a pesquisadora Tatiana Portela, as recomendações de praxe permanecem: “Em caso de sintomas gripais, o ideal é ficar em casa em isolamento, evitando transmitir esse vírus para outras pessoas, mas, se não for possível fazer esse isolamento, o recomendado é sair de casa utilizando uma boa máscara. E claro, é muito importante que todas as pessoas estejam em dia com a vacinação contra a covid-19.”
O esquema atual de vacinação no Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza duas ou três doses (a depender do imunizante) para todas as crianças de 6 meses a menos de 5 anos. Além disso, idosos e pessoas imunocomprometidas devem receber uma nova dose a cada seis meses. Já as grávidas devem receber uma dose durante a gestação, e as pessoas que fazem parte de algum grupo vulnerável, como indígenas e quilombolas e pessoas com deficiência ou comorbidade, devem tomar um reforço anual.
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Polícia faz duas apreensões de drogas e prende cinco pessoas em Tarauacá
Os três homens foram presos na ação, eles foram levados para a delegacia juntamente com todo o material apreendido, para os devidos procedimentos legais
Duas apreensões de drogas foram realizadas pela Polícia Militar nesta quinta-feira, 30, em Tarauacá e cinco pessoas foram presos, sendo quatro por tráfico. Uma indígena foi detida ao ser flagrado comprando droga.
A primeira apreensão aconteceu na rua Lauriete Borges, bairro Triângulo, quando a PM percebeu uma movimentação estranha em um estabelecimento comercial. Um homem que estava no local demonstrou nervosismo ao notar a presença policial e tentou se esconder nos fundos, onde foi flagrado escondendo entorpecentes.
No total, três homens foram presos na ação e admitiram estar envolvidos na venda de drogas há cerca de um ano na região. Eles foram levados para a delegacia juntamente com todo o material apreendido, para os devidos procedimentos legais.
Já na rua Benjamin Constant, a Polícia Militar, por meio do Serviço de Inteligência, prendeu em flagrante Rafael Vasconcelos de Melo, por tráfico de pedra de crack e oxidado. Segundo a PM, ele já tem diversas passagens por furtos, roubos e tráfico. Uma indígena que estaria comprando drogas do traficante também foi presa.
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