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Policial federal nega envolvimento em morte de bebê no Acre: ‘absurdos’

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Bebê estava com suposto pai e a mãe dele quando passou mal ao ingerir duas mamadeiras de leite — Foto: Arquivo pessoal

Em conversa por telefone com o G1 nesta segunda (11), o polícia federal Dheymersonn Cavalcante negou qualquer envolvimento na morte da filha de dois meses e classificou as acusações como ‘absurdas’. Ele é acusado pela mãe da pequena Maria Cecília de ter premeditado a morte da criança.

“Ainda estou sob efeito de medicamento, não estou muito bem, estou mal e ainda estou passando por isso. Foi uma história distorcida, são absurdos”, declarou o policial.

A menina morreu por broncoaspiração – insuficiência respiratória e obstrução das vias aéreas – na sexta-feira (8), em Rio Branco, depois de ingerir duas mamadeiras de leite artificial.

Para a mãe da criança, a enfermeira Micilene Souza, o policial premeditou a morte da menina junto com a mãe dele porque não queria pagar pensão alimentícia. Micilene, que é de Marechal Thaumaturgo, interior do Acre, estava em Rio Branco para fazer um exame de DNA.

‘Tentamos socorrer de todas as maneiras’

O policial disse que pretende se posicionar sobre o caso quando estiver mais calmo. Ele chamou de barbaridades as informações divulgadas em jornais e garantiu que nada condiz com a verdade.

“Entendo que a mãe estava desesperada, eu estava desesperado, minha mãe estava desesperada e tentamos socorrer de todas as maneiras. Estou muito abalado, não estou bem”, lamentou.

‘Tirou a vida da filha pra não pagar pensão’

Entre lágrimas e muito abalada, a mãe da bebê contou que conheceu Cavalcante quando ele estava em uma missão na cidade de Marechal Thaumaturgo e que eles tiveram um relacionamento de um mês. Micilene contou que quando descobriu que estava grávida ele se negou a registrar ou dar qualquer assistência.

“Começou a pedir para interromper a gestação, que essa criança não era bem vinda, que não iria assumir nunca. Dizia para eu tirar o bebê. Até os seis meses de gestação arquei com tudo sozinha e, nesse período, entrei com processo de pensão de alimentos gravídicos [pensão durante a gravidez], foi quando ele ficou bonzinho e a mãe dele entrou em contato comigo dizendo que iriam acompanhar a gestação”, lembrou.

Caso ocorreu na sexta-feira (8), em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

Tentativa de aborto

A enfermeira relatou que o policial insistiu para vê-la durante a gestação e, em dezembro do ano passado, eles se encontraram em um hotel em Cruzeiro do Sul. Segundo ela, foi lá que Cavalcante teria tentado fazê-la abortar ao dopá-la.

“Quando acordei pela madrugada, senti muita contração com sangramento e pedi que ele me levasse na maternidade. Ele só pedia para eu ter calma. Liguei para o meu cunhado e ele foi me deixar no hospital. O médico fez o toque em mim, e tirou dois comprimidos de dentro da minha vagina”, afirmou Micilene.

Pedido de DNA

A criança nasceu prematura e chegou a ficar na UTI. A mãe disse que a bebê não conseguia mamar e que teve alergia a todos os leites artificiais. Micilene afirmou que sempre mandava informações e vídeos para o suposto pai e avó da criança.

Na primeira audiência, no início de março, sobre a pensão de alimentos gravídicos, Micilene afirmou que o policial não foi e que a advogada dele disse que ele estava disposto a pagar pelo DNA. Ela contou que no primeiro momento não quis ir a Rio Branco com medo do que o homem pudesse fazer com ela e a criança.

“Eu sentia que ele ia matar a mim, ou minha filha. Bloqueei ele e a mãe dele, e ele mandou mensagem para minha irmã pedindo que eu não fizesse isso. Já à noite, eu decidi ir pra fazer o DNA. Quando cheguei em Rio Branco, tudo eu filmava, porque lá no fundo eu sabia que ele ia fazer alguma coisa com a gente”, afirmou.

Investigação policial

O delegado Martin Hessel, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações, contou que recebeu a denúncia no sábado [9] à tarde e logo iniciou as oitivas tanto do policial, como da mãe dele. Ele preferiu não dar detalhes dos depoimentos para não atrapalhar as investigações.

“A gente abriu a investigação e, embora tenha esse contexto todo do histórico da relação entre a mãe da criança e o suposto pai, é muito cedo dizer que houve homicídio intencional. Mas, já ouvimos muitas pessoas e agora estamos aguardando os laudos. Os dois [pai e avó] foram conduzidos, mas não haviam elementos suficientes para que fosse feita uma prisão em flagrante”, disse o delegado.

Ainda devem ser ouvidos os médicos e paramédicos do Samu que atenderam a ocorrência e os médicos que atenderam a criança no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), de acordo com o delegado.

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Rio Tarauacá sobe mais de 3 metros em 24 horas e começa a atingir as primeiras áreas da cidade

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O Rio Tarauacá registrou elevação superior a três metros em apenas 24 horas e já começou a atingir as primeiras áreas urbanas do município. A rua Simão Leite Damasceno foi a primeira a ser alcançada pelas águas após a elevação repentina do nível do rio.

De acordo com o prefeito Rodrigo Damasceno, na sexta-feira, 26, o rio estava com 6,64 metros. Na última medição realizada neste sábado, 27, o nível chegou a 9,62 metros, ultrapassando a cota de transbordamento no município, que é de 9,50 metros.

“Estamos acionando toda a nossa equipe para ficar monitorando a situação e, se for o caso, iniciar as ações necessárias”, afirmou o prefeito.

Segundo ele, as equipes da Defesa Civil e da Assistência Social do município estão acompanhando de perto o cenário. A expectativa é que o rio comece a dar sinais de vazante a partir da manhã deste domingo.

VEJA O VÍDEO:

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Defesa Civil emite alerta de alto risco de inundação no Acre neste domingo

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Foto: Sérgio Vale

A Defesa Civil do Acre emitiu um alerta de alto risco hidrológico para este domingo, 28, diante da previsão de fortes chuvas em Rio Branco e em outras regiões do estado. O aviso aponta alta possibilidade de transbordamento do Rio Acre e de seus principais afluentes, o que pode provocar inundações em áreas urbanas e rurais.

De acordo com o órgão, o cenário é de atenção máxima, especialmente nas localidades ribeirinhas e em áreas historicamente atingidas por cheias. A previsão indica volumes elevados de chuva, capazes de provocar elevação rápida dos níveis dos rios.

Em Rio Branco, a situação já é considerada crítica. O Rio Acre encontra-se aproximadamente meio metro acima da cota de transbordamento, medindo 14,40m ao meio-dia, com vários bairros atingidos e os abrigos começaram a ser montados no Parque de Exposições Wildy Viana.

A Defesa Civil reforça que a população dessas áreas deve permanecer atenta aos comunicados oficiais e seguir as orientações de segurança.

O alerta permanece válido enquanto persistirem as condições de chuvas intensas previstas para o estado.

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Regularização fundiária beneficia quase 40 mil pessoas e reforça protagonismo feminino

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A entrega de títulos definitivos de propriedade no Acre vai além da garantia documental e representa um impacto social direto para milhares de famílias. Levando em consideração dados do IBGE, que apontam que na região norte a média é de três pessoas por família, o número de títulos entregues pelo governo do Estado alcança um benefício indireto para quase 40 mil pessoas, que passam a viver com mais segurança jurídica, dignidade e acesso a políticas públicas.

A regularização fundiária assegura direitos fundamentais, fortalece a cidadania e possibilita que famílias tenham acesso a crédito, investimentos, herança legal e valorização de seus imóveis. Cada título entregue representa uma transformação concreta na vida de quem há anos aguardava o reconhecimento oficial de sua moradia ou área produtiva.

Esse trabalho segue os princípios da Lei nº 13.465, de 2017, conhecida como Lei da Regularização Fundiária, que trata da regularização urbana e rural em todo o país. A legislação estabelece, de forma clara, a preferência pela mulher no registro do título de propriedade, especialmente quando ela é chefe de família, reconhecendo seu papel central na manutenção e organização do lar.

A escolha do governador Gladson Camelí (PP) e da vice-governadora Mailza (PP) de montar um time majoritariamente feminino para conduzir esse processo no Acre reforça o compromisso com a Constituição Federal e com a promoção da justiça social. À frente do Iteracre está uma mulher, Gabriela Câmara, acompanhada por mulheres em posições estratégicas, como a chefia do cadastro, do patrimônio, do gabinete, da regularização urbana e da regularização rural. Um time forte, técnico e sensível à realidade das famílias acreanas.

Os dados nacionais reforçam a importância dessa política. Segundo o Censo do IBGE 2022, o Brasil registrou cerca de 7,8 milhões de mulheres vivendo com filhos sem a presença do cônjuge ou de outros parentes. Esse tipo de composição familiar estava presente em 11,6% das famílias em 2000 e passou para 13,5% em 2022, demonstrando que, a cada ano, mais mulheres assumem a chefia dos lares brasileiros.

Nesse contexto, a política de regularização fundiária executada no Acre ganha ainda mais relevância ao garantir que essas mulheres tenham seus direitos assegurados, promovendo autonomia, segurança e estabilidade para milhares de famílias. A entrega de títulos, portanto, não é apenas um ato administrativo, mas uma ação concreta de transformação social e valorização do papel da mulher na construção de um Acre mais justo e regularizado.

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