Acre
No Dia dos Povos Indígenas, governo do Acre comemora avanços em políticas públicas e preservação da cultura
Comemorado todo 19 de abril, o Dia dos Povos Indígenas tem como objetivo celebrar a diversidade cultural indígena e contribuir para a preservação da cultura e da história. A data também traz reflexões sobre a luta contra o preconceito e pela manutenção dos direitos dos povos.

Dia dos Povos Indígenas é comemorado em 19 de abril. Foto: Alexandre Cruz-Noronha
Para garantir o diálogo, manutenção, condução e elaboração das políticas públicas voltadas aos povos indígenas, o governo do Acre nomeou este ano duas grandes lideranças para ficar como frente e apoio.
Uma grande liderança reconhecida nacional e internacionalmente na defesa dos povos indígenas, Francisca Arara atua como frente de apoio na Assessoria Especial Indígena no Gabinete do governador Gladson Cameli.
Nedina Yawanawa, que também tem representatividade dentro e fora do país, assumiu a Diretoria de Povos Indígenas da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas do Acre (Semapi).
Além disso, outros cargos foram criados em várias secretarias de Estado, dando visibilidade, representatividade e fala aos povos.
Francisca Arara fala da importância do Abril Indígena e garante o compromisso que o Estado tem em garantir políticas públicas voltadas aos povos indígenas.
“Com a nossa assessoria, estamos indo em todas as secretarias de Estado, apresentando e explicando o nosso compromisso, as nossas ações e isso é muito importante para que as políticas voltadas aos povos sejam concretizadas de forma unificada. Nós estamos em processo de organização do Fórum Estadual dos Povos Indígenas, que iria ocorrer este mês, mas, por conta da alagação, do acolhimento que demos aos indígenas no abrigo, vai ser realizado em julho”, disse.
A criação da Diretoria de Povos Indígenas, segundo Nedina Yawanawa, era uma reivindicação: “A diretoria tem essa atribuição de trabalhar linhas gerais principalmente voltadas para a questão da gestão territorial e ambiental dos povos indígenas. Dentro dessa linha entram também as ações que já existem e precisam ser retomadas e fortalecidas e a articulação interinstitucional entre as secretarias e o governo federal, e municipais e a governança, que são os instrumentos que garantem a participação dos povos indígenas nas ações em todas as esferas”.
A diretora também ressaltou a importância da participação dos povos indígenas para que as políticas funcionem: “Temos uma tradição e ela precisa ser respeitada. E a partir do momento que o indígena passa a participar das políticas de Estado, as coisas mudam porque eu trago o olhar do povo indígena”.

Governo, por meio da Semapi, entregou materiais em terras indígenas em Marechal Thaumaturgo. Foto: Alexandre Cruz-Noronha
Investimentos e suporte para as TIs
Apenas este ano, já foram investidos mais de R$ 2,5 milhões em 12 terras com a distribuição de equipamentos para auxiliar beneficiários do Programa de Incremento Produtivo Comunitário (IPC) e Planos de Gestão em Terras Indígenas (PGTIs). Não apenas no Abril Indígena, o governo tem cumprido com o compromisso e já fez diversas ações. Na última delas, realizada este mês no município de Marechal Thaumaturgo, foi realizada uma verdadeira força-tarefa pela Semapi e parceiros para cumprir com a entrega de barcos, motores, microtratores com implementos agrícolas, trilhadeira, despolpadeira de açaí, kit rapel para coleta de sementes, ferramentas e utensílios agrícolas, violão, caixa amplificada, microfone, gravador de som, freezer, dentre outros materiais.
José Batista Siqueira, que é cacique da Aldeia São Sebastião e da Associação do Povo Jaminawa Arara, da terra indígena do Rio Bagé (Ajarb), disse que:
“É bom ver o governo cumprindo com o compromisso, trabalhando por nós, povos indígenas. Esses patrimônios entregues para as comunidades também vão servir à Ajarb. Eles serão de uso coletivo em cada comunidade o serão entregues para as lideranças locais. Trarão muitos benefícios, como transporte das famílias em deslocamento da aldeia para o município e do município para a aldeia, e também para a escoação da produção. Vamos fazer uso também na área da saúde, da educação, fiscalização da terra indígena Jaminawa Arara do Rio Bagé. É pra isso que estamos ganhando esses cinco barcos”.
O cacique Fernando Henrique Kaxinawá disse que o barco que a comunidade recebeu vai servir para escoar a produção e ajudar no dia a dia da da aldeia: “O barco vai ser usado para suprir a necessidade em relação à produção. Hoje temos dificuldade para levar a feira e a produção. Com esse barco, estamos pensando em levar mais produção para a cidade”.
Fórum Estadual Indígena
Com o tema Políticas Públicas para os Povos Indígenas, o governo do Acre vai realizar o 1º Fórum Estadual dos Povos Indígenas com data prevista para a primeira semana de julho deste ano.
Na organização do Fórum estão envolvidos a Secretaria de Meio Ambiente e dos Povos Indígenas (Semapi) por meio da Diretoria Indígena, a Assessoria Especial Indígena, o Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) e a Secretaria da Casa Civil (Secc). Dentre as diretrizes do Fórum está a integração de políticas públicas indígenas estaduais com as esferas municipais e federais.

As famílias receberam cesta básica, kits de limpeza e higiene pessoal, filtros de água e outros insumos. Foto: cedida
Acolhimento durante a cheia
Para garantir segurança e um espaço maior para acolher as famílias indígenas atingidas pela cheia, o governo, por meio da Semapi, montou três abrigos, sendo um só para indígenas em Rio Branco, um em Assis Brasil e um em Brasiléia, os três com atendimentos voltados para a cultura indígena. Além disso, eram realizadas atividades respeitando a cultura.
Em Assis Brasil, acompanhada da secretária do Meio Ambiente e Políticas Indígenas, Julie Messias, do coordenador da Defesa Civil Estadual, Coronel Carlos Batista, e do prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, a vice-governadora foi até a aldeia da terra indígena Mamoadate. A terra foi 100% atingida pelas águas e os indígenas receberam assistência.
A ação foi realizada por força-integrada entre a Semapi, Prefeitura de Assis Brasil, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) e Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre).

Povos indígenas do Acre. Foto: Alexandre Cruz-Noronha, Diego Gurgel, Ricardo Stuckert, Marcos Santos, Arisson Jardim
Povos indígenas do Acre
O Acre tem, ao todo, 16 povos indígenas, sendo eles: Huni Kuĩ (Kaxinawa), Ashaninka, Ashenĩka, Yawanawa, Puyanawa, Noke Ko’í (Katukina), Jaminawa Arara, Nukini, Manxineru (Manchineri), Jaminawa, Kuntanawa, Apolima Arara, Nawa, Shanenawa, Shawãdawa (Arara), Madijá (Kulina), povos isolados.
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Acre registra mais de 4,5 mil casos de sífilis entre 2023 e 2025, diz Sesacre
Dados oficiais revelam que Rio Branco responde por metade dos casos; especialistas alertam para subnotificação e riscos da sífilis congênita, enquanto diagnóstico e tratamento gratuitos são subutilizados

A tabela divulgada pela Sesacre também mostra que, entre os infectados, os homens aparecem em maior quantidade. A população mais atingida é formada por jovens com idade entre 15 e 25 anos. Foto: captada
O Acre registrou 4.546 casos de sífilis entre 2023 e 2025, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). Deste total, mais de dois mil foram contabilizados apenas na capital Rio Branco. A doença atinge principalmente homens jovens, com idade entre 15 e 25 anos — público considerado prioritário para ações de prevenção.
Os números acompanham uma tendência mundial de crescimento da infecção, acendendo alerta para os serviços de saúde pública. Apesar de ser uma IST de diagnóstico simples e com tratamento eficaz, os registros permanecem elevados. Em 2024, o Brasil somou 35,4 mil diagnósticos da doença.
No estado, a preocupação maior é com a sífilis congênita, transmitida da gestante para o bebê. Josadaque Bezerra, coordenador do Núcleo de ISTs da Sesacre, reconhece uma leve melhora no cenário local, mas ressalta que o problema ainda demanda atenção.
“Precisamos melhorar bastante em relação ao nível nacional”, afirmou a coordenador do Núcleo de ISTs da Sesacre.
A Sesacre reforça a importância da população buscar atendimento médico aos primeiros sinais. Testes rápidos estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde, e o tratamento é gratuito. “A população é o principal ator desse processo”, destacou Bezerra.
Dados alarmantes:
- Total de casos (2023–2025): 4.546
- Rio Branco: mais de 2 mil notificações
- Faixa etária mais vulnerável: 15 a 25 anos
- Gênero mais afetado: Homens
- Casos de sífilis congênita (2024): 65 no estado
Tendência nacional e local:
O crescimento acompanha uma tendência mundial de aumento da sífilis, infecção sexualmente transmissível (IST) com diagnóstico simples e tratamento gratuito no SUS. Em 2024, o Brasil registrou 35,4 mil casos.
Fala da autoridade:
“O Acre teve uma leve melhora em relação a outros anos, mas, comparado ao nível nacional, precisamos avançar”, afirmou Josadaque Bezerra, coordenador do Núcleo de ISTs da Sesacre.
Orientação à população:
- Procure uma UBS ao notar sintomas
- Testes rápidos estão disponíveis em todas as unidades
- Tratamento é gratuito e deve ser feito até o fim
- Uso de preservativos é a principal forma de prevenção
A Sesacre planeja intensificar campanhas educativas nas escolas e unidades de saúde, com foco nos jovens e gestantes – grupo crítico para prevenir a sífilis congênita.
Dado importante: A sífilis não tratada pode causar complicações graves, como cegueira, paralisia e danos neurológicos. A transmissão vertical (mãe-bebê) é a mais preocupante.
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Headscon Acre projeta games da Amazônia Legal para a Gamescom Alemanha e a Gamescom LATAM
Realizada no Acre desde 2023, a Headscon Acre se consolida como uma das principais plataformas de visibilidade e acesso ao mercado para criadores de games da Amazônia Legal. Em sua edição de 2025, o evento sediou a segunda edição da Mostra Competitiva de Games da Amazônia Legal com premiação de aproximadamente R$ 60 mil. Essa é uma iniciativa do Instituto Gamecon que conecta estúdios da região a grandes vitrines internacionais, como a Gamescom Alemanha e a Gamescom LATAM.
A Mostra teve sua primeira edição em 2024 e, em 2025, ampliou o alcance da proposta ao reunir 10 jogos finalistas da região Norte, com produções do Acre, Amazonas, Pará e Amapá. Os vencedores garantiram vagas em delegações oficiais para a Gamescom Alemanha e para a Gamescom LATAM, com apoio para participação nos eventos e acesso direto a publishers e agentes do mercado global.
Na edição de 2025, o prêmio de Melhor Jogo (Júri Técnico) ficou com Catventure: The Curse of the Dark Tower, do Retrocat Studios (PA). Já o Melhor Jogo pelo voto do Júri Popular foi conquistado por Carbon-0, desenvolvido pelo estúdio Moonlight Games, do Acre.
O projeto acreano também recebeu reconhecimento pela força narrativa e pelo diálogo com temas ambientais e sociais. Para o desenvolvedor André Lucas Lima Siqueira, o jogo é uma forma de dar visibilidade à região por meio da linguagem dos games.
“Temos algumas empresas que estão causando mal ao mundo, com poluição, desperdício de recursos. Nosso jogo acompanha Ícaro e sua irmã Maria na busca pelo pai desaparecido, enquanto descobrem o que estava acontecendo. O objetivo é mostrar um pouco da nossa região na gameplay e evoluir o jogo até termos locais daqui jogáveis. A gente quer mostrar o nosso estado e a nossa região nesse jogo”, afirma André Siqueira.
Porta de entrada para o mercado internacional
Além dos vencedores, todos os finalistas da Mostra recebem material oficial de apresentação e participam de ações voltadas ao networking e à circulação profissional. A participação na Gamescom Alemanha e na Gamescom LATAM representa, para muitos estúdios amazônicos, o primeiro contato direto com o mercado internacional.
Ao longo de três edições realizadas no Acre, em 2023, 2024 e 2025, a Headscon tem fortalecido o ecossistema de games da Amazônia Legal. Após a primeira edição da Mostra Competitiva, Ciro Facundo, representante do estúdio acreano K Games, foi um dos selecionados para apresentar seu trabalho na Gamescom, na Alemanha, destacando que a região produz jogos com qualidade técnica, identidade cultural e potencial competitivo no cenário global.
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Rio Acre registra 8,70 metros e situação é de “tranquilidade” na fronteira, cidades de Brasiléia, Epitaciolândia e Cobija
Coordenador da Defesa Civil de Brasiléia afirma que vazante nas cabeceiras é significativa e equipe monitora nível diariamente

De acordo com o major, as águas que elevaram o nível na região de fronteira com Cobija (Bolívia)já eram esperadas, e a situação está dentro da normalidade para o período. Foto: captada
O Rio Acre registrou 8,70 metros na manhã desta sexta-feira (19) na ponte metálica que liga Brasiléia a Epitaciolândia, na régua linimetrica, segundo medição realizada pelo coordenador da Defesa Civil de Brasiléia, major Sandro. Ele classificou o momento como de “tranquilidade”, devido à significativa vazante nas cabeceiras do rio.
De acordo com o major, as águas que elevaram o nível na região de fronteira com Cobija (Bolívia)já eram esperadas, e a situação está dentro da normalidade para o período. Ele destacou que a equipe da Defesa Civil acompanha diariamente as medições e que a tendência é de estabilidadenas próximas horas.
— O nível do rio nas cabeceiras, como acima, nas aldeias do Patos e também em Assis Brasil, está com uma vazante bastante significativa — informou o coordenador.
O monitoramento contínuo busca antecipar possíveis elevações que possam afetar áreas ribeirinhas, especialmente com a previsão de chuvas para os próximos dias na região. A Defesa Civil mantém alerta, mas sem indicação de risco iminente para as comunidades urbanas na fronteira.







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