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Procurador diz em comissão do Senado que pedaladas foram estelionato eleitoral

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Agência Brasil

O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo de Oliveira, disse hoje (2), na Comissão Especial do Impeachment no Senado, que o Brasil foi vítima de um “estelionato eleitoral” em 2014.

De acordo com Oliveira, o governo optou deliberadamente por acumular débitos com os bancos públicos para utilizar o dinheiro que deveria ser repassado a eles pelo pagamento de programas sociais na ampliação dos gastos públicos em ano eleitoral, beneficiando a presidenta Dilma Rousseff na disputa presidencial.

“O Brasil foi vítima de um estelionato eleitoral, porque o governo apresentou um desempenho, uma performance resultante de meios ilícitos de ação e não poderia utilizar R$ 40 bilhões dos bancos públicos para realização de despesas primárias no nível extraordinário em 2014; depois, foram cortados em 2015 e, agora, mais cortados ainda em 2016”, disse.

Alertas do TCU

O procurador foi questionado por senadores governistas diversas vezes sobre a inexistência de alertas do TCU para a Presidência da República sobre as supostas irregularidades que estavam sendo cometidas. Oliveira disse que os órgãos de controle estão em constante aprimoramento e devem ser cobrados quando se omitem, mas que a ausência de alertas não pode servir de justificativa para a infração da lei.

O procurador do TCU Júlio Marcelo de Oliveira compôs a equipe técnica que produziu parecer pela rejeição das contas presidenciais em 2014Marcelo Camargo/Agência Brasil

O procurador do TCU Júlio Marcelo de Oliveira compôs a equipe técnica que produziu parecer pela rejeição das contas presidenciais em 2014Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Não precisa o Tribunal de Contas da União ou o Ministério Público de Contas apontar o erro para que o erro esteja configurado. O que configura o erro é a conduta incompatível com a norma legal. Não é quando o TCU diz que está errado que se admite ‘Ah, agora está errado’. Não, está errado desde o momento em que a conduta é praticada”, disse.

Oliveira também rebateu a argumentação apresentada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, de que não houve dolo por parte da presidenta da República ao praticar as irregularidades porque ela estaria amparada por pareceres técnicos que indicavam a legalidade de seus atos.

“O dolo é a vontade livre e consciente de praticar a conduta. Ele não se confunde com má-fé. Dolo é a vontade livre e consciente de praticar a conduta e um resultado almejado. Quando a presidente assina um decreto, ela o assina com vontade livre e consciente. Não há nada coagindo-a, nada enganando, nada ludibriando. Quando a presidente usa o seu governo para obter operações de crédito junto às instituições financeiras federais, a presidente está agindo com vontade livre e consciente de obter, e obteve, o resultado pretendido, que era financiar as despesas primárias do Governo Federal para expandir o gasto público além da sua capacidade, especialmente no ano eleitoral e assim tirar os benefícios que disso resultava”, disse o procurador, que compôs a equipe técnica que produziu parecer pela rejeição das contas presidenciais em 2014.

 O advogado Fábio Medina Osório disse que os senadores têm o direito de analisar todo o conjunto de acusações contra a presidentaMarcelo Camargo/Agência Brasil


O advogado Fábio Medina Osório disse que os senadores têm o direito de analisar todo o conjunto de acusações contra a presidentaMarcelo Camargo/Agência Brasil

Obrigação de saber

Também compondo o grupo de especialistas convidados a falar a favor do impeachment hoje, o advogado e presidente do Instituto Internacional de Estudos de Direito do Estado, Fábio Medina Osório, também defendeu que houve dolo da presidenta, uma vez que ela tinha o dever de saber o que estava se passando e dos efeitos de seus decretos e débitos com bancos públicos sobre as contas públicas. “Nós não podemos presumir que um governante desconheça o que acontece ao seu redor”, disse.

Osório disse que os senadores têm o direito de analisar todo o conjunto de acusações contra a presidenta, não apenas os fatos referentes a 2015, que foram acatados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na opinião dele, Dilma deve ser julgada “pelo conjunto da obra”, inclusive pelas consequências de seus atos, tais como elevação do desemprego e recessão econômica.

“É óbvio que houve práticas sistêmicas”, disse, referindo-se a uma ação continuada ao longo dos últimos três anos que incluiu a infração da Lei de Reponsabilidade Fiscal e a Constituição. “Houve evidentemente uma continuidade de ilícitos ou até um ilícito permanente. Mas para evitar que isso fosse objeto de uma discussão e gerasse uma instabilidade, uma insegurança jurídica, depois perante o Supremo Tribunal Federal, corretamente, a meu ver, o presidente da Câmara recortou e levou apenas o que está no mandato de 2015, o que não impede que vossas excelências façam um debate muito mais amplo”, disse, corroborando tese já apresentada por uma das autoras do pedido de impeachment, Janaína Paschoal, na mesma comissão.

 

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Putin indicou que pode trocar territórios em acordo com Ucrânia, diz jornal

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Segundo o Kommersant, um dos principais jornais da Rússia, presidente apresentou detalhes em reunião com empresários

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou • 26/09/2025 REUTERS/Ramil Sitdikov/Pool

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse a alguns dos principais empresários russos que poderia estar aberto a trocar parte do território controlado pelas forças russas na Ucrânia, mas que desejava a totalidade de Donbas, informou o jornal Kommersant.

Andrei Kolesnikov, correspondente do Kommersant no Kremlin, um dos principais jornais da Rússia, afirmou que Putin apresentou os detalhes do plano a empresários de alto escalão em uma reunião no Kremlin na noite de 24 de dezembro.

“Vladimir Putin afirmou que o lado russo ainda está disposto a fazer as concessões que fez em Anchorage. Em outras palavras, que ‘Donbas é nosso'”, noticiou o veículo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu repetidamente pôr fim ao conflito mais sangrento na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, e seu enviado, Steve Witkoff, e seu genro, Jared Kushner, têm negociado com a Rússia, a Ucrânia e as potências europeias.

Os detalhes completos das propostas americanas não foram divulgados, embora autoridades russas tenham se referido repetidamente a “entendimentos” não especificados alcançados entre Putin e Trump em uma cúpula em Anchorage, no Alasca, em agosto.

Rússia exige a região de Donbas

A Rússia controla toda a Crimeia, anexada em 2014, cerca de 90% de Donbas, 75% das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, e pequenas porções das regiões de Kharkiv, Sumy, Mykolaiv e Dnipropetrovsk, segundo estimativas russas.

Putin afirmou em 19 de dezembro que considerava que um acordo de paz deveria se basear nos princípios das condições que estabeleceu para 2024: a Ucrânia se retirar completamente de Donbas, Zaporizhzhia e Kherson, e Kiev renunciar oficialmente à sua intenção de ingressar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Segundo o jornal Kommersant, Putin também abordou a questão da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior instalação nuclear da Europa, em sua reunião com empresários.

O jornal diz ainda que o presidente afirmou que estavam sendo discutidas as possibilidades de gestão conjunta russo-americana da usina nuclear.

Putin também afirmou que os Estados Unidos manifestaram interesse na mineração de criptomoedas perto da usina e que esta deveria ser usada para abastecer parcialmente a Ucrânia, segundo o jornal Kommersant.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 no que o Kremlin classifica como uma “operação militar especial”.

Fonte: CNN

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Moraes autoriza visita de filha de Michelle a Bolsonaro, mas nega cunhados

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Ex-presidente está internado em hospital de Brasília após passar por cirurgia de remoção de hérnia

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) • Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta sexta-feira (26) que a filha de Michelle Bolsonaro, Leticia Marianna, visite o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no hospital.  

A autorização é válida para todo o tempo em que Bolsonaro estiver internado e deve seguir regras gerais estabelecidas aos pacientes do hospital.  

Na quinta-feira (25), a defesa de Bolsonaro também pediu a liberação para visitas dos cunhados de Bolsonaro, irmãos de Michelle. Moraes negou, mas não apresentou justificativa.  

O ex-presidente passou por uma cirurgia para remoção de hérnia inguinal na quinta-feira (25). O procedimento durou cerca de 3 horas e não teve intercorrências.  

Bolsonaro agora segue internado para recuperação pós-operatória. Os cuidados incluem fisioterapia e tratamento para evitar trombose.  

A equipe médica informou que ainda não há como prever de forma precisa uma data para a alta hospitalar de Bolsonaro, mas que a expectativa é de que seja em até sete dias.  

Fonte: CNN

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Condenado pelo STF, ex-PRF Silvinei Vasques é preso no Paraguai

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Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei foi condenado pelo STF a 24 anos e 6 meses de prisão por trama golpista

Brasília (DF) 20/06/23
Silvinei Vasques com olhar perdido. Silvinei Vasques, que foi diretor da Polícia Rodoviára Federal (PRF) durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, depõe à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Os parlamentares questionam sua responsabilidade na tentativa de atrapalhar o voto de eleitores simpáticos ao então candidato Lula usando bloqueios policiais nas rodovias do nordeste.
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso no Paraguai, nesta sexta-feira (26/12). Ele tentava embarcar no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai. Ele tentava embarcar com passaporte falso para o Panamá e o destino final era El Salvador.

A suspeita é que Silvinei, condenado a 24 anos e 6 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), teria rompido a tornozeleira eletrônica e tentado deixar o Brasil pelo Paraguai.

Segundo fontes da diplomacia brasileira, as autoridades locais estão em contato com a adidância da Polícia Federal a fim de obter “a expulsão sumária” de Silvinei do país. A princípio, ele deverá ser entregue às autoridades policiais brasileiras na Tríplice Fronteira.

Matéria em atualização.

 

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