Geral
O papel da imprensa nas crises de imagem relacionadas ao trabalho policial
O papel da polícia é servir e proteger, e é necessário que todos, cidadãos e imprensa, colaborem para que esse trabalho seja realizado de forma eficaz, em benefício de toda a sociedade acreana.

A crise de imagem enfrentada pela PMAC em algumas dessas ocorrências pode ser revertida com mais diálogo, compreensão e, acima de tudo, respeito mútuo
Por Joabes Guede – jornalista e sargento da Polícia Militar. Trabalha na Assessoria de Comunicação da PMAC.
Não é incomum que episódios envolvendo abordagens policiais, muitas vezes polêmicas, ganhem destaque na imprensa e nas redes sociais, gerando crises de imagem para a Polícia Militar. Tomemos como exemplo o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), cujas ações ao longo dos anos rotineiramente se tornam alvo de críticas e mal-entendidos. Em geral, essas situações envolvem cidadãos que, ao cometerem infrações de trânsito, sentem-se injustiçados e perseguidos, alimentados pelo senso comum de que as forças policiais são, por natureza, opressoras. Sob o pretexto de serem “pessoas de bem” ou “bons cidadãos”, acreditam que não deveriam ser submetidos à fiscalização, o que resulta em um embate direto com o papel legítimo da polícia.
Como policial militar, já atuei diretamente em ocorrências dessa natureza e entendo a complexidade. Como jornalista, percebo que tais situações geram grande repercussão e, consequentemente, interesse da mídia, pois o debate público sobre a atuação policial é combustível para pautas acaloradas e engajamento, por vezes sensacionalista.
Com base na experiência prática, posso dizer que, na maioria desses casos, os procedimentos adotados pelos agentes de segurança são absolutamente corretos, à luz da legislação. No entanto, quando vídeos parciais dessas abordagens são divulgados nas redes sociais, costuma surgir uma onda de comoção pública, geralmente alimentada por uma falta de entendimento dos protocolos policiais. A situação se agrava quando setores da imprensa replicam esses vídeos sem uma análise criteriosa e sem levar em conta a versão oficial de uma instituição que tem fé pública.
É necessário refletir sobre a origem dessas crises de imagem. A sociedade muitas vezes desconhece a complexidade do trabalho policial, especialmente nas ações de trânsito, cujo objetivo principal é a segurança de todos. Ao abordar um veículo que está descumprindo a legislação, o policial não faz um julgamento moral sobre o condutor, mas cumpre seu dever de zelar pela ordem pública e pela preservação de vidas. O fato de um cidadão ser considerado “de bem” não o exime do cumprimento das leis de trânsito, e o papel da Polícia Militar é garantir que essas leis sejam aplicadas de forma imparcial.
Contudo, quando esses fatos chegam ao público, muitas vezes por meio de vídeos que mostram apenas um recorte dos fatos, a narrativa tende a mudar. A polícia, que apenas cumpriu a lei, passa a ser retratada como vilã, e os profissionais que seguem os procedimentos operacionais padrões ficam expostos ao escrutínio público, mesmo quando documentos legais atestam sua conduta. Muitas vezes, a palavra do cidadão, comprovado infrator, tem maior peso.
É fundamental que a imprensa adote uma postura responsável e equilibrada ao cobrir essas situações. Repercutir apenas o que é mostrado em um vídeo, sem investigar o que ocorreu antes e depois daquele momento, cria uma narrativa distorcida, que não reflete a verdade completa. A divulgação de vídeos isolados, sem uma análise que considere o contexto, pode prejudicar não apenas a imagem da polícia, mas também a sociedade, que se vê envolvida em uma polarização desnecessária.

Joabes Guedes é jornalista e sargento da Polícia Militar. Trabalha na Assessoria de Comunicação da PMAC.
A imprensa tem o dever ético de investigar, apurar e transmitir informações com imparcialidade, buscando não apenas os relatos da parte que se considera lesada, mas também a versão da polícia, embasada em boletins de ocorrência e documentos oficiais emitidos por uma instituição que, repito, é reconhecida por sua fé pública. Ignorar essas informações é desrespeitar o trabalho de uma força que está diariamente nas ruas, arriscando-se em benefício da população.
Como policial militar, entendo que o uso da força pela PMAC deve ser sempre o último recurso. No entanto, em situações em que há resistência ao cumprimento da lei, é inevitável que ações mais enérgicas sejam tomadas. Esses procedimentos estão previstos nas normas que regem o trabalho policial e são aplicados com o intuito de proteger tanto os cidadãos quanto os próprios policiais.
Por fim, é necessário um esforço conjunto para promover uma convivência mais harmoniosa entre a população, a polícia e a imprensa. Os cidadãos precisam entender que, ao serem abordados, não estão sendo julgados por seu caráter, mas sim por suas ações naquele momento. O respeito às leis e às autoridades é essencial para a manutenção da ordem e da segurança. Já a imprensa, como mediadora entre os fatos e a sociedade, deve agir com responsabilidade, buscando sempre a verdade completa e evitando sensacionalismos que podem prejudicar a imagem de instituições responsáveis pela preservação da ordem pública.
A crise de imagem enfrentada pela PMAC em algumas dessas ocorrências pode ser revertida com mais diálogo, compreensão e, acima de tudo, respeito mútuo. O papel da polícia é servir e proteger, e é necessário que todos, cidadãos e imprensa, colaborem para que esse trabalho seja realizado de forma eficaz, em benefício de toda a sociedade acreana.
Comentários
Geral
PM de folga impede assalto e prende dois homens após família ser feita refém em Cruzeiro do Sul
Suspeitos foram baleados e detidos após invadir residência no bairro 25 de Agosto; quatro criminosos participaram da ação.

Dois homens foram presos na noite desta quinta-feira (4) após invadirem uma residência e fazerem uma família refém durante um assalto no bairro 25 de Agosto, em Cruzeiro do Sul. A ação foi interrompida por um policial militar que estava de folga, que reagiu ao ser abordado por um dos suspeitos armados. Um dos detidos, identificado como Cauã, foi baleado na perna, e o outro, Jarlisson, sofreu um ferimento no supercílio. Ambos receberam atendimento médico e foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil.
Segundo relatos das vítimas, quatro assaltantes armados com pistolas entraram na casa e fizeram a família — incluindo uma criança — refém. Eles procuravam ouro e joias, por saberem que a moradora comercializava esses itens. Durante a ação, as vítimas foram algemadas, e a mulher chegou a ser enforcada para revelar onde supostamente guardava o ouro. Sem encontrar os objetos desejados, o grupo fugiu levando relógios, pulseiras, celulares e cerca de R$ 2 mil em dinheiro.
Durante as buscas, a Polícia Militar foi informada de que um colega havia contido dois suspeitos nas proximidades. O PM relatou que estava em frente à própria residência quando viu três indivíduos correndo. Ao perceber que um deles portava uma pistola e apontava em sua direção, reagiu e efetuou um disparo que atingiu Cauã.
Com a dupla, os policiais apreenderam sete relógios, uma pulseira, um perfume, dinheiro, dois celulares e uma pistola Taurus modelo .838, com 13 munições intactas. As vítimas reconheceram os dois como participantes do roubo.
Os outros envolvidos na ação criminosa ainda não foram localizados.
Comentários
Geral
Justiça do Acre funciona em regime de plantão nesta segunda (8)

Foto: TJAC/assessoria
O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) informa que não haverá expediente nas unidades jurisdicionais e administrativas na próxima segunda-feira, 8 de dezembro, em virtude do feriado do Dia da Justiça.
A data é comemorada desde 1940, mas sua primeira celebração oficial ocorreu somente dez anos mais tarde, por iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros. A Lei 1.408, de 1951, criou o Dia da Justiça como feriado forense em todo o território nacional.
O atendimento das demandas emergenciais, no âmbito do primeiro e segundo graus de jurisdição, ocorrerá em regime de plantão, conforme escala definida. A relação de magistradas, magistrados, servidoras e servidores plantonistas pode ser consultada na aba Plantão Judiciário do portal do TJAC ou diretamente pelo link: https://www.tjac.jus.br/spj/.
Os prazos processuais que tenham início ou término durante o feriado serão automaticamente prorrogados para o primeiro dia útil subsequente, garantindo segurança e continuidade à tramitação processual.
Fonte: Ascom/TJAC
Comentários
Geral
Acusado de homicídio em disputa entre facções volta a júri popular nesta quinta em Rio Branco
Raimundo Fernandes Silva, que havia sido condenado a mais de 21 anos de prisão em 2022, passa por novo julgamento após anulação da sentença pelo TJAC.
Raimundo Fernandes Silva, acusado de homicídio qualificado, voltou a sentar no banco dos réus na manhã desta quinta-feira (5), na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco. Ele é apontado como o autor do assassinato de Alessandro da Silva Santos, ocorrido em 2018. A sessão teve início às 8h30, no Fórum Criminal, e o resultado do julgamento deve ser conhecido no início da tarde.
O réu chegou a ser condenado em fevereiro de 2022 a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, em regime fechado. No entanto, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), alegando que testemunhas consideradas essenciais não haviam sido ouvidas, o que poderia alterar o entendimento dos jurados.
A Câmara Criminal acolheu o recurso e anulou a sentença, determinando um novo julgamento.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu na noite de 8 de agosto de 2018, em meio a uma disputa entre facções criminosas. Alessandro da Silva Santos foi surpreendido quando chegava em casa, no bairro Tancredo Neves, por um homem armado com uma espingarda de grosso calibre e executado com vários disparos.
Raimundo Fernandes Silva foi indiciado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e não compareceu à sessão do júri realizada em 2022, quando acabou condenado pela primeira vez.
Fonte: PCAC

Você precisa fazer login para comentar.