Acre
No Dia das Mães, conheça Cláudia, a artesã que encontrou em sua arte a força para vencer um câncer
Cláudia nasceu Maria em um seringal no interior das selvas de Tarauacá, há 51 anos. Há dez anos entrou na luta contra um câncer. Razões para o pessimismo tinha de sobra. Era a quinta da família a encarar a mesma doença que levou à cova quatro das suas: uma avó, uma tia e duas primas. Prometeu a si mesma que não era a da vez. O baque do maldito chegou num tempo em que até profissionais de saúde tinham receio de falar sobre a enfermidade.

“Ninguém comentava sobre isso, não. Deus me livre, câncer era um tabu. Os médicos diziam na nossa cara: ‘não tem cura. É morte certa’. Então, como ficar tranquila?”, relembra. Mesmo assim, não se abateu. Um dia se engraçou pelo nome Cláudia. O pôs na frente de Maria. Jogou o jogo da vida e venceu as probabilidades do gol contra.
Neste domingo, 12, dia em que se celebram as mães, conheça a história de uma destas, que além de ser genitora, é considerada uma das maiores artesãs da Amazônia. Cláudia Maria Barroso Moreira está entre as centenas de artesãos que contam hoje com o apoio permanente do governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete), para impulsionar os seus negócios.

O talento venceu
Cláudia não tem os seios. Após oito sessões de quimio e três de radioterapia, em um hospital público de Rio Branco, foi para a faca numa cirurgia de mastectomia. A vida lhe arrancou parte do corpo, mas não a consciência da luta.
Foram-se os seios, ficaram-se os dedos. Dedos – e mãos boas para o artesanato – que ela descobriu ao buscar ajuda para tratar o início de uma depressão na Casa Rosa Mulher. Lá, encontrou o talento para o crochê com sementes e pintura em pratos. A tristeza foi embora. A felicidade voltou a sentar no seu colo. Tirou a carteira de artesã, se profissionalizou com os cursos oferecidos pelo governo, e, até hoje, estuda muito. Neste momento, faz Clínica de Designer, um curso em módulo oferecido por uma profissional do circuito nacional de designer que está no Acre.

Cláudia mantém a sua empresa de artesanatos, a SanClau, com a ajuda da filha caçula, de um netinho e do esposo, todos morando numa casa do Jardim Eldorado, em Rio Branco, onde fica a oficina do talento.
“Eu costumo dizer que, abaixo de Deus, que me estendeu a mão para eu encarar a luta, metade da minha recuperação encontrei forças no artesanato. A outra metade foi na raça, na fé e na vontade de não me entregar nunca”, assevera.

A pequena fábrica de sonhos
Atrás da sua residência, na parte alta da cidade, a família mantém caixas de sementes de jarina, paxiúba, tucumã, açaí, flor de cedro, pente de macaco, corrimboque, coco e madeira. Mais ao fundo, no quintal, está a marcenaria comandada pelo marido, Santiago Fernandes Leon, 64 anos, que já confecciona artigos de alta qualidade em madeira de lei.
Maria Luíza, de 16 anos, a mais nova de um total de cinco filhos, e o neto Amitvel Souza, 13 anos, compõem o restante da família. Os quatro filhos, irmãos de Luíza, já estão casados.

Leon é paranaense, descendente de espanhóis. Quando teve de deixar o emprego de eletricista predial, foi ser marceneiro. Aprendeu rápido a mexer com madeira. Hoje, produz esferas refinadas de teca com matizes diferenciadas que dão requintes às peças montadas pela esposa. As bolas de teca, e também de cedro, vão servir para compor colares de mesa.
Conta ele que “o meu controle de qualidade é ela”, a esposa. “Qualquer falha na peça, ela já reclama e o produto volta para a ‘linha de montagem’”.

A SanClau exporta peças feitas, em sua maioria, de sementes e madeira da região, para importantes mercados do exterior, entre eles lojas em Madri, na Espanha.
Desde a última terça-feira, 7, até este domingo, 12, Cláudia participa, junto a outros seis artesãos, do 17º Salão do Artesanato de Brasília, importante evento de negócios no setor, cujo objetivo é alavancar as vendas e consolidar novos mercados para os produtos acreanos. “Estou muito feliz por isso. Esta é mais uma vitrine do nosso trabalho, artesãos acreanos, para todo o restante do país e do mundo”, acrescenta a profissional, em meio a embaixadores de vários países, ministros de Estado e agências estatais e não-governamentais.
Devoção a Deus e profissionalismo andam juntos
O potencial do artesanato acreano é imenso e desfruta do planeta. Exemplos como o de Maqueson Pereira da Silva e a sua Marchetaria do Acre, de Cruzeiro do Sul, renomado nos grandes centros de artes do mundo, o Dr. da Borracha, em Epitaciolândia, e o Projeto Cazumbarte, da Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema, em Sena Madureira, mostram que o setor desfruta do respeito dos consumidores mundiais por peças produzidas na Amazônia acreana.

Cláudia sabe disso e surfa com sucesso neste mar de oportunidades para quem encara o mercado com seriedade. No Instagram, ela mantém uma página, a @sanclau.artesanato, com descrição de que trabalha com biojoias, madeira e crochê a partir de sementes da Amazônia e do reaproveitamento de madeira no estilo Made in Acre.
A página tem 79 publicações, a maioria de peças como colares e brincos. Há ainda um link em que o cliente pode se comunicar pelo WhatsApp, se preferir. Inúmeras feiras e salões de artesanato no Brasil a deixaram em contato com as principais lojas de peças trabalhadas com produtos da floresta.

“Temos peças, inclusive, na Espanha, tamanho é o grau de seriedade com o que encaramos o nosso trabalho”, diz ela. “Aqui, a devoção a Deus e o profissionalismo andam juntos no coração”, completa.
Secretaria de Turismo e Empreendedorismo mantém apoio constante a profissionais
Entre os mais de 2,4 mil produtos disponíveis para venda na Casa do Artesanato Acreano, dezenas de peças são da SanClau. O espaço, administrado pela Sete, oferece apoio a cerca de 70 artesãos, numa vasta gama de artigos, que vão desde o artesanato indígena a calçados produzidos de látex, marchetaria e pinturas em telas.

Terezinha Messias, que é coordenadora estadual do Programa do Artesanato Brasileiro no Acre e administra o espaço, afirma que o primeiro objetivo foi organizar a distribuição das vendas por meio de um sistema informatizado chamado Nex Servidor. “Nele, o artesão tem o absoluto controle dos seus produtos que são vendidos”, explica.
Além disso, a Sete oferece todo o suporte de logística e transporte das peças para os salões de artesanato que ocorrem por todo o país.

Da parte da SanClau, a empresa de Cláudia Moreira, tanto a Casa do Artesanato Acreano como a própria Sete são consideradas parceiras indispensáveis. “Aqui me sinto segura, pois sei que posso contar com consultorias, suportes, logística, treinamentos e o que mais for preciso para impulsionar meu artesanato. Essa mamãe aqui ainda vai muito longe, se Deus quiser”, decreta ela.
Fonte: Governo AC
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Acre
Saiba o significado da Quaresma e o tema deste ano definido pelo papa
A Quarta-Feira de Cinzas é um dia em que se deve ir à missa. Na cerimônia, os fiéis são benzidos com um pouco de cinza proveniente de ramos queimados utilizados no Domingo de Ramos do ano anterior.

Igreja Católica dá início nesta quarta às celebrações da Quaresma. Foto: Marcus José
Com o encerramento do carnaval nesta Quarta-Feira de Cinzas (5), começa o período da Quaresma para os cristãos. Mas você sabe o que é a Quaresma? Ela tem sua origem nos primeiros séculos do Cristianismo, quando foi estabelecida a data da Páscoa.
A Igreja Católica instituiu um tempo de penitência e preparação para a Páscoa, observado entre a Quarta-Feira de Cinzas e a quinta-feira santa, época sagrada para os cristãos.
A contagem do período da Quaresma faz referência aos 40 dias em que Jesus Cristo esteve no deserto.
Em 2025, a Quaresma vai até o dia 17 de abril, antes da celebração da Quinta-feira Santa. Após a Quinta-feira Santa, tem início um novo período, o chamado tríduo pascal, que compreende a Sexta-Feira Santa, o Sábado de Aleluia e o domingo de Páscoa.
Para a Quaresma de 2025, o Papa Francisco propôs o lema Peregrinos da Esperança, para que os fiéis façam uma reflexão sobre a fé, arrependimento, renovação espiritual, além de preparação para a Páscoa. A Igreja orienta a prática de penitências como jejuns, obras de caridade e oração.
Para os fiéis, a Quarta-Feira de Cinzas é um dia em que se deve ir à missa. Na cerimônia, os fiéis são benzidos com um pouco de cinza proveniente de ramos queimados utilizados no Domingo de Ramos do ano anterior.
Ao benzer os fiéis, o padre traça uma cruz de cinzas, enquanto recita as palavras Convertei-vos e crede no Evangelho, que sinaliza o estado de penitência que o fiel deverá guardar nos 40 dias seguintes, e representa a fragilidade humana.

Padre Robson Eudes, têm como objetivo preparar os fiéis para a Quaresma, um período dedicado à reflexão. Foto: cedida
Na data da Quarta-Feira de Cinzas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove o início da Campanha da Fraternidade. Este ano, a campanha vai abordar o tema Fraternidade e Ecologia Integral e o lema bíblico, extraído de Genesis 1, 31, Deus viu que tudo era muito bom.
O ponto alto da campanha é a Coleta da Solidariedade, feita em todas as comunidades do Brasil no Domingo de Ramos, que neste ano é celebrado no dia 13 de abril. Os recursos são destinados a projetos sociais em todo o país.
O papa Francisco enviou uma mensagem para felicitar a realização da campanha. Na mensagem encaminhada à CNBB, Francisco chama atenção para a necessidade de mudança de atitude em relação ao meio ambiente, diante da “crise ecológica”.
“Por isso, louvo o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo. Que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”, diz a mensagem.
O papa frisou ainda que o tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.
A mensagem diz que a realização do evento no coração da Amazônia é um sinal que serve para que “as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.”

A Igreja Católica instituiu um tempo de penitência e preparação para a Páscoa, observado entre a Quarta-Feira de Cinzas e a quinta-feira santa, época sagrada para os cristãos. Foto: Marcus José
Feriado
É bom lembrar que a Quarta-feira de Cinzas não é feriado oficial. No entanto, muitos estabelecimentos comerciais não funcionam, mesmo tendo autorização para abrirem. Algumas repartições públicas e agências bancárias só funcionam a partir do meio-dia. Conforme o local, é ponto facultativo até as 14h.
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Acre
Serra do Divisor se torna refúgio para turistas durante o Carnaval

Trilhas e cachoeiras são alguns dos principais atrativos da Serra do Divisor para turistas. Foto: Pedro Devani/Secom
A Serra do Divisor, em Mâncio Lima, interior do Acre, foi um dos destinos mais procurados no Acre por quem prefere aproveitar o feriado de carnaval longe das festas tradicionais. A região recebeu um expressivo grupo de turistas que buscavam descanso e contato com as belezas naturais do local.
Somente em uma das pousadas da região, aproximadamente 60 pessoas se hospedaram. Segundo Miro, empreendedor local e proprietário de uma pousada na Serra, a procura por hospedagem foi intensa durante o feriado, resultando na lotação dos estabelecimentos.
“Este ano, tivemos uma grande movimentação de visitantes. As pousadas ficaram cheias, mostrando que muitas pessoas estão buscando alternativas ao carnaval tradicional e optando pelo ecoturismo”, destacou.
A Serra do Divisor, localizada na fronteira com o Peru, é um dos principais pontos turísticos do Acre. O local é conhecido por sua beleza natural, biodiversidade e oferece trilhas, cachoeiras, além de uma rica fauna e flora, atraindo aqueles que desejam se conectar com a natureza.
Fonte: Juruá 24 Horas
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Acre
Justiça marca interrogatório de dupla acusada de executar sobrinho-neto de Marina Silva
André Oliveira da Silva e Denis da Rocha Tavares serão ouvidos no dia 27; Cauã Nascimento da Silva foi morto a tiros em sua casa no Bairro Taquari.
A Justiça do Acre marcou para o próximo dia 27 o interrogatório de André Oliveira da Silva, conhecido como “Smith”, e Denis da Rocha Tavares, presidiários acusados de envolvimento no assassinato de Cauã Nascimento da Silva, sobrinho-neto da ministra Marina Silva. A audiência de instrução e julgamento será realizada no plenário da 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Criminal de Rio Branco.
Antes dos interrogatórios, serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa. O crime ocorreu na tarde de 6 de fevereiro do ano passado, quando a casa de Cauã, localizada no Bairro Taquari, foi invadida. O jovem foi executado a tiros no quarto, sem chance de defesa.
Segundo a denúncia, André Oliveira da Silva foi o responsável direto pela execução da vítima. Pablo Rodrigo Farias de Souza, também denunciado pelo crime, teve o processo desmembrado e será julgado separadamente.
O caso chocou a comunidade local e ganhou repercussão nacional devido ao envolvimento de familiares da ministra Marina Silva. A polícia e o Ministério Público seguem investigando as motivações do crime e a possível participação de outras pessoas.
A audiência do dia 27 será crucial para esclarecer os detalhes do assassinato e definir os próximos passos do processo. A Justiça busca garantir que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei.
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