Brasil
Presidente diz que proporá a Biden manter políticas tratadas com Trump
Presidentes têm reunião marcada na 9ª Cúpula das Américas, em junho

Culto por ocasião da 48ª Assembleia Geral Extraordinária da Convenção Nacional das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira – CONAMAD
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (27) que quer manter as políticas definidas pelo governo brasileiro com o ex-presidente Donald Trump. Bolsonaro terá um encontro com o atual presidente norte-americano, Joe Biden, na 9ª Cúpula das Américas, a ser realizada de 6 a 10 de junho, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
“Terei uma audiência bilateral com o Biden na Cúpula das Américas para falar do Brasil e do que eu tinha tratado com [Donald] Trump [antecessor de Biden], para continuarmos essa política para o bem de nossos povos”, disse Bolsonaro em discurso durante a 48ª Assembleia Geral Extraordinária da Convenção Nacional das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira (Conamad), em Goiânia (GO).
Bolsonaro acrescentou que, entre os últimos chefes de Estado brasileiros é “o que mais respeita e admira o povo americano”.
Alguns detalhes do encontro entre os dois presidentes foram adiantados em comunicado da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, após reunião entre Bolsonaro e o assessor especial do governo dos Estados Unidos (EUA) para a 9ª Cúpula das Américas, Christopher Dodd, um ex-senador pelo Partido Democrata.
No comunicado, Dodd citou os temas principais que serão discutidos durante o evento e reforçou a importância da presença do Brasil. “A Cúpula das Américas se concentrará em algumas das questões mais importantes e compartilhadas de todo o hemisfério, como a garantia de que a democracia seja uma realidade para cada país, nossas metas climáticas compartilhadas, uma resposta mais colaborativa à covid-19 e a abordagem mais profunda do crime organizado e da instabilidade econômica.”
Segundo Dodd, o Brasil tem muito a contribuir nestes temas com os demais presidentes dos países das Américas que participarão da Cúpula. “Valorizamos muito a voz do Brasil enquanto discutimos soluções que ajudarão a construir vidas melhores para as pessoas do nosso hemisfério”, disse.
Soberania
No evento, Bolsonaro também comentou sobre a conversa que teve com o presidente russo, Vladimir Putin, na viagem que fez à Rússia, em fevereiro. De acordo com o presidente, ele foi informado de que as grandes potências tentaram colocar em pauta a questão da “relativização da soberania” brasileira sobre a Amazônia. A questão, segundo Bolsonaro, só não avançou graças à intervenção do presidente russo.
“Nós, militares, juramos dar a vida pela nossa pátria. Por vezes, temos que provar se o juramento foi ou não para valer”, disse o presidente.
“Devemos, portanto, mostrar a todos que esse Brasil é nosso. Não podemos entregar a soberania a quem quer que seja”, acrescentou.
“No encontro que tive com o Putin, ele disse que, na reunião das grandes potências, começaram a discutir a relativização da soberania sobre a Amazônia. Ele, então, com o poder veto que tinha, disse que a Amazônia é dos brasileiros, e que esse assunto não entra em pauta”, revelou o presidente brasileiro.
Bolsonaro acrescentou que muitos dos “outros que dizem estar do nosso lado”, são exatamente aqueles que estão de olho na Amazônia. “Sabemos da importância dela e do que ela representa para o mundo. Lá não tem girafas nem hipopótamos. O que eles querem são outras coisas”.
O presidente defendeu que o país adote uma estratégia diferenciada de uso das riquezas da Amazônia, de forma a agregar valor às riquezas naturais que lá se encontram. “Chega de entregar o que temos in natura. Chega de exportar navio de minério de ferro para recebermos canoa de laptops ou punhado de chips. Isso que exportamos é finito”, argumentou.
Terras Indígenas
Bolsonaro voltou a criticar o novo marco temporal para a demarcação de terras indígenas, assunto que está sendo apreciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O STF iniciou, em agosto do ano passado, o julgamento de uma ação que pode ampliar o número de terras indígenas no país, para além das ocupadas ou em disputa judicial na data de promulgação da Constituição de 1988.
“O STF começou a votação, que está em 1 a 1, para rediscutir um novo marco temporal para as questões indígenas. Pela Constituição de 1988, as terras indígenas são de quem as ocupava naquele ano. Esse novo marco temporal diz que se um indígena ocupar o sítio de vocês, hoje, o sítio passa a ser terra indígena”, disse o presidente à plateia da Conamad.
Ele disse ter “centenas de pedidos de demarcação de terras indígenas” posteriores a 1988 em sua mesa. “Eu poderia dar prosseguimento, mas estou cumprindo a Constituição”.
Duas alternativas
“Agora presta atenção no que vou falar: se o STF decidir pelo novo marco, essas centenas de pedidos para demarcar terra indígena terão de ser colocados para a frente. Isso significa remarcarmos o equivalente a uma Região Sul do Brasil”, disse Bolsonaro. “E, pela localização geográfica dessas áreas, anulamos uma outra área do tamanho do estado de São Paulo. Ou seja, acaba com nossa economia e com nossa segurança alimentar”, acrescentou.
“Só me sobram então duas alternativas: pegar as chaves da Presidência, me dirigir ao presidente do STF e falar para ele administrar o Brasil, ou dizer: não vou cumprir”, completou.
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MP pede que TCU apure indícios de rachadinha em gabinete de Hugo Motta
Coluna revelou que a chefe de gabinete de Hugo Motta, Ivanadja Velloso, detém procurações para movimentar e sacar R$ 4.1 milhões em salários
Por Metrópoles
O subprocurador-geral Lucas Furtado pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) avalie os valores movimentados pelo gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para apurar indícios de rachadinha, funcionários fantasmas e acumulação indevida de cargos públicos. Se confirmados, também solicita a punição dos envolvidos em possíveis atos de improbidade administrativa e desvio de dinheiro.
A representação foi encaminhada pelo representante do Ministério Público (MP) junto ao TCU nesta segunda-feira (18/8), três dias após a coluna revelar que a chefe de gabinete de Hugo Motta, Ivanadja Velloso Meira Lima, detém procurações com poderes “amplos e ilimitados” para sacar salários e movimentar valores das contas de 10 funcionários e ex-funcionários dele.
Saiba quem são:
Ivanadja Velloso é ré por improbidade administrativa em ação do Ministério Público Federal (MPF) que apontou um esquema de rachadinha no gabinete do deputado federal Wilson Santiago (Republicanos-PB), aliado do presidente da Câmara. Levantamento da coluna com base em dados da Casa mostra que a chefe de gabinete teve autorização para movimentar valores superiores a R$ 4,1 milhões em salários de funcionários de Hugo Motta.
Das 10 pessoas que cederam procurações desde 2011, duas permanecem nomeadas como secretários parlamentares no gabinete de Hugo Motta. São eles: Ary Gustavo Xavier Guedes Soares e Jane Costa Gorgônio.
Confira as procurações obtidas pela coluna:
Furtado pede que a análise do TCU foque nas procurações cedidas a Ivanadja Velloso e em verificar se as remunerações dos funcionários do gabinete de Hugo Motta estão regulares “ante indícios de rachadinha, funcionários fantasmas e acumulação indevida de cargos públicos”. Também sugere o envio ao MPF de uma cópia da representação e da decisão da Corte de Contas para que tome providências.
“O silêncio dos envolvidos em irregularidades apontadas, especialmente em casos relacionados a gabinetes parlamentares, levanta sérias dúvidas e questionamentos sobre a regularidade de suas ações. A ausência de explicações claras e objetivas por parte dos suspeitos ou acusados pode ser interpretada como uma tentativa de ocultar a verdade, o que mina a confiança pública e reforça a necessidade de investigações mais aprofundadas. Esse silêncio, muitas vezes estratégico, não apenas dificulta o trabalho de apuração, mas também alimenta a percepção de impunidade e falta de ética na gestão pública”, escreveu.

Ivanadja Velloso Meira Lima é acusada pelo MPF de operar esquema com funcionário fantasma na Câmara dos Deputados
No pedido, Lucas Furtado aponta que a reportagem da coluna revela “possível violação aos princípios da legalidade, moralidade e eficiência” e acrescenta que o uso de procurações para movimentar salários, sem transparência e com indícios de desvio de finalidade, compromete a integridade da gestão pública.
“Além disso, a movimentação irregular de recursos públicos, a acumulação indevida de cargos e a existência de funcionários fantasmas podem configurar atos de improbidade administrativa, nos termos da Lei nº 8.429/1992, especialmente no que se refere ao enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e violação dos princípios da administração pública”, assinalou.
O subprocurador solicita, ainda, que o TCU recomende que a Câmara dos Deputados aperfeiçoe os mecanismos de controle sobre a gestão de recursos públicos, a fim de prevenir “irregularidades semelhantes”.
PGR também é acionada para investigar eventuais ilegalidades de Hugo Motta e de chefe de gabinete dele
O ex-deputado federal e ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol acionou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, para investigar “fatos potencialmente ilícitos praticados e consumados”. Na notícia-crime enviada na sexta-feira (15/8), pede a apuração de eventuais ilegalidades cometidas por Hugo Motta e Ivanadja Velloso.
Também solicita que o órgão requeira documentos, como fichas funcionais completas, espelho de ponto/frequência e comprovantes de abertura de contas-salário, dos funcionários citados pela reportagem, além das procurações firmadas nos cartórios da Paraíba.
“Quando verbas remuneratórias são pagas sem a correspondente contraprestação ou são supostamente direcionadas, por meio de instrumentos de mandato ou repasses informais, a finalidades alheias ao interesse público, há desvio da destinação legal da verba (salário), com potencial subsunção ao núcleo ‘desviar’”, argumentou Dallagnol.
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Moraes nega recurso e mantém pena de 14 anos para “Débora do batom”
Defesa de Débora Rodrigues dos Santos entrou com embargos infringentes no STF para reverter alguns pontos na condenação da manicure

Por Metrópoles
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou, nesta segunda-feira (18/8), um recurso da defesa de Débora Rodrigues dos Santos e manteve a condenação de 14 anos da manicure por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
A defesa de Débora entrou no STF com embargos infringentes, argumentando a prevalência de votos divergentes dos ministros Luiz Fux e Cristiano Zanin. No caso da manicure da Corte, houve unanimidade pela condenação e discordância sobre os crimes a serem imputados e dosimetria da pena.
A manicure foi condenada pela Primeira Turma do STF pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Fux votou pela condenação da ré apenas pelo crime de deterioração do patrimônio tombado, absolvendo-a quanto às demais imputações. Contudo, isso configurou apenas 1 voto vencido pela absolvição parcial, não atingindo o número mínimo exigido de dois votos absolutórios próprios.
Já Zanin divergiu exclusivamente quanto à dosimetria da pena, propondo condenação total de 11 anos.
Débora Rodrigues, conhecida como Débora do batom, ficou famosa após pichar a estátua A Justiça, em frente ao STF, com a frase “perdeu, mané”. Ela se tornou símbolo da mobilização de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela redução das penas dos condenados e pela concessão de anistia.
Moraes argumentou que o regimento interno do STF estabelece que os embargos infringentes, cabíveis contra decisão não unânime que julgar procedente a ação penal, dependem da existência de, no mínimo, dois votos minoritários absolutórios em sentido próprio.
“Além disso, o voto vencido exclusivamente quanto à dosimetria da pena não configura divergência passível de oposição de embargos infringentes, conforme a jurisprudência pacífica desta Suprema Corte”, destacou Moraes.
Atualmente, Débora cumpre prisão domiciliar por determinação de Moraes, após acompanhamento da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ela utiliza tornozeleira eletrônica e cumpre outras restrições, como a proibição de contato com outros envolvidos nos atos de 8/1, de usar redes sociais e de conceder entrevistas.
Condenada a 14 anos de prisão pela Primeira Turma do STF, ela já solicitou que a pena continue sendo cumprida em regime domiciliar.
8/1
Débora viajou ao Distrito Federal em 7 de janeiro. Na época, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ela permaneceu no Quartel-General do Exército e, no dia seguinte, 8 de janeiro, foi à Praça dos Três Poderes, onde pichou “perdeu, mané” na estátua da Justiça com batom vermelho.
Em seguida, Débora comemorou o ato diante da multidão. A manicure reside em Paulínea, interior de São Paulo, e teve a concessão da prisão domiciliar no dia 28 de março deste ano. A pena à qual a manicure foi condenada é de 14 anos.
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Gladson Cameli reafirma Mailza Assis como sucessora em ato no Juruá
Governador encerra especulações e projeta vice como candidata oficial em 2026 durante lançamento de programa de recuperação de estradas rurais

O discurso de Gladson, pelo menos no momento, afasta qualquer boato de que o governador estaria disposto a desistir de sua vice para apoiar outra candidatura. Foto: captada
Em um gesto político calculado durante o lançamento do Programa de Recuperação de Ramais do Juruá em Cruzeiro do Sul, o governador Gladson Cameli sacramentou publicamente a vice-governadora Mailza Assis como sua candidata ao Palácio Rio Branco em 2026. O ato, realizado no principal colégio eleitoral do interior acreano, teve tom de discurso de pré-campanha e buscou dissipar rumores sobre divisões na base governista.
Principais pontos da declaração:
Endosso explícito: Gladson deixou claro que Mailza é sua candidata, destacando que seu governo busca continuidade. A cena em que ele levantou a mão da vice em sinal de apoio foi encarada como um gesto de alinhamento definitivo.
Resposta aos rumores: O discurso foi uma resposta direta a boatos de que Gladson poderia abandonar Mailza para apoiar outro nome.
Mailza agradece: Em suas redes sociais, a vice-governadora agradeceu a confiança de Gladson e dos acreanos, reforçando que 2025/2026 será um ano de trabalho e entrega antes da campanha.
Cenário político para 2026:
Mailza na liderança: Ex-senadora e futura governadora (a partir de abril de 2026, quando Gladson deixará o cargo para concorrer ao Senado), ela já vem construindo alianças com prefeitos, vereadores e lideranças nacionais, como Renata Abreu (Podemos) e Marconi Perillo (PSDB).
União da base governista: O apoio público de Gladson em Cruzeiro do Sul (um dos maiores colégios eleitorais do estado) fortalece a ideia de unidade dentro do bloco governista.
Disputa em formação: Enquanto o grupo de Mailza e Gladson se consolida, a oposição (como aliados da oposição) ainda não definiu um nome forte para enfrentá-la.

O anúncio foi feito durante cerimônia de lançamento do programa de recuperação de ramais no distrito de Cruzeiro do Sul. Foto: captada
O que esperar?
Mailza deve ser a candidata da situação, com o aval de Gladson e a máquina pública a seu favor.
A estratégia será focada em desenvolvimento regional, aproveitando sua articulação com municípios.
A oposição precisará reagir se quiser evitar uma campanha unilateral.
O cenário parece favorável a Mailza, mas a política acreana pode surpreender nos próximos meses. Seguiremos acompanhando!

O governador Gladson Cameli voltou a declarar que a vice-governadora Mailza Assis é a sua candidata ao Palácio Rio Branco em 2026. Foto: captada
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