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Marina anuncia reforço e diz que “não existe fogo natural na Amazônia”

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Governo irá enviar mais 149 brigadistas para combate a incêndios na região, totalizando 289 agentes. Este é o pior outubro no estado nos últimos 25 anos

Correio Braziliense

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o principal vetor dos incêndios na Amazônia resulta da prática do desmatamento: “Não existe fogo natural na região”. Ao lado do ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, ela anunciou, ontem, em coletiva, o reforço de 149 brigadistas para combater as queimadas, após Manaus ser novamente encoberta por fumaça. Com os agentes, o combate passará a contar com 289 brigadistas. Pelos dados coletados na quinta-feira são mais de 2,7 mil focos de calor no estado, segundo Marina.

“Nós estamos reforçando, entre hoje (sexta-feira) e segunda-feira (16), com quase 150 brigadistas. São brigadistas que estão sendo retirados de outras regiões do país para reforçar as ações no estado do Amazonas”, explicou o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Rodrigo Agostinho.

Além dos brigadistas, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) doarão 200 kits de proteção individual e de combate de incêndio, como capacetes, balaclavas, óculos, lanternas de cabeça e cantis.

A ministra alertou que, com o agravamento das mudanças climáticas, será necessário tomar medidas de prevenção em todos os sentidos. “É um cenário bastante preocupante e que, portanto, vai exigir do poder público e da sociedade, de um modo geral, uma ação de consciência ao que está acontecendo no mundo. Nós não estamos mais vivendo com as regularidades climáticas com as quais nós convivíamos. Esse diagnóstico foi feito há mais de 30 anos e era dito e redito que este momento chegaria. Infelizmente, ele chegou.”

O cenário é grave. Uma onda de fumaça encobriu Manaus no início da semana e colocou a cidade entre as cidades com uma das piores qualidades de ar do mundo.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Amazonas registrou um recorde de 2.770 focos de queimadas até o feriado, o maior número já registrado para este mês.

Comparativamente, outubro inteiro de 2022 teve 1.503 focos — 45% menos do que os primeiros 12 dias de outubro deste ano. O órgão compila os dados desde 1998. As cidades de Autazes e Careiro são os locais com mais focos, com 161 e 110 respectivamente.

Três fatores

A queimada para “limpeza” do pasto é uma prática comumente usada por agropecuaristas na região, apesar de ser proibida. “O fogo ou é feito propositalmente por criminosos ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e depois o ateamento do fogo”, apontou Marina.

“É uma situação de extrema gravidade porque há cruzamento de três fatores: grande estiagem provocada pelo El Niño; matéria orgânica em grande quantidade ressecada; e ateamento de fogo em propriedade particulares e dentro de áreas públicas de forma criminosa”, frisou a ministra.

De acordo com os dados apresentados ontem, entre 2019 e 2023, 73,5% dos focos de incêndio no Amazonas ocorreram em áreas já desmatadas e 55%, em áreas recém-desmatadas.

Uma das ideias propostas pelo Ministério do Meio Ambiente envolve a suspensão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de imóveis onde sejam registrados focos de calor e incêndio não autorizado. O presidente do Ibama destacou também que a aplicação de multas na Amazônia Legal é equivalente a cerca de R$ 3 bilhões por infrações contra a floresta.

Situação de emergência

O ministro do Desenvolvimento Regional disse que 55 municípios do estado tiveram reconhecidas situação de emergência, em razão dos incêndios e a perspectiva, infelizmente, não é das melhores. “As previsões são de que, nos meses de outubro e novembro, a gente ainda amargue muito sofrimento. A situação na Amazônia é desafiadora.”

O governo federal deve publicar, na próxima semana, uma medida provisória (MP) para liberar recursos extraordinários voltados para o combate às chamas, quando todas as cidades em situação de emergência enviarem as principais necessidades locais. “Já devemos ter números, na segunda, para a MP com base nos planos de trabalho enviados pelas prefeituras”, comentou Goés, que revelou que, até ontem, ainda aguardava posicionamento de 22 municípios.

Além desse aporte, foram anunciados outros R$ 35 milhões do Fundo Amazônia, destinados ao Corpo de Bombeiros; uma estimativa da ordem de R$ 30 milhões do Programa União com Municípios para municípios prioritários do Amazonas; além do encaminhamento à Câmara Técnica de Destinação de Terras Públicas Rurais Federais do Ministério do Desenvolvimento Agrário para destinação de três milhões de hectares de florestas públicas federais no Amazonas a unidades de conservação, terras indígenas e concessões florestais.

Segundo o ministro, a maioria das pastas já tem recursos reservados no orçamento anual para lidar com desastres. Por outro lado, a Defesa Civil sempre exige uma medida extraordinária para dar resposta à necessidade de ajuda humanitária, restabelecimento e reconstrução.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou o aumento do efetivo da Força Nacional no Amazonas e na segunda-feira serão enviados 45 militares, totalizando 60, para auxiliar as operações no estado. “Informamos ainda que policiais federais também estão atuando no tema de combate às queimadas ilegais, sobretudo no que se refere a investigações do cometimento de crimes”, afirmou a pasta em nota.

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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

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Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli

Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.

A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.

O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.

O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.

“Um cônjuge é suficiente”

No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.

Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.

“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.

“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.

 

Fonte: CNN

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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá

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Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

Como resultado da ação, o delegado Charles Corrêa e o policial Daniel Lima das Neves foram afastados cautelarmente de suas funções. Em um dos endereços alvo, a PF apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e cerca de € 25 mil. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma de uso restrito.

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações bancárias suspeitas, incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados. Segundo a PF, empresários e agentes públicos atuantes na região de fronteira estariam envolvidos na ocultação de recursos provenientes do comércio ilegal de ouro.

A corporação identificou ainda que joalherias de diversos estados transferiam valores para um posto de combustíveis em Oiapoque. O estabelecimento, por sua vez, repassava o dinheiro a um agente público local, reforçando os indícios de lavagem de capitais.

A PF também apurou movimentações superiores a R$ 4,5 milhões feitas por servidores públicos sem justificativa econômica. Para disfarçar a origem ilícita dos recursos, teriam sido usadas empresas de fachada.

Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato — somadas, as penas ultrapassam 60 anos de prisão.

A operação contou com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá no cumprimento das medidas judiciais.

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Roraima suspende novas licenças para extração de ouro após recomendação do MPF

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Medida vale por prazo indeterminado e ocorre diante do uso ilegal de mercúrio em garimpos, inclusive licenciados; Femarh terá de revisar autorizações já emitidas.

No mês de fevereiro deste ano, o Estado do Amazonas exportou US$ 11 milhões em ouro para a Alemanha. (Foto: Shuttestock)

 

Atendendo a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) suspendeu, por prazo indeterminado, a emissão de novas licenças ambientais para extração de ouro em todo o estado. A decisão decorre de um inquérito civil que apura os impactos socioambientais do uso de mercúrio no garimpo na Amazônia.

Segundo o MPF, o mercúrio — substância altamente tóxica — vem sendo empregado inclusive em garimpos com licença ambiental, sem fiscalização adequada sobre o método de beneficiamento do minério. O órgão ressalta que todo o mercúrio utilizado nessas atividades é ilegal, uma vez que o Ibama não autoriza sua importação para fins minerários.

A recomendação determina que a Femarh passe a exigir dos empreendimentos a especificação da técnica de separação do ouro e documentos que comprovem o uso de tecnologia apropriada. Também orienta a revisão das licenças já concedidas e a suspensão daquelas que mencionem o uso do metal tóxico.

Em nota, a Femarh informou que não autorizará novas atividades de extração enquanto não houver estudos técnicos que garantam métodos alternativos ao uso do mercúrio.

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