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Prefeitos estimam impacto de R$ 4,8 bi com reajuste do salário mínimo
O novo salário mínimo representa uma alta de R$ 18 em relação ao valor de R$ 1.302 que está em vigor desde 1.º de janeiro
Agência Estado
A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de aumentar o salário mínimo para R$ 1.320 em maio custará R$ 4,8 bilhões para os cofres das prefeituras brasileiras em 2023, segundo cálculos da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
O novo salário mínimo representa uma alta de R$ 18 em relação ao valor de R$ 1.302 que está em vigor desde 1.º de janeiro – e um aumento total de R$ 108 (8,9%) sobre a quantia de R$ 1.212 paga no ano passado. A conta da CNM leva em consideração um salário mínimo de R$ 1.302 até abril e de R$1.320 de maio a dezembro deste ano.
O salário mínimo nacional é aplicável a todos os trabalhadores, dos setores público e privado, como também para as aposentadorias e pensões.
A CNM diz que o maior impacto ocorre nos municípios de menor porte. Isso porque as cidades menos populosas são as que possuem funcionários com remunerações próximas ao valor do salário mínimo, implicando aumento do gasto de pessoal decorrente do reajuste.
Segundo estimativas da CNM, aproximadamente 2,3 milhões de ocupações na esfera municipal recebem remuneração de até um salário mínimo e meio. Elas devem ser contempladas com o reajuste. Essas ocupações têm correção automática com vinculação ao valor do salário mínimo, de acordo com o estudo. Ou seja, o reajuste será repassado para esses servidores.
Os estados de Minas Gerais, Bahia e Ceará concentram o maior número de servidores municipais que recebem até um salário mínimo e meio. A soma dos funcionários desses três Estados corresponde a um terço do total de servidores municipais nessa faixa de remuneração.
Já os três estados com a menor concentração de servidores municipais que recebem até um salário mínimo e meio são Acre, Amapá e Rondônia, que juntos correspondem a 1,5% do total de servidores municipais com essa remuneração.
“O reajuste vai gerar, sim, tremendamente um impacto nas prefeituras, principalmente as mais empobrecidas. Só que não tem diálogo conosco”, critica o presidente da CNM, Paulo Roberto Ziulkoski.
O presidente da CNM avalia que Congresso, governo e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) vêm aumentado responsabilidades dos municípios nas políticas públicas sem contrapartida. “O Brasil não discute isso”, diz. Ele destaca que, até agora, os prefeitos não foram chamados para conversar em Brasília com representantes do novo governo. “Tudo arrebenta nos municípios”, diz.
Segundo Ziulkoski, haverá mais municípios transgredindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita a despesa com pessoal em 60% da receita corrente líquida.
“O salário mínimo tem de ser pago, está na Constituição. Só que existe uma lei que limita o gasto. Como é que fecha a conta?”, questiona.
O estudo foi feito pela CNM para auxiliar os gestores municipais no planejamento financeiro ao alertar sobre o reajuste de 8,9% no salário mínimo em 2023 e o seu impacto sobre as despesas públicas, principalmente porque todas as aposentadorias e os benefícios sociais têm como piso o salário mínimo. O impacto fiscal, portanto, ocorre de maneira permanente.
Consumo
No governo federal, a avaliação é de que uma política de valorização do salário mínimo com reajuste acima da inflação tem efeito positivo sobre a economia, aumentando o consumo e, com isso, o caixa das prefeituras com a cobrança dos impostos.
A maior parte dos benefícios da Previdência Social, como aposentadorias e pensões, está atrelada ao valor do mínimo – o que favorece, na avaliação do governo, as receitas dos municípios.
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Apenas 45% do público prioritário se vacinou contra a gripe no Acre, aponta Saúde
Sesacre informou que o município de Jordão lidera a cobertura vacinal com 92% da população imunizada, seguido por Marechal Thaumaturgo e Santa Rosa do Purus (ambos com 82%)

A campanha educativa lançada nesta semana foca em informar corretamente a população, orientando sobre quando e onde buscar atendimento. Foto: captada
No Acre, 218.365 pessoas foram vacinadas contra a Influenza até o dia 29 de maio, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 5, pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). O número representa 70,19% da meta estabelecida de 311.069 doses, e revela desafios significativos no alcance dos grupos prioritários, cuja cobertura está em apenas 45%.
Entre os públicos prioritários, os índices de vacinação são preocupantes:
- Idosos: 35% da meta atingida
- Crianças: 56%
- Gestantes: 32%
- Trabalhadores da saúde: 21%
- Indígenas: 49%
No comparativo nacional entre os estados da região Norte, o Acre aparece em 5º lugar em cobertura vacinal entre os grupos prioritários, ficando à frente apenas de Roraima (33%) e Rondônia (43%).
Cobertura da vacinação contra a Covid-19 em 2025
Em relação à Covid-19, a Sesacre informou que o município de Jordão lidera a cobertura vacinal com 92% da população imunizada, seguido por Marechal Thaumaturgo e Santa Rosa do Purus (ambos com 82%). Senador Guiomard (79%) e Rio Branco (76%) completam a lista dos mais bem colocados.
Até o momento, o estado do Acre — com uma população estimada em 881.935 pessoas — já registrou 174.764 casos confirmados e 2.115 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia. Somente em 2025, foram 4.876 casos e 30 mortes relacionadas à doença.
Emergência em saúde pública e ações conjuntas
Diante do aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e da superlotação dos leitos de UTI pediátricos, o governo do Acre decretou, em 10 de maio, situação de emergência em saúde pública. Como resposta, a Prefeitura de Rio Branco e o governo estadual uniram esforços em uma ação conjunta, que visa garantir melhor acolhimento e organização dos atendimentos, conforme o nível de gravidade dos sintomas.
A campanha educativa lançada nesta semana foca em informar corretamente a população, orientando sobre quando e onde buscar atendimento, a fim de evitar a sobrecarga nos serviços e garantir agilidade no cuidado.
“Essa é uma demonstração clara de que quando unimos esforços, quem ganha é a população. Cada cidadão precisa saber que não está sozinho”, ressaltou Rennan Biths, secretário municipal de Saúde.
Já o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, destacou o valor da atuação integrada:
“Trabalhar de forma conjunta é a melhor resposta diante de uma situação que exige mais do que estrutura, exige empatia, agilidade e responsabilidade. E essa união representa exatamente isso: compromisso com as pessoas”, finalizou.
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Governo do Acre lança Operação Fogo Controlado com investimentos de mais de R$ 5 milhões, entrega viaturas e equipamentos
A Operação Fogo Controlado está ancorada em um conjunto robusto de medidas, com investimento total de R$ 5.6 milhões

Governo realizou uma grande solenidade para o lançamento da Operação Fogo Controlado. Foto: Diego Gurgel/Secom
Em uma demonstração clara de compromisso com a proteção do meio ambiente e a segurança da população, o governo do Acre realizou na tarde desta quarta-feira, 5, uma solenidade para o lançamento da Operação Fogo Controlado. O evento, realizado no Quartel do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, em Rio Branco, marcou o início de uma força-tarefa coordenada voltada à prevenção e combate aos incêndios florestais, especialmente no período crítico do verão amazônico.

Governador Gladson Camelí, vestido de brigadista, destacou a importância do Dia Mundial do Meio Ambiente. Foto: Diego Gurgel/Secom
A solenidade contou com a presença do governador Gladson Camelí, que vestido de brigadista destacou a importância da data.
“Hoje, no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebramos mais do que um marco no calendário, celebramos ações concretas. Estamos entregando equipamentos, viaturas e formando brigadistas comunitários que irão atuar na linha de frente contra os incêndios florestais que tanto ameaçam nosso estado”, afirmou o governador.
Investimento de peso
A Operação Fogo Controlado está ancorada em um conjunto robusto de medidas, com investimento total de R$ 5.6 milhões, voltado para equipar, capacitar e ampliar a presença do Estado em áreas estratégicas.
Entre os destaques está a entrega de seis viaturas modelo L200, no valor de R$ 1,6 milhão, destinadas ao Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), fruto de financiamento do BNDES e do Fundo Amazônia.

Entre os destaques está a entrega de seis viaturas modelo L200, no valor de R$ 1,6 milhão. Foto: Diego Gurgel/Secom
Segundo o comandante da corporação, coronel Charles Santos, essa é apenas a primeira etapa da ampliação da frota. “Já temos uma segunda licitação concluída e, nos próximos 270 dias, novas viaturas serão entregues para ampliar ainda mais a nossa capacidade de resposta”, disse.
O coronel Charles reforçou ainda que a operação está estruturada em duas fases. “A primeira é a de prevenção, com campanhas de conscientização e mobilização social. Já a segunda, que inicia em julho, é a fase de resposta direta, com brigadas e equipes de campo atuando nas regiões mais críticas”, detalhou.
Formatura de brigadistas
Outro momento simbólico da cerimônia foi a formatura de 45 brigadistas comunitários, que atuarão em áreas estratégicas como as Unidades de Conservação Estaduais nos municípios de Rio Branco, Bujari, Sena Madureira, Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima. Os brigadistas foram capacitados em parceria entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e o CBMAC.

Outro momento simbólico da cerimônia foi a formatura de 45 brigadistas comunitários. Foto: Diego Gurgel/Secom
“Esses brigadistas são moradores das comunidades onde atuarão. Eles conhecem o território, têm vínculo com o local, e por isso mesmo serão fundamentais na resposta rápida e eficaz aos focos de incêndio”, explicou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Leonardo Carvalho.
O programa conta com financiamento da organização internacional Re:wild e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com investimento total de R$ 971 mil. Cada brigadista receberá ajuda de custo mensal de R$ 1.476,00, além de seguro de vida.
Durante a cerimônia, a Defesa Civil Estadual também realizou a entrega de equipamentos de proteção individual (EPIs) às prefeituras acreanas, adquiridos com R$ 3 milhões em recursos emergenciais do governo federal. A transferência dos materiais foi formalizada por meio de termos de cooperação entre o Estado e os municípios beneficiados.

Defesa Civil Estadual também realizou a entrega de equipamentos de proteção individual (EPIs) às prefeituras acreanas. Foto: Diego Gurgel/Secom
Fortalecimento da Segurança Pública
Aproveitando a solenidade conjunta, o governo do Estado também promoveu a entrega de equipamentos, mobiliário e aparelhos de ar-condicionado à Polícia Civil e ao Corpo de Bombeiros Militar. Os materiais foram adquiridos com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (Fundeseg) e integram uma política de modernização da infraestrutura e valorização das forças de segurança.
Ao todo, foram destinados R$ 797 mil em equipamentos como 142 armários, 72 mesas executivas, 128 coletes balísticos para a Polícia Militar, e manequins para treinamentos de RCP (reanimação cardiopulmonar) no CBMAC. A Polícia Civil recebeu ainda 35 aparelhos de ar-condicionado de 12.000 BTUs, entre outros itens, para modernizar suas unidades.

Aproveitando a solenidade conjunta, o governo do Estado também promoveu a entrega de equipamentos. Foto: Diego Gurgel/Secom
Durante o discurso, o governador Gladson Camelí anunciou a entrega de sete novas viaturas para a Polícia Civil, sendo seis adquiridas com recursos do Ministério da Justiça e uma viatura fruto de emenda parlamentar do senador Sérgio Petecão.
União de esforços
A Operação Fogo Controlado é resultado da articulação de diversos órgãos estaduais e parceiros, entre eles: Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Estado de Planejamento (Seplag), Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Defesa Civil Estadual, além do apoio de instituições nacionais e internacionais.
O governador destacou essa união como um dos pilares do sucesso da operação. “Essa é uma iniciativa que envolve a união de vários setores para atravessarmos o verão de 2025 com responsabilidade. A vida humana é de valor inestimável, assim como nossas florestas, rios, animais e todo o ecossistema que sustenta a vida na Amazônia”, declarou.

Operação Fogo Controlado é resultado da articulação de diversos órgãos estaduais e parceiros. Foto: Diego Gurgel/Secom
A Operação Fogo Controlado representa mais do que uma ação emergencial. É um esforço planejado de médio e longo prazo para fortalecer a capacidade de resposta do Estado frente aos desafios ambientais. Os principais objetivos da ação incluem:
- Reforçar o combate aos incêndios florestais;
- Capacitar brigadas comunitárias para uso seguro e eficaz dos equipamentos;
- Promover treinamentos práticos com simulações reais;
- Desenvolver respostas rápidas em situações de risco;
- Fortalecer a integração entre Estado, prefeituras e instituições de apoio.
“Peço a todos que empenhem suas equipes em um combate sem tréguas às queimadas que tantos prejuízos causam ao nosso povo. Que Deus nos proteja e nos abençoe!”, finalizou o governador.
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“Só tapa-buraco não resolve mais”, diz superintendente do Dnit sobre BR-364
O superintendente reiterou que a rodovia não comporta mais medidas paliativas e que é urgente partir para a reconstrução com o uso de macadame hidráulico

Na estimativa Dr. Ricardo, se cada parlamentar acreano destinar cerca de R$ 10 milhões, será possível reunir R$ 110 milhões ainda este ano. Foto: cedida
Durante a saída da caravana pela BR-364, na manhã desta quinta-feira, 05, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Acre, Ricardo Araújo, concedeu entrevista ao Boa Conversa – Edição BR-364, destacando a importância do movimento encabeçado pela Assembleia Legislativa do Estado (Aleac) para garantir recursos e acelerar a reconstrução da principal rodovia federal do estado.
Segundo Araújo, o ato coletivo simboliza um desdobramento da audiência pública realizada anteriormente, onde foi exposta à realidade crítica da BR-364. “Esse ato aqui, ele nasceu daquela audiência pública que a gente foi lá, a gente explicou como é que está a situação. O dinheiro para esse ano é um dinheiro que está, na média, devido aos cortes nacionais. E essa ação aqui hoje é aquilo que eu falei: precisamos unir, acabar com as coisas partidárias e trabalhar em prol da população, que é o mais importante”, afirmou.
O superintendente reiterou que a rodovia não comporta mais medidas paliativas e que é urgente partir para a reconstrução com o uso de macadame hidráulico. “Essa estrada não pega mais só tapa buraco. Ela tem que partir para esses movimentos, que é a da reconstrução, como a gente tem feito com o macadame hidráulico”, defendeu.
Ricardo também fez um apelo à bancada federal acreana para que destine recursos por meio de emendas parlamentares. “Essa caravana se torna muito importante quando se une todo mundo para discutir e botar emendas para que a gente consiga fazer o maior número de macadames antecipando a própria execução da reconstrução. Eu estou fazendo aqui desde o ano passado 40 quilômetros, só que é muito pouco. Precisamos fazer mais, pelo menos 80 este ano”, destacou.
Na estimativa Dr. Ricardo, se cada parlamentar acreano destinar cerca de R$ 10 milhões, será possível reunir R$ 110 milhões ainda este ano. “Isso dá para fazer mais 20 quilômetros de macadame hidráulico. E isso é importante: como o governo federal vai fazer 80, vai fazendo 100 todo ano. Se nós fizermos isso aqui em três anos, nós estaremos com essa BR toda feita, reconstruída”, argumentou.
Por fim, ele informou que o governo federal deve lançar uma nova licitação para a obra em setembro.“Agora a gente precisa fazer uma ação, e isso aqui é importante, para que a gente possa botar recursos o mais rápido possível, consigamos dinheiro da União também, para que a gente possa fazer o mais importante: a recuperação dessa estrada”, finalizou.