Acre
PGE participa de encontro na Aleac com a bancada federal e sindicatos em prol dos 11 mil servidores
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Procurador-Geral esclareceu algumas duvidas em relação aos próximos dados que serão dados pela PGE no STF
O procurador-geral do Estado, Rodrigo Fernandes das Neves, participou na manhã desta sexta-feira, 24, de uma reunião comandada pela bancada federal, deputados estaduais, sindicalistas e servidores públicos no plenário da Assembleia Legislativa do Acre. O chefe da PGE esclareceu aos presentes sobre os principais pontos que envolvem a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), na qual o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a Emenda à Constituição do Estado do Acre nº 38, de 5 de julho de 2005, que efetivou servidores públicos admitidos sem concurso até 31.12.1994.
De acordo com Neves, desde 1999 a PGE vem defendendo a tese da permanência dos servidores em seus cargos e que o governador Tião Viana determinou que a Procuradoria utilizasse todos os instrumentos judiciais e processuais nesse sentido. “Defendemos essa tese em processos individuais durante um longo período junto ao Ministério Público do Trabalho e posteriormente na ADI 3609, que é essa que vem à tona novamente”.
O procurador destacou que a ADI foi ingressada pelo Ministério Público Federal, por meio do procurador-geral da República, que ingressou com ação no STF. “A ADI ainda não terminou a sua votação ainda. O Tribunal já deu o indicativo de declarar a inconstitucionalidade, mas ainda existem duas fases a serem terminadas nesse processo de votação. Uma que a gente chama tecnicamente de modulação temporal e o outro passo é o que chamamos de modulação material. Nós estamos agora em processo da modulação temporal”, disse Neves, salientando que essa medida irá decidir se a emenda constitucional do Acre terá efeitos protraídos no tempo.
A PGE esclareceu que ainda falta a colheita dos votos dos ministros do STF Marco Aurélio e Carmem Lucia. Rodrigo Neves disse que ele sua equipe de Procuradores estiveram em Brasília durante os últimos dias em audiências com os ministros. “Transmitimos aos ministros a importância de todos vocês e do Estado, para as famílias acreanas, com a consciência de que a decisão do processo judicial tem efeitos na vida das pessoas e que não é apenas um papel que está na frente deles. Destacamos sempre o papel humanístico da decisão”.
“Nós temos um otimismo moderado em relação a essa modulação temporal, ou seja, que a gente garanta que esses servidores, ao longo do tempo, permaneçam nessa condição, pelo menos para trás, sendo considerados servidores para todos os efeitos. Isso é extremamente importante. Então a grande batalha hoje é para que garantamos essa modulação junto aos dois ministros”.
O procurador-geral também destacou o comprometimento da instituição para resolver esse problema da melhor maneira possível. “Nós estamos absolutamente comprometidos com isso. Nós estaremos incessantemente acompanhando o caso e a Procuradoria-Geral do Estado do Acre não medirá esforços para que isso aconteça”, salienta Neves, enfatizando a defesa da PGE nos tribunais em relação aos poderes executivo, legislativo e judiciário.
Foi esclarecido no encontro que após a modulação temporal, será exposta a modulação material para os ministros do Supremo, que será a medida que destaca quem será afetado com essa decisão. “Nós temos pessoas aposentadas, nós temos pessoas que entraram no serviço publico entre 1983 e 1988, pessoas que ingressaram após esse período. Nós temos pessoas que ganharam ações judiciais. Nós temos pessoas que estão dentro do Termo de Ajustamento de Conduta. Cada uma dessas questões serão tratadas individualmente por uma interpretação que a gente ainda vai enfrentar, por meio de um recurso chamado embargos de declaração”, informou o procurador-geral aos presentes no ato.
Assessoria
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Acre
Procurador-Geral de Justiça do MPAC critica decisão da PRF de romper convênios com Gaecos
Nos últimos anos, a parceria entre a PRF e os Gaecos resultou em operações de grande relevância, desarticulando redes criminosas e reforçando a segurança pública
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A medida adotada pela PRF e pelo Ministério da Justiça se distancia das melhores práticas globais no combate ao crime organizado. Foto: assessoria
O Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Danilo Lovisaro do Nascimento, manifestou perplexidade e preocupação com a recente decisão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de romper os convênios mantidos com os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) dos Ministérios Públicos Estaduais. Danilo Lovisaro, que também preside o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), destacou que a medida representa um retrocesso na luta contra a criminalidade organizada no Brasil.
A decisão foi formalizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública por meio da Portaria nº 830/2024 e reforçada pela interpretação da Direção-Geral da PRF no Ofício-Circular nº 3/2025/DG. Para o procurador-geral, essa mudança contraria o princípio da cooperação e integração institucional, essenciais para o combate eficaz ao crime organizado no país.
Impactos no combate ao crime organizado
Nos últimos anos, a parceria entre a PRF e os Gaecos resultou em operações de grande relevância, desarticulando redes criminosas e reforçando a segurança pública. Segundo Lovisaro, essa cooperação possibilitou investigações mais robustas e ações conjuntas que impediram o avanço de facções criminosas, além de crimes como tráfico de drogas, armas e exploração humana.
“A atuação coordenada entre os órgãos de segurança é fundamental para garantir a ordem e a justiça. O enfraquecimento dessa integração representa um retrocesso significativo e impõe desafios adicionais às instituições que trabalham na proteção da sociedade”, afirmou o procurador-geral.
Prejuízos além do combate ao crime organizado
Além da repressão às organizações criminosas, a PRF desempenha um papel crucial em outras frentes de atuação do Ministério Público, como:
• Erradicação do trabalho escravo
• Combate à prostituição infanto-juvenil
• Proteção ao meio ambiente
• Enfrentamento da tortura
Com o rompimento dos convênios, projetos essenciais nessas áreas poderão ser paralisados, dificultando o avanço de políticas públicas e investigações fundamentais para a proteção dos direitos humanos e do meio ambiente.
Brasil na contramão das melhores práticas
A medida adotada pela PRF e pelo Ministério da Justiça se distancia das melhores práticas globais no combate ao crime organizado. Países com altos índices de sucesso na repressão a facções criminosas apostam justamente na integração entre forças de segurança como estratégia essencial.
“O enfrentamento do crime organizado se dá por meio da união e da cooperação entre as instituições. Enfraquecer essa estrutura é um erro que pode ter graves consequências para a segurança pública”, alertou Lovisaro.
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Acre
Governo decreta estado de alerta devido ao aumento das chuvas e risco de inundações
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O governo do Acre decretou nesta sexta-feira, 28, estado de alerta em todo o território estadual devido ao aumento significativo dos índices de chuvas e à elevação dos níveis dos rios. O decreto nº 11.647, assinado pela governadora em exercício, Mailza Assis (PP), tem como objetivo adotar medidas emergenciais para proteger a população e minimizar os impactos socioeconômicos causados por possíveis inundações.
A decisão foi tomada com base em dados técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que apontam um cenário crítico para o trimestre fevereiro-março-abril de 2025. Segundo as previsões, o período será marcado por chuvas acima da média, com volumes expressivos já nas primeiras semanas de março. Esse padrão pluviométrico elevado aumenta o risco de cheias rápidas e inundações, que podem causar danos sociais e econômicos significativos.
O decreto estabelece uma série de ações para enfrentar a situação. A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDC) será responsável por coordenar as atividades de resposta, incluindo a formação de equipes multidisciplinares para atender emergências. A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) ficará encarregada de monitorar as condições climáticas e hidrológicas em tempo real, enquanto a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh) prestará apoio às populações em situação de vulnerabilidade.
Além disso, o Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) atuará diretamente no atendimento a desastres relacionados às chuvas e inundações. As autoridades também estão autorizadas a adentrar propriedades particulares para prestar socorro ou determinar evacuações em casos de risco iminente, garantindo indenizações posteriores em caso de danos.
O decreto prevê ainda a realização de despesas emergenciais para a instalação de abrigos, fornecimento de insumos, equipamentos e mão de obra, além de campanhas informativas para orientar a população sobre os riscos e as medidas de prevenção. A prioridade será dada às demandas da Defesa Civil, com o objetivo de garantir uma resposta rápida e eficiente diante de possíveis desastres.
O estado de alerta entra em vigor imediatamente e terá duração de 30 dias, podendo ser prorrogado caso as condições climáticas permaneçam críticas.
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Juiz determina convocação de 60 aprovados no cadastro de reserva do concurso da Polícia Civil
O juiz Caique Cirano di Paula, da Vara Cível da Comarca de Sena Madureira, determinou nesta sexta-feira, 28, a convocação imediata de candidatos aprovados no concurso da Polícia Civil, realizado em 2017. A decisão atende uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Estadual (MPAC), que apontou a falta de efetivo policial e a necessidade urgente de nomeações. O Governo do Acre ainda pode recorrer da decisão.
O magistrado fixou o prazo até 10 de março de 2025 para que o Estado convoque 60 candidatos do cadastro de reserva, sendo 4 delegados, 47 agentes e 9 escrivães, para participação no curso de formação. Em caso de descumprimento, foi estipulada uma multa diária de R$ 100 mil, limitada a 30 dias, a ser paga diretamente pelo governador Gladson Cameli (PP).
A decisão se baseia em um relatório detalhado apresentado pelo MPAC, que evidenciou a defasagem do efetivo policial na região. O documento apontou que, apesar da existência de candidatos aprovados e aptos a assumir os cargos, o Estado não realizou as nomeações dentro do prazo de validade do concurso, optando, ao invés disso, por iniciar um novo certame.
No entendimento do juiz, a omissão do Estado caracteriza preterição dos candidatos aprovados, indo contra o princípio da vinculação ao edital. O Supremo Tribunal Federal (STF) já consolidou jurisprudência de que a Administração Pública deve nomear aprovados sempre que houver vacâncias e necessidade do serviço.
“Assim, considerando o conjunto probatório dos autos, num juízo de cognição sumária, verifica-se que o Ministério Público logrou êxito em comprovar a probabilidade do direito, consistente na premissa de, no mínimo, convocação pelo surgimento de novas vagas, bem como ante evidente manifestação inequívoca da administração sobre a necessidade de seu provimento. De igual modo, claramente demonstrado o perigo de dano, haja vista que o certame está prestes a perder a validade, juntamente com a instauração de procedimento administrativo do ente estatal visando a realização de novo concurso público”, pontuou.
Além da convocação, o juiz determinou que o governo do Acre publique a decisão nos mesmos meios oficiais onde divulgou a nota pública justificando a não nomeação dos aprovados.
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