Brasil
O Poder da Arquitetura

O que fica como patrimônio para a humanidade quando pensamos na Arquitetura ? Na maioria das vezes, são os grandes edifícios, testemunhos de uma era; monumentos, grandes mausoléus, igrejas, fóruns, teatros. Símbolos que transcendem os anos. Devemos analisar estes símbolos, entendendo através deles as mudanças de comportamento da sociedade, sejam políticas, sejam comportamentais; e as intenções de se perpetuar os impérios, através de edificações que marcam o espaço urbano com a ideia de transmitir e marcar o território de maneira definitiva, constantemente vezes bruta, através de gerações. Os monumentos narram a história dos núcleos urbanos: fazem parte das cidades e jamais são entendidos se desassociados delas.
São três as classes de monumentos, sendo que todos surgem sucessivamente ao longo do tempo: os monumentos intencionais, os monumentos históricos e os monumentos de antiguidade, tendo este último surgido na virada do século, com a sociedade moderna. Monumentos intencionais são aquele feitos para imortalizar um acontecimento; monumentos históricos e artísticos são aqueles que estão imbuídos de valor, por sua qualidade artística ou significado histórico.
Monumentos intencionais reforçam de certa maneira a identidade e um momento político de um povo, porque nos levam a questionar a própria existência de um império, ou seja, uma experiencia existencial, uma ligação intrínseca, tanto na preservação da memória coletiva quanto na funcionalidade contemporânea das cidades. Ambos os alcances desempenham papéis essenciais na construção da identidade urbana e no fortalecimento de uma determinada cultura local. As preferencias econômicas, religiosas e políticas ecoam uma intenção de controle do comportamento de uma sociedade, impondo um discurso dos sistemas dominantes.
Quando analisamos sob este aspecto o passado, entendemos que por vezes, a Arquitetura é manipulada; por vezes auxilia a manipulação.
A Arquitetura contribui para nos transpor para uma dimensão onde o homem é um ser abstrato e diluído em uma cultura de massa. Por isso, é tão interessante quando nos deparamos com os registros da vida cotidiana, suas ruelas, casas, cozinhas, becos e testemunhos de uma extensão existencial do homem, como por exemplo, em Pompéia. Podemos nos ater aos detalhes, à vida do cidadão comum, ao cotidiano e aos hábitos de uma população local, firmemente embasada pelos ofícios, pela cultura, pelo meio ambiente e pela distribuição de classes. Infelizmente, são poucos os registros urbanos e edifícios residenciais unifamiliares que chegaram até nós de maneira abrangente e completa.
Dentro da filosofia, o filósofo, escritor e professor Martin Heidegger aponta que o espaço constitui o homem, ou seja, não é um elemento externo, alheio à existência comum. Segundo sua filosofia, “entende-se que o homem está de um lado e o espaço do outro. O espaço, porém, não é algo que se opõe ao homem”. Ou seja, o homem não se entende no mundo sem que sua presença no espaço seja percebida ou sem que ele se entenda como parte do próprio espaço. Para se usar uma expressão em moda, o “senso de pertencimento”.
Assim sendo, não podemos deixar de lado o papel da Arquitetura como sendo testemunho de uma existência. A relação entre arquitetura e o ser humano é co-dependente, co-pertencente e co-construtiva; não há como separar o espaço em que se vive da própria existência humana. Entendendo esta relação, somos levados a pensar no legado da arquitetura: o que chega ate nós, estes monumentos, são testemunhos de uma existência, mas também são elementos impossíveis de serem desassociados dos interesses políticos e econômicos de uma classe de “favorecidos”: são os discursos de poder e quem está querendo ditar as regras e tomar as rédeas daquele determinado momento histórico, de acordo com as preferencias econômicas, religiosas, politicas, de forma a induzir um discurso estabelecido por sistemas dominantes.
Nem sempre é este o consenso. A Arquitetura, no sistema de artes do Idealismo Alemão, embora abrigue as demais artes, é a mais baixa na hierarquia porque teria menos condições para dizer por si o que ela pretende significar através da sua obra. Seria uma disciplina mais artística se pudesse se aproximar, por exemplo, da escultura, porque seria menos utilitária e mais contemplativa. É, portanto, segundo e estrutura que rege este sistema, “a mais bruta e volumosa das artes, mais simples e direta, que apresenta uma mensagem mais unívoca e clara, e estratégica para entender algo que tem norteado a produção e a valorização de um discurso de convencimento e de imposição de uma vontade”. (Kothe, 2016, p11)
Os ditadores sempre entenderam o poder da Arquitetura. A música e a Arquitetura foram especialmente visadas pelo regime nazista, que chegou a classificá-las como “ as duas rainhas entre as artes ”. O regime nazista trocou os preceitos da moderna Bauhaus pelo historicismo neoclássico, em uma tentativa de imposição tão radical que chegou a culminar com a chamada “teoria das ruinas” – segundo a qual seria necessário ordenar a destruição total de Paris, devido à inconformidade dos líderes nazistas com a aparente incapacidade dos arquitetos do regime de transformar Berlim em algo tão imperial e harmonioso como a capital da França. Stalin colocou no ostracismo o moderno construtivismo russo e impôs o realismo socialista; seus ministros chegaram a proibir a música de Beethoven pois não representava os ideais políticos do regime. Os nazistas e fascistas tinham a Antiguidade como ponto de referência. “Por isso construíram tantos templos com colunas, venerando os tempos em que as coisas eram como deveriam ser – o que se mostrou como pura invenção, claro, através da prova de verdades repaginadas milhares de anos depois” diz o Professor Vincent Hiribarren, da King’s College de Londres.
O Hotel Moskva, marco da era stalinista em Moscou e o Estádio de Nuremberg, projeto do Arquiteto nazista Albert Speer, planejados e construídos por dois dos maiores regimes ditatoriais da história, são exemplos de neoclassicismo em escalas monumentais, pensados para intimidar e transmitir uma mensagem política de superioridade e dominação.
No Vale dos Caídos, monumento erguido por Francisco Franco nos arredores de Madri, os ensejos delirantes do governo totalitário do generalíssimo são representados por uma obra mirabolante destinada a criar uma grandiosa basílica encavada em uma rocha para abrigar os restos mortais do ditador. É inevitável não se deixar levar pela melancolia e a tristeza de se imaginar quantas vidas de prisioneiros políticos foram perdidas ali, sob as piores condições de trabalho possíveis, para atender os desejos de imortalidade da mente doente de um líder criminoso.
Além do impacto em grande escala, no espaço urbano, a arquitetura induz também a grandes sensações no âmbito físico espacial da vida humana. Em relação ao poder, pode reforçar uma identidade política, representando tanto um poder intimidador quanto um poder transformador. Pode também reutilizar e ressignificar grandes símbolos do passado, que representaram a grandiosidade de grandes civilizações.
Os membros do Parlamento Britânico ocupam, desde 1840, o prédio da Câmara dos Comuns. Os representantes se reúnem em uma construção neogótica, projetada por Augustus Pugin, um profissional complexo e rebuscado, controverso. O Arquiteto carregou nos elementos e detalhes, passeando entre excessos decorativos – adornos, pinturas, texturas, mosaicos de piso e elementos vitorianos em profusão – o que certamente inspira um comportamento sério e introspectivo de quem trabalha por ali.
Vale ainda lembrar que a ideia de “direita” e “esquerda” vem da disposição das cadeiras na Assembleia Nacional de Paris, na França – País que cunhou o termo “Arquitetura da Revolução” como linguagem política da época da Revolução Francesa, baseada no uso da racionalidade e na forma pura nas edificações e nas cidades como ferramenta para gerenciamento das massas, de acordo com seus principais teóricos Boullée e Ledoux.Os revolucionários franceses pouco ousaram em termos de arquitetura: bastou recorrer ao estilo imperial romano, em uma versão mais rebuscada, pois supostamente representava os ideais da vida republicana.
O Castelo de Versalhes foi a inspiração para a construção, no final do século XIX, do famoso jardim de inverno de Munique e dos castelos de Neuschwanstein e de Linderhof, este último residência do “Rei Louco” Luis II da Baviera que pretendia viver sua vida como se estivesse em um filme; o Castelo reproduz em vários detalhes a arquitetura que o inspirou, utilizando o símbolo do Sol em vários elementos decorativos, indicando, portanto a importância arquitetônica do regime de absolutismo do Reis Francês Luis XIV; este castelo na Baviera serviu de inspiração para que Walt Disney desenhasse o castelo da Cinderela. Luis II tinha a intenção de construir mais castelos, na Baviera, um com inspiração bizantina e outro em estilo chinês – reconstruções inspiradas em grandes impérios.
No Brasil, o poder político da Arquitetura também é lembrado como forma de transmitir uma mensagem de projeto de expansão e prosperidade. A era Vargas, após a Revolução de 1930, tentou refletir nos espaços públicos da cidade do Rio de Janeiro a dimensão do nacionalismo populista; expandiu a cidade em direção à baixada da Guanabara, abrindo a Avenida Brasil, criando espaço para permitir o florescimento de uma arquitetura monumental, cujo exemplo maior foi o Ministério da Fazenda, em estilo neoclássico, inaugurado em 1943.
Juscelino Kubitschek, presidente responsável pela criação da Capital Federal, criou um projeto oficial ambicioso, cuja principal vitrine, uma nova cidade, deveria representar um novo destino, forte, moderno, formidável e próspero, para toda uma nação. Fruto da genialidade de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, seus eixos, obras e a relação urbana com o poder transmitem desejos do passado, presente e futuro do País, sempre com uma refinada articulação, por vezes monumental, por vezes em escala bucólica. Os prédios modernistas, portanto, deveriam transmitir esta mensagem. O Brasil crescia rumo a um destino grande e inevitável.
Em uma escala menor, Daniele Pisani, Professor de História e Teoria da Arquitetura Contemporânea em Milão, estudioso da Arquitetura Brasileira moderna, apresenta, em seu livro “O Trianon: do MAM ao MASP: Arquitetura Politica em São Paulo” o estudo sobre um único lote, em cuja história se entrecruzam, como num roteiro teatral, não só figuras de alto poder econômico e político, como Ciccillo Matarazzo, Assis Chateaubriand, Nelson Rockefeller, Armando de Arruda Pereira, Jânio Quadros, Adhemar de Barros e Faria Lima, mas também arquitetos da maior importância, como Affonso Eduardo Reidy, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas, Lina Bo Bardi.
Atualmente, tanto o Museu do Futuro — fantástica edificação em forma de anel onde as janelas formam poemas na caligrafia árabe — quanto o Louvre de Abu Dhabi e as Torres Petronas, na Malásia, são reflexo da ambição de seus governantes em valorizar obras modernas como representação de seu poder, através da arquitetura totalitária, adotada por qualquer governante que quer impor sua vontade através de símbolos grandiosos de sua gestão.
Sim, a Arquitetura é a oratória do poder. Atua, muitas vezes, como protagonista para manter a ordem na sociedade. Atua como instrumento através de suas edificações para demonstrar onipotência e é responsável pela igualdade e desigualdade social, no sentido que pode tanto amplificar quanto amenizar as questões sociais através de seus resultados. É uma enorme responsabilidade e uma perigosa ferramenta. Mas também é uma arte concreta e pública, embora alguns críticos insistam em classificá-la como algo mais artístico e abstrato. Sendo assim, causa impacto em quem a vê e em quem a habita todos os dias. Na verdade, um prédio tem o poder de mudar o entorno, tornando uma cidade mais viva, mais interessante, mais atrativa – e tem o poder de representar em escalas grandiosas os regimes marcados pela violência e desigualdade.
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Fonte: Nacional
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Brasil
Acre registra crescimento de 614% no número de pessoas com ensino superior em 32 anos
Dados do IBGE mostram que percentual de acreanos com diploma universitário saltou de 2,8% em 1990 para 20% em 2022; Brasil também avança, mas em ritmo menor

O Acre, no entanto, se destacou com um crescimento acima da média nacional, alcançando um patamar significativo de escolaridade. Foto: internet
O Acre experimentou um crescimento expressivo no número de pessoas com ensino superior entre 1990 e 2022, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgados pelo perfil Brasil em Mapas. O estado registrou um aumento de 614,29% no percentual de habitantes com diploma universitário, passando de 2,8% em 1990 para 20% em 2022.
Esse avanço reflete uma tendência nacional, embora em ritmo mais acelerado no Acre. No Brasil, a proporção de pessoas com ensino superior subiu de 5% em 1990 para 18% em 2022, um crescimento de 223% em pouco mais de três décadas. Historicamente, o país tinha taxas extremamente baixas de formação universitária, especialmente em estados como o Maranhão, onde apenas 1% da população possuía diploma na década de 1990.
A análise do perfil Brasil em Mapas mostra que, nacionalmente, o percentual de pessoas com ensino superior era de 5,7% em 1990, passando para 6,8% em 2000, 11,3% em 2010 e chegando a 18,4% em 2022. O Acre, no entanto, se destacou com um crescimento acima da média nacional, alcançando um patamar significativo de escolaridade.
Especialistas atribuem o avanço no Acre a políticas públicas de acesso à educação, expansão de instituições de ensino superior e programas de incentivo à formação acadêmica. O aumento no número de graduados é visto como um fator crucial para o desenvolvimento econômico e social do estado, contribuindo para a redução das desigualdades e a melhoria da qualidade de vida da população.
Enquanto o Brasil celebra os avanços na educação superior, o Acre se consolida como um exemplo de crescimento acelerado nesse indicador, reforçando a importância de investimentos contínuos em educação para garantir um futuro mais promissor para todos os brasileiros.
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Gleisi descarta ‘guerra’ com Haddad no comando da articulação política
Gleisi é crítica da agenda econômica de Fernando Haddad. Sob o comando da deputada federal, o PT aprovou em dezembro de 2023 uma resolução que chamou a proposta de contenção de gastos do ministro de “austericídio fiscal”

Gleisi Hoffmann descarta entrar em embate com Fernando Haddad. Foto: Ricardo Stuckert/Agência PT
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que assumirá a Secretaria de Relações Institucionais na próxima segunda-feira (10), afirmou que não ingressará no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para “guerra” e rebateu a possibilidade de entrar em rota de colisão com a agenda econômica de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, de quem é crítica.
“Fui nomeada para cuidar da articulação política”, disse Gleisi ao portal G1 nesta quarta-feira (5) afastando a possibilidade de intervir em assuntos da pauta de economia.
A nova ministra afirmou que, à frente da pasta de Relações Institucionais, terá como principal objetivo a busca de alianças “para garantir 2026”, referindo-se à vitória de uma chapa governista na próxima eleição presidencial. “Vou fazer tudo que for possível para garantir [eleição de Lula em] 2026, vou buscar essas alianças”, afirmou Gleisi ao G1.
Na busca de apoios, a nova ministra aposta no bom relacionamento com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Gleisi é crítica da agenda econômica de Fernando Haddad. Sob o comando da deputada federal, o PT aprovou em dezembro de 2023 uma resolução que chamou a proposta de contenção de gastos do ministro de “austericídio fiscal”. O documento representou a posição institucional do partido, mas teve o conteúdo endossado por Gleisi.
Em discursos à militância do partido, a petista também disse discordar que a “meta zero” de déficit nas contas públicas, encampada por Haddad, seja necessária ao crescimento econômico do país.
A possibilidade de uma inflexão na agenda econômica do governo Lula provocou alta no dólar na sexta-feira, 28 de fevereiro. Após o anúncio de Gleisi para a articulação política, houve alta de 1,50% na moeda, indo a R$ 5,91.
Gleisi Hoffmann é presidente nacional do PT e será a sucessora de Alexandre Padilha na Secretaria de Relações Institucionais. Padilha assumirá o Ministério da Saúde. O partido terá um presidente interino, até a eleição oficial para o comando a pasta em julho.
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Brasil
Empresas terão que informar sobre assédio e sobrecarga de trabalho
As exigências da norma envolvem atualizar documentos e avaliações referentes aos riscos ocupacionais, além de incluir os riscos psicossociais no PGR, como já fazem com os riscos físicos, químicos e biológicos

Ambiente de trabalho tóxico pode gerar consequências psíquicas sérias. Foto: Divulgação
A partir do dia 26 de maio deste ano, as empresas brasileiras deverão incluir medidas para identificar e reduzir fatores que impactam a saúde mental dos trabalhadores, como estresse, assédio moral e sobrecarga de trabalho. A exigência foi determinada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a partir da atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que trata da saúde e segurança no trabalho.
Uma das mudanças mais relevantes foi a introdução do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que obriga as empresas a adotarem um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
O programa deve identificar, avaliar e controlar os riscos ambientais e ocupacionais para que o funcionário não desenvolva doenças relacionadas ao trabalho, como o burnout, explica o médico do trabalho Marcos Mendanha.
Segundo Mendanha, esses riscos não eram exigidos de forma explícita na norma. Com a atualização, as empresas agora precisam documentá-los.
Marina Mezzetti, especialista em neurociência e líder da empresa Neuro(efi)ciência, acrescenta que a implementação da NR-01 não deve se limitar a um simples “checklist”, mas ser vista como uma oportunidade para transformar a cultura da empresa.
“Se a norma for vista apenas como um conjunto de regras burocráticas, os próprios colaboradores irão, ainda que inconscientemente, sabotá-la”, afirma Mezzetti.
O que as empresas devem fazer?
Segundo o médico do trabalho, as exigências da norma envolvem atualizar documentos e avaliações referentes aos riscos ocupacionais, além de incluir os riscos psicossociais no PGR, como já fazem com os riscos físicos, químicos e biológicos.
Antes de a norma entrar em vigor em maio, as empresas devem se antecipar e adotar medidas para reduzir esses riscos, como melhorias no ambiente de trabalho e políticas de saúde mental.
Apesar da NR-01 não especificar quais ferramentas devem ser usadas para avaliar os riscos psicossociais, a especialista Marina Mezzetti sugere algumas mudanças. Veja abaixo:
- 1. Psicosegurança e regulação emocional: criar um ambiente onde os colaboradores se sintam seguros para expressar dúvidas e relatar riscos sem medo de represálias.
- 2. Treinar lideranças: líderes precisam ser capacitados para regular suas emoções e atuar como modelos de comportamento.
- 3. Programa de recompensa: criar sistemas de recompensa e reconhecimento para boas práticas na segurança aumenta a adesão voluntária.
A versão atual da NR-01 ainda precisará de refino, avalia Charles Varani, co-fundador da FairJob, organização que mensura dados de felicidade e bem-estar nas empresas. Ele ressalta que, embora as metodologias e os formatos de prestação de contas ainda não estejam definidos, a norma trouxe mais rigor à avaliação da saúde mental no ambiente de trabalho.
Norma deixa brechas
Embora considere um avanço no ambiente corporativo, o médico do trabalho Marcos Mendanha aponta que a norma é genérica. Com isso, o perigo é de que as empresas adotem avaliações superficiais sem metodologias robustas.
As fiscalizações periódicas serão feitas por auditores-fiscais do trabalho. O não cumprimento das diretrizes pode resultar em penalidades severas, incluindo multas e interdições. No entanto, as empresas têm a opção de entrar com recursos e apresentar planos de adaptação.
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