Acre
MPAC lança campanha “Não Permitiremos” para enfrentamento aos crimes contra dignidade sexual de crianças e adolescentes
Com o objetivo de criar condições adequadas para a efetiva persecução penal dos crimes contra a dignidade sexual de criança e adolescentes, o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do Centro de Apoio à Vítima (CAV), lançou nesta sexta-feira, 7, a campanha “Não Permitiremos! Criança não é brinquedo, adolescente não é objeto”.
A solenidade de lançamento ocorreu no Auditório do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF) do MPAC, e contou com a presença de membros e servidores da instituição, da vice-governadora Nazareth Araújo, do senador Jorge Viana e da defensora pública-geral do Estado, Roberta Caminha.
A campanha é voltada especialmente para a proteção integral de crianças e adolescentes, um verdadeiro trabalho de integração que envolve as promotorias de Justiça da capital e do interior do Acre, Centros de apoio Operacionais de Defesa dos Direitos da Criança e do adolescente, Núcleo de Apoio Técnico Especializado (NAT) e Observatório Criminal.
O procurador-geral de Justiça do MPAC, Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto destacou a importância do projeto, que pretende alcançar 100% das escolas estaduais, municipais e particulares, o que representa quase 200 mil pessoas em todo o estado.
“Essa campanha representa não só a voz estendida da nossa instituição, mas também um clamor à sociedade para que não permita esse tipo de “selvageria” contra nossas crianças. A Campanha “Não Permitiremos!” é um apelo a todos nós, além dos muros das nossas instituições”,afirmou o procurador-geral.
A coordenadora do CAV, procuradora de Justiça Patrícia Rêgo, juntamente com o promotor de Justiça da 1ª. Promotoria Cível, Mariano Jeorge de Souza Melo, afirmou que esta é também uma responsabilidade de todos os cidadãos e destacou a força conjunta feita em prol do desenvolvimento da campanha.
“Montamos uma força tarefa junto às promotorias de Justiça. Fizemos inspeções nas delegacias de polícia, por meio de mutirões que estão resultando na análise de cerca de 400 inquéritos. Nos não permitiremos que esses crimes fiquem impunes por muito tempo. Estamos fazendo uma análise criminal e em breve vamos publicar na nossa página, um perfil detalhado da vítima e do infrator”, contou a procuradora de Justiça.
Ações em benefício da sociedade
Em seu discurso, o senador Jorge Viana destacou que o MPAC tem criado espaços que melhoram os caminhos da sociedade, além de ser uma instituição exemplar nessa luta.
“Eu estou trabalhando em um projeto que visa tornar o crime de estupro imprescritível, algo que será revolucionário. Outro projeto trata da alteração da Lei Maria da Penha, proposta pelo Ministério Público do Estado do Acre, que pede a inclusão de mulheres travestis, transexuais e transgêneros. Independentemente da identidade de gênero queremos que haja garantias de direito à mulher”, destacou o senador.
A vice-governadora Nazareth Araújo parabenizou o MPAC pelos projetos desenvolvidos via CAV, Núcleo de Apoio Psicossocial em Dependência Química (Natera) e ações das promotorias voltadas para as defesas da infância e da Juventude.
“Que nós possamos nos unir para fazer a verdadeira gestão social, democrática e solidária em prol destas ações. Nós vivemos numa sociedade que nos desafia, com uma matriz cultural que precisamos mudar. Projetos como esse possuem uma visão ampliada do MPAC, um órgão que não só corrige, mas participa de ações importantes para a sociedade, para os direitos humanos, que visam à proteção daqueles mais vulneráveis. Esta é uma atitude mais que louvável”, parabenizou a vice-governadora.
A corregedora-geral do MPAC, Kátia Rejane de Araújo Rodrigues, que já teve forte atuação nas Promotorias de Defesas do Direito à Infância e Juventude, falou sobre a representatividade do projeto.
“O lançamento dessa campanha nos traz muito orgulho e engajamento. Minhas palavras são de agradecimento e que essa campanha renda cada vez mais frutos, e que a gente possa proteger nossas crianças e adolescentes dessas mazelas, um assunto que é prioritário para o MPAC”, afirmou a corregedora-geral.
Lançamento do Livro “Pedofilia: fatos baseados na vida real”
Como parte do evento de lançamento da campanha, o MPAC recebeu a delegada Valéria Raquel Pereira Martirena, da Polícia Civil do Distrito Federal. Detentora de um histórico dedicado à causa da defesa da criança e do adolescente, a delegada proferiu uma palestra sobre aspectos abordados no livro “Pedofilia: fatos baseados na vida real”, de sua autoria, lançado durante o evento.
“Foi uma grande honra poder participar dessa campanha porque, para mim, lidar com violência sexual contra crianças e adolescentes é muito mais que um trabalho, é uma missão na minha vida. Poder vir ao Acre e dividir com os convidados do evento os conhecimentos que adquiri durante a minha trajetória profissional foi de grande valia”, destacou a autora.
Ana Paula Pojo – Agência de Notícias do MPAC
Fotos – Tiago Teles
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Acre
Justiça determina que governo do Acre nomeie 20 policiais penais em Sena Madureira
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP)

Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784). Foto: captada
Saimo Martins
A Vara Cível da Comarca de Sena Madureira determinou que o Governo do Acre convoque e nomeie, em até 30 dias, pelo menos 20 aprovados no concurso da Polícia Penal (Edital 001/2023 – SEAD/IAPEN) para atuarem na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). A decisão, assinada pelo juiz Caique Cirano de Paula, atende a pedido de tutela de urgência ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em Ação Civil Pública.
A medida foi tomada após uma série de inspeções do Ministério Público, através do promotor Júlio César Medeiros, da Defensoria Pública e do próprio Judiciário apontarem um cenário crítico na unidade prisional, marcado por déficit de servidores, violações de direitos básicos e risco iminente à segurança.
Déficit de servidores e violações de direitos básicos
De acordo com o MPAC, há insuficiência grave de policiais penais na UPEM, o que impede o cumprimento mínimo da Lei de Execução Penal (LEP). Entre as violações identificadas estão a irregularidade no banho de sol — que chega a ocorrer apenas uma vez por mês — precariedade no fornecimento de água, problemas na qualidade da alimentação, ausência de equipe de saúde adequada e inexistência de Grupo de Intervenção, único caso no Estado.
Relatórios da Defensoria Pública e do Juízo da Execução Penal reforçaram a grave situação, caracterizada pelo Ministério Público como expressão local do Estado de Coisas Inconstitucional reconhecido pelo STF no sistema prisional brasileiro.
Concurso com vagas abertas e aprovados sem nomeação
O concurso da Polícia Penal previa 261 vagas, e 308 candidatos concluíram o curso de formação. No entanto, apenas 170 foram convocados até agora. Para o MP, há direito subjetivo à nomeação dos aprovados dentro das vagas, conforme entendimento do STF (Tema 784).
O diretor da unidade informou que seriam necessários, no mínimo, 30 novos servidores, sendo 16 para formação do Grupo de Intervenção e 12 para reforçar a equipe educacional.
Decisão determina ações imediatas
Na decisão, o juiz afirma que não há violação ao princípio da separação dos poderes, uma vez que o Judiciário apenas determina o cumprimento de obrigações legais já previstas. O magistrado destacou a urgência diante do risco à integridade física de internos e servidores, além das violações massivas de direitos fundamentais.
Segundo ele, o Ofício nº 7.499/SMCRI00, expedido pelo Juízo da Execução Penal e que estabeleceu prazos curtos para regularização do banho de sol, atendimento em saúde e fornecimento de água potável, evidencia a gravidade da situação. O juiz ressaltou que a normalização dessas atividades depende diretamente de efetivo de segurança suficiente para garantir a movimentação dos presos e a ordem interna. Ele apontou que a privação crônica de banho de sol, a ausência de assistência à saúde e as falhas no fornecimento de água elevam o risco de instabilidade interna a níveis perigosos. A falta de um Grupo de Intervenção, conforme observou o Ministério Público, transforma a UPEM em uma “bomba-relógio”, ameaçando a segurança de servidores, internos e da população. O magistrado concluiu que, diante do histórico de violência, rebeliões e evasões no sistema prisional acreano, o Poder Judiciário, provocado pelo Ministério Público e apoiado em recente atuação da Defensoria Pública, não pode se omitir frente à evidente falha do Poder Executivo na implementação das políticas penitenciárias necessárias.
O Estado deverá adotar uma série de medidas no prazo de 30 dias, conforme determinação judicial. Entre elas está a nomeação de pelo menos 20 policiais penais aprovados e formados no concurso, para atuação imediata na Unidade Penitenciária Evaristo de Moraes (UPEM). Também deverá ser criado e capacitado um Grupo de Intervenção, composto por no mínimo 16 policiais penais.
A decisão determina ainda que as vagas de estudo oferecidas aos internos sejam ampliadas de 40 para 80, além da obrigatoriedade de garantir banho de sol diário com duração mínima de duas horas, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). Outro ponto imposto é a regularização do fornecimento de água potável, que deverá ocorrer pelo menos três vezes ao dia, com horários fixos divulgados em todos os blocos da unidade.
O magistrado ainda determinou que o Estado realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, assegurando uma reserva técnica para situações emergenciais. Em caso de descumprimento das medidas, foi fixada multa diária de R$ 10 mil, limitada a 30 dias.
“Realize a manutenção preventiva do sistema de bombeamento de água, a fim de garantir o fornecimento de água potável, no mínimo, três vezes ao dia aos internos, em horários fixos, com fixação do cronograma de liberação de água sendo afixado em todos os blocos, com manutenção de reserva técnica de água para situações emergenciais. Fixo, a título de astreintes, multa diária no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), limitada a 30 (trinta) dias”, diz a decisão.
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Acre
Acre tem 152 obras federais paradas, com R$ 1,2 bilhão paralisados durante governo Lula, aponta TCU
Dados atualizados até abril de 2025 mostram que saúde e educação concentram maior número de obras interrompidas; causas das paralisações não são detalhadas no painel do tribunal

O Ministério das Cidades reúne 31 obras suspensas, impactando projetos de habitação e urbanização. O DNIT contabiliza 12 interrupções em frentes relacionadas à malha viária e logística estadual. Foto: captada
O Acre convive com 152 obras federais paralisadas, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos represados, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) atualizados até abril de 2025. As áreas de saúde e educação são as mais afetadas, com 50 e 32 obras interrompidas, respectivamente.
O levantamento, foi consultado na última quarta-feira (3), não detalha os motivos das paralisações, mas revela um cenário crítico para a infraestrutura e os serviços públicos no estado. No Ministério da Saúde, as obras paradas incluem unidades básicas, estruturas intermediárias e equipamentos que, se concluídos, ajudariam a desafogar o sistema hospitalar e ampliar o acesso à população.
Já o Ministério da Educação tem paralisadas 32 obras, como escolas, creches e outros equipamentos essenciais para regiões com carência de vagas e infraestrutura limitada.
Outros órgãos também aparecem com números expressivos: o Ministério das Cidades tem 31 obras suspensas (habitação e urbanização), e o DNIT contabiliza 12 paralisias que afetam a malha viária e a logística estadual. Completam a lista o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (11 obras), Ministério do Esporte (9), Funasa (3), Ministério da Agricultura e Pecuária (2), além do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e o Ministério do Turismo, com 1 obra cada.
A falta de detalhamento sobre as causas — que podem incluir entraves administrativos, questões jurídicas, falhas de execução ou falta de repasse de recursos — dificulta a análise e a busca por soluções para retomar investimentos essenciais ao desenvolvimento do estado.

A leitura das informações revela que os setores de saúde e educação, pilares essenciais do atendimento direto à população, concentram o maior número de obras interrompidas no estado. Foto: captada
O Ministério da Educação, com 32 obras que incluem escolas, creches e outros equipamentos educacionais. A interrupção desses projetos impacta diretamente a expansão da oferta de ensino e o atendimento a crianças e jovens em regiões onde a carência por infraestrutura permanece elevada.
O levantamento do TCU também aponta paralisações em outras pastas relevantes. O Ministério das Cidades acumula 31 obras interrompidas, incluindo projetos de urbanização e habitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aparece com 12 obras, afetando frentes ligadas à malha viária e logística do estado.
Distribuição por pasta ministerial
- Saúde: 50 obras paralisadas (unidades básicas, estruturas intermediárias)
- Educação: 32 obras (escolas, creches, equipamentos de suporte)
- Cidades: 31 obras (habitação e urbanização)
- DNIT: 12 obras (malha viária e logística)
- Integração Regional: 11 obras
- Esporte: 9 obras
Impactos diretos
- Saúde: Sistema hospitalar não é desafogado
- Educação: Déficit de vagas e infraestrutura permanece
- Logística: Transporte de insumos e atendimento a municípios isolados comprometido
Falta de transparência
- Causas: Painel não detalha motivos das paralisações
- Entraves: Dificuldade em identificar problemas administrativos, jurídicos ou financeiros
Apesar do impacto econômico e social gerado pela interrupção dos investimentos, o painel do TCU não detalha os motivos que levaram cada projeto à condição de paralisação, deixando abertas questões sobre problemas contratuais, falhas de execução, falta de repasses ou entraves administrativos.
As paralisações refletem um problema crônico na execução de obras públicas no Acre, estado historicamente dependente de investimentos federais. A falta de explicações oficiais sobre as causas das interrupções dificulta a busca por soluções e prolonga o sofrimento da população que aguarda por serviços essenciais.
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Acre
Prefeito de Rio Branco anuncia Natal com árvore maior, drone show e iluminação em LED em todas as regionais
Tião Bocalom apresentou as novidades do “Acender das Luzes do Natal de Vida, Esperança e Dignidade 2025” e garantiu decoração em bairros e programação cultural intensa, com Festival de Drones marcado para 20 de dezembro

Bocalom também adiantou que o município prepara atividades especiais para o Réveillon, mantendo o padrão dos anos anteriores. Foto: captada
O prefeito Tião Bocalom apresentou, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (5) na Praça da Revolução, as principais novidades da decoração e programação natalina de Rio Branco para 2025. Com o tema “Natal de Vida, Esperança e Dignidade”, o evento trará iluminação em LED e uma árvore de Natal 4 metros maior que a do ano passado.
— Agora trabalhando com muito LED. A nossa árvore de Natal esse ano tem 4 metros a mais do que o ano passado. A população vai ver, vai ficar muito bonito — afirmou Bocalom.
A iluminação não se restringirá ao Centro: todas as dez regionais da cidade receberão itens decorativos reutilizados de anos anteriores, e avenidas importantes serão embelezadas com novos equipamentos. O prefeito relacionou o investimento ao espírito natalino e ao compromisso da gestão com a população.
A programação cultural prevê cantatas, corais locais, artistas regionais e, como ponto alto, o Festival de Drones, marcado para o dia 20 de dezembro.
— Eu prefiro gastar o dinheiro com o Festival de Drones, que tem o quê? 3, 4 anos que o mundo conheceu esse trabalho, do que gastar com um artista só que sempre está vindo aqui para o Acre levando o nosso dinheiro embora — declarou Bocalom.
As luzes natalinas permanecerão acesas até 10 de janeiro, e o município prepara também atividades especiais para o Réveillon. Sobre o transporte público durante o período festivo, o prefeito adiantou que a gestão divulgará em breve os detalhes para garantir mobilidade e segurança.



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