Acre
Mulheres denunciam falta de ajuda de custo no TFD
Grupo realizou protesto em frente à sede da Sesacre
Um grupo de mulheres se reuniu para denunciar a falta de pagamento de ajuda de custo pelo TFD (Tratamento Fora de Domicílio). Elas têm o direito garantido que o Estado pague para que elas façam tratamento em outros estados. Mas, apesar disso, asseguram que o benefício não tem sido pago há mais de um ano.
Francisca da Silva Ferreira faz tratamento contra a Doença de Chagas desde 2013. Ela disse ter gasto R$ 2,6 mil só em exames para diagnosticar a doença, já que pelo hospital público não foi possível saber as causas de suas dores.
Após descobrir o que realmente tinha, ela conseguiu garantir o tratamento em São Paulo pelo TFD, mas como a ajuda de custo (que serviria para pagar estadia e alimentação) não tem sido paga, ela se vira como pode.
“Eu, por exemplo, fiz bingo, feijoada, pedindo ajuda pra um e pra outro, um quilo de feijão, a carne pra poder custear minha viagem”, indigna-se.
Mas, como o dinheiro arrecadado nem sempre é suficiente, doente e desempregada, ela se vê em uma situação bastante complicada. “A situação é bem difícil porque as passagens eles dão, mas a ajuda de custo que a gente dá entrada pra quando chegar lá o dinheiro estar na conta, a gente vai e volta e nada”.
Outra que passa pela mesma situação de Francisca é Maria Conceição Lima. Era vendedora autônoma, mas teve que largar a profissão para conseguir fazer o tratamento contra o câncer de mama em Porto Velho-RO.
Ela aguarda por uma posição do TFD quanto à ajuda de custo a que tem direito. “É muito difícil porque eu dependo da ajuda de custo do TFD. Eu não trabalho e não tenho família. Como eu não estou recebendo a ajuda, eu não tenho nem onde eu ficar. Outro problema é que não tenho como pagar acompanhante e o hospital não aceita paciente sem o acompanhante”.
Maria conta também que contraiu dívidas para fazer o tratamento. Sem ter como custear, pediu emprestado para devolver quando o TFD depositasse o benefício. “O que a gente precisa é de uma data definitiva, porque eu peguei dinheiro emprestado. Eu estou devendo à casa de apoio, eu preciso comprar remédio, a minha alimentação”, pontuou.
A paciente conta ainda que, estava em Cacoal fazendo tratamento. Retornou a Rio Branco porque já não tinha mais recursos para manter-se lá. “Estou passando precisão tanto pra comprar medicação, quanto na minha alimentação e pra pagar a casa de apoio. Estou aqui porque estava sem acompanhante e eu estava passando necessidades”.
Sebastiana Pereira da Silva há três anos descobriu o câncer mama. Fez o tratamento, mas a doença evoluiu para o pulmão. Ela conta que não recebe o auxilio desde o ano passado e agora o médico do Acre que trata do caso dela quer que ela faça tratamento aqui e não mais em Rondônia. Só que ela alega que isso não é viável por conta do acesso à medicação.
“Tem vezes que a gente vai pra Porto Velho não tem dinheiro nem pra comprar alimentação. A medicação é muito cara e eles querem me trazer pra cá. O Estado teria que pagar, mas o governo não paga nem um medicamento de trezentos reais, imagina se vai ter como pagar o remédio que eu preciso que é de dez mil setecentos e cinquenta reais? E estou conseguindo meu remédio lá e aqui eu sei que não vou conseguir”, declarou Sebatiana já aos prantos.
Com a situação cada vez mais complicada, os pacientes ficam sem ter a quem recorrer. “Já pensei em desistir do tratamento, porque eu não tenho a quem pedir ajuda. A única esperança é que o governo, o secretário de Saúde, libere o pagamento, pelo menos os atrasados”, disse Maria.
Sesacre responde
Em relação a ajuda de custo em 2016, o TFD disse que estão em dias. As solicitações referentes ao mês de abril já estão sendo viabilizados os trâmites para pagamento.
Fonte: agazeta.net
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Acre
Acre receberá R$ 35 mil para compra de testes rápidos de gravidez

Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Ministério da Saúde autorizou nesta terça-feira, 22, o repasse de R$ 35.024,00 ao estado do Acre para a compra de testes rápidos de gravidez, recurso destinado diretamente aos 22 municípios acreanos. O valor será transferido em parcela única e corresponde ao custeio integral estimado para o abastecimento das unidades de saúde no ano de 2024.
O maior repasse foi destinado à capital Rio Branco, que receberá R$ 12.460,00, correspondente a 6.230 testes rápidos. Em seguida aparecem Cruzeiro do Sul (R$ 3.730,00) e Tarauacá (R$ 2.734,00). Cidades como Feijó (R$ 2.052,00) e Sena Madureira (R$ 1.894,00) também estão entre as mais beneficiadas.
Já municípios pequenos, como Santa Rosa do Purus, terão acesso a um valor mínimo de R$ 486,00, suficiente para a compra de 243 testes rápidos. Segundo o Ministério da Saúde, a metodologia de cálculo considerou o número de nascimentos registrados em 2023 acrescido de 10% para reserva técnica, além de um valor mínimo de R$ 200,00 por município.
O texto da Portaria GM/MS Nº 7.628 destaca que, nas localidades com presença de mulheres indígenas atendidas pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS), os testes deverão ser repassados aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), garantindo o abastecimento proporcional à população atendida.
O recurso financeiro será liberado pelo Fundo Nacional de Saúde diretamente aos fundos municipais. A prestação de contas deverá ser realizada por meio do Relatório Anual de Gestão (RAG) e aprovada pelos Conselhos Municipais de Saúde.
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Acre
Novo PAC Saúde destina quase R$ 17 milhões para fortalecer o SUS no Acre

Marcello Casal/Agência Brasil
O estado do Acre vai receber um investimento de R$ 16,9 milhões do governo federal para fortalecer a rede pública de saúde. Os recursos, anunciados pelo presidente Lula e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fazem parte do Novo PAC Seleções 2 e visam ampliar a capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) nos municípios acreanos.
Com o valor, o estado será contemplado com 90 novas obras, veículos e equipamentos. Dentre os destaques estão a construção de duas novas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e a entrega de 39 combos de equipamentos que irão estruturar unidades já existentes. Também serão instalados 39 kits para teleconsulta, possibilitando o atendimento remoto por médicos especialistas e reduzindo o deslocamento da população, principalmente das áreas mais isoladas.
O investimento inclui ainda 8 unidades odontológicas móveis, que levarão atendimento bucal para regiões de difícil acesso, e um novo veículo para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), destinado à renovação da frota no estado.
A expansão da rede de atenção primária é uma das principais apostas do Ministério da Saúde para reduzir filas por consultas, exames e cirurgias. O objetivo é qualificar os atendimentos nas UBSs e, com isso, aliviar a pressão sobre hospitais e unidades de média e alta complexidade.
Além das novas obras e equipamentos, as UBSs acreanas também serão modernizadas com kits para teleconsultas assistidas, câmaras frias exclusivas para vacinas, ultrassons portáteis, retinógrafos e espirômetros digitais, ampliando o leque de atendimentos e diagnósticos ofertados no interior do estado.
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Acre
Acre fica fora da expansão da soja na Amazônia, apesar de ser o principal produto de exportação do estado
Dados da SpectraX mostram crescimento de 20,7% na área plantada na região, puxado por MT, PA e RO; no Acre, apenas Capixaba se destaca na produção, mesmo com soja liderando vendas externas

O município de Capixaba, no interior do Acre, tem uma das maiores produções da leguminosa no estado. Foto: captada
Enquanto a soja avança a passos largos na Amazônia Legal, com aumento de 20,7% na área plantada para a safra 2024/2025, o Acre permanece à margem desse movimento. Dados da empresa de inteligência territorial SpectraX revelam que estados como Mato Grosso, Pará e Rondônia lideram a expansão do grão, convertendo pastagens degradadas em lavouras. Já Acre, Amazonas e Amapá não registraram crescimento significativo.
Cenário Acreano
Apesar de não acompanhar a expansão regional, a soja foi o carro-chefe das exportações do Acre em 2024, com US$ 21 milhões em vendas externas, segundo a ApexBrasil. O município de Capixaba concentra a maior produção estadual, mas em escala muito menor que os vizinhos da Amazônia.
Desafios Climáticos
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, alertou no início do ano para os riscos que as mudanças climáticas representam ao grão no Acre:
“Tudo depende de chuva, de seca. Precisamos de políticas de prevenção para proteger a agropecuária acreana”, destacou.
O temor é que a falta de investimentos em infraestrutura e adaptação climática mantenha o estado fora do circuito de expansão da sojicultura.

Apesar de o Acre ter ficado de fora expansão da soja na Amazônia, o produto foi o mais exportado em 2024, de acordo com dados divulgados pela (ApexBrasil). Foto: art
Contraste Regional
Crescimento na Amazônia Legal: +20,7% (MT, PA e RO como líderes)
Acre: Estagnação nas áreas plantadas
Paradoxo: Maior produto de exportação (US$ 21 mi), mas sem expansão territorial
Especialistas apontam que a falta de logística adequada e políticas de incentivo específicas mantêm o Acre dependente de nichos de produção, enquanto a soja transforma o agronegócio em outros estados da região amazônica.
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