Acre
Mecânico que sobreviveu a queda de helicóptero no Acre recupera movimento das pernas

O mecânico de voo Jorge da Silva Figueiredo, que estava no helicóptero que caiu no dia 8 de maio em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, foi submetido a uma cirurgia na última sexta-feira, dia 27, na Fundação Hospitalar do Estado (Fundacre) e voltou a sentir as pernas e movimentá-las. Jorge também sofreu queimaduras de 2º grau no dorso e glúteo e derrame limiar do tórax, e encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) como procedimento normal do pós-cirúrgico.
Os familiares do mecânico esperam transferi-lo para o Rio de Janeiro, onde vivem, em no máximo uma semana. A informação foi repassada pela assessoria de comunicação da secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).
Em uma primeira avaliação no Hospital do Juruá, o médico Elcimar Reis citou a possibilidade de Jorge Figueiredo perder o movimento das pernas devido a uma fratura na segunda vértebra, o que só poderia ser resolvido por meio de uma neurocirurgia.
O acidente
O helicóptero em que Figueiredo atuava como mecânico de voo prestava serviço para o Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Juruá (Dsei) e caiu em uma área de floresta próxima ao Rio Crôa, em Cruzeiro do Sul. Uma médica que estava na Terra Indígena Terra Nova, no Alto Envira, a serviço do Dsei, pediu a remoção de duas crianças da etnia Kulina com suspeita de pneumonia para o Hospital do Juruá.
O helicóptero com piloto, mecânico e técnico em enfermagem decolou de um hotel de Cruzeiro do Sul às 8h30 e na volta, com 7 pessoas a bordo, caiu. Por sentir fortes dores nas costas, o mecânico não saiu andando do local como o piloto e o técnico em enfermagem, nem foi resgatado na madrugada pelos bombeiros junto com as crianças indígenas e seus pais.
Figueiredo só foi resgatado cerca de 24 horas depois do acidente pelo helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) da Polícia Militar do Acre. No dia 10, ele foi transferido de Cruzeiro do Sul para Rio Branco por meio do Tratamento Fora do Domicílio- TFD.
Pane em motor
Informações preliminares do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Aeronáutica do Brasil indicam uma possível falha no motor da aeronave. Mas ainda não se trata do relatório final das causas do acidente feito a partir da perícia feita no helicóptero dois dias depois da queda por militares do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – CENIPA da Aeronáutica do Brasil.
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Acre
Acre receberá R$ 35 mil para compra de testes rápidos de gravidez

Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Ministério da Saúde autorizou nesta terça-feira, 22, o repasse de R$ 35.024,00 ao estado do Acre para a compra de testes rápidos de gravidez, recurso destinado diretamente aos 22 municípios acreanos. O valor será transferido em parcela única e corresponde ao custeio integral estimado para o abastecimento das unidades de saúde no ano de 2024.
O maior repasse foi destinado à capital Rio Branco, que receberá R$ 12.460,00, correspondente a 6.230 testes rápidos. Em seguida aparecem Cruzeiro do Sul (R$ 3.730,00) e Tarauacá (R$ 2.734,00). Cidades como Feijó (R$ 2.052,00) e Sena Madureira (R$ 1.894,00) também estão entre as mais beneficiadas.
Já municípios pequenos, como Santa Rosa do Purus, terão acesso a um valor mínimo de R$ 486,00, suficiente para a compra de 243 testes rápidos. Segundo o Ministério da Saúde, a metodologia de cálculo considerou o número de nascimentos registrados em 2023 acrescido de 10% para reserva técnica, além de um valor mínimo de R$ 200,00 por município.
O texto da Portaria GM/MS Nº 7.628 destaca que, nas localidades com presença de mulheres indígenas atendidas pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS), os testes deverão ser repassados aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), garantindo o abastecimento proporcional à população atendida.
O recurso financeiro será liberado pelo Fundo Nacional de Saúde diretamente aos fundos municipais. A prestação de contas deverá ser realizada por meio do Relatório Anual de Gestão (RAG) e aprovada pelos Conselhos Municipais de Saúde.
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Acre
Novo PAC Saúde destina quase R$ 17 milhões para fortalecer o SUS no Acre

Marcello Casal/Agência Brasil
O estado do Acre vai receber um investimento de R$ 16,9 milhões do governo federal para fortalecer a rede pública de saúde. Os recursos, anunciados pelo presidente Lula e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fazem parte do Novo PAC Seleções 2 e visam ampliar a capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) nos municípios acreanos.
Com o valor, o estado será contemplado com 90 novas obras, veículos e equipamentos. Dentre os destaques estão a construção de duas novas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e a entrega de 39 combos de equipamentos que irão estruturar unidades já existentes. Também serão instalados 39 kits para teleconsulta, possibilitando o atendimento remoto por médicos especialistas e reduzindo o deslocamento da população, principalmente das áreas mais isoladas.
O investimento inclui ainda 8 unidades odontológicas móveis, que levarão atendimento bucal para regiões de difícil acesso, e um novo veículo para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), destinado à renovação da frota no estado.
A expansão da rede de atenção primária é uma das principais apostas do Ministério da Saúde para reduzir filas por consultas, exames e cirurgias. O objetivo é qualificar os atendimentos nas UBSs e, com isso, aliviar a pressão sobre hospitais e unidades de média e alta complexidade.
Além das novas obras e equipamentos, as UBSs acreanas também serão modernizadas com kits para teleconsultas assistidas, câmaras frias exclusivas para vacinas, ultrassons portáteis, retinógrafos e espirômetros digitais, ampliando o leque de atendimentos e diagnósticos ofertados no interior do estado.
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Acre
Acre fica fora da expansão da soja na Amazônia, apesar de ser o principal produto de exportação do estado
Dados da SpectraX mostram crescimento de 20,7% na área plantada na região, puxado por MT, PA e RO; no Acre, apenas Capixaba se destaca na produção, mesmo com soja liderando vendas externas

O município de Capixaba, no interior do Acre, tem uma das maiores produções da leguminosa no estado. Foto: captada
Enquanto a soja avança a passos largos na Amazônia Legal, com aumento de 20,7% na área plantada para a safra 2024/2025, o Acre permanece à margem desse movimento. Dados da empresa de inteligência territorial SpectraX revelam que estados como Mato Grosso, Pará e Rondônia lideram a expansão do grão, convertendo pastagens degradadas em lavouras. Já Acre, Amazonas e Amapá não registraram crescimento significativo.
Cenário Acreano
Apesar de não acompanhar a expansão regional, a soja foi o carro-chefe das exportações do Acre em 2024, com US$ 21 milhões em vendas externas, segundo a ApexBrasil. O município de Capixaba concentra a maior produção estadual, mas em escala muito menor que os vizinhos da Amazônia.
Desafios Climáticos
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, alertou no início do ano para os riscos que as mudanças climáticas representam ao grão no Acre:
“Tudo depende de chuva, de seca. Precisamos de políticas de prevenção para proteger a agropecuária acreana”, destacou.
O temor é que a falta de investimentos em infraestrutura e adaptação climática mantenha o estado fora do circuito de expansão da sojicultura.

Apesar de o Acre ter ficado de fora expansão da soja na Amazônia, o produto foi o mais exportado em 2024, de acordo com dados divulgados pela (ApexBrasil). Foto: art
Contraste Regional
Crescimento na Amazônia Legal: +20,7% (MT, PA e RO como líderes)
Acre: Estagnação nas áreas plantadas
Paradoxo: Maior produto de exportação (US$ 21 mi), mas sem expansão territorial
Especialistas apontam que a falta de logística adequada e políticas de incentivo específicas mantêm o Acre dependente de nichos de produção, enquanto a soja transforma o agronegócio em outros estados da região amazônica.
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