Acre
Novos vestígios de índios isolados são encontrados no Acre e comunidades reivindicam bases de proteção
Sinais da presença dos chamados “cabeludos” vão desde rastros na terra até saques de bananas nos roçados.
Situada em Sena Madureira e Assis Brasil, no interior do Acre, a Terra Indígena Mamoadate é lar dos povos Manchineri e Jaminawa, há décadas contatados e integrados à sociedade nacional. Por estar localizada na fronteira com o Peru, aquela região tem registrado, nos últimos anos, frequentes aparições de povos ainda isolados, provenientes do país vizinho.
No final de novembro, o cacique Alberico Manchineri escutou o sopro desses indígenas, próximo à aldeia Extrema, e conseguiu observar seus vestígios, que vão desde rastros na terra até saques de bananas nos roçados. A aldeia Lago Novo, na mesma terra indígena, também tem notificado a aproximação dos chamados, pelas populações locais, de “parentes desconfiados”.
Nos últimos três anos, quando as aparições se intensificaram, os Manchineri dessas duas aldeias passaram a evitar determinados locais de caça para não cruzarem com esse povo.
O mesmo acontece na Terra Indígena Kaxinawá do Rio Humaitá, em Feijó, onde os Huni Kui compartilham seu território com um grupo ainda não contatado, os chamados “cabeludos do Humaitá”. Os avistamentos de vestígios também têm sido cada vez mais frequentes na área, deixando as comunidades em alerta diante da possibilidade de conflitos.
Em 2023, foram registrados vários saques de isolados nas aldeias dos Huni Kui, que chegaram a coletar artefatos desse povo não muito longe de suas casas. No final de novembro, Maria Hilda Kaxinawá registrou o local onde os “cabeludos” dormiram, próximo à sua aldeia, a Novo Futuro.

Foto: Reprodução
Temendo conflitos e visando proteger os povos em isolamento, os Machineri e Huni Kui dessas duas terras enviaram, no mês passado, uma carta à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), solicitando a instalação, com urgência, de Bases de Proteção Etnoambiental (Bape) em pontos estratégicos de ambos os territórios.
Esses dois povos já trabalham, em suas respectivas terras, com monitoramento e defesa dos isolados, porém, reivindicam o reforço do poder público por meio das bases, que são geridas pelas Frentes de Proteção Etnoambiental (FPE).
A justificativa para a instalação desses centros de controle se dá, ainda, pelas atividades ilícitas em curso na região de fronteira, entre elas a exploração ilegal de madeira, o tráfico de drogas e a ação de missionários cristãos, que são alguns dos motivos que têm provocado o deslocamento dos povos isolados para dentro do território acreano.
(Com informações da Coiab)
Comentários
Acre
Rio Acre segue acima da cota de transbordo e atinge 15,32 metros em Rio Branco
Mesmo sem chuvas nas últimas 24 horas, nível do rio continua elevado e é monitorado pela Defesa Civil

Foto: Sérgio Vale
Comentários
Acre
Acre recebe novo alerta de chuvas intensas com risco potencial

Em dias de chuva é preciso redobrar as medidas de segurança ao conduzir veículos. Foto: Eduardo Gomes/Detran
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso de chuvas intensas com grau de perigo potencial para o Acre. O alerta teve início às 9h23 desta segunda-feira (29) e segue válido até 23h59 de terça-feira (30).
De acordo com o Inmet, estão previstas chuvas entre 20 e 30 milímetros por hora, podendo chegar a até 50 milímetros por dia, acompanhadas de ventos intensos, com velocidade variando entre 40 e 60 km/h.
Apesar de classificado como de baixo risco, o aviso aponta possibilidade de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos em áreas urbanas e descargas elétricas durante o período de instabilidade.




Você precisa fazer login para comentar.