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No mês da prevenção do câncer de bexiga, conheça os sinais da doença

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Sintomas podem ser confundidos com outras enfermidades

 Por Ludmilla Souza

Sangramento visível na urina; desconforto ao urinar, como dor e ardência; aumento da frequência ou urgência em urinar são sintomas para acender o alerta de um possível câncer de bexiga, órgão que armazena a urina antes de ser eliminada do corpo. Durante a micção, os músculos da bexiga se contraem e a urina é eliminada através da uretra.

“Mesmo nos estágios iniciais, esse tipo de tumor já pode causar alguns sintomas. O principal sintoma da doença é o sangramento visível na urina, então é aquele paciente que vai chegar no consultório falando que viu sangue na urina, que a gente chama de hematúria. Outro indicativo é o desconforto a urinar. Alterações como urgência para urinar ou aumento da frequência urinária também são sintomas que a gente deve investigar”, alerta o urologista Rafael Ribeiro Meduna, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo.

Nos casos mais avançados da doença, podem ocorrer sintomas como perda de peso, cansaço, fraqueza, perda do apetite, dor óssea e incapacidade de urinar. Contudo, esses sintomas também são comuns em outras doenças como infecção urinária, aumento benigno da próstata, bexiga hiperativa e pedras nos rins e bexiga.

“É importante lembrar que esses sintomas não significam que você está com um tumor de bexiga. Existem outras doenças que são até um pouco mais frequentes que o câncer de bexiga, que também causam sintomas como o aumento da próstata benigno, uma infecção urinária, cálculos na bexiga e até a bexiga hiperativa”.

Conscientização

Julho é marcado pela campanha de conscientização do diagnóstico precoce e do tratamento do câncer de bexiga. O mês é dedicado à campanha para que as pessoas, com ou sem histórico da doença na família, passe a buscar orientação e acompanhamento médico, além de realizar exames periódicos.

A queda no número de diagnósticos preocupam os especialistas. Isto porque, com a pandemia, muitos pacientes deixaram de realizar exames rotineiros. Para dimensionar o tamanho do dano causado pela pandemia no diagnóstico de novos casos de cânceres, a Sociedade Brasileira de Urologia (seção de São Paulo) realizou levantamento em parceria com instituições de saúde no Estado de São Paulo, responsáveis pelo atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os resultados mostraram que a pandemia gerou uma redução média de 26% no número de novos casos, englobando os tumores de rim, próstata e bexiga, na comparação com diagnósticos feitos nos anos de 2019 e 2020.

O Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, observou uma queda de 52% nos casos de câncer de bexiga e 63% nos de rim. Já o Hospital AC Camargo Câncer Center, disse que a redução foi de 24% para os tumores da bexiga e 29% para os de rim. Os dados para o câncer de rim do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostraram redução no diagnóstico de novos casos de 35% –  foram computados 40 casos em 2019, contra 26 em 2020.

“Com toda a questão da pandemia, houve um grande medo da população, além da orientação das instituições de saúde para que houvesse o distanciamento social. Com isso, teve uma redução importante no número de consultas médicas, avaliações, exames e consequentemente houve uma diminuição nos diagnósticos”, lamenta o médico.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), o número de casos novos de câncer de bexiga, estimados em 2022 para o Brasil, é de 7.590 casos em homens e 3.050 em mulheres.

Fatores de risco

O principal fator de risco para desenvolver a doença é o cigarro, responsável por cerca de 50% dos casos. O risco está diretamente relacionado com a duração e intensidade do ato de fumar.

“O cigarro tem diversas substâncias químicas que são carcinogênicas, ou seja, induzem o aparecimento de um tumor e no caso específico da bexiga, depois que essas substâncias são inaladas, elas são absorvidas pelo pulmão e vão cair na corrente sanguínea e depois serão filtradas pelo rim. Vai produzir uma urina, como se estivesse contaminada com essas substâncias químicas e depois ela vai ser armazenada na bexiga, que é um reservatório da urina. Essas substâncias químicas vão passar horas ali na bexiga, causando uma agressão à superfície vesical, que vai propiciar um ambiente para poder desenvolver um tumor no paciente”, explica Meduna.

Mesmo quem não fuma, mas convive com alguém que fuma, o chamado tabagismo passivo, também tem um risco aumentado de câncer de bexiga. Outros fatores associados, porém em menor grau, são a exposição ocupacional prolongada às substâncias químicas chamadas de aminas aromáticas que podem ser cancerígenas (principalmente em indústrias que processam tintas, corantes e derivados do petróleo) e irritações crônicas na bexiga, como infecções e cálculos.

A principal prevenção para o câncer de bexiga é não fumar. Já os trabalhadores, que estão em contato diário com produtos químicos, devem usar equipamentos de proteção individual para maior segurança durante o trabalho. Os hábitos saudáveis de vida, alimentação adequada, prática de exercícios físicos também são uma forma de prevenção.

Tratamentos

Além do exame físico e análise da história clínica, para realizar um diagnóstico mais preciso, o médico pode solicitar alguns exames de imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética).

O exame diagnóstico mais importante para avaliação do câncer vesical é a cistoscopia. Com esse exame, o médico consegue avaliar o interior da bexiga do paciente com uma câmera. O tratamento do câncer de bexiga é indicado de acordo com o grau da doença, profundidade da invasão do tumor na parede da bexiga e se invade outros órgãos.

No caso de tumores iniciais, o tratamento realizado é a ressecção transuretral da bexiga, conhecida como “raspagem da bexiga”. Em alguns casos, pode-se associar a esse tratamento, a aplicação de drogas como BCG, quimioterápicos ou imunoterápicos dentro da bexiga.

“A onco BCG é uma imunoterapia que tem como objetivo criar, com o sistema imune, condições para diminuir a recorrência e a progressão do tumor. É importante lembrar que esse tratamento não está indicado para todo mundo, então vai depender muito do estágio da doença. Por isso que é importante, sempre que tiver esse diagnóstico, consultar especialistas para avaliar qual é o melhor tratamento para cada paciente”, frisa o urologista.

Em tumores que invadem a musculatura da bexiga, com a cistectomia radical (retirada de toda a bexiga) é a forma mais adequada de tratamento, podendo ser precedido pela quimioterapia em algumas situações. Como tratamento alternativo à retirada total da bexiga, pode ser utilizado uma combinação de raspagem da bexiga, quimioterapia e radioterapia.

Em geral, esse tratamento alternativo é destinado a pacientes com muitos problemas de saúde que não tem condições para realizarem a retirada total da bexiga. No caso de tumores mais avançados com presença de metástases (invasão de outros órgãos), o tratamento mais adequado é a quimioterapia ou imunoterapia. “A recomendação continua valendo: o quanto antes se diagnosticar o problema, mais chances de cura o paciente terá”, finaliza o especialista.

Edição: Valéria Aguiar

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Brasileia conquista Selo Ouro e alcança marca histórica em transparência pelo Radar Nacional da Transparência Pública

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Por Fernando Oliveira- Secom/ Prefeitura de Brasileia

O município de Brasileia, alcançou, pela primeira vez, o Selo Ouro no Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP), consolidando-se como referência estadual e nacional em transparência e gestão pública responsável.

O resultado foi divulgado oficialmente nesta quinta-feira (04), durante o IV Congresso Internacional dos Tribunais de Contas, realizado em Florianópolis (SC).

Com nota de 86,28%, Brasileia atingiu um dos níveis mais elevados.

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Adolescente de 17 anos é encontrado morto dentro de casa em Feijó; polícia apura possibilidade de suicídio

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Wesley Correia, conhecido na comunidade por praticar vôlei, teve o corpo encaminhado ao IML; laudo pericial deve esclarecer as circunstâncias do óbito

Wesley era bastante conhecido na comunidade e participava ativamente de práticas esportivas, especialmente o vôlei. Foto: captada 

O adolescente Wesley Correia da Costa Nascimento, de 17 anos, foi encontrado morto dentro da própria casa na manhã desta sexta-feira (5), em Feijó. A Polícia Civil investiga as circunstâncias do óbito, e informações preliminares apontam para a possibilidade de suicídio, hipótese que ainda não foi confirmada oficialmente.

De acordo com o delegado Dione Lucas, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML)e passará por exames periciais para esclarecer a causa da morte. Apenas após a conclusão dos laudos será possível determinar com precisão o que ocorreu.

Wesley era bastante conhecido na comunidade e participava ativamente de atividades esportivas, especialmente de vôlei. A notícia de sua morte causou grande comoção entre familiares e amigos, que manifestaram tristeza e surpresa nas redes sociais.

A Polícia Civil continua com as investigações e aguarda o resultado oficial da perícia para dar andamento ao caso.

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PCAC prende homem de 45 anos por estupro de vulnerável em Cruzeiro do Sul

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A prisão integra um conjunto de ações realizadas pela DEMPCA ao longo da semana em Cruzeiro do Sul, período no qual quatro pessoas foram capturadas

DEMPCA efetua prisão de homem por estupro de vulnerável nesta sexta-feira em Cruzeiro do Sul. Foto: cedida

A Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Proteção da Criança e do Adolescente (DEMPCA), realizou mais uma prisão nesta sexta-feira, 5, em Cruzeiro do Sul, reforçando as ações de combate à violência e proteção às vítimas no município.

O detido, identificado pelas iniciais D.G.A., de 45 anos, foi preso em cumprimento de mandado decorrente de condenação por estupro de vulnerável.

A prisão integra um conjunto de ações realizadas pela DEMPCA ao longo da semana em Cruzeiro do Sul, período no qual quatro pessoas foram capturadas, duas por violência doméstica e duas por estupro de vulnerável.

“As operações refletem o comprometimento das equipes da DEMPCA e demais unidades policiais em garantir a proteção de mulheres, crianças e adolescentes, além de assegurar a responsabilização de agressores”, declarou o delegado Vinícios Almeida.

Almeida destaca que seguirá empenhada no enfrentamento firme e contínuo aos crimes que atingem grupos vulneráveis, reforçando a importância das denúncias e da atuação integrada para coibir abusos e assegurar justiça às vítimas.

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