Brasil
Ponte sobre o Madeira para unir o Acre ao país começa a ser construída
Território que se transformou em Estado em 1962, com uma população que se aproxima das 800 mil pessoas, o Acre permanece isolado do resto do Brasil por via rodoviária. A única forma de chegar ao Estado, de qualquer ponto do país, sem recorrer ao avião, é a bordo de duas modestas balsas que atravessam o rio Madeira na fronteira entre o Acre, Rondônia e a Bolívia. Promessa antiga, a construção de uma ponte no local começa a sair do papel, fomentando expectativas de ganhos econômicos e maior integração regional.
A travessia é feita na BR-364, na altura do distrito de Abunã, que apesar da distância de mais de 200 km do centro, pertence ao município de Porto Velho. A poucos metros da beira do rio, uma placa do governo federal anuncia a construção da “ponte do Abunã”, projeto incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O informe aponta o início da obra em dezembro de 2013, mas os trabalhos começaram há poucos dias. Apesar do atraso, a previsão de entrega do empreendimento foi mantida em dezembro de 2016.
Até lá, o caminhoneiro Lucélio Souza Silva seguirá sua rotina na balsa. A carreta abarrotada de frutas atravessa o Madeira duas vezes por semana desde 2007. A principal queixa do motorista, contudo, não é a tarifa de R$ 92 cobrada a cada viagem na balsa do Abunã, mas o tempo perdido na travessia, que pode chegar a duas horas e meia, dependendo do movimento. “De noite é pior, porque a gente disputa a balsa com os caminhões-tanque”, explica Lucélio.

Evidencia comprovam que a travessia do Rio Madeira em Balças ficarão apenas na memória dos mais idosos.
Justamente por não haver acesso rodoviário, todo o combustível que abastece o Acre tem de passar pela balsa do Abunã. Um píer exclusivo para os caminhões-tanque funciona somente durante o dia. Como esse tipo de carga tem de viajar sozinha na embarcação, o tempo de espera à beira do rio fica bem mais longo à noite, explica o empresário Jucivan Santa Cruz, que vende confecções no eixo Rio Branco- Porto Velho.
Caminhões de todos os tipos e tamanhos são maioria na balsa do Abunã. Nas duas travessias feitas pela reportagem do Valor, eles transportavam frutas, vidro, material de construção e alimentos, entre outras cargas. A depender do porte, um caminhão carregado pode pagar até R$ 150 para chegar ao outro lado do rio. A tarifa para veículos de passeio está em R$ 15,50. Carroças pagam R$ 15, motos, R$ 4,50 e pedestres desembolsam R$ 1,55. Cerca de mil veículos usam a balsa diariamente.
O serviço de travessia é prestado há pelo menos 22 anos pelo deputado federal Roberto Dorner (PSD-MT), conhecido na região como “o rei da balsa”. Como empreendedor individual ou por meio das empresas Amazônia Navegações e Rodonave Navegações, ele opera transporte de cargas, veículos e pessoas em vários pontos da bacia Amazônica. Além do Madeira, tem negócios nos rios Xingu e Tapajós
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Brasil
Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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