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Acre

Projeto cadastra famílias de reserva extrativista para gerar emprego e renda e reduzir desmatamento no AC

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Conhecida como umas das principais áreas de conservação do estado, a Reserva Extrativista Chico Mendes sempre lidera o ranking quando o assunto é queimada ou desmatamento. O enfraquecimento do extrativismo como atividade principal e o crescimento da pecuária dentro da área impactam nesse atual cenário.

Para tentar mudar isso, alguns projetos estão sendo colocados em prática. A primeira ação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi a retomada das reuniões do Conselho Deliberativo da comunidade em dezembro do ano passado. Desde 2019 os encontros estavam suspensos.

A vice-presidente da Associação dos Moradores e Produtores da Resex Chico Mendes de Brasileia e Epitaciolândia (Amopreabe), Luíza Carlota, explica que algumas medidas estão sendo tomadas dentro da comunidade, entre elas, capacitações nas comunidades e até alerta para cuidados contra a Covid-19.

Desde maio, a associação fez 260 atendimentos em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para aquisição de linhas de crédito que devem gerar emprego e renda e reduzir o desmatamento.

 

Ações de vacina também são oferecidas dentro da comunidade — Foto: Amopreabe

Ações de vacina também são oferecidas dentro da comunidade — Foto: Amopreabe

“Estamos trabalhando no apoio à moradia e produção agrícola. Nós fizemos 260 atendimentos, começamos ele em maio do ano passado. Foi finalizada a primeira fase dele e aí foi uma fase de seis meses e acabou o recurso, fizemos a prestação de contas e estamos aguardando a resposta. Nesta segunda fase vamos aproveitar para fazer eleições comunitárias do núcleo de base e organização do reflorestamento”, destaca a vice-presidente.

Ao todo são 3 mil famílias em toda a reserva, segundo a associação. O objetivo, segundo Luíza, é que esses projetos acabem incluindo a todos da área.

“Nós só vamos conseguir reduzir esse desmatamento dentro da unidade se colocarmos alguma coisa que dê retorno para o morador e muito tem se batido no café e açaí, então estamos trabalhando com apoio de emenda parlamentar e também da Secretaria de Meio Ambiente para o reflorestamento das áreas degradadas, então estamos aí empenhados em reflorestar algumas áreas que foram desmatadas além do limite”, explica.

Sobre o crédito dado aos moradores da reserva, o Incra informou que os beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária do Incra têm à disposição recursos que permitem a instalação em um assentamento e o desenvolvimento de atividades produtivas.

“O chamado crédito instalação é a primeira etapa de financiamento garantida pelo Incra às famílias. São nove as modalidades oferecidas pela Superintendência Regional do Acre. Apoio Inicial, Fomento, Fomento Mulher, Habitacional, são linhas de crédito educativas disponíveis para o público cadastrado no Incra com a oportunidade de continuar no campo e investindo na produção e melhoria da qualidade de vida com a dignidade habitacional”, destaca o Incra.

É permitido a cada família solicitar mais de uma linha do Crédito Instalação. São elas:

  • Apoio inicial – destinado à compra de itens de primeira necessidade, bens duráveis de uso doméstico e de equipamentos produtivos. O valor R$ 5,2 mil;
  • Fomento – viabiliza projetos voltados à promoção da segurança alimentar e nutricional e de estímulo à geração de trabalho e renda, valor de R$ 6,4 mil;
  • Fomento Mulher – ajuda as mulheres titulares do lote a implantar projetos produtivos sob responsabilidade delas. Valor de até R$ 5 mil;
  • Habitacional – voltada à construção de moradias nos assentamentos criados ou reconhecidos pelo Incra, com valor de R$ 34 mil;

 

Em Brasileia, o Incra está cadastrando famílias na Resex Chico Mendes para contratação de financiamentos do crédito instalação para atender300 famílias com investimentos de aproximadamente R$ 3,5 milhões, previstos para aplicar durante o exercício do ano 2022.

“Outra importante atividade neste município é a construção de abatedouro de frango caipira, no Projeto de Desenvolvimento Sustentável Porto Carlos, cujos investimentos se aproximam de R$ 2 milhões, com a perspectiva de atender inicialmente cerca de 150 famílias dos projetos: Porto Carlos, Santa Quitéria e Paraguaçu. A produção de frangos caipira, está estimada em 7 toneladas mês, e a inauguração do abatedouro está prevista para meados de maio de 2022”, destaca a nota.

Ações tem o objetivo de reduzir desmatamento dentro da área — Foto: Amopreabe

‘PL atrapalha’

Outra questão que ameaça a unidade de conservação é o projeto de lei 6.024, apresentado pela deputada federal Mara Rocha (PSDB-AC), que tira a proteção integral da Serra do Divisor no Vale do Juruá, no interior do Acre e altera os limites da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex).

No caso da área da Resex, localizada nos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Epitaciolândia, Rio Branco e Sena Madureira, seria reduzida em quase 8 mil hectares. A área, segundo o PL, é habitada por famílias de agricultores rurais que já moravam no local antes da criação da reserva, em 1990, e vivem do cultivo de pequenas plantações e criação de rebanhos de gado.

Atualmente o projeto tramita na Câmara dos Deputados e aguarda parecer do relator na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra.).

O PL é de autoria do senador Márcio Bittar (MDB) e foi apresentado pela deputada federal Mara Rocha (PSDB) em novembro de 2019. Ele ficou parado durante todo o ano de 2020 e os três primeiros meses de 2021. Até que no último dia 31 de março foi designado relator e ele foi retomado.

Uma petição on-line das associações reúne assinaturas contra o PL. Luíza conta que, com isso, muitas pessoas começaram a desmatar mais que o necessário dentro da reserva.

“Depois que apareceu na mídia o bendito o PL aumentou muito o desmatamento na unidade, onde tem um roçado só as pessoas estão vendendo o pedaço, então, assim, precisamos combater, nós queremos a unidade e não vai ser um projeto desse que vai mudar”, disse.

Paralelo a isso, ela disse que o extrativismo tem voltado a ganhar força na unidade, uma vez que parcerias com cooperativas fortalecem a venda da borracha. “Se você tira borracha da seringa, claro que não vai querer derrubar, então isso ajuda”, finaliza.

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Acre

Líder do Governo na Aleac aponta alternativa para fim dos conflitos em Xapuri

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Deputado Manoel Moraes concedeu entrevista ao repórter Jorge Natal

Manoel Moraes diz que o plantio e cultura do café seriam saídas econômica e fator de geração de renda para ex-seringueiros abandonados pelo poder público

Criada em 1990, a Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex) foi pioneira no Brasil no conceito de unidade de conservação de uso sustentável, no qual as populações tradicionais pudessem ter permissão de não só morar dentro da floresta mas também realizar o extrativismo de bens naturais, como a castanha, a seringa e até a madeira – desde que dentro de um plano de manejo sustentável. Tudo, aliás, como defendia o líder sindical Chico Mendes, abatido a tiros dois anos antes de criação da Reserva que leva o seu nome. Da forma como foi criada, a Resex daria a seus moradores produtos como a castanha, a borracha, o açaí, os óleos vegetais e até a madeira, tudo poderia ser explorado racionalmente.

O tempo mostrou que que isso não deu certo. Propalada como alternativa à proteção do meio ambiente, mesmo quando a derrubada de árvores e retirada de madeira for uma atividade comercial intensa, o chamado manejo florestal, pelo menos nas florestas do Acre, não passou de uma farsa e as pessoas que deveriam ser beneficiárias pela exploração econômica, além de abandonadas pelo poder público, ficaram cada vez mais pobres.

Para piorar a situação, os seringais de cultivo do Centro-Sul do País acabaram de vez de sepultar qualquer possibilidade de extração de borracha de forma comercial rentável. A também difundida bioeconomia foi outra falácia – ou seja, as indústrias de fármacos e cosméticos nunca se instalaram por estas paragens. Resumo da ópera: não existe possibilidade de se auferir renda, o governo federal não oferece alternativas e as populações tradicionais estão abandonadas à própria sorte. Fomos até Xapuri, cidade que voltou a ser palco de luta agrária, para conversar entre os ocupantes da Resex que, aos poucos, foram se tornando fazendeiros – mas, ainda assim criadores de gado em pastagem que deveriam ter permanecido como floresta em pé, para conversar com o deputado estadual Manoel Moraes (Progressistas), que é líder do governo do Estado na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).

Embora tenha nascido em Rio Branco, o parlamentar é radicado há muitos anos no município e, além disso, tem como principal ação parlamentar as causas do homem do campo. Moraes também é fiscal ambiental de carreira do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, autarquia federal que tem como missão primordial proteger o meio ambiente, garantir a qualidade ambiental e assegurar a sustentabilidade no uso dos recursos naturais. Em sua casa, ele nos concedeu esta entrevista.

O Aquiri – Como a política entrou na sua vida?

Manoel Moraes – A política faz parte da vida da gente e eu sempre ajudei as pessoas. A gente se ressentia de uma boa representação tanto no parlamento quanto aqui no executivo. Eu perdi duas eleições: uma para deputado estadual e outra para prefeito. Depois que ganhei a primeira eleição em 2010, não perdi mais de lá para cá. Já são quatro mandatos consecutivos.

A política, para mim, é um instrumento de transformação quando colocada verdadeiramente a serviço do povo.”

Deputado Manoel Moraes é o líder do Governo na Aleac

Aquiri – Quais são as principais bandeiras de luta do seu mandato? Manoel Moraes – Ao longo da minha trajetória como deputado estadual, sempre pautei minha atuação pelo compromisso com os que mais precisam, em especial o homem e a mulher do campo, que enfrentam desafios diários para produzir e sustentar suas famílias. A política, para mim, é um instrumento de transformação quando colocada verdadeiramente a serviço do povo. Por isso, tenho atuado com responsabilidade nos 22 municípios do Acre, com destaque para Xapuri, onde destino emendas todos os anos para melhoria da infraestrutura da cidade, entre outras áreas essenciais. Durante minha trajetória política, em prol do povo xapuriense, tenho lutado pela construção da ponte da Sibéria. Um sonho histórico da população, e que em breve se tornará realidade juntamente com a estrada da variante.

O Aquiri – E como é ser líder do governo? Liderar uma bancada que só diz amém ao Governo é bom para o seu mandato? Manoel Moraes – Como líder do governo na Aleac, tenho buscado sempre o equilíbrio e o diálogo entre os poderes, representando o povo dentro dessas articulações, construindo soluções em parceria com o governador Gladson Cameli e com a vice-governadora Mailza, que têm demonstrado compromisso com as pautas dos municípios e com o desenvolvimento regional. Meu mandato também tem se dedicado a outras cidades, como Tarauacá, Mâncio Lima, Bujari, e às demais destino recursos para áreas essenciais como saúde, educação, assistência social e infraestrutura. Dizem que existe uma “maldição” do líder do governo não se reeleger e até encerrar a sua carreira política. Acredito que isso não irá acontecer, mas admitir que é uma função muito espinhosa.

O Aquiri – O senhor é um dos políticos que mais luta pela regularização fundiária. Comente sobre isso Manoel Moraes – Uma das causas que abracei com mais firmeza foi a da regularização fundiária, tanto nas áreas urbanas quanto nas áreas rurais. A falta de segurança jurídica tem travado o progresso de muitas famílias e comunidades que esperam, há décadas, pelo reconhecimento oficial de suas terras. Como resposta a essa realidade, propus e conseguimos aprovar a Lei nº 4.587, que foi sancionada pelo governo do Estado e garante a redução do prazo mínimo de ocupação para a regularização dos polos e quintais agroflorestais. Isso significa justiça para centenas de produtores, que antes eram penalizados pela burocracia, agora têm a chance de finalmente ter acesso ao título definitivo de suas terras. Cerca de 70% das propriedades no Acre não possuem documentação.

O Aquiri – Logo após a morte do Chico Mendes, o senhor veio coordenar o Ibama aqui em Xapuri. Como sobre isso. Manoel Moraes – A classe dos trabalhadores rurais e dos fazendeiros eram muito fortes e me jogaram aqui em Xapuri, que é uma localidade complexa. Por ter uma origem humilde e ter trabalhado na extinta Sudhevea (Superintendência da Borracha), tive algumas facilidades e ganhei o respeito das duas classes. Fui chefe aqui no município por dez anos e depois fui responsável pela fiscalização no Acre. Eu trabalhei na primeira picada da Resex. Alguns anos depois, que vim para o ICMBio

*”O morador, por não conseguir mais viver do extrativismo, teve que desmatar para buscar outras fontes de renda. O gado virou alternativa porque é uma fonte de renda segura para as famílias ”

Manoel Moraes nasceu em Rio Branco mas radicou-se em Xapuri

O Aquiri – O que está acontecendo aqui na zona rural de Xapuri?

Manoel Moraes – Isso é uma coisa altamente complexa. A Resex é do lado esquerdo de quem desce o rio e do lado direito de quem sobe. Apenas num local ela atravessou o Rio Acre e justamente onde está acontecendo essa confusão. As pessoas não sabiam que área era protegida e pensavam que era reserva de uma fazenda. A Resex foi criada em 1990, mas vieram colocar só 2006. Foram isso tem outro problema. O morador, por não conseguir mais viver do extrativismo, teve que desmatar para buscar outras fontes de renda. O gado virou alternativa porque é uma fonte de renda segura para as famílias. É preciso criar reservas e protegê-las, mas precisamos defender quem mora nela. Essa conta não está fechando. Existe um limite para a criação de gado, porém quem tem dez cabeças hoje, quer ter vinte amanhã e assim por diante, o que é natural no empreendedorismo rural. Existem casos de duas gerações ocupando a terra. Precisamos urgentemente de alternativa para esses moradores. Eu acredito que o café seja uma delas, mesmo porque essa cultura não vai trazer danos para o meio ambiente.

O Aquiri – Por que não existe uma única agroindústria em Xapuri? Manoel Moraes – Para existir indústrias é preciso ter matéria prima em escala, ou seja, produção. Em nossa região, a pecuária já está consolidada. Podemos usar os 20% permitido em lei e diversificar a produção de culturas vocacionais, principalmente com a sensação do momento que é o café. Quem vai resolver o problema de Xapuri e do Acre são os produtores rurais e uma cultura empreendedora. Mesmo com uma terra boa e um povo trabalhador, existem poucos estudos e investimentos nas nossas cadeias produtivas.

 

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Acre

CRM proíbe estágio de alunos de medicina do exterior em unidades do Acre

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© Fernando Frazão/Agência Brasil

O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) publicou nesta quinta-feira, 24, no Diário Oficial da União (DOU) uma recomendação que proíbe a realização de estágios e internatos por estudantes de medicina oriundos de instituições estrangeiras nas unidades de saúde públicas e privadas do estado. A medida está formalizada na Recomendação CRM-AC nº 1, e entra em vigor 180 dias após sua publicação oficial.

A decisão leva em consideração a ausência de convênios ou acordos oficiais entre faculdades estrangeiras e instituições acreanas, conforme exigem as normas do Ministério da Educação e a Resolução CFM nº 1.650/2002, que regulamenta a prática.

Segundo o texto, o exercício da medicina por estudantes não habilitados ou não registrados no Conselho é considerado ilegal. O CRM alerta que qualquer convênio ou permissão informal para atuação desses estudantes pode gerar responsabilizações éticas, civis e criminais.

A recomendação é direcionada a secretários de saúde, diretores de hospitais, médicos e demais gestores do setor. Caso a norma seja descumprida, os profissionais devem comunicar o Conselho para que as medidas legais cabíveis sejam adotadas.

A medida também foi motivada por uma requisição do Ministério Público do Estado do Acre, por meio da 1ª Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, diante do aumento de casos de atuação de estudantes estrangeiros sem a devida autorização legal.

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Acre

Governo repudia venda irregular de ingressos para shows da ExpoAcre

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Ação representa um ato de solidariedade. Foto: Alice Leão/Secom

Diante de informações sobre a suposta venda de ingressos para os shows da Expoacre 2025 circulando na internet, o governo do Estado do Acre divulgou, nesta quinta-feira, 24, uma nota pública para esclarecer a situação e orientar a população.

De acordo com o comunicado, os ingressos para os shows nacionais, incluindo a apresentação da dupla Jorge & Mateus, já estão esgotados, e não há comercialização oficial de bilhetes para o espaço da pista.

A distribuição foi realizada exclusivamente por meio de postos de troca autorizados, mediante a doação de 2 kg de alimentos não perecíveis.

Segundo o governo, a limitação da quantidade de ingressos obedece a critérios técnicos relacionados à capacidade máxima da arena de shows, seguindo normas de segurança, infraestrutura e conforto para o público.

Segundo a organização, não é permitida a venda de ingressos para o espaço da pista dos shows nacionais da Expoacre. A retirada de ingressos é feita somente nos postos oficiais de troca, mediante doação de 2 kg de alimentos.

O governo reforça que qualquer tentativa de venda de ingressos é ilegal e deve ser denunciada. A população pode acionar o número 190 da Polícia Militar ou registrar um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima.

“O governo ressalta que, caso se depare com alguma situação de venda de ingressos, a população pode denunciar a prática ilícita no canal de atendimento 190 e/ou registrar boletim de ocorrência na delegacia mais próxima”, diz a nota oficial.

A Expoacre 2025, edição comemorativa de 50 anos, segue com ampla programação cultural, de negócios e entretenimento, e a expectativa é de grande público nos próximos dias.

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