Acre
Seca histórica e El Niño de 2023/2024 causam queda recorde na produção de castanha-da-amazônia em 40 anos
Safra 2024/2025 pode ser a pior em décadas, ameaçando sustento de comunidades extrativistas; Embrapa projeta recuperação apenas em 2026

O prolongamento do fenômeno El Niño, associado à baixa nebulosidade, alta radiação solar e queimadas recorrentes, provocou uma queda drástica na umidade do solo. Foto: internet
A combinação de seca extrema, temperaturas elevadas e efeitos do El Niño entre agosto de 2023 e maio de 2024 resultou na pior quebra de safra de castanha-da-amazônia em 40 anos. A perspectiva de recuperação para a próxima safra é considerada promissora, mas especialistas alertam: é urgente a adoção de medidas de adaptação para garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Dados preliminares da Embrapa apontam redução que pode chegar a 60% na produção, com impactos diretos em milhares de famílias extrativistas que dependem do produto como principal fonte de renda.
“A floração da castanheira-da-amazônia ocorre no fim da estação seca e início da chuvosa, podendo durar até seis meses. Já a maturação dos frutos leva entre nove e treze meses. Todo esse processo é sensível às variações climáticas extremas”, explica Carolina Volkmer de Castilho, pesquisadora da Embrapa.
A crise climática por trás da queda
Pesquisadores identificaram uma cadeia de eventos devastadores:
- Déficit hídrico: Umidade do solo 45% abaixo da média histórica
- Estresse térmico: Temperaturas 3°C acima do normal durante a floração
- Fogo e radiação: Queimadas e baixa nebulosidade prejudicaram a frutificação
“Vimos castanheiras centenárias abortarem frutos pela primeira vez”, relatou o pesquisador da Embrapa Acre, Marcos Vinicius.
Impacto social e econômico
A queda afeta diretamente:
- 25 mil famílias extrativistas na Amazônia
- 120 cooperativas e associações de produtores
- Cadeia que movimenta R$ 280 milhões/ano no Norte do país
No Acre, estado produtor, a colheita que normalmente começa no mês de dezembro pode ser adiada e atrapalhar o cenário, já para 2026.

A Amazônia registrou, entre agosto de 2023 e maio de 2024, uma das secas mais intensas dos últimos 40 anos. Foto: internet
Estratégias de resistência
Diante do cenário, especialistas propõem:
Renovação dos castanhais: Substituição de árvores senis (acima de 300 anos)
Seguro-extrativismo: Modelo em teste no Pará para compensar perdas
Manejo adaptativo: Técnicas para reduzir estresse hídrico
Luz no fim do túnel
A Embrapa projeta uma superprodução em 2026, padrão observado após:
- A seca de 2023/2024 (+37% na safra seguinte)
- O El Niño de 2023 (recorde histórico)
Próximos passos:
- Ministério do Meio Ambiente estuda plano emergencial
- Embrapa prepara relatório técnico para o Congresso Nacional
A Riqueza da Castanha
1 árvore produz em média 200 ouriços/ano (em condições normais)
Safra 2024: estimativa de 80 ouriços/árvore
Brasil responde por 60% da produção global
Preço ao produtor pode subir (temporadas)
Fontes: Embrapa/IBGE/Conab
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Acre
Rio Acre recua 10 centímetros, mas segue acima da cota de transbordamento em Rio Branco
Nível do rio marcou 14,30 metros às 15h; Defesa Civil mantém monitoramento devido à previsão de novas chuvas.

Foto: Sérgio Vale
O nível do Rio Acre apresentou recuo de 10 centímetros neste sábado, conforme boletim divulgado pela Defesa Civil Municipal de Rio Branco. Na última medição do dia, realizada às 15h, o manancial marcou 14,30 metros, permanecendo acima da cota de transbordamento, estabelecida em 14,00 metros.
De acordo com os dados oficiais, na primeira medição do dia, às 5h26, o rio registrava 13,73 metros, já acima da cota de alerta, que é de 13,50 metros. Às 9h, o nível chegou a 14,00 metros, atingindo oficialmente a cota de transbordamento. Em seguida, às 12h, o Rio Acre subiu para 14,40 metros e, no início da tarde, recuou para 14,30 metros.
Apesar de não haver registro de chuva nas últimas 24 horas na capital — com índice de 0,00 milímetro —, o coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que a elevação do nível do rio é consequência das fortes precipitações ocorridas nas regiões de cabeceiras e em municípios do interior do estado, cujas águas continuam chegando a Rio Branco.
Segundo Falcão, há previsão de novas chuvas tanto nas áreas de nascente do Rio Acre quanto na capital acreana, o que mantém os órgãos de monitoramento em estado de atenção.
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Acre
Moradores da Sapolândia começam a deixar suas casas por conta da cheia

Moradores do bairro Hélio Melo, conhecido como “Sapolândia”, em Rio Branco, começaram a deixar suas casas no início da tarde deste sábado (27), em razão da cheia do igarapé São Francisco que já começa a deslojar as famílias da região.
De acordo com a organização sem fins lucrativos Conexão do Bem, as famílias aguardaram durante a manhã por apoio da Defesa Civil. Diante da ausência de atendimento no período, os próprios moradores decidiram sair das residências por conta própria, como forma de evitar maiores prejuízos
A Defesa Civil informou que a previsão é de que o nível do Rio Acre e dos igarapés continue subindo neste domingo, o que pode agravar o cenário de inundação em áreas já atingidas da capital acreana. A situação segue em monitoramento.
VEJA O VÍDEO:
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Rio Acre segue em elevação e atinge 14,40 metros em Rio Branco
Nível do rio permanece acima da cota de transbordamento e aumenta risco de alagamentos na capital acreana.

Foto: Sérgio Vale

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