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‘Se pudesse voltar no tempo, não teria feito’, diz Rogério Caboclo sobre comportamento em caso de assédio

Presidente afastado da CBF negou as denúncias de funcionária da entidade, mesmo com áudios indicando a prática, mas admitiu estar arrependido de suas declarações flagradas na gravação

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O cartola inclusive seria o responsável por apresentar um acordo no valor de R$ 12,4 milhões em troca do silêncio da funcionária.

O presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, reforçou que nunca cometeu nenhum tipo de assédio, em alusão às denúncias feitas por uma funcionária da entidade. Apesar da negativa, mesmo com áudios indicando a prática, ele admitiu que teve comportamento inadequado e que está arrependido. Em entrevista à revista Veja, o dirigente disse que o episódio está sendo usado por seus “adversários” em um caso que classificou como “político”.

Caboclo foi afastado do cargo no dia 6 de junho pela Comissão de Ética da CBF após virem à tona acusações de assédio moral e sexual apresentadas por uma ex-secretária. Em julho, a diretoria da entidade resolveu ampliar o afastamento por mais 60 dias enquanto as apurações seguem em andamento. O caso foi revelado pelo site GE, que teve acesso a diálogos nos quais o presidente constrange a funcionária no ambiente de trabalho.

— Posso afirmar categoricamente que nunca cometi nenhum tipo de assédio. Nunca tive a liberdade de tocá-la, de insinuar qualquer coisa. Nunca tive nenhum apreço a não ser o de cunho profissional. Não houve nada parecido além daquele episódio gravado. Se pudesse voltar no tempo, não teria feito o que fiz. Me arrependo profundamente — disse Caboclo à Veja.

O presidente afastado argumentou ainda que a conversa foi gravada com uma pessoa com quem ele tinha intimidade e alegou que os áudios foram editados e tirados do contexto. O dirigente, no entanto, não explicou qual seria esse contexto. A defesa de Caboclo já havia sustentado perante a Comissão de Ética da confederação que seu cliente fora “mal interpretado”.

O mandatário sugeriu que o episódio está sendo usado por seus opositores, que, segundo ele, fizeram uma proposta financeira para que o caso fosse abafado. Caboclo acusou o ex-presidente da CBF Marco Polo del Nero, banido do futebol por corrupção, de comandar um golpe do qual seria vítima. O cartola inclusive seria o responsável por apresentar um acordo no valor de R$ 12,4 milhões em troca do silêncio da funcionária.

— É notório que houve edição, a voz dela foi suprimida, e não se percebe a troca entre as pessoas naquela conversa. Mas esse aspecto não é o principal, pouco importa se houve edição. Tínhamos intimidade eu a considerava até como uma confidente. E pessoas com essa intimidade podem ter conversas mais próximas. Mas insisto, fiz comentários infelizes e de mau gosto — e meus adversários usaram isso contra mim, e virou um caso político. Logo em seguida, me fizeram uma proposta financeira que, de fato, eu não podia aceitar.

Liga de clubes

No período em que Caboclo esteve afastado, aumentaram as discussões sobre a formação de uma liga de clubes à margem da CBF. As crises internas na entidade, porém, arrefeceram a articulação de clubes por uma nova organização de campeonatos nacionais. A proposta não é bem vista pelo mandatário, que defendeu um modelo “moderado”.

— Enquanto estive na presidência, não era um tema em voga. Surgiu tão logo aconteceu o meu afastamento. Os clubes e os atletas são a parte essencial do futebol, sem dúvida. É fundamental ouvi-los, mas há modelos de ligas que decolam e modelos que naufragam. O ideal seria um modelo moderado, em que os clubes tenham participação cada vez mais efetiva, mas com gestão da CBF na organização dos campeonatos — opinou em entrevista à Veja.

Caboclo também minimizou o distanciamento do torcedor com a seleção brasileira e afirmou que, se depender dele, Tite será o técnico do Brasil na Copa do Qatar no ano que vem.

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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

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Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli

Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.

A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.

O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.

O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.

“Um cônjuge é suficiente”

No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.

Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.

“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.

“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.

 

Fonte: CNN

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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá

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Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

Como resultado da ação, o delegado Charles Corrêa e o policial Daniel Lima das Neves foram afastados cautelarmente de suas funções. Em um dos endereços alvo, a PF apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e cerca de € 25 mil. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma de uso restrito.

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações bancárias suspeitas, incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados. Segundo a PF, empresários e agentes públicos atuantes na região de fronteira estariam envolvidos na ocultação de recursos provenientes do comércio ilegal de ouro.

A corporação identificou ainda que joalherias de diversos estados transferiam valores para um posto de combustíveis em Oiapoque. O estabelecimento, por sua vez, repassava o dinheiro a um agente público local, reforçando os indícios de lavagem de capitais.

A PF também apurou movimentações superiores a R$ 4,5 milhões feitas por servidores públicos sem justificativa econômica. Para disfarçar a origem ilícita dos recursos, teriam sido usadas empresas de fachada.

Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato — somadas, as penas ultrapassam 60 anos de prisão.

A operação contou com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá no cumprimento das medidas judiciais.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF

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Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)

 

Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.

Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.

A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.

Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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