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Mais de 183 mil recenseadores iniciam hoje pesquisa demográfica
Mais de 89 milhões de endereços serão visitados em todo o país

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) faz primeiro teste preparatório do Censo Demográfico 2022, na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro.
Por Alana Gandra
Com o objetivo de levantar dados amplos e confiáveis sobre diversos aspectos da vida dos brasileiros, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza, a cada 10 anos, o censo demográfico.

Com dois anos de atraso por causa da pandemia de covid-19 (em 2020) e falta de recursos (em 2021), os mais de 183 mil recenseadores começam hoje (1°) a colher informações para a 13ª edição do levantamento.
A previsão é de realizar entrevistas em 89 milhões de endereços, nos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha.
“É por meio do Censo 2022 que saberemos quantos somos, como somos e de que forma vivemos nas áreas urbanas e rurais do país”, indica o IBGE. A estimativa do instituto é de que a população brasileira some em torno de 215 milhões de habitantes. No último levantamento, em 2010, o país tinha 190,8 milhões de habitantes.
O orçamento do Censo 2022 tem valor confirmado de R$ 2,3 bilhões, dos quais 80% destinam-se à contratação temporária de profissionais: 211 mil pessoas, sendo 183.021 recenseadores, 18.420 supervisores e 10 mil agentes censitários.
De acordo com o IBGE, os resultados do levantamento revelam as tendências e os parâmetros sobre nascimentos, mortes e migração, indispensáveis para a elaboração de projeções, estimativas populacionais e políticas públicas específicas.
O censo é, também, a única fonte de referência nacional para o conhecimento das condições de vida da população em todos os municípios, com detalhamento por divisões administrativas de cada prefeitura e, ainda, por áreas urbanas e rurais.
Questionários
O Censo 2022 terá dois tipos de questionários: ampliado e simplificado. O primeiro, também chamado de amostra, terá 77 perguntas e será aplicado a 11% dos entrevistados. Ele leva, em média, 16 minutos para ser respondido. Já o simplificado ou básico, com 26 perguntas, será aplicado aos 89% restantes, e a previsão de duração da entrevista é de 5 minutos.
Assim como em 2010, o levantamento deste ano será colhido totalmente de forma digital. Os recenseadores utilizam um dispositivo móvel de coleta (DMC), que é um computador de mão, semelhante a um aparelho celular.
Para garantir o sigilo das informações, os dados inseridos nos DCMs estão criptografados e têm sistema de proteção. Nem mesmo os recenseadores têm acesso aos dados, depois de inseridos no dispositivo. O IBGE também segue uma política de sigilo e confiabilidade, além ter comitês de ética internos.
O questionário básico traz perguntas sobre identificação do domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade e dados da pessoa que prestou as informações.
Já o ampliado investiga também informações sobre trabalho, rendimento, casamento, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo.
Três formas de abordagem serão utilizadas para preencher os questionários: presencial, pela internet e por telefone. Mesmo que a pessoa opte por preencher o questionário pela internet, o recenseador irá a casa do entrevistado entregar um código necessário para preencher o questionário. Pelo telefone, ocorre o mesmo processo. No caso da entrevista pela internet, o morador terá sete dias para responder.
Todos os recenseadores do IBGE estão identificados com boné e colete, além do crachá de identificação. Dentro do crachá há um QR Code e o cidadão pode apontar a câmara de celular para esse código, para confirmar o nome e a foto do recenseador e verificar se ele é, de fato, servidor do instituto.
Também é possível checar a identidade do recenseador pela internet. Basta digitar o número da matrícula que consta no crachá no site do IBGE.
Qualquer dúvida sobre a identificação do recenseador ou preenchimento do questionário pode ser esclarecida pelo telefone (0800-721-8181) ou pelo site Respondendo ao IBGE.
Deficiência e autismo
O levantamento do IBGE também vai investigar dados relativos a deficiência e autismo. A abordagem, prevista em leis específicas, tem o objetivo de produzir informações atualizadas do número de indivíduos com essas características.
A temática será abordada no questionário da amostra e vai permitir padronizar e harmonizar definições, conceitos e metodologias para que seja possível comparar as estatísticas brasileiras com as de outros países. Este será o primeiro censo a tratar de autismo.
Indígenas e quilombolas
Por lei, os povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmente diferenciados, que possuem formas próprias de organização social. Dois povos se distinguem aí: os indígenas e os quilombolas. Estes últimos serão investigados pela primeira vez no Censo 2022.
O IBGE considera que quilombola ou indígena é a pessoa que assim se identifica. Por isso, tanto no questionário destinado aos povos indígenas, como aos quilombolas, a pergunta inicial será “Você se considera indígena?” ou “Você se considera quilombola?”. Se a resposta for positiva, o informante deverá responder ainda o nome de sua comunidade.
A pergunta de identidade étnica para indígenas apareceu pela primeira vez em 1991. No último levantamento, em 2010, houve um aprimoramento da pesquisa sobre essa população, com inclusão de perguntas sobre pertencimento étnico e línguas indígenas faladas.
De acordo com os técnicos do instituto, houve uma evolução na caracterização demográfica, étnica e linguística da população indígena, que gerou demandas por informações mais detalhadas sobre as comunidades tradicionais.
Também foi possível comparar a população em terras indígenas oficialmente delimitadas com a que reside fora delas, através da compatibilização das malhas censitárias com os limites dessas localidades, o que permitiu divulgar dados sobre esses povos com recortes para grandes regiões, estados e municípios.
Em todas as localidades indígenas e quilombolas brasileiras, os recenseadores realizarão uma reunião de abordagem com a liderança comunitária antes de iniciar a coleta de dados, para apresentar o levantamento às lideranças e esclarecer eventuais dúvidas.
O Censo 2022 traz outra novidade, que é o questionário de abordagem em agrupamento indígena. Ele deverá ser aplicado na reunião de abordagem com as lideranças comunitárias e, de preferência, antes do início da coleta domiciliar.
Esse questionário trará identificação de dados de infraestrutura, recursos naturais, educação, saúde e hábitos relativos àquela aldeia ou comunidade. O mapeamento dos agrupamentos foi um desafio, indicou o IBGE. Isso se explica porque as informações cartográficas de referência são escassas e grande parte das localidades está em áreas remotas.
No caso dos povos indígenas, foram definidos como setores censitários as terras oficialmente delimitadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e os agrupamentos domiciliares, mapeados pelo IBGE, que são áreas contíguas com concentração de domicílios.
No caso das comunidades quilombolas, foram considerados os territórios quilombolas delimitados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e pelos institutos estaduais de Terras.
Também foram mapeados os agrupamentos identificados pelo IBGE e outras localidades não definidas em setores censitários, que vieram a constituir Áreas de Interesse Operacional (AIOs) quilombolas. Somando as fontes, o Instituto identificou 5.972 localidades desse tipo no país.
Aglomerados
No Censo 2022, o conceito de aglomerado subnormal, que inclui comunidades, favelas e palafitas, foi mantido e aprimorado com uso de imagens de satélites de alta qualidade, além de contato com as prefeituras e trabalho de campo.
Será possível também comparar as informações obtidas com dados do Censo 2010. O IBGE esclareceu que um aglomerado subnormal, para ser identificado, tem de ser, necessariamente, uma ocupação irregular, ou seja, uma construção em terrenos de propriedade alheia, seja pública ou particular, no momento atual ou em período recente.
Deve mostrar ainda precariedade de serviços públicos essenciais – como esgotamento sanitário, coleta de lixo, abastecimento e tratamento de água ou fornecimento de energia elétrica; ou urbanização fora dos padrões vigentes expressa por vias de circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas desiguais e construções não regularizadas por órgãos públicos.
Etapas anteriores
Os testes do Censo 2022 foram iniciados pelo IBGE em 2018, seguindo-se etapas em 2019, realizadas em Censos Pilotos em algumas cidades, com a utilização de meios de coleta presencial (por meio do recenseador), com uso do dispositivo móvel de coleta (DMC) e autopreenchimento online, com cadastro do e-mail do morador por meio do dispositivo móvel de coleta (DMC). Os resultados mostraram que 99,3% preferiram responder na abordagem presencial e optaram 0,7% pelo preenchimento remoto.
Foram feitos ensaios finais para a realização da operação censitária, por meio do Censo Experimental, em todo o município de Poços de Caldas (MG) e em alguns setores censitários das cidades de General Sampaio (CE), Jatobá (PE), Petrolândia (PE), Tacaratu (PE), Rio de Janeiro (RJ), Ermo (SC), Bujari (AC), Restinga Seca (RS) e Porto Alegre (RS), entre outros, onde foram visitadas, inclusive, localidades indígenas e quilombolas, além de aglomerados subnormais.
Os testes de campo foram interrompidos devido à pandemia de covid-19. Por isso, em novembro de 2020, o IBGE efetuou teste remoto com o intuito de avaliar a possibilidade de uso da abordagem por telefone como alternativa de coleta de dados no Censo. Em setembro do ano passado, o Instituto voltou a campo no Teste de Paquetá, no Rio de Janeiro, aproveitando que os moradores dessa ilha estavam vacinados.
O IBGE informou ainda que outra etapa de preparação da coleta do Censo Demográfico 2022 foi o Teste Nacional do Censo, realizado em novembro de 2021, em 27 localidades do país. Os objetivos do teste foram ajustar as funcionalidades presentes nos sistemas; testar os equipamentos em condições reais de campo; testar a investigação inédita do autismo na entrevista presencial; testar o questionário de abordagem em agrupamento indígena e, também, os modelos de coleta.
PPE
A Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE) constitui uma das etapas do Censo Demográfico 2022. O objetivo central é fornecer recursos para avaliar a cobertura e a qualidade da coleta da operação censitária. A PPE será realizada entre agosto e dezembro de 2022 em 4.795 setores censitários selecionados, contemplando uma amostra de cerca de 1,5% dos setores do censo.
O IBGE deixou claro que a PPE 2022 não corrige eventuais falhas de cobertura do levantamento, mas ajuda a apurar onde elas ocorrem. Por isso, os resultados da PPE são essenciais e contribuem para a maior transparência dos resultados.
A PPE é usada ainda para identificar áreas que requerem maior atenção em operações futuras e fornece subsídios para os trabalhos de elaboração das estimativas e projeções populacionais. O trabalho de coleta da PPE se inicia quando setores censitários selecionados estiverem completamente coletados e supervisionados pelo censo demográfico.
Digital
O primeiro censo do mundo com coleta inteiramente digital foi realizado pelo IBGE em 2010. Isso fez com que o instituto fosse um dos dez premiados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a organização não governamental (ONG) francesa pelo desenvolvimento da sociedade digital Netexplorateur.
Império
O primeiro levantamento de dados sobre os brasileiros foi em 1872 e registrou população de 9,9 milhões de habitantes. Foram recenseados todos os moradores em domicílios particulares e coletivos e que se encontravam na residência na data de referência do levantamento que foi há exatos 150 anos, em 1º de agosto de 1872.
À época, o levantamento considerou cor, sexo, estado civil, nacionalidade, ocupação, religião, estado civil e se a pessoa era escrava ou livre.
Já o primeiro Censo da República data de 1890 e teve os últimos resultados publicados em 1900. O primeiro censo a usar a técnica de amostragem no Brasil ocorreu em 1960. O Censo 2022 será o 13º do país e o 9º realizado pelo IBGE. O Recenseamento Geral de 1940 foi o primeiro feito pelo Instituto.
Edição: Denise Griesinger
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Polícia Civil prende condenado por estupro de vulnerável em Cruzeiro do Sul

Polícia Civil realiza prisão de condenado por estupro de vulnerável e o conduz à unidade prisional. Foto: cedida
A Polícia Civil do Estado do Acre, por meio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Proteção da Criança e do Adolescente (DEMPCA), em Cruzeiro do Sul, prendeu nesta sexta-feira, 5, o homem com as iniciais R.C.R., de 24 anos, condenado pelo crime de estupro de vulnerável. A ação ocorreu em cumprimento a um mandado de prisão definitiva, expedido pela Vara da Infância e Juventude de Cruzeiro do Sul, após o trânsito em julgado da sentença.
A equipe da DEMPCA realizou a captura do sentenciado de forma rápida e eficiente, garantindo o cumprimento da ordem judicial e reforçando o compromisso da Polícia Civil no enfrentamento aos crimes praticados contra crianças e adolescentes.
A Polícia Civil destaca que continuará atuando de maneira rigorosa para assegurar a proteção de vítimas vulneráveis e para que autores de crimes dessa natureza sejam responsabilizados conforme a lei.
Fonte: PCAC
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Polícia Civil captura foragida condenada por integrar organização criminosa

A Polícia Civil do Estado do Acre (PCAC), por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), realizou nesta sexta-feira, 5, mais uma ação exitosa no enfrentamento às organizações criminosas no estado. Investigadores da Draco, em operação conjunta com equipes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Delegacia de Senador Guiomard, cumpriram mandado de prisão contra uma mulher identificada pelas iniciais J.S.L., conhecida no meio criminoso como “Anjinha Venenosa”.
A prisão foi efetuada em cumprimento a mandado expedido pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas de Rio Branco, no âmbito do Programa de Repressão Nacional às Organizações Criminosas (Renocrim). A investigada estava foragida da Justiça há 1 ano e 4 meses, após condenação definitiva a 11 anos e 1 mês de prisão em regime fechado.
A sentença que levou à sua prisão é decorrente da conclusão de um inquérito policial instaurado pela própria Draco. No dia 17 de agosto de 2021, a mulher foi indiciada por integrar uma organização criminosa com forte atuação no Acre. Segundo as investigações, “Anjinha Venenosa” atuava principalmente na região do Segundo Distrito de Rio Branco, onde exercia funções ligadas ao grupo criminoso.
A captura ocorreu após uma abordagem e busca pessoal realizadas pelas equipes policiais, que já monitoravam a movimentação da foragida. A ação integrada reforça a eficiência das forças de segurança no combate às facções e no cumprimento de mandados pendentes.
Fonte: PCAC
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PM de folga impede assalto e prende dois homens após família ser feita refém em Cruzeiro do Sul
Suspeitos foram baleados e detidos após invadir residência no bairro 25 de Agosto; quatro criminosos participaram da ação.

Dois homens foram presos na noite desta quinta-feira (4) após invadirem uma residência e fazerem uma família refém durante um assalto no bairro 25 de Agosto, em Cruzeiro do Sul. A ação foi interrompida por um policial militar que estava de folga, que reagiu ao ser abordado por um dos suspeitos armados. Um dos detidos, identificado como Cauã, foi baleado na perna, e o outro, Jarlisson, sofreu um ferimento no supercílio. Ambos receberam atendimento médico e foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil.
Segundo relatos das vítimas, quatro assaltantes armados com pistolas entraram na casa e fizeram a família — incluindo uma criança — refém. Eles procuravam ouro e joias, por saberem que a moradora comercializava esses itens. Durante a ação, as vítimas foram algemadas, e a mulher chegou a ser enforcada para revelar onde supostamente guardava o ouro. Sem encontrar os objetos desejados, o grupo fugiu levando relógios, pulseiras, celulares e cerca de R$ 2 mil em dinheiro.
Durante as buscas, a Polícia Militar foi informada de que um colega havia contido dois suspeitos nas proximidades. O PM relatou que estava em frente à própria residência quando viu três indivíduos correndo. Ao perceber que um deles portava uma pistola e apontava em sua direção, reagiu e efetuou um disparo que atingiu Cauã.
Com a dupla, os policiais apreenderam sete relógios, uma pulseira, um perfume, dinheiro, dois celulares e uma pistola Taurus modelo .838, com 13 munições intactas. As vítimas reconheceram os dois como participantes do roubo.
Os outros envolvidos na ação criminosa ainda não foram localizados.

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