fbpx
Conecte-se conosco

Acre

O camelô que se tornou oficial da Polícia Militar do Acre

Publicado

em

Quem vê o tenente Thales Campos, de apenas 33 anos, ostentando a farda impecável, a aparência jovial e o garbo militar característico, não imagina o quanto batalhou para vencer a vulnerabilidade social e ingressar nas fileiras da Polícia Militar do Acre (PMAC).

O oficial, atualmente comandante de duas companhias do Batalhão de Operações Especiais (Bope), começou a trabalhar aos 7 anos de idade, como camelô, para ajudar no sustento da família e, desde então, nunca mais parou: entre bicos e corres, hoje inspira seus pares e subordinados, ao se tornar um dos oficiais mais jovens a comandar companhias operacionais na tropa de elite da PMAC.

O tenente Thales Campos comanda as companhias de Choque e COE do Batalhão de Operações Especiais da PMAC. Foto: arquivo pessoal

Thales foi primogênito e sua mãe, assim como mais de 20 milhões de mulheres no Brasil, criou sozinha os três filhos. Diante das dificuldades, o menino aprendeu cedo o preço de cada refeição. Cresceu transitando na linha de ônibus entre a região da Baixada, onde morava em Rio Branco, e o Terminal Urbano, onde vendia produtos como salgados, refrescos e latinhas.

Da antiga rotina, ele guarda a memória do constrangimento, dividido com a mãe e as irmãs, de carregar no transporte coletivo os produtos que vendiam, frente aos olhares de desprezo e aborrecimento de alguns usuários, também motivados pela quantidade de bagagem que tomava grande parte do ônibus. Não era raro pular catraca para economizar trocados durante o trajeto.

Apesar do cotidiano pesado, vivido ao longo de 11 anos, Campos conseguiu estudar nas escolas públicas da periferia de Rio Branco até concluir o nível médio. Aos 19 anos fez um curso de mecânica de motos, que o habilitou ao primeiro emprego formal, como mecânico. Sua vida mudaria daí em diante.

No início ser policial militar não era um grande sonho para Campos, mas uma chance de mudar de vida. Foto: arquivo pessoal

“Na oficina onde eu trabalhava consertava muitas motos de policiais, e eles foram me inspirando. Foi quando ousei sonhar que poderia também entrar no serviço público e ser policial, seria uma forma de mudar de vida e ajudar minha família”, conta. A partir desse momento, estudar para prestar concursos e vestibular, mesmo que de maneira rasa e sem orientação, passou a fazer parte do planejamento diário. O então mecânico se preparava para os certames da PM, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Civil.

Foi em 2012 que veio a primeira grande conquista: a aprovação no concurso para soldado da PMAC. Campos passou também nos concursos do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil, e ainda foi aprovado para Agente Comunitário de Saúde. “Foi aí que percebi que era possível, tudo era questão de querer e correr atrás. Minha motivação foi a vontade de mudar de vida. Eu até então não tinha o ‘grande sonho’ de ser policial, mais hoje eu sou apaixonado por isto aqui”, enfatiza.

Depois de quatro anos servindo como soldado, surgiu a oportunidade de fazer concurso para oficial da instituição militar a que já servia. Aprovado no certame, passou por um curso de formação com duração de dois anos, realizado no próprio estado, e passou a atuar nos batalhões de área.

Preparo técnico

Após ser transferido, em 2019, para o Bope, mesmo sem ter solicitado, o tenente não se sentiu merecedor de integrar a tropa de elite. Nas suas palavras, “não tinha o sentimento de pertencimento”, por não ter feito ainda os cursos operacionais comuns para quem “veste o preto”.

Em 2021 concluiu no Piauí o Curso de Operações Especiais (COEsp). Foto: arquivo pessoal

Já no mês seguinte à transferência, iniciou o curso de Choque, que prepara o policial para atuar em controle de distúrbios civis. Ao término, recebeu a missão de comandar a Companhia de Choque.

Cerca de um ano e meio depois, em 2021, concluiu, no Piauí, um dos cursos mais difíceis realizados nas instituições militares, o Curso de Operações Especiais (COEsp), conhecido por formar os “caveiras”, e por qualificar o policial a desenvolver o serviço com o mais alto grau de excelência. Quando retornou ao Acre, recebeu também o comando da Companhia de Operações Especiais (COE).

Com 33 anos, Campos é um dos oficiais mais jovens a comandar duas companhias operacionais do Bope. Foto: arquivo pessoal Ainda em 2021, o militar concluiu o Curso de Operações Rurais, no próprio estado, e recentemente, em 2022, o Curso de Negociador Policial, realizado pela Polícia Militar do Paraná.

Inspiração

Hoje, graduado em Gestão Pública e graduando em Direito, o tenente Campos é referência entre superiores, pares e subordinados. Possibilitado pelo governo do Estado, por meio da PM, em parceria com instituições coirmãs, o preparo técnico e operacional que adquiriu rapidamente nos últimos anos o credenciaram a atuar nos mais variados tipos de policiamento e operações de segurança pública.

Sua história de superação, que faz questão de contar com orgulho, motiva-o a inspirar outros jovens que também passam por dificuldades. “Aconselho sempre a acreditar no próprio potencial, manter a obstinação e o foco. Aprendi que um homem sem um propósito é um homem morto e, por isso, temos que buscar incessantemente, que uma hora as coisas acontecem, se você pagar o preço. Para mim, esse preço foi a educação, a única opção para quem nasce de família pobre e não tem muitas oportunidades”, concluiu.

O tenente Campos é referência entre superiores, pares e subordinados. Foto: arquivo pessoal

Comentários

Continue lendo

Acre

Governo do Acre culpa prefeitura de Assis Brasil por suspensão de inauguração de casas

Publicado

em

Imagem ilustrativa

Após a decisão da Justiça que suspendeu a inauguração de 11 unidades habitacionais no município de Assis Brasil, o governo do Acre divulgou uma nota nesta quarta-feira, 14, esclarecendo sua atuação na obra. O governo informou que a responsabilidade pela execução da infraestrutura externa é da Prefeitura Municipal.

A suspensão da entrega das casas, prevista para ocorrer nesta mesma data, foi determinada pela desembargadora Waldirene Cordeiro, que compõe a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre, atendendo a pedido do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC).

A medida tem como base uma ação civil pública movida pela Promotoria de Justiça Cumulativa de Assis Brasil, que apontou risco de desabamento de encosta na área onde as moradias foram construídas.

A vistoria técnica que embasou a ação realizada pelo MPAC, apontou instabilidade no terreno, com erosão e fissuras, além da ausência de estudos geotécnicos e de um projeto de drenagem.

Também foi apurado que houve supressão de vegetação em área não autorizada pela licença ambiental.

Na nota, assinada pelo secretário de Estado de Habitação e Urbanismo (Sehurb), Egleuson Santiago, a Secretaria informou que todas as unidades habitacionais sob sua responsabilidade foram concluídas conforme o planejamento técnico estabelecido, obedecendo aos padrões de qualidade e segurança.

“As unidades foram executadas dentro dos padrões de qualidade e segurança definidos, representando o fiel cumprimento do escopo sob responsabilidade da Sehurb”, diz um trecho da Nota.

O empreendimento, segundo a pasta, foi licenciado pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), por meio da Licença Ambiental Única nº 288/2024, emitida em julho do ano passado.

O governo esclareceu, ainda, que os serviços de infraestrutura externa – apontados como um dos fatores de risco no local – são de responsabilidade da Prefeitura de Assis Brasil.

“A execução da infraestrutura externa é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Assis Brasil, com a qual o Estado mantém diálogo institucional para viabilizar a conclusão tempestiva e a entrega definitiva do empreendimento às famílias beneficiadas”, diz a nota.

Além disso, a Sehurb informou que os projetos técnicos dessa etapa foram elaborados pelo Estado e estão disponíveis para garantir agilidade na execução. A previsão é de que os serviços sejam finalizados em até 30 dias.

Na ação civil, o MPAC também pediu que as famílias contempladas recebam auxílio por meio de aluguel social enquanto durar a interdição.

Por fim, a Secretaria de Habitação reafirmou seu compromisso com a política habitacional do estado e com a entrega de moradias dignas à população, dentro dos prazos e normas legais.

Comentários

Continue lendo

Acre

Governo Federal autoriza repasse de R$ 52,7mi a cidades afetadas por desastres; No Acre 7 serão beneficiados

Publicado

em

Foto ilustrativa/arquivo: Sérgio Vale

Estão na lista municípios dos estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Pará, Paraíba, Piauí, Ceará, Mato Grosso e Bahia

A Defesa Civil Nacional autorizou, nesta quarta-feira, 14 de maio, o repasse de 52 milhões reais para ações de resposta e recuperação em 95 cidades brasileiras. Estão na lista municípios dos estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Pará, Paraíba, Piauí, Ceará, Mato Grosso e Bahia.

Para conferir a lista com os municípios, acesse http://mdr.gov.br .

Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, explica como os recursos podem ser aplicados.

“Os recursos da Defesa Civil podem ser empregados naquele primeiro momento que acontece o desastre pra fazer assistência humanitária, pra dar kits de higiene, alimentação para as pessoas que foram atingidas, que enfrentam as consequências daquele desastre, bem como pra restabelecimento dos serviços essenciais, como, por exemplo, abastecimento de água e desobstrução de vias públicas. Além disso, nós também podemos utilizar o os recursos da Defesa Civil pra fazer reconstrução de infraestruturas públicas destruídas pelo desastre ou ainda de habitações destruídas pelo desastre”.

Os valores destinados a cada município são definidos por critérios técnicos da Defesa Civil Nacional e variam conforme o valor solicitado no plano de trabalho, magnitude do desastre e número de desabrigados e desalojados, entre outros parâmetros.

Para saber mais sobre as ações do Governo federal em Proteção e Defesa Civil, acesse http://mdr.gov.br.

ACRE

Rio Branco (AC) R$ 973.092,25

Plácido de Castro (AC) R$ 133.213,10

Mâncio Lima (AC) R$ 2.692.568,00

Cruzeiro do Sul (AC) R$ 1.111.849,75

Tarauacá (AC) R$ 342.415,00

Marechal Thaumaturgo (AC)  R$ 773.847,60

Feijó (AC) R$ 647.200,00

Reportagem, Janaína Castro

Comentários

Continue lendo

Acre

Prefeitura e Iteracre definem prioridades para regularização fundiária em Epitaciolândia

Publicado

em

Reunião entre gestão municipal e Iteracre definiu prioridades para os bairros Fontenele de Castro e Aeroporto

Bairros Fontenele de Castro e Aeroporto serão os primeiros a receber títulos de propriedade. Foto: cedida 

Em mais um passo para garantir direitos de propriedade aos moradores, o prefeito Sérgio Lopes se reuniu nesta quarta-feira (14) com a presidente do Iteracre, Gabriela Câmara, além do presidente da Câmara, Antônio Rosiclei (Solidariedade), e os vereadores Ary Matos (sOLIDARIEDADE), e Jezo Batista (PL). O encontro discutiu os avanços da regularização fundiária no município.

Os primeiros bairros a serem beneficiados serão Fontenele de Castro e Aeroporto, com posterior expansão para outras áreas. A ação visa garantir segurança jurídica aos moradores e impulsionar o desenvolvimento urbano de Epitaciolândia.

“Como representante do povo, estamos trabalhando para resolver uma demanda histórica da população e trazer mais dignidade às famílias”, destacou o presidente Antônio Rosiclei (Solidariedade). A regularização é considerada essencial para melhorar a qualidade de vida e valorizar os imóveis na região.

O prefeito Sérgio Lopes, acompanhado do presidente da Câmara Antônio Rosiclei e dos vereadores Ary Matos e Jezo, discutiu com a presidente do Iteracre. Foto: cedida 

Os bairros Fontenele de Castro e Aeroporto foram definidos como prioritários para receber os primeiros títulos de propriedade. A ação visa garantir segurança jurídica aos moradores e impulsionar o desenvolvimento urbano da cidade.

“Estamos cumprindo nosso compromisso de trazer mais dignidade às famílias epitaciolandenses através da regularização fundiária”, afirmou o prefeito Sérgio Lopes. A iniciativa representa um avanço significativo para a população, que aguardava há anos por esta solução.

Comentários

Continue lendo